The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 1

Capítulo 34 - O Envenenamento e Suas Estranhas Consequências


Digamos que eu não estava totalmente inconsciente. Pelo o que consegui perceber, eram dois no chão, eu e Merlin. Mal conseguia ver direito, mas consegui ver que várias pessoas se aproximavam, e conseguia discernir algumas raras palavras.

–Temos que levá – los de volta aos meus aposentos. - disse...Gaius, eu acho. - Tragam a taça. Preciso identificar o veneno. - sim, era Gaius.

Me senti sendo carregada por alguém, e depois fui deitada em uma cama.

–Ela parece que ainda não está totalmente inconsciente.

–Está me ouvindo, Ana? - alguém disse.

Eu tentava responder, mas não conseguia. Meu corpo estava combatendo fortemente o veneno, mas não tinha defesas o bastante, assim, apaguei totalmente.

De repente, eu vi outro ambiente. Era uma visão. Primeiro, eu vi uma moça, no meio de uma floresta. A moça, por acaso, parecia estar “caçando” umas aranhas gigantes, junto do misterioso elfo que tinha sonhado antes, o talvez Legolas. Não dava para ver o rosto dela, já que usava um capuz e nunca mostrava o rosto. Até que em um breve momento ela se virou, revelando uma pele clara, olhos e cabelo escuro...era eu.

Foi nesse momento que a visão mudou. Vi uma taverna, com certeza da época dos piratas. Bem no centro, um homem, um pirata, rodeado de mulheres, e outros piratas, parecia contar alguma história bem interessante.

–Muito bem, rapazes! Eu vou dar a opinião sincera do Barba Negra...

Barba? Barba Negra? Ah, sim, quer dizer o pirata Edward Teach...ou Thatch...que seja, eu me lembrando das queridas aulas de história em que eu comecei a soltar o assunto dos piratas...mas, pera aí, muita calma nessa hora...por que eu estaria tendo uma visão com ele?

A mulher ao lado dele, uma moça de pele bronzeada, olhos azuis e cabelo castanho, parecia totalmente interessada na conversa do pirata, mas me chamou a atenção o fato de que ela não estava se jogando em cima dele, como as outras que estavam em volta. Ela parecia querer saber da história, e não dele.

O homem continuava falando. Parecia que a visão tinha dado uma corrida e mudado para um momento logo depois, no mesmo lugar. A mulher estava levantando da cadeira para falar com um outro homem que se aproximava.

–Ah, e este é o tal capitão de quem vos falei. - disse o pirata da mesa, o Barba Negra.

–Então você é o tal Edward Kenway.

Edward Kenway? Não conhecia esse daí não, mas o nome Kenway não me parecia estranho...

–Vê se não pega essa daí também. - disse um homem atrás dele.

–Ok, Charles.

–Barba Negra me contou muito sobre você. - falou a mulher.

Algo no olhar daquela mulher, no seu jeito, não me era nenhum pouco estranho.

–Sério? - disse o Edward.

A mulher já ia responder, mas de repente guardas entraram na taverna. Os guardas revistavam todos no local, e foi ao olharem para a mulher que se direcionaram rapidamente a ela.

–Deve ser essa daqui.

–Não sei do que estão falando.

Os guardas foram prender ela, quando esta rapidamente enfiou uma adaga no que se aproximara dela. De repente uma luta começou no local, e quando a mulher se virou, seus olhos pareciam ter ficado amarelos, e assim, a visão mudou novamente.

–Eu realmente não acho que eu devia.

–Devia o que?

–Matar ele.

–O vampiro?

–Sim.

–Ele é um vampiro. Um V-A-M-P-I-R-O. Não são criaturas legais, e nós somos caçadores, nosso trabalho é matar essas coisas.

–É, mais não é culpa dele. Ele é uma pessoa boa, só que ele foi transformado. E ele me ajudou naquele dia, você sabe disso.

–Nós, caçadores, servimos para matar coisas sobrenaturais. Por que? Porque coisas sobrenaturais, mesmo quando inocentes, acabam causando algum mal, e nós temos que acabar com esse mal. Desculpa, Ana, mas nós temos que matar aquele vampiro.

