The High School

O Começo. De Novo!


E lá estava eu novamente. A única diferença era que não era mais um veterano, agora estava no segundo ano. Só mais um e pronto. Até que o primeiro não foi tão ruim como achei que era, em vez de piorar minha situação, pode-se dizer que ajudou.

A grande porta de vidro estava lá, e também aquela faixa de sempre, pendurada em cima do nome do colégio.

O caminho até Delarriva, sem Theo, era muito sem graça. Mesmo não querendo admitir, estava com falta do meu irmão. Agora era somente Elizabeth e eu.

— Ei... Terra para Adan. - Melissa aparece ao me lado de repente.

— Oi Mel! Quanto tempo.

— Só isso? Ficamos semanas sem nos vermos e você só diz "Quanto tempo"? - emburra-se, com uma expressão muito fofa.

— Desculpe. - rio. - Seu cabelo já está grande de novo.

— Ah! Eu sei! Lindo né? - brinca.

— Não comece a se achar.

— Chato.

— Desculpe haha. - rio mais uma vez.

Entramos depois desse pequeno, e cheio de saudade, diálogo.

Nada diferente, a não ser inúmeros rostinhos novos. Fiquei feliz em ver Alice, a irmã de Carter. O diretor Steven estava prestes a iniciar seu discurso de boas vindas.

Depois de termina-lo, sempre do mesmo jeito, o diretor veio falar comigo e Melissa.

— Sr. Blake, Srta. Fabien!

— Sim diretor Steven! - respondemos praticamente juntos.

— Quero que apresentem o colégio para um grupo de novatos. Posso contar com vocês para isso?

— Mas não teria que ser alunos do terceiro ano, senhor? - pergunto.

— Vieram poucos. Se puderem quebrar esse galho.

— Claro. - digo.

— Sem dúvida. - complementa Mel.

— Obrigado. Boa sorte.

E então lá estavam eles, mais baixos que eu pensava. Nem acreditava que estava passando pelo mesmo que eles ano passado. Pelo menos Alice estava no nosso grupinho, um rosto conhecido.

Levamos os calouros por todos os principais lugares do colégio, enrolamos um pouco, assim não teríamos que entrar na primeira aula. No meio do "passeio", percebo que um deles senta no chão e começa a distanciar-se do grupo.

— Ei, Mel! Pode aguentar um pouco sozinha?

— Por quê? - pergunta confusa.

— Aquele garoto lá atrás. Quero ver o que houve.

— Tá. Eu assumo daqui.

— Obrigado, eu já volto.

Caminho até a direção do novato solitário. Ele era um tento quanto musculoso para sua idade, loiro arrepiado e lábios salientes, não que ficasse reparando, mas realmente eram.

— Ei, por quê parou? Quer ajuda em alguma coisa? - pergunto sorrindo, queria ser simpático.

— Nada. - curto e grosso.

— Olha, vou te contar uma coisa. Quando cheguei aqui ano passado, eu me senti completamente perdido, sem ninguém, como se tudo fosse desmoronar. Em menos de dois dias eu já era notícia e motivo de fofoca por toda lado. Mas eu tive sorte de encontrar pessoas maravilhosas que me ajudaram a enfrentar o primeiro ano do ensino médio, foi ai que percebi que não é tão ruim assim. Quero apenas te ajudar, se precisar pode falar, tá legal?

— Obrigado mas, não é bem isso.

— Posso saber o que é então?

— Tudo bem... Eu não queria vir para cá, preferia meu antigo colégio particular. Eu não tenho preconceito nem nada, mas como eu vim de uma família nobre, tenho medo de como as pessoas daqui vão reagir. Não me preocupava com isso lá, todos eram... iguais.

— HAHAHA. rio.

— Por quê está rindo? - ele pergunta.

— Se é isso não precisa se preocupar garoto. Temos todo o tipo de pessoas aqui para todo o tipo de gosto. Eu por exemplo, namoro um cara, não sei exatamente o que sou, não curto rótulos, mas quero dizer que ninguém aqui vai te julgar por nada. Quer dizer, a menos que molhe a cama...

— Como assim? - pergunta.

— Melhor nem querer saber. - brinco.

— Obrigado... Como é o seu nome mesmo?

— Me chamo Adan. Adan Blake.

— Sou Dylan Miller. Prazer.

— Prazer. Não exite em me procurar se quiser falar de novo.

— Tudo bem. Valeu. - agradece.

— Agora vamos, o pessoal já está bem longe.

Voltamos com o resto dos veteranos. Mel já estava acabando de apresentar o colégio, todos estavam encantados com o tamanho do lugar. Igualzinho a mim aquele dia.

Por fim terminamos de mostrar tudo e eles foram para suas respectivas aulas. Dylan me agradeceu mais uma vez e se despediu antes de ir.

Fui junto com Melissa para a aula de história, tínhamos quase todas as aulas juntos nesse segundo ano, já com Carter somente uma, cálculo. Pelo menos era aquela matéria que ele sempre me ajudava.

Chegamos na sala, todos já estavam lá fazia tempo, demorou para explicarmos para a professora o que havia ocorrido, mesmo assim não pudemos entrar na primeira aula.

