Essa história que pretendo compartilhar com vocês é meio complicadinha de ser contada. Você, leitor, precisa ter uma pouco de inteligência, conhecimento mínimo sobre o que iremos falar e muita imaginação, muita mesmo. Se você chegou aqui é porque você gosta de algumas das coisas que foram mencionadas no “Categorias” você pode até gostar de todas elas, porém você tem que entender que isso aqui não é uma fanfic sobre o Doctor e a Rose, ou a Hermione e o Harry ou o Castiel e o Dean, vou contar histórias de fãs dessas series, desses filmes, desses livros, que fazem parte do fandom, que são amigos e se reúnem para poder salvar o dia de criaturas. “Que criaturas, narrador?” você deve estar se perguntando, simples: Conhece os Daleks? Voldmort? Sauron? Demônios e espíritos? Soldados do império? É, são todos eles. “Mas, Narrador, essas coisas não existem de verdade, como você quer contar uma história onde tudo isso se une?”, é aí que vem o a sua imaginação.

Quando esses amigos se unem no porão da casa dos irmãos Daniel e Henrique, o Hunter e o PotterHead, sentam-se na mesa redonda que está no centro do porão saibam que não é mais o nosso mundo, ou pelo menos o mundo que você acha que você está.

Eu vou acompanhar vocês nessa história toda, sou o Narrador, vou contar o que esses personagens fazem para salvar o mundo. “Mas, Narrador, o mundo não precisa ser salvo de bruxos maus, ou Cybermens, ou dragões, ou soldados clones.”. Precisa sim, você é quem não vê porque os nossos protagonistas cuidam de tudo enquanto você está na academia, ou, sei lá, jogando videogame ou estudando para poder ter uma profissão que almeja, eles destroem os inimigos e acabam com os problemas e não ganham nem um obrigado muitas vezes.

“Mas porque no porão?”. Primeiro, existem também “porém”, “contudo”, “entretanto”, “todavia”, não use tanto “mas”, fica cansativo; segundo, porque todo grupo de heróis precisa de um QG, nem todos podem ter um satélite como a Liga da Justiça.

“Porém…”. Isso, muito bom. “Porém, Narrador, se essas coisas existem porque há livros, séries, filmes, HQs e afins sobre as mesmas?”. Para você crer que nada daquilo existe, você pode até falar “É real para nós”, contudo acredita de verdade que é real? Não, desculpa. Vai parecer conversa fiada, contudo se o governo deixar o povo saber que Daleks atacam de vez em quando o planeta o pânico seria geral, então enquanto você assiste “Doctor Who” e conversa com seus amigos sobre o quão os Daleks são assustadores há uma Whovian lá fora lutando contra um Dalek. Por que você acha que o nome dos fãs de Doctor Who é Whovian?

“E todos os personagens dessas coisas que foram escritas e gravadas são reais?”. Sim e muitas vezes foram colocadas para que o mundo visse por quem luta contra as coisas que esses seriados, livros e etc mostram. Só não ache que o Harry Potter era real, o nome dele era Liam, na verdade, Liam Potter, só que acharam que Harry Potter era mais sonoro.

“O jeito de matar todos aqueles vilões é verídico?”. É a coisa mais verídica que eles mostram, os inimigos e como matá-los, para caso você topar com algum deles você sabe se virar.

“Existem pessoas que presenciam isso tudo, então?”. Sim, mas elas preferem não comentar sobre isso, ninguém acreditaria. “E os personagens dessa história gostam das histórias que são contadas para que ninguém desconfie que é verdade?”. A maioria sim, eles acham incrivelmente interessante como contaram as histórias dos heróis do passado, eles também são fãs, como vocês, a diferença é que eles nasceram para fazer o que fazem, é de família.

Bom, eu posso sofrer muito por estar contando isso, era para ser segredo, contudo quem disse que eu tenho medo. As pessoas que poderiam por ventura me matar por contar essa história precisam de mim. Então vamos começar contando como o grupo cresceu.

...

Eram apenas quatro no começo. O PotterHead, o Hunter, o Semideus e a Whovian, eles são tão comuns quanto você. Ou tão comuns quanto poderiam ser. Essas pessoas são geralmente aquelas pessoas que vocês tendem a ignorar na escola, por exemplo, porque eles são daquele grupinho que falam palavras que são referentes às séries, filmes e livros que você tende a não se importar e se você conhece tende a não comentar que conhece, porque você não quer ser estranho. É meio que bom você fazer isso, porque não é bom se envolver, só que é muito legal fazer amigos ainda mais quando você e seu amigo sabe falar daquilo que você gosta. Então dica do Narrador, se alguém fala algo tipo “Você é Stark? Eu sou Targaryen.” Quando ver sua blusa dos Stark te aconselho a iniciar uma conversa, não seja um babaca e deixe a pessoa falando sozinha ou faça cara feia e deixe a pessoa falando sozinha. Não que eu já tenha passado por isso… Passei sim, foi horrível.