Era uma sala. Um homem alto, de olhos verdes, falava com uma mulher. Ana...eu, com certeza. Mas...eu estava mudada. Eu não tinha mais um olhar inocente, e sim um olhar preciso, observador, perspicaz. Do lado do homem, estava outro, ainda mais alto...muito mais alto, era quase um gigante do nosso lado. O cabelo dele era mais longo do que o do outro. Caçadores? Ok, calma.

A visão mudou novamente, quando pude ver meus olhos diretamente, e tudo ficou branco. Na verdade a visão não mudou, parou, só que eu não tinha percebido isso muito bem.

Me vi em uma floresta, de repente. Eu estava usando calças marrons, uma armadura prateada e um capuz castanho como o tronco de um carvalho. Tinha um pano que cobria a minha boca. Estava armada com a minha espada élfica, meu arco, algumas flechas e duas adagas na cintura. Eu corri para um lago pequeno que estava perto de mim e vi meu reflexo, não era exatamente o meu reflexo. Eu estava com olhos verdes e cabelo castanho claro. Olhei para o meu pulso e vi um bracelete prateado com uma pedra no meio, a diolgartyr. A pedra brilhava sem cansar, ela estava ativada.

–Onde diabos eu estou? - me perguntei.

Será que eu tinha quase morrido e por isso Kryn me mandou para outro lugar? Será?

De repente ouvi o barulho dos cascos de um cavalo que tocavam no chão. Alguém se aproximava. Me virei surpresa, procurando ver alguém.

Mas, seja quem fosse, não podia me ver. O que diria a ele? E se quisesse me matar? Era o que parecia, uma mulher estranha e armada numa floresta meio sombria é algo um tanto suspeito...o que fazer? Correr!

Saí correndo, para frente (não me diga!) procurando algum arbusto no qual pudesse me esconder. Falhando na procura por arbustos decidi subir uma árvore, e percebi que, para a minha sorte, havia um caminho que poderia ser atravessado pelos galhos. Fui fazendo esse caminho, até dar em uma área vazia, rodeada pelas árvores, onde uma mulher lá estava.

A mulher usava um vestido rosa rasgado, e parecia ter um machucado no braço. Era a tal serva, a “Cara”. Era Nimueh. Eu ainda estava nas aventuras de Merlin então. Fui só observando o tal misterioso homem do cavalo chegar, que era Arthur, o que me deu um alívio imenso.

Ao perceber que Arthur se aproximava, a moça começou a soltar uns gemidos, fingindo que estava com medo, e fingiu chorar também.

–Está tudo bem? - perguntou Arthur, se aproximando.

A moça fez que ia responder, mas porém, ouviu – se um som estranho, de algum monstro, que estava vindo na direção deles.

–Fique atrás de mim. - disse Arthur, que se levantara e saíra do lado da garota, se preparando para o combate.

Tirou a espada da bainha e fez um olhar desafiador para o bicho, que rosnava para ele. Realizou alguns movimentos inúteis com a espada, revelando o seu ponto fraco: o pulso. Sim, o pulso dele não estava coberto pela armadura. Assim, o monstrengo se aproximou mais ainda.

Nimueh disfarçadamente soltava um sorrisinho do tipo “Haha, vou ganhar”. Ela parecia aqueles torcedores que ficam naquele “Vai ou não vai fazer o gol”, se mexendo para a frente quase que gritando “Acerta ele!”.

Enquanto isso Arthur tentava acertar o monstro de algum jeito, fazendo golpes de lá pra cá com a espada, sem sucesso. A Nimueh já estava começando a ficar nervosa, e eu também.

O Cockatrice , o tal monstrengo que o Arthur estava lutando com, fez que ia pular, e pulou. Mas Arthur rapidamente deu uma cambalhota por baixo dele. E assim, ele girou a espada, e a jogou na direção do bicho, que foi acertado por ela, causando um olhar desapontado em Nimueh. Mas de repente, quando Arthur se virou, o bicho, sabe – se lá como, se levantou. Ele era para estar morto, se me lembro bem. Ele ia acertar Arthur, e Nimueh estava pronta para ver isso acontecer. Então, repirei fundo.