Logo o sinal bate, e aquele tumulto de jovens estudantes calouros aparecem nos corredores, todos perdidinhos para variar um pouco. A próxima aula era cálculo, finalmente ia ver meu namorado, queria saber se estava bem depois do divórcio de seus pais.

Na sala todos juntos mais uma vez, eu, Melissa, Carter, Chloe, Benjamin (um novo amigo de Mel, que disseram que entrou em meu lugar ano passado), Dawn e seu primo (outro aluno novo. Chamava-se Leon, e tinha a mesma cara de bosta da prima). Pelo menos uma aula para podermos colocar os assuntos em dia. A cara de todos ficam no chão quando o nosso querido velhinho não entra para dar aula, e sim um professor meio cabeludo com cara de estuprador.

— Olá alunos. Acho que devem estar estranhando esta pessoa quem vos fala. Meu nome é Derian, e serei o novo professor de cálculo de vocês. Sinto informar que infelizmente o Sr. Winter faleceu noite passada.

Não podia acreditar, aliás, ninguém acreditava. Todos ficaram de bocas entreabertas. O nosso querido velhinho estava morto, tudo bem que ele já estava com quase cem anos, mas foi um choque. Mel chorou, era seu professor preferido. Fiquei levemente preocupado, se já ia mal com o Sr. Winter, nem queria pensar como seria com esse outro.

Ele continuou a falar depois de dar a triste notícia.

— Além de tudo, quero apresentar a vocês minha filha, Violette. Acabamos de se mudar, ela é muito tímida por isso não estranhem. Ela ira estudar com vocês nesta aula.

Eis então que surge uma linda garota de trás do homem alto em nossa frente. Era morena, mais ou menos no mesmo tom que os meus cabelos, olhos castanhos, com um olhar penetrante escondido atrás de toda aquela timidez, e seu corpo era perfeito, pode-se dizer que parecia ter sido esculpida por anjos.

— Ei bobão, pare de babar. - Melissa tira minha concentração. - Você tem namorado não se esqueça.

— Não, eu só estava... Eu estava...

— Eu estava, eu estava. Parece que os garotos dessa classe ganharam mais um brinquedinho.

— Como assim? - pergunto.

Foi ai que olho em volta. Todos os homens da sala estavam fixados nela, na filha do nosso novo professor. Incluindo Carter...

— Ei! Eu to aqui tá!. - sussurro para meu namorado.

— Cala a boca. - diz sem tirar os olhos dela.

— O que disse CARTER AXEL? - franzo as sobrancelhas.

— AH! Amor, era você. Desculpe, mas ela é tão gostosa...

— Tá legal, pode olhar... - irrito-me.

— Melhor tomar cuidado Adanzinho. - interrompe Dawn.

— O que você quer em garota?

— Seu namoradinho gosta de fazer coisas escondido das pessoas, vai que essa garota aí vira sua próxima vítima.

— O que quer dizer em Dawn? - pergunto sem entender.

— Nada hahaha. Sabia que Carter adora um estacionamento? Eu não sabia.

— Você é muito malvada prima. - Lean entra na conversa.

— Aprendi com o melhor priminho.

— Da pra me dizer logo. - irrito-me, e fico ainda mais confuso.

— Pergunta para o seu namorado ué.

O sinal toca durante o meio dessa discussão maluca, só sei que não havia entendido nada.

— Ei amor, o que Dawn tava falando na aula agora a pouco? - pergunto a Carter.

— Não é nada amor, sabe como aquela maluca é. - ele disfarça seu olhar para Melissa, como se estivessem fazendo sinais. Algo estava errado, mas ignorei, afinal era o primeiro dia do segundo ano, e não queria sair com fama de namorado louco.

— Tá bem então. - digo apenas isso.

— Vou indo para a minha próxima aula. Te vejo no almoço?

— Ok né. - respondo chateado.

Depois era a vez de ir para aula de química orgânica. Fui junto com Chloe, ela também tinha essa aula comigo.

Estávamos conversando numa boa, indo sem pressa para a sala vinte e dois no andar de cima, quando de repente algo embarra tão forte em mim que caio no chão.

— Ai! O quê foi isso? - pergunto a Chloe.

— Não sei. Não deu pra ver direito.

— Vamos.

— Quer perder mais uma aula no seu primeiro dia? Lembre-se que foi sorte sua vir direto para o segundo ano.

— É rápido. Vamos!

Fomos na mesma direção da pessoa que esbarrou em mim foi. Chegamos na porta da entrada, e lá estava ele, Dylan. Ele bufava e seus punhos estavam fechados com as veias já expostas.

— Ei, ei, calma. O que houve?

— Não é da sua conta.

— Ou calma garoto. Adan só quer ajudar. - Chloe ajuda-me.

— Não pedi sua ajuda.

— Dylan, e aquela conversa que tivemos mais cedo?

— Só me deixa em paz. - ele me empurra e sai correndo para fora da escola.

Alguma coisa tinha acontecido com ele, e eu faria de tudo para descobrir o que era...