Enfim, o PotterHead, Henrique, o Semideus, Pedro, e a Whovian estudam na mesma escola, o Hunter é mais velho e está na faculdade fazendo direito. Os três vivem unidos andando pela escola, esperando para ter que resolver algum problema ou tentar encontrar mais alguém como eles.

Naquele dia em específico, PotterHead, alto de cabelos pretos e olhos verde-amadeirado, com o queixo quadrado e um sorriso muito bonito, ele estava usando uma blusa preta com a inscriçõe “9¾” em branco, estava sentado a uma das mesas do refeitório da escola, mexendo no seu celular procurando notícias de cidades perto da que eles moravam (Não irei comentar qual é, porque só contar essa história já é um problema imagine dizer qual é a cidade que nossos personagens moram), Semideus, magricelo, cheio de sardas pela cara e cabelo ruivo, sua blusa era preta e tinha um Pégaso sobre em laranja, estava apenas olhando sentado na frente dele, não podia mexer em celulares, só no irrastreável que funciona em qualquer galáxia que Whovian deu para todos do grupo e esse celular só serve para fazer chamadas.

– Não gosto quando vocês mexem nos celulares de vocês. – disse SD (é como as pessoas do grupo chamam ele) empurrando-se contra a cadeira como se pudesse fugir do sinal do celular – Me deixa em pânico.

– Fica tranquilo, os monstros só aparecem com você mexendo nele. – afirmou Potter – Fica tranquilo, aquela hidra foi tranquilo de lidar daquela vez.

– Porque estávamos todos juntos.

– Por isso que sempre precisamos encontrar mais “nós”, muitos de nós morreram porque trabalhavam sozinhos.

Enquanto eles conversavam, um garoto de cabelos loiros e olhos azuis estava sentado na mesa perto da onde Potter e SD estavam, esse garoto estava sentado de costas para Potter e conseguia ouvir perfeitamente o que eles diziam. Muitos achariam que eram apenas dois nerds falando de algum joguinho de cartas estranho, porém aquele garoto estava entendendo muito bem do que aquilo se tratava.

– Potter, SD – disse uma garota de longos cabelos cacheados e negros, com olhos castanho-claro, que não deveria ter mais que um metro e sessenta usando uma blusa preta escrita “Wibley Wobley Timey Wimey Stuff” em azul (se você está familiarizado com essas palavras sabe que tipo de azul é), que chegou correndo com os cabelos voando –, temos um problema lá trás, eu preciso de ajuda.

Potter e SD se levantaram e foram atrás da garota, que, se você conhece um pouco de lógica, é a Whovian, a única garota que mencionei que havia no grupo. O garoto loiro que estava ouvindo a conversa, levantou-se também e foi atrás deles, fingindo que não era com ele, levando sua bolsa consigo.

Whovian parou diante de uma porta dupla grande de metal azul. Ela olhou pelo vidrinho quadrado que havia nas duas portas. Do outro lado da porta havia uma criatura de metal com o topo arredondado, tinha um desentupidor e um batedor de massa de bolo como mãos, era dourado e tinha um cano com uma bola brilhante na ponta que era um olho.

– Onde… está… a… Who… vian…? – disse a criatura com sua voz metálica pausadamente.

Havia uma menina negra diante dele, com seus cadernos na mão, ela parecia muito assustada. Ela negou com a cabeça como se não soubesse do que a criatura estava falando.

– Merda de Daleks, ainda bem que é só um. – disse a Whovian.

– Responda… ou você será… EXTERMINADA! – disse o Dalek.

Whovian escancarou a porta, a garota olhou para ela apavorada. SD pegou a garota pela mão e a puxou para fora.

– Vamos. – disse SD puxando a garota delicadamente pelo braço, ele conversaria com ela depois, como sempre o Dalek seria apenas uma coisa cenográfica para uma peça de teatro da escola.

– Who… vian… – disse o Dalek quando a garota ficou de frente a ele.

– Da… lek… – imitou Whovian debochando do Dalek.

O Dalek atirou uma vez em Whovian que se abaixou a tempo e o tiro pegou na parede. O Dalek iria atirar novamente e dessa vem em Potter, porém uma coisa azul brilhante passou pelo meio dele cortando-o no meio pela metade, derretendo o metal e deixando um cheiro de queimado subiu e atrás do Dalek partido estava o garoto loiro segurando uma espada de laser azul, mais conhecida como Sabre de Luz.

– Eu acho que eu matei um R2. – disse ele.

Whovian e Potter encararam o garoto, que sorriu e abanou a mão.

– Oi, eu sou novo na escola. Meu nome é Felipe, e como podem ver, sou um Jedi. – disse o garoto.

Whovian suspirou.

– Oi, sou a Whovian.

– Eu sou o Henrique, um PotterHead.