–Você consegue fazer esse pulo. - murmurei para mim mesma.

Assim, tirando a espada da bainha dei um pulo perspicaz, acertando o Cockatrice bem no pescoço, que caiu no chão morto. Assim que ouviu o som do bicho caindo morto no chão, Arthur se virou, surpreso com a presença da pessoa que acabava de sair de cima dele, eu.

–Antes de se vangloriar certifique – se que a sua presa está morta. - disse, sarcasticamente.

Arthur, parecia totalmente surpreso com o fato de uma mulher ter conseguido matar aquele bicho melhor e mais rápido do que ele.

–O que? Surpreso? - disse.

–Não, eu só não esperava que ele tivesse sobrevivido.

–Vocês nunca esperam. - murmurei.

Assim, nós dois nos viramos para a garota, que rapidamente se levantou, fingindo que estava com medo da gente.

–Está tudo bem. Não irei machucá – la. - disse Arthur, se aproximando da garota. - Quem fez isso com você?

–Meu mestre. - respondeu a garota. - Fugi dele, mas eu acabei me perdendo. Por favor, não me abandone!

–Não irei.

–Pode me tirar daqui?

–Ainda não.

–Porque tem algo que preciso fazer antes.

–Por que veio até as cavernas?

–Estou procurando uma coisa. - começou Arthur. - Uma coisa que só pode ser encontrada aqui.

–O que é? - falou a moça, se fingindo de inocente. - Conheço esse lugar. Posso ajudá – lo.

–É um tipo de flor que só nasce dentro da caverna.

–Hmm, que coisa estranha. - comecei. - Você se perder em um lugar que conhece.

–Shhh. - disse Arthur. - É uma flor bastante rara.

–Obrigada por totalmente me excluir da floresta, sou eternamente grata. - falei, e os dois se viraram para mim. - Minha vez de falar, certo? Ok, você quer achar uma flor dentro de uma caverna.

–A flor Morteaus? - perguntou a moça.

–É claro que é a flor Morteaus. Você acha que ele viria aqui por uma rosa ou por um lírio.

–Eu sei onde elas estão. - falou a mulher. - Posso mostrar pra você.

Eu estava quase fazendo um sinal de fogo para o Arthur ali. Como ele não percebeu que aquela mulher era do mal? Você não se perde em um lugar que você conhece ao ponto de saber a localização de uma florzinha rara maldita que fica escondida por aí! E não se fica dando informação para estranhos! E como assim ele não percebeu que aquela mulher estava no salão como uma das servas de Mércia! Ô garoto loiro estúpido!

–Ok, tenham a sua aventura, eu ficarei aqui, segura, já que eu tenho amor a minha vida. - disse, cruzando os braços.

Os dois foram na direção da caverna, e lá entraram, segurando tochas. “É uma bosta de uma cilada”, pensei,

–Mas vai ajudar a me salvar e a salvar Merlin. - murmurei. -Um dia ainda vou me arrepender disso.

Assim, escondida, fui andando pelos corredores, procurando achar os dois. De repente, e bem fraco, pude ouvir uma conversa longe.

–Lá estão.

–Fique longe da beirada. - disse Arthur. - Não se preocupe, sairemos logo daqui.

Nimueh começou a sussurrar umas estranhas palavras, estava fazendo um feitiço para que a ponte caísse, e o Arthur não tinha percebido.

–O que está fazendo? - disse Arthur, ao perceber que a moça estava fazendo um feitiço.

Só ouvi o barulho de alguém pulando em algo, devia ser Arthur.

–Esperava bem mais de você.

–Quem é você? - perguntou Arthur.

–O último rosto que verá na sua vida. - disse, recebendo um resmungo de resposta. - Parece que temos visita.

Eu ouvi um barulho. Algum bicho, uma aranha gigante, com certeza.

–Por que sempre são aranhas gigantes? - perguntei para mim mesma.

–Muito bem. - disse ela, ironicamente. - Mas este não será o último. Eu deixarei que os amigos dele finalizem – o Arthur Pendragon. Seu destino não é morrer em minhas mãos. - disse, saindo.

–Quem é você? - gritou Arthur, na escuridão.

