The Keys Of Fate

Agarre Bem Forte e Não Deixe Ir


Lux sentiu um frio estranho acima do peito. Se espalhando pelos lados do seu abdômen, o deixando sentir uma mão o tocava singelamente. Ele abriu os olhos rápido, se sentando no chão de madeira e só então percebeu.

Spe passava pomada nas feridas feitas por todo o seu corpo durante a luta. Ele mesmo ainda estava com dor, mas havia apenas alguns curativos no rosto. O peito de Lux estava totalmente enfaixado e suas feridas estavam enfaixadas à gaze. No seu pescoço, sem nem mesmo se lembrar daquilo, havia um cordão com uma joia vermelha como pingente. Era a Chave que tinha assumido outra forma.

Ambos os garotos estavam sem camisa e em uma casa totalmente estranha pra Lux. Ele parou pra tentar entender o que havia acontecido até que a mão do justiceiro o pegou pela bochecha e selou seus lábios rapidamente em um selinho carinhoso e macio como um doce.

-Que bom que acordou Lux. –Ele cochichou, logo depois, abraçando o ruivo pela cintura. –Eu estava ficando preocupado.

-O que aconteceu aqui? –Lux empurrou o grisalho pra trás, ele gemeu de dor, mas depois se levantou. –Onde estamos?

-Esse lugar é uma pousada, Kick nos hospedou aqui. –Ele sorriu explicando, deitando Lux no chão e continuando a passar a pomada nos ferimentos. –Depois que você desmaiou, A Flor do Luar e a Sohee levaram-nos pra fora da caverna. A Chave se tornou esse pingente no seu pescoço e a Kick nos pediu pra ficar aqui, porque não tinha espaço na casa dela. Eu te levei até aqui e to cuidando dos seus ferimentos agora.

-Quem era... aquele cara? –Lux perguntou, tentando responder as perguntas que restaram na sua cabeça.

-Jeff parece o garoto que matou Rebecca, e, por isso, ele é um dos Generais Amaldiçoados agora. Parece que eles existem em um total de 7, cada um vai atrás de uma das chaves e leva ela até a torre, pra poder tirar o Caçador de lá de dentro. –Lux sentiu um ardor ao que a pomada passava pelo seu corpo.

-E as suas feridas? –Lux se levantou rápido, deixando Spe meio assustado.

-Eu to bem, não precisamos nos preocupar agora. –Ele falou, mas quando Lux tocou no ombro dele, ele deu um gemido baixo de dor entre os dentes.

-Chega, agora eu já to bem, Spe, me deixa cuidar das suas feridas, só pra garantir. –Lux sorriu e Spe pareceu aceitar bem.

Spe tirou a camisa, mostrando um corpo incrivelmente belo, uma corrente caiu com uma cruz de prata quando ele tirou a camisa. Lux se ajeitou, corado e apoiado nas pernas em direção ao corpo deitado de Spe. No chão, um kit de primeiros socorros com remédios, pomadas e faixas era suficiente.

Lux passou, bem devagar, a pomada pelas feridas no peito de Spe, o fazendo gemer baixo. Ele continuou passando aquela loção esverdeada nele enquanto os dois se encaravam, perdidos no olhar um do outro até que, no movimento, Lux começou a massagear o mamilo de Spe, o fazendo gemer de uma forma que não era dor. Era prazer.

-Desculpa. –Lux puxou a mão de volta rápido. -Me deixa enfaixar isso. –Lux engoliu em seco, deixando o garoto se levantar, e então, enquanto enfaixava o grisalho, este lhe abraçou pelo pescoço, o deixando sem movimento e se apoiando nele. –Spe?

-Me deixa ficar assim. –Ele pediu, no ouvido de Lux. Implorando baixinho pra que só ele pudesse ouvir, mesmo estando apenas numa sala vazia com dois futons.

Eles ficaram ali, e depois de algum tempo, Lux retribuiu o abraço, eles sentiram as bandagens se colocarem umas contra as outras e seus corpos aquecerem-se mutuamente. Chegando finalmente até o rosto, onde Lux parecia estar corando de novo.

