The Great Quest

The Great Quest


Os estudantes da Auradon Preparatória gritavam alto nas arquibancadas, líderes de torcida aplaudiam os jogadores enquanto a partida estava acontecendo. Não importava quando, os jogos de Tourney sempre pareciam animar, entreter e unir toda a escola, então os jogadores sempre davam o seu melhor enquanto estavam no campo.

Carlos estava animado para jogar, ele vinha praticando muito nas últimas semanas e queria mostrar ao seu time e aos colegas de escola que estava melhorando. Ele estava concentrado enquanto corria pelo campo, tentando alcançar Jay, e foi aí que aquilo aconteceu.

Ele apenas desviou sua atenção do jogo por alguns segundos, olhando rapidamente para as arquibancadas, e então seu olhar encontrou os olhos de uma certa garota que torcia por eles. Seu cabelo, seus olhos, seu rosto sorridente, tudo sobre ela parecia tão... Certo. Seu sorriso se alargou, os olhos dela brilhando um pouco enquanto ela olhava para ele, assim como os olhos de Carlos devem ter ficado naquele momento.

E então o sorriso da garota sumiu de seu rosto enquanto ela gritava algo para ele. Carlos tentou entender o que ela estava tentando dizer a ele, mas a próxima coisa que ele sentiu foi seu rosto colidindo com o chão, acordando-o para a realidade novamente.

Quando o menino se levantou, sendo ajudado por Jay, ele não pôde deixar de procurar pelos olhos dela novamente, mas sem sucesso. Ele a havia perdido na multidão que ou riu ou estava um olhar preocupado em Carlos. Mas ele não se importava muito com a multidão, o que importava agora era a sensação de que algo havia mudado nele e que isso tinha a ver com a garota naquela arquibancada.

Nos dias que se seguiram, ele tentou afastar esse sentimento dele, mas ele ficou pensando sobre essa garota em horários aleatórios do dia. Não importava o que fizesse, não conseguia tirar o rosto da garota sorridente de sua mente, assim como não podia deixar de procurar inconscientemente por ela onde quer que fosse. Era isso, ele precisava encontrá-la.

Primeiramente, Carlos começou do começo, isto é, vendo se seus amigos a reconheciam pela descrição que lhes dava. Mas, aparentemente, havia várias garotas em Auradon que se encaixavam com aquela descrição.

Depois disso, ele decidiu apelar para uma parte mais artística dele, tentando desenhá-la, mas mesmo assim nenhum de seus amigos mais chegados pareceu reconhecê-la - talvez porque ele não fosse tão bom em desenhar. Mas algo de bom aconteceu, já que Mal sugeriu que Ben poderia saber quem ela era, afinal, ele estava lá mais tempo do que eles.

É por isso que Carlos estava naquele momento com Ben, olhando com expectativa para o rei, que analisava o desenho com uma expressão confusa.

— Então? – o garoto De Vil tinha um olhar esperançoso. – Sabe quem ela é?

— Carlos, pelo desenho, ela parece uma salada. - Ben reprimiu uma risada, entregando o esboço de volta para o menino. - Talvez se você descrevesse para mim...

— Ela se parece com muitas garotas de Auradon, só que mais bonita. - Carlos olhou sem esperança para o desenho.

Ben pareceu pensar por alguns segundos, mas depois suspirou, sem encontrar um jeito de ajudar seu amigo. – Não tenho ideia.

Carlos assentiu tristemente. - Vou pensar em alguma coisa.

O rei olhou para ele encorajadoramente. – Claro que vai. - ele riu, sua próxima frase devendo soar como uma piada. – De qualquer jeito, você sempre pode bater de porta em porta até encontrá-la.

O rosto de Carlos se iluminou com a ideia. - Por que não pensei nisso antes? - ele falou, com um sorriso no rosto, antes de agradecer a Ben e correr em direção aos dormitórios, ignorando Ben, que gritava que ele só estava brincando.

