Na última noite eu havia passado um bom tempo pensando, tentando me lembrar o máximo que podia sobre o que acontecia na história de Merlin. Tentei lembrar o máximo que podia, até notar que havia uma coisa muito estranha no aposento. Eu tinha dado uma pausa nas lembranças, nesse momento, estava deitada em minha cama, lendo um livro. Foi aí que percebi a presença de uma bolsa, tipo aquelas malas de viagem que se levam na mão, que não estava ali antes. Me aproximei, vagarosamente (considerando o que eu já tinha passado, sabe-se lá o que poderia sair daquela bolsa), abri a bolsa e vi algumas coisas. Lá dentro tinha um caderno, tipo um diário, alguns livros, diversos, e teve um deles que me chamou mais a atenção, na capa dele estava escrito “Merlin”, e embaixo estava gravado o número 1. Me atrevi a abrir o livro, lá dentro tinha toda a história do primeiro livro de Merlin. Fui foleando as páginas, e de repente, um envelope, feito daqueles pergaminhos antigos da Idade Média, caiu no chão. Fechei o livro e peguei o envelope. Lá tinha uma carta que dizia:

“Cara Ana,

Nós não nos falamos tanto, porém, percebo o seu interesse em se lembrar das histórias do seu querido livro, das histórias que estão prestes a acontecer. Por isso, aqui nessa bolsa lhe dou um livro com as histórias que precisará por enquanto. Não posso garantir que só aconteçam os fatos narrados aqui, assim, é preciso que tome cuidado. Nessa bolsa lhe dou também um diário, para que possa narrar as suas incríveis aventuras nesse mundo desconhecido. Terão muitas outras coisas que talvez lhe sejam úteis nesta bolsa, mas lhe dou a liberdade de explorá – las sozinha. Que lhe sirva adequadamente agora e até o resto de sua jornada.

Assinado: Kryptonarion Krastylken, ou, como preferir, Kryn.”

Observei mais um pouco o conteúdo da bolsa. Lá havia, também, uma adaga, vários mapas, um frasco de tinta e uma caneta (tipo aquelas que tem uma grande pena em cima), um bracelete com um buraco no meio e uma caixinha. Quando abri a caixinha vi uma bela pedra que tinha um tom de lilás misturado com um branco brilhante e levemente prateado. O formato da pedra era meio redondo, ao mesmo tempo que parecia ser um hexágono. Eu não entendi de quê serviria uma pedra, na certa ela tinha algum poder maior que eu não compreendia naquele momento. Por um momento eu pensei em usá – la como enfeite, tipo em um colar, mas depois pensei melhor e percebi que era melhor eu não fazer isso, sabe – se lá se aquela pedra podia ser...sei lá, algum tipo de coisa mágica conhecida por alguém do reino e que pudesse me denunciar para o rei...ou sei lá...algum tipo de bombinha mágica...Choveram na minha cabeça possibilidades diversas, então preferi simplesmente guardar a pedrinha de volta na caixa e colocá – la na bolsa. Passei um bom tempo depois disso deitada na minha cama com o caderninho onde fiquei anotando tudo o que havia acontecido nos dias anteriores, desde que embarquei naquela estranha aventura, desde quando conheci o Doutor, até aquele momento, quando ganhei a bolsa. Foi somente naquele momento que comecei a me perguntar quanto tempo aquela jornada duraria. Eu já estava fora há, pelo menos, umas 2 ou 3 semanas. O tempo passou tão rápido... Tão rápido que eu mal tinha percebido. Já que, pelo visto, eu na certa passaria por diversos mundos, eu na certa ficaria um bom tempo fora, mas...quanto tempo? Quando poderia ver minha casa e meus parentes novamente? Por um momento fiquei me perguntando isso, e me coloquei a escrever mais e mais coisas...

“Diário de viagem – Pausa

Na estrada de mundos estou perdida. Quando voltarei? Minha mente está cheia de pensamentos perdidos e confusos...Cheio de teorias contestáveis...O que eu devo fazer? A aventura ainda há de vir, e eu tenho que estar preparada. Sei que isso soa um tanto dramático, mas nunca se sabe quando se pode morrer. Tenho que me preparar para cada momento, cada segundo. Por enquanto, estou indefesa. Não sei lutar com nenhum tipo de arma, mas tenho que tentar. Tenho que me esforçar o bastante e treinar, para que possa ser uma guerreira, a nível de Camelot, a nível de todos os grandes heróis. Espero conseguir.

– Ana.”

"Que eu embarque nessa jornada da forma certa."