-Porque você me beijou naquele momento? –Lux perguntou, quebrando um silêncio incomodo entre eles.

-Porque? Bom, porque as pessoas fazem as coisas? –Spe falou, até perceber que não haveria resposta. –Pra ficarem felizes. Eu não sei porque, mas quando eu acordei eu te vi, e eu pensei, que seria legal olhar pro seu rosto dorminhoco e sonolento todas as manhãs e dormir com você, dividindo lençóis e cobertas a noite, nos abraçando até que ficássemos quentinhos no abraço um do outro e ai, finalmente, eu deixaria que você fosse a loucura pela minha mão. E eu senti, pelo seu hálito de menta fresca, que eu seria muito feliz te beijando.

-Spe...

-E a minha mãe dizia: Quando encontrar algo que te faz feliz, agarre bem forte e não deixe ir. Trate-o como um cachorrinho, cuide, alimente, abrace e o mantenha sempre amado. –Ele sorriu, se afastando um pouco do outro.

-Spe... –Lux corou bruscamente.

Só então ele percebeu que Spe avançava na sua direção, com um olhar, não felino, mas gentil e afável. Ele, enquanto avançava fez Lux ir um pouco mais pra trás, se apoiando nas mãos e jogando os pés pra frente e quando finalmente os lábios se encontraram, um toque singelo se iniciou, mas lentamente, a língua possessiva do justiceiro pediu passagem para a boca do menor, que atendeu o pedido sem demoras e foi assim, sendo deitado pelo corpo alto do maior.

Foi uma questão de tempo, Spe estava deitado, nu, em seu futon, rijo e esperava simplesmente pelo avançar do bruxo que, igualmente nu e rijo, o beijava com fogo.

-Spe, eu nunca fiz isso antes. –Ele revelou, parando o beijo. –Não só com um homem, mas também com nenhuma mulher. Eu sou totalmente virgem.

-Não se preocupe, mantenha-se relaxado. –Ele sorriu, passando a mão peito abaixo no ruivo. –Eu vou fazer ser especial.

Lux respirou, deixando que Spe se virasse e ficasse por cima dele, enquanto que as suas pernas ficavam ao redor do grisalho. Havia entrado, pouco a pouco, Spe e Lux se tornavam completamente conectados. Não era espaço e nem tempo que os separava, eram apenas duas pessoas de corações e olhares conectados. Olhares até Lux ficar envergonhado e cobrir o rosto com os braços.

Spe riu, vendo a carinha de Lux envergonhado e tirou os braços da frente, fazendo os olhares se encontrarem de novo, dessa vez, ainda mais apaixonados, por causa da cara de virgem que Lux fazia, misturando dor, vergonha e prazer.

-Não tenha medo de mostrar cada detalhe do seu corpo pra mim, Lux. –Ele foi ate Lux e cochichou de leve no seu ouvido. –Eu quero ver esses detalhes, me apaixonando por cada um deles.

Começava em ritmo leve o ato que unia os dois juntos. Em dois corpos, em dois olhares, uma coisa ardia no coração de ambos, como uma chama quente que não iria desistir de conectar os dois. Gritos, gemidos, berros se espalhavam junto com o vento noturno que se espalhava pelo quarto, e a paixão dos dois era consagrada, como uma oferenda aos deuses.

Era algo como uma felicidade extrema, um êxtase que não era daquele mundo um para o outro. Eles estavam loucos? Não.

Mas as coisas quando se está apaixonado são assim mesmo.

Spe acordou, com o corpo cansado, suas costas estavam doendo e seu corpo parecia ter se esforçado ao máximo, somando os ferimentos e a transa. Ao seu lado, abraçado em seu peito, dormia o bruxinho ruivo que havia tirado dele o seu coração. Suas ataduras estavam manchadas, aliás, as dos dois estavam, a noite havia sido agitada e para um virgem, ele parecia saber exatamente o que estava fazendo ali.

E, no final das contas, era verdade, era de uma felicidade enorme poder dormir ao lado dele. Ele o abraçou forte juntando seus corpos e manteve o abraço forte por mais tempo. Para que ele nunca se fosse.