Carlos estava tão ansioso para encontrar a garota que não tinha saído de sua mente nos últimos dias - embora ele não tivesse ideia do que ele ia dizer - que ele não tinha notado uma outra garota em seu caminho, derrubando-a no chão. O menino virou-se rapidamente, vendo a garota desconhecida olhando para ele com raiva, antes de ele gritar um rápido “Desculpe!” e continuar sua corrida, também ignorando os insultos que ela gritava para ele.

Acontece que a Auradon Preparatória tinha um número maior de quartos do que Carlos inicialmente esperava. Ele não parecia estar em seu dia de sorte, já que sua garota misteriosa não estava nos primeiros vinte quartos em que ele havia procurado. Depois de um tempo, o menino se sentiu um pouco perdido, batendo em um certo quarto mais de uma vez e levando uma bronca de uma garota que queria tirar uma soneca.

O garoto De Vil suspirou, sua esperança desaparecendo lentamente, até que ele bateu em uma determinada porta. Ele ouviu murmúrios de dentro do lugar antes que a porta se abrisse, revelando um rosto familiar; não o que ele estava procurando, mas o rosto da garota que ele tinha esbarrado no corredor. Um brilho zangado apareceu em seus olhos quando ela o reconheceu.

— O que você quer? - ela perguntou rudemente.

— Eu...

— Você veio me derrubar de novo? Qual é o seu problema, cara? - ela o interrompeu, empurrando-o levemente. - Sei quem você é. Você quer brigar? Eu estou pronta!

Carlos estava prestes a tentar falar novamente quando um movimento no fundo do quarto chamou sua atenção.

— Quem é? - o coração dele começou a bater mais rápido ao som daquela voz, não surpreendendo-o quando ele viu a quem pertencia.

Sua garota misteriosa apareceu atrás da outra, seus olhos arregalando-se um pouco quando ela o viu na porta. Ela rapidamente sussurrou algo no ouvido de sua amiga brava, fazendo-a olhar incredulamente para a garota antes de bufar e sair do quarto, propositalmente se esbarrando no ombro de Carlos.

A garota misteriosa sorriu nervosamente, movendo-se para o lado, deixando o garoto entrar. Ao contrário de sua companheira de quarto - e todas as outras garotas que ele tinha visto em sua busca por ela - seus olhos olhavam suavemente para ele com um brilho acolhedor.

Carlos andou até o meio da sala, virando-se para a garota que estava fechando a porta. Ela deu alguns passos em direção a ele antes de seus olhos se encontrarem. Por alguma razão, sentiu um alívio ao vê-la novamente, como se precisasse daquilo. Parecia que ele tinha esquecido como ela era linda.

Lily não se sentia tão diferente. Ela não tinha conseguido tirar aquele menino da cabeça nos últimos dias, sempre se vendo pensando em seu uniforme de Tourney e isso estava começando a deixá-la louca. Por que continuava a pensar naquele menino bonitinho? Ela tinha visto muitos garotos bonitinhos em sua vida e aquilo nunca tinha acontecido.

Riley, sua colega de quarto, surgiu com a teoria de que talvez o garoto misterioso fosse sua alma gêmea. Essa palavra fez seu coração pular uma batida. Alma gêmea, nem todo mundo conhecia a deles durante suas vidas, e Lily já estava conformada que poderia não encontrar a dela. Conhecia casais que não eram as almas gêmeas um do outro e estavam felizes de qualquer maneira. Mas ela poderia ter encontrado a dela?

Eles continuaram em silêncio, se olhando e aproveitando a presença um do outro. Até o momento em que aquilo parecia esquisito até para eles.

— Então... - Lily começou, quebrando o contato visual.

— Então... - Carlos assentiu, lamentando que ele não tivesse planejado algo para falar.

— O que você queria quando bateu na porta?

