A mulher era alta, tinha cabelo castanho com um pouco de ruivo, olhos escuros e pele clara. Já o homem tinha cabelo escuro e barba, seus olhos também eram escuros e tinha um tom de pele nem muito claro nem muito escuro. Ambos pareciam um tanto acabados, com certeza pelo trauma de participar dos jogos. Por esse mesmo motivo, eles bebiam muito, pelo o que vi. Por um segundo eles nos olharam, esperando que alguém falasse alguma coisa.

–Parabéns. - disse o homem, e os dois foram na direção das bebidas, para encherem seus copos novamente.

Eles deviam estar bêbados, com certeza.

–Olá? - disse Déniel.

Não houve nenhuma resposta.

Eles se sentaram, já com a garrafa de bebida na mão, nos encaravam.

–Então? Como vai ser?

–Calma. Ainda nem chegamos na capital.

–Eles estão bêbados... - sussurrei para Déniel.

–Não acham melhor pararem de beber?

–Não, eu acho melhor ir para o meu quarto. - disse a mulher, saindo.

–E você? Vai nos ajudar?

–Calmaaaaa. - disse o homem, se levantando e saindo também.

Estranho...bem estranho.

Um tempo se passou, e já estava de tarde, eu fiquei tentando assistir televisão, mas eles só falavam dos malditos jogos.

Na manhã seguinte, ao acordar, fui direto à sala para tomar o desjejum. Parecia que todos os outros já tinham acordado.

Na mesa estavam sentados Déniel e os mentores (que depois descobri que se chamavam Gryn Kamber e Ratch Renwen, que pareciam mais conscientes dessa vez.

Sentada um pouco longe, a mulher de azul e prata, que agora estava de roxo e azul escuro, ela estava acabando de ajeitar a maquiagem, seu nome era Harley, caso queiram saber.

Me sentei na mesa, me olharam um pouco, estava calada.

Eu comecei a comer, estava faminta.

–Então, o que você estava dizendo? - perguntou Déniel

–Fogueiras são como assinar seu tratado de morte. - disse Gryn.

–Vocês precisarão de patrocinadores.

–Como conseguimos isso? - perguntei, surpreendendo todos.

–Com certeza não calada como você está.

–Seja mais direto.

–Você precisa de...

Nesse momento, Déniel levantou, indo na direção da janela. Ele parecia olhar alguma coisa no ambiente.

–Olhem! Chegamos!

Me levantei e espiei através da janela. Era uma ambiente impressionante. Após passarmos por uma parede, demos em uma multidão de pessoas acenando para nós, pessoas da capital, as quais usavam visuais extravagantes e coloridos, assim, saí da visão da janela. Déniel fez o mesmo, ele entendia a seriedade de tudo o que estava acontecendo.

–Vã, acenem de volta. Não querem que os considerem chatos, querem?

Ainda relutante, Déniel falsificou um sorriso e acenou para a multidão. Eu, porém não consegui fazer o mesmo, então só os fiquei olhando, discretamente.

***

Depois que chegamos, eu fui colocada em uma sala, eu seria “tratada” lá, digo, eles me arrumariam para impressionar a todos. Me lavaram, depilaram, apararam minhas mexas, dentre muitas outras coisas.

Depois disso, fui colocada em outra sala. Fiquei lá, observando o teto, até que escutei passos, olhei para o lado e me deparei com uma figura conhecida. Fiquei sem palavras. Não esperava por isso.

–Kryn?!