Assim, pareceu outra aranha, que foi acertada por uma flecha. De quem? Minha.

Quando a moça saiu, eu estava indo bem na direção dela. Ao vê – la, tirei a espada da bainha. E ela ficou totalmente surpresa com a flechada que eu dei na aranha.

–E também não é o seu morrer nas minhas, mas vale a tentativa. - falei, tentando acertar Nimueh, porém esta fez um feitiço e me jogou para bem longe, e caí bem no chão duro de pedra (momento fail), e assim, ela continuou seu caminho. - Por que, hein?

Ostia et propinquis lapidem

Assim, eu só pude ver um bando de pedras caindo, fechando a porta da caverna. E agora?

Rapidamente me levantei me recuperando da queda. De repente o ambiente tinha ficado totalmente escuro, e só faltou eu falar “Alguém acende o isqueiro aí”, porque meu Deus, estava um breu danado. A melhor solução seria um feitiço. Eu ainda não tinha muita prática nos feitiços de luz e fogo, mas podia tentar alguma coisa.

–Illuminare...como é que é mesmo? - falei comigo mesma estalando os dedos. - Ut, si quis...

Illuminare - ut, si quis est in tenebris, leviora et graviora luce mundi

De repente, na minha mão começou a aparecer uma luz pálida, que aos poucos iluminava o ambiente.

–Agora, vamos te achar, Arthur.

Ao longe eu ouvi a voz de Arthur gritando:

–Venha! O que está esperando? Acabe comigo!

Conseguia ouvir o barulho de movimento. A armadura dele tocando as paredes, estava tentando se reerguer. Ouvi outro barulho, mais aranhas.

Fui correndo até onde pude e cheguei em um lugar. Tinha um vau enorme, e do outro lado lá estava ele. Arthur tinha escalado boa parte da parede para pegar as flores, e finalmente tinha conseguido. Agora, ele precisava voltar, e as aranhas se aproximavam cada vez mais dele.

E tinha aquela luz, uma bola de luz. Ao vê – la eu quase podia jurar que ouvi Merlin dizer “Siga a luz”. Assim, fechei a mão, apagando a minha luz mágica. E lá ia Arthur, seguindo a luz, o mais rápido que podia, e tinha até tirado as luvas.

Ele ia escalando, e ia sair.

Foi aí que percebi, aquela era a única saída, e eu teria que escalar também, antes que chegassem as aranhas. Eu hesitei, e aí dei um pulo (muito ninja, por sinal) e comecei a escalar rapidamente. Vacilei algumas vezes, e esta apavorada de cair ou de ser pega pelas aranhas, não sabia qual seria pior. Continuei a escalar.

Em questão de alguns minutos, nos dois estávamos saindo da caverna.

–Obrigado. - disse Arthur, me ajudando a sair do buraco.

–De nada. Eu só acho que a gente devia sair daqui. - disse.

–É.

Assim, nós dois saímos correndo de perto daquele lugar, e a noite já avançava na floresta.

–Então você é o tal Arthur Pendragon... - comecei.

–Me desculpa, não posso mais perder tempo, estou com as horas contadas. - disse Arthur, quase sem fôlego.

–Entendo, são as flores. Pode ir levá – las, eu acredito que seja lá quem for deve ser alguém muito especial.

–É, são duas pessoas na verdade, um deles salvo a minha vida, e a outra é uma amiga que eu estou tentando fazer as pazes.

–Então vá.

–E você?

–Ah, eu me acho...- disse. - Mas, pensando melhor, você poderia me dar uma carona até perto dos portões da cidade? É que eu perdi o meu cavalo.

–Ok, suba aí atrás e vamos logo.

***

Quando estávamos nos aproximando de Camelot já era de manhã, e eu estava quase desmaiando de sono.

–Aqui está bom. -disse, e Arthur parou o cavalo, e eu desci.

–O que eu poderia fazer para pagar a nossa dívida?

–Já fez, você me deu uma carona.

–Você salvou minha vida, mais de uma vez, uma carona não é o bastante.

–Então se nós nos encontrarmos novamente você me salva e aí estaremos quites.

–Como eu vou conseguir te encontrar? Me mostre o seu rosto!