— Ah, isso. - ele riu nervosamente, fazendo a garota fazer o mesmo. - Tava procurando por você. - ele colocou as mãos juntas na frente dele, brincando com os dedos. - Sei que vai soar estranho... Mas nos últimos dias eu não consegui parar de pensar em você, não sei por quê.

Ele também sentiu isso. Lily olhou para ele por alguns segundos sem falar. A teoria de Riley veio à sua cabeça, fazendo mais sentido para ela. – Me chamo Lily.

Ela manteve os olhos focados nele, esperando por alguma reação. Como se fosse automático, Lily viu uma das mãos dele cobrindo seu pulso por um momento antes de soltá-lo. Carlos olhou para baixo e analisando o nome que estava lá.

Lily. O nome da garota que ele sempre soube que deveria ser dele. O nome da garota na frente dele. Seria ela “A Escolhida”? Ele voltou o olhar para ela, a boca ligeiramente aberta, os olhos totalmente focados nela. Lily timidamente levantou um dos braços, deixando Carlos ver que seu nome estava escrito lá. Era ela.

— Suponho que você seja Carlos? - ela estendeu a mão lentamente. - É um prazer finalmente te conhecer.

A expressão chocada no rosto do menino logo foi substituída por um sorriso quando ele apertou a mão da garota. - O prazer é todo meu, acredite em mim.

Eles continuaram apertando as mãos e sorrindo por mais alguns segundos antes de rirem e soltarem as mãos um do outro.

— Nem posso acreditar que isso está acontecendo! - disse ela, seu sorriso se alargando.

— Nem eu! Mal posso esperar pra contar isso pros meus amigos. - ele pensou em todos que ele queria contar sobre isso, seus melhores amigos, e como seriam as reações deles. - Eles vão querer te conhecer assim que souberem.

Lily riu, sentindo-se animada com a situação, mas parou de sorrir por um momento antes de dar um abraço rápido em Carlos. Bem, era para ser um rápido abraço, mas Carlos a abraçou de volta, tornando aquilo num longo abraço.

Estar nos braços de outra pessoa, ainda mais de sua alma gêmea, era algo novo para os dois, mas definitivamente era bom. Lily estava com os braços em volta da cintura do menino, descansando a cabeça no ombro dele; ela podia sentir sua respiração no cabelo dela, o que lhe dava uma sensação estranha no estômago. Carlos estava com os braços ao redor dos ombros dela, a cabeça ligeiramente encostada na dela; tê-la tão perto o fez sentir como se tudo estivesse certo por um momento.

Depois de alguns segundos, Carlos se afastou um pouco da garota, os braços ainda envolvendo um ao outro. Seus olhos se encontraram novamente, os sorrisos bobos retornando aos seus lábios.

— Você ... - ele limpou a garganta. - Você quer sair comigo hoje? Tipo em um encontro, pra gente se conhecer melhor?

— Sim! - ela assentiu alegremente.

— Ok. - o sorriso dele se alargou.

— Ok. - ela concordou.

Eles continuaram com os olhos presos um no outro, subconscientemente aproximando seus corpos.

— Vocês já acabaram? - a voz de Riley de repente pôde ser ouvida do lado de fora, fazendo os dois pularem. - Não podem me expulsar do meu quarto por muito tempo.

Os dois riram, soltando um do outro. – Acho que tenho que ir. - Carlos disse, dando um passo hesitante em direção à porta.

— Me encontra aqui às 7?

— Claro. - ele parou com a mão na maçaneta da porta, virando uma última vez para Lily. - Até depois.

A garota deu um pequeno aceno, sorrindo calorosamente para ele. Carlos abriu a porta, já pensando sobre o que eles fariam naquela noite e como ele provavelmente não pararia de pensar nisso até a hora de encontrá-la. Seriam longas horas. Ele estava saindo do quarto quando ouviu Riley, que estava encostada na parede ao lado da porta, falando com ele.

— Se vocês tiverem filhos, eles seriam vilões ou realeza?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.