Ás vezes nós esquecemos quem somos.

Ou,o que somos.

Depois de tudo o que passei,de tudo o que eu ví,eu me pergunto,como as pessoas prosseguem com as suas vidas?

Como elas conseguem,quando tudo o que vemos são eles se destruindo,sendo cruéis e se matando?

Acabando rapidamente com a inocência do mundo?

Bem,não sei se eu realmente gostaria de ter uma resposta.

Mas eu estava certa.

Não estávamos prontos para o que estava lá dentro,do outro lado da porta.

Pelo menos,eu não estava.

P.O.V Sarah

Nós entramos no quarto,ele era cinza,mas por causa das lampadas,ele tinha um "ar" meio avermelhado.

Havia uma cama de casal no centro do quarto,com uma comoda de cada lado,uma mesa redonda no canto,perto da parede,e uma escrivaninha.

Seria normal,senão fosse as milharem de fotos pregadas nas paredes.

Nas fotos,crianças,algumas de roupas íntimas e outras nuas,mas a maioria obviamente torturadas.

A cada foto que eu olhava,parecia que tinha um peso sendo colocado em cima do meu peito.

Eu podia sentir a dor delas através dos seus olhos.

Quem disse que os olhos são a janela da alma, estava certa.

Também sentia que estava tendo problemas para respirar.

-Estão todas...?-perguntou Helena,com a voz falhando.

-Mortas?-perguntei com a voz fraca,limpei a garganta-sim.

Como eu não estava mais aguenttando ficar alí,saí correndo do quarto,á procura do banheiro.

Enquanto descia as escadas,pude ouví-los me chamando,mas estava ocupada demais tentando não cair.

E quando cheguei ao banheiro,me ajoelhei perdo da privada,mas percebi que estava vazia demais até mesmo para vomitar.

Coloque minha cabeça em meus braços,e senti alguém passando a mão pelos meus cabelos,mas eu não me importei,eu não conseguia tirar da cabeça os olhos delas.

Levantei a cabeça e olhei para trás,para minha surpresa era Dean,ainda com a mão em meus cabelos.

Em seus olhos não havia pena,apenas compreensão,e aquilo me desarmou.

-Eu só... só preciso de um tempo-disse sentindo a garganta arder.

Ele me encarou por um longo tempo e com a mão,limpou uma lágrima que insistiu em cair.

Antes que eu falasse ou fizesse alguma coisa,ouvimos o barulho da porta da frente sendo aberta.

-Sarah?!-ouvimos alguém chamar.

Nós havíamos fechado a porta,e estávamos de pé,dentro da banheira,a mesma banheira da minha visão,aquela que me salvava.

-É o senhor matthew-sussurrei perto do ouvido do Dean.

Ele era uma das pessoas que ajudavam a limpar o acampamento,e ele era realmente legal com as suas piadas e suas roupas esquisitas.

P.O.V Dean

-É o senhor Matthew-disse sarah em meu ouvido.

Me senti arrepiado ao sentí-la tão perto de mim assim.

Apenas assenti,agradecendo mentalmente,por ela não ter percebido.

Como niguém respondeu,Matthew foi embora,e nós saimos,com cuidado do banheiro,para ir procurar o Sam e a Helena.

-Tudo bem com vocês?-perguntou Helena assim que nos viu.

Ela,junto com Sam,haviam se escondido em um lugar abaixo das escadas,que para a sorte deles,era rodeado por sombras.

-Sim,nos escondemos na banheira-expliquei para eles.

Logo ciou um silêncio pesao,ninguém sabia o que falar.

-Vamos,não temos muito tempo antes que comecem a nos procurar-disse Sarah.

Eu encarei os outros,eles assim como eu,não estavam muito afim de deixá-la voltar lá em cima.

Ela podia não estar acostumada com isso,mas nos preocupávamos com ela,e não queríamos que ela se machucasse ou sofresse.

Ótimo,to parecendo uma mulherzinha agora.

Ela pareceu perceber nossa "luta interior",pois bufando,foi para a escada.

-Não acho que é uma boa idéa você voltar lá-disse Helena bastante hesitante.

Ela se virou e encarou todos nós,e com uma voz suave,mas firme,respondeu:

-Eu vou ficar bem,ok?

E dizendo isso,terminou de subir as escadas.

Bufando fortemente,subi as escadas rapidamente,não querendo que ela ficass muito tempo sozinha lá em cima,dentro do quarto.

Senhor Matthew:

Continua ;*