–Se eu estou usando esse pano na cara até agora com certeza não quer dizer que eu quero que alguém veja o meu rosto. - falei, ironica. - Calma, você vai saber se me ver. - disse, já me afastando.

–Não há nada que possa fazer agora?

–Pensando melhor. - disse, me virando para ele. - Tem uma coisa.

–O que?

–Nunca duvide mais de mulheres.

–Hm?

–Pode acreditar, você já teve dois exemplos disso hoje. Mulheres podem ser mais poderosas e fortes do que imagina. Adeus, Arthur Pendragon. Que nossos caminhos se cruzem novamente quando as folhas da estrada forem verdes. - disse, sumindo de sua visão.

De repente eu apaguei. Como? Eu não sei! Eu simplesmente apaguei e me senti de volta ao quarto de Gaius. Eu percebi isso por causa do cheiro, é claro. Agora o que me restava era esperar que Arthur nos salvasse.

***

De repente, eu senti a morte tomando o meu corpo, porém segundos depois, senti vida, muita vida...e um gosto ruim de remédio. Aos poucos consegui abrir os olhos. Estava viva!

–Isso é nojento, deveria ter vergonha. - disse Merlin.

–É, você tem idade para ser avô dela. - completei.

Assim, Gaius e Gwen que estavam abraçados rapidamente se viraram, surpresos pelo fato de que nós estávamos vivos.

–Merlin! Ana! Estão vivos! - falou Gaius.

–não, somos os fantasmas deles que vieram assombrá – los. - disse Merlin.

–Imagina. - disse.

Gwen estava tão feliz que deu um beijo em Merlin. Eu só fiquei com aquela cara de “Calma aí moça!”.

–Me desculpa, eu só... - começou Gwen. - Pensei que estivesse morto.

–Está tudo bem. Está mais que bem. - falou Merlin, com o coração acelerado. Assim, mexeu a cabeça e se direcionou à Gaius. - O que houve?

–Boa pergunta, o que houve? - disse.

–A última coisa que me lembro é de beber o vinho.

***

Tudo que aconteceu foi propriamente explicado para nós. Me trouxeram um vestido para eu me tocar (que eu pedi, para ficar mais confortável) e tirei as joias e os enfeites. Eu e Merlin estávamos comendo na casa de Gaius, quando Arthur entrou pela porta.

–Então ainda estão vivos. - disse Arthur.

–É, por pouco. - disse Merlin, se virando.

–Não foi dessa vez que a gente morreu. - falei.

–Soube que tenho que agradecê – lo por isso.

–Bem, não foi nada. Um servo decente e uma amiga corajosa são difíceis de conseguir.

–Pera aí, eu ouvi “amiga corajosa”? - falei, sarcasticamente.

–Haha, só estava passando para saber se estava tudo bem. Volte para o trabalho amanhã.

–Claro. Bem cedo. - falou Merlin. - Arthur?

–Hm?

–Obrigado.

–Você também. Descanse um pouco. - disse Arthur, saindo pela porta.

–Arthur pode te dar trabalho, mas é um homem de honra. - falou Gaius.

–Ele só precisa de algumas pessoas e situações para mostrar isso. - disse.

–Não há muitos que fariam o que ele fez por um servo.

–Não valeria de nada se você não soubesse fazer o antídoto. - falou Merlin.

–Coma o seu jantar.

–Ainda não entendo, por que ela se importou em prender Bayard. Poderia só ficar quieta e matar o Arthur.

–Foi tudo uma questão de plano... - comecei.

–Destruir Arthur e Camelot não era só o que ela procurava. Ela sabia que você seria forçado a beber aquele vinho.

–Resumindo, ela queria matar você. - disse.

–Lady Ana! - disseram dois guardas, entrando no quarto. - Vamos te escoltar até o castelo.

–Ok, um minutinho. - disse, acabando meu jantar, pegando as minhas coisas e indo na direção dos guardas. - Tchau gente.

–Tchau. - disseram os dois.

Assim, saí, e fui levada de volta ao castelo.

Ao chegar no meu quarto, troquei de roupa e me deitei, ansiosa para os dias que viriam.