The Keys Of Fate

Pessoas que não te Merecem


Lux sentia gotas de água batendo na sua testa, gotejando na sua testa, o acordando. Ele acordou assustado, o som horrível e gélido da mulher que o desmaiou e da horda de zumbis que o pegou. Ele olhou ao redor, estava em um tipo de cela, podia ver em sua frente alguns tipo de estalagmites que faziam uma cela.

A voz, ele ainda a ouvia na sua cabeça, presa, sentia o bafo gelado do seja-la-o-que-for roçando na sua nuca, pedindo espaço, o assustando, roubando sua vitalidade, força, vontade de viver.

-Como está? –Uma voz cortante falou, Lux se virou e viu um garoto de cabelos prateados, um justiceiro com duas pistolas nas mãos.

-B-Bem. –Suspirou, vendo que ele não parecia ser um motivo a se temer. –Onde estamos? Quem é você?

-Sou Spe, um justiceiro. Não sei onde estamos. Eu estava por aqui, quando uma voz estranha e gélida disse...

-Pra você não se virar, mas se virou, e então...

-As trevas. –Eles terminaram de se completar, sorrindo. –Você está aqui porque? Eu estou atrás da Chave da Coragem.

Um choque atacou o ar, fazendo os pelos da nuca de Lux se levantarem, quando se virou pra Spe. Outra pessoa atrás da chave, antes de qualquer outro pensamento, surgiu o dilema: amigo ou inimigo?

-Eu sei, você deve estar pensando em que tipo de idiota vai atrás de uma chave de um suposto tesouro, de um suposto templo, de uma suposta lenda. Bom, esse tipo de idiota sou eu. –Spe sorriu, se sentando no chão. –Sabe, minha mãe morreu, meu pai fugiu quando eu era novo, então não sei nada sobre ele, mas a minha mãe. –Ele pareceu segurar, com toda a força que tinha, uma lágrima. –Ela me criou com tudo que pode, se esforçou o Maximo que pode, trabalhou com os braços, com a mente, se deu de corpo todo, por mim, e a única coisa que eu quero fazendo isso, é dar a ela um enterro decente, algumas vezes, é normal ser idiota quando as pessoas que você ama estão envolvidas.

-É difícil dizer, nunca pude dizer exatamente que amava alguém. –Lux suspirou, sentando ao lado de Spe. –Meus pais simplesmente me criavam, mas não podia dizer exatamente que me amavam. Nunca fui um motivo de amor deles como meu irmão, sei usar a magia, mas não com tanta maestria ou poder quanto o meu irmão. Ele sempre tinha poder, e eu era o segundo colocado, nunca tinha poder o suficiente e em uma missão, mandavam um iniciante comigo, pra eu ensinar, mas queriam dizer que era pra ele me proteger.

-Talvez eles não te mereçam. –Spe sorriu, roçando os dedos nos do ruivo.

-O que? –Lux corou, percebeu que estava indefeso.

-Escuta, existem muitos bruxos, mas não é qualquer um que pode ser um bruxo, você passou por testes, não é? Passou por todo o treinamento necessário. Estudou, treinou, se esforçou mais do que muita gente, conseguiu passar no teste melhor que muitos outros. –Lux corava enquanto o rosto do outro se aproximava. –E além do mais...

-Além do mais... –Lux pedia uma continuação.

-Além do mais... você tem cabelos tão bonitos, um rosto tão bonito, um corpo tão atraente.

Antes mesmo de perceber, os lábios do prateado estavam colados nos seus, seus olhos estavam se fechando, sendo levado pelo prazer de ter a língua do prateado em sua boca. O choque foi grande, mas o prazer recebido era maior, Lux percebeu que estava sendo seduzido por aquele justiceiro com rosto sádico, e sendo ele seu inimigo ou não, prometeu a si mesmo que não cairia. Pra ninguém, mesmo sendo um garoto sedutor, lindo, sexy, do qual ele já podia sentir os músculos por cima da camisa, o peito e o abdômen definidos e...

Não, tinha que se concentrar e sair daquilo. Ele empurrou Spe, passando as costas das mãos nas bocas, ambos corados, calados e envergonhados.

-Escuta, eu to atrás disso também. –Lux viu o rosto de Spe se iluminar. –Da chave, quero dizer, da Chave da Coragem. Porque não... unimos forças, afinal, se ninguém conseguiu até agora quer dizer que também não é nada fácil.

-Ok, até onde sabemos? –Spe sorriu, se levantando.

-Bom, não sabemos onde estamos, mas acho que a coisa deve ficar entre o 3 e o 4 andar. –Lux continuou. De repente, teve o braço puxado e foi abraçado pelas costas por Spe.

-Ok, vamos ficar... –Ele apertou mais ainda os dois corpos, principalmente as duas cinturas. -...bem próximos. Prometo te fazer sentir especial.

-E nada de tocar, ok? –O ruivo saltou pro lado, se desviando dos abraços. –E se conseguirmos uma estalagem, vamos dormir em quartos separados.

-Você é tããão antiquado. –Spe riu, se aproximando de novo.

-Ok, ainda temos que sair daqui. –Lux pensou, tocando as estalagmites.

Eles pensaram juntos algum tempo, até ver um zumbi sendo chutado contra as pedras pontiagudas. Logo depois, uma taekwon de cabelos roxos surgiu, dando chutes e socos no zumbi. Logo, outro surgiu nas costas dela, ela girou e atingiu a cabeça dele com o pé, o que fez ela sair do corpo e voar pra longe. Logo, um esqueleto arqueiro surgiu, ela o deu um soco no peito com tanta força que ele foi atirado pra dentro da cela, sendo destroçado e destruindo a jaula. Os dois garotos olharam impressionados pra garota que destruía todos os zumbis a sua frente.

-Quem é você? –Spe perguntou, vendo a outra entrar.

-Kick, a mais poderosa, rainha do funk, glamorosa, olhar de diamante, que te envolve te fascina, agita o salão...

-Vai direto ao ponto!!

-Sou Kick. –Ela resumiu. –E estou atrás da Chave da Coragem. Sim, a da lenda.

-Nós também. –Spe falou, sorrindo pra ela. –Sou Spe, esse é meu namorado, Lux.

-Acabamos de nos conhecer, não sou seu namorado. –Lux gritou, com as bochechas rubras.

-Ainda assim, então, agora somos um trio, né? –Spe sorriu, abraçando os dois.

-Não olhe pra trás. –Uma voz feminina gélida e fantasmagórica falou.

Eles ficaram parados, olhando pra frente, agora sem nem saber o que fazer. Se olhassem pra trás, o que veriam? Aliás, eles sobreviveriam pra ver? Quem, o que estava dizendo aquilo.

O que fazer em uma situação dessas?