Tínhamos aterrissado. Onde será que estaríamos agora? Fui perguntar, mas o Doutor disse:

–Que tal um pouquinho da Terra?

Nós nos entreolhamos e sorrimos. Eu abri a porta, estava um dia ensolarado. Eu olhei para todos os lados. Estávamos em um grande gramado, de novo, porém este era em cima de uma colina. Eu andei um pouco para a frente e acabei percebendo que estávamos em cima de um penhasco. Mais à frente havia uma cidade. Assim, falei, apontando para uma grande muralha que havia logo à nossa frente:

–China?

–Exatamente!– exclamou o Doutor

–Interessante.– falei

Nós fomos descer a colina. No caminho havia uma estrada e algumas pessoas passavam com mercadorias, carrinhos de mão e várias outras coisas.

–A pergunta é, quando nós estamos?– perguntei

–China Imperial, século XVI.– falou

Entrando na cidade, chegamos em uma feira. Lá haviam os mais diversos objetos. Haviam leques, grampos, tecidos de ceda, aqueles dragões gigantes que voam no ar que nem pipas, aquelas luzes coloridas que ficavam penduradas em cima de tudo e mais tecidos de ceda. Eu olhava para tudo, maravilhada.

Continuamos o caminho. Após passarmos por um arco, que parecia ser uma espécie de Pingyao, no final da feira, já se podia avistar uma grande escadaria, que nós nos atrevemos a subir. Chegando ao final havia um portão com dois guardas.

–Quem são vocês? - perguntou um dos guardas, apontando uma lança para nós

O Doutor mostrou o seu papel psíquico.

–E quem é ela?– perguntou o guarda

–Ela está comigo.– respondeu o Doutor.

Eles abriram os portões e nós entramos. Havia um grande pátio. E logo a frente havia uma construção que seria meio que o "castelo", só que chinês.

Entramos. O chão era liso e tinha uma cor verde esmeralda, com alguns detalhes dourados. De repente entrou uma mulher, que veio correndo em nossa direção:

–Vocês devem ser os estrangeiros! - disse a mulher, entusiasmada - Venham comigo!

A mulher levou nós dois para um quarto, acho que ela pensava que éramos um casal. Ela nos mostrou o quarto e falou:

–Agora se vistam e desçam para o salão central.

Assim, ela saiu do quarto. Eu me tranquei no banheiro e levei várias roupas. O Doutor se trancou no outro banheiro. Alguns minutos depois nós saímos. Eu estava vestindo um pien–fu vermelho e dourado (só que digamos que eu estilizei ele um pouquinho, para ficar mais do meu estilo), e o Doutor, um shen– i azul escuro. Eu acho que ele só trocou de roupa mesmo porque a mulher mandou... Eu estava usando um batom vermelho escuro e um coque preso com um grampo dourado em forma de dragão.

Nós dois descemos. Entrando no salão, haviam várias pessoas. Todos usando várias roupas bem coloridas. Passando por algumas delas eu reparei em algo muito estranho. Algumas pessoas possuíam uma tatuagem de dragão, o problema era que essas tatuagens eram exatamente iguais, mesma cor, mesmo formato, mesmo lugar, como se fosse uma marca. Havia somente uma pessoa, uma mulher, que tinha uma marca diferente.

Aquilo estava me incomodando, como se tivesse algo errado. Isso sempre acontecia comigo, sempre que vinha alguma coisa errada, fora do lugar, eu ficava agoniada, queria consertar. Estranho que as marcas dos homens eram diferentes das marcas das mulheres.

Passou - se algum tempo, e entre as conversas, eu ouvi um barulho. Parecia alguém...sufocando?! Eu cutuquei o Doutor. Ele acabou ouvindo também. E procurando por todo o salão acabamos achando uma mulher caindo no chão. Chegamos tarde. Ela tinha acabado de morrer. Todos se voltaram para a mulher. O Doutor examinou - a. E olhando para ela, achamos uma marca na sua mão, era em forma de um olho com um risco no meio. O Doutor parecia mais preocupado ainda. Eu acho que ele reconhecia aquela marca de algum lugar...