Jedi apertou um botão “desligando” seu Sabre de Luz e o colocou de volta em sua mochila jogando-a em seguida sobre o ombro.

– Desculpa, eu ouvi sua conversa com aquele outro garoto. – disse ele olhando para Potter – E ouvi quando ela chegou e vim atrás.

– Não tem problema, é sempre bom saber que há mais de nós, ainda mais pela escola. Mas… é…

– Eu achei que não existiam mais Jedis. – disse Whovian sem ficar com vergonha de falar, como Potter ficou.

– Somos poucos. – disse o garoto, dando de ombros – Então… isso era um Dalek? – ele olhou para a coisa de metal partida ao meio, Whovian assentiu – Eu nunca pensei que veria um desses na vida.

– Agora você partiu um no meio. – disse Whovian sorrindo.

O Jedi sorriu também e negou com a cabeça. SD chegou correndo no local apavorado, as sombras do local começaram a se mexer com a sua presença, mas ao notar que o Dalek estava partido ao meio as sombras sossegaram. Ele arqueou as sobrancelhas e olhou para o Jedi.

– Ãh… oi… – disse o SD sem saber o que estava acontecendo realmente, ele olhou para Whovian e Potter e esperou alguma resposta.

– SD, esse é o Felipe, um Jedi. – disse Potter.

O Jedi acenou com a mão e ajeitou a mochila no ombro.

– Mas… Jedis… – SD tentou dizer.

– Eram para estar extintos, sei, sei. – disse o Jedi parecendo entediado de ouvir essa conversa – Somos poucos. E se querem saber: Sim, meu pai está vivo, ele não foi para o lado negro, não cortou minha mão e não dominou a galáxia.

– Maravilha! – disse Whovian – Temos uma família Jedi feliz! – ela olhou para Potter – Temos que ligar para o Hunter e levar ele para o Kingdom.

Potter puxou Whovian pelo braço para perto da parede e chamou SD com um movimento de mão.

– Porque levar ele conosco? – perguntou ele baixinho só para ela ouvir.

– É… Não levamos ninguém lá. – disse SD sussurrando também.

– Mas ele é um de nós. Precisamos de ajuda. – respondeu Whovian.

– Você não disse isso sobre aquele outro Whovian, seria bom ter companhia para você. – lembrou Potter.

– Ele era de outra cidade – explicou ela – não podia ficar no Kingdom com a gente e… não era bonitinho. Vocês sabem que eu gosto dos bonitinhos. – Whovian sorriu.

SD e Potter acabaram rindo.

– Sabemos sim. – disse SD virando-se para o Jedi – Então, você quer ir para o Kingdom com a gente?

– O que seria o Kingdom? – perguntou o Jedi.

Aparentemente ninguém quer saber em como eles vão se livrar daquele Dalek partido ao meio da escola, geralmente, eles deixam as coisas como estão e elas somem sozinhas.

– É o nosso QG. – respondeu Potter – Chamamos assim por causa daquele negócio de Fandom que seria o Reino dos Fãs, então temos nosso próprio Reino, que também é o nosso QG, que também é no porão da minha casa.

– Nunca encontrei um grupo tão grande de pessoas como eu que trabalhavam juntas. – comentou Jedi.

Whovian deu de ombros.

– Fomos nos conhecendo aos poucos. – contou ela – E decidimos trabalhar juntos. Você vai querer ir com a gente para o Kingdom? – o Jedi assentiu sentindo seu estômago ficar gelado, ele não fazia ideia se era porque ir para esse lugar era algo novo e o deixava nervoso ou se era porque aquela garota estava falando com ele – Ótimo. Agora – ela olhou para Potter –, ligue para o Hunter.

Potter assentiu e ele pegou seu celular. Jedi olhou para Whovian e ficou encarando-a por um bom tempinho até que ela reparou que estava sendo observada e o olhou, o garoto desviou o olhar como se não tivesse feito nada e começou a corar levemente fazendo a menina sorrir. Potter conversou com Hunter por um curto tempo e olhou para Whovian e SD quando o sinal tocou, informando que o intervalo havia terminado.

– Vamos voltar para nossas salas, quando a aula terminar, encontre a gente na porta da escola. – disse Potter.

Jedi assentiu e deu meia volta subindo pelas escadas que havia usado para chegar por trás do Dalek e lhe dar um golpe surpresa. Os outros três foram atrás porque aquelas escadas levariam ao andar de cima, onde as salas de aula deles ficavam. Potter e Whovian estavam na mesma sala, SD era um ano mais novo então seguiu em frente até a própria sala e o Jedi ficou sozinho na sua sala pensando seriamente se deveria aceitar trabalhar com aquele grupo. Ele não se deu bem nisso na última vez, desde então ele prefere trabalhar sozinho.

"Mas porque, Narrador? O que aconteceu?", espere o próximo capitulo e descubra.