The Freedom of the Seas
O Italiano
Tortuga, 1722.
Já é noite e Lucas, capitão do Lobo do Mar está sentado em uma das mesas da Noiva Fiel, uma taverna muito popular em Tortuga, junto dele estão Hugo e Humberto, gêmeos e escravos libertos, Hugo comanda o Insubmisso, uma Corveta, e Humberto comanda a Desafiadora, um Brigue.
— Então Lucas, o que te trouxe aqui? – Hugo pergunta – Não foram apenas as putas e o rum.
Humberto começa a rir e aguarda a resposta de Lucas.
— Quero ir atrás de um Galeão do Tesouro espanhol – Lucas Responde
Humberto fecha a cara na hora e troca olhares com Hugo.
— Você é maluco, um navio de linha é muita coisa, ainda mais depois que os únicos grandes navios piratas do caribe estão fora de uso – Hugo responde
— Como assim? – Lucas pergunta
— O Pérola Negra esta sob o comando de Hector Barbossa, segundo as historias sob uma terrível maldição e o Liberdade dos Mares afundou com Juan, restaram apenas brigues e corvetas amigo – Humberto responde
— Sua fragata é o navio pirata mais poderoso na região – complementa Hugo
— Eu ouvi falar de um – Lucas começa – a Quimera, uma fragata francesa capturada e usada por um capitão que tem libertado escravos no atlântico sul.
— Isso deve ser mais um tentando pegar a fama do Juan – Retruca Hugo – ultima vez que eu vi a caveira com as rosas, ela estava afundando a distancia junto de um galeão.
— e a ultima vez que eu vi, estava na minha cola disparando na popa do navio que eu estava – se intromete um marinheiro – nunca vi esse tal de Juan, mas vi esse navio, e vi seu capitão.
— Quem seria você? – pergunta Humberto visivelmente irritado
— Andrew Klippel – responde – ex-navegador da Marinha Portuguesa
— Escravos você disse? – pergunta Lucas
— Sim eu era marinheiro no Carolina, um navio negreiro.
Humberto Poe sua pistola em cima da mesa.
— Nunca negociei ou possui escravos se quer saber, era apenas o navegador, não decido o que o capitão bota no porão do navio, sei apenas que a Quimera atacou e me fez capitão, quando cheguei em Tortuga, vendi a Carolina.
— Conte-nos mais sobre o capitão desse navio– começa Lucas
— Conte-me mais sobre essa sua aventura – retruca Klippel
Atracando no porto de Tortuga está o Sagitário, capitaneado por Ítalo Branchi, um Italiano famoso por saquear a capital da Guiana Holandesa.
— Navio amarrado capitão – diz a imediata
— Amanda, reabasteça o navio, o quero pronto pra mais um mês no mar – ordena o capitão – vou a taverna procurar ele.
— Sim capitão – Amanda responde – você ainda não me contou o plano.
—vou contar quando tivermos um – Ítalo rebate
Ítalo começa então a andar pelo cais, indo em direção a taverna, dentre os muitos navios um brigue pequeno, mas muito bem armado chama sua atenção, ele passa pelo brigue o analisando atentamente.
— Belo navio – ele fala consigo mesmo
— Obrigado – diz uma voz feminina atrás dele
Ele se vira e se depara com May, uma das poucas mulheres que navegam pelas águas do caribe como capitã.
— Qual o nome? – Ítalo pergunta se aproximando dela
— Leão – ela responde – meu primeiro e único amor
Ítalo se aproxima ainda mais, o suficiente para fazer ela por a mão na espada.
— Leão combina com sagitário – ele diz antes de dar um sorriso e se virar voltando ao seu caminho pelo píer até a taverna.
— Sagitário? – May pergunta
— O melhor navio do caribe – ítalo responde sem se virar, mantendo-se em direção a taverna.
— Até agora! – May grita do cais
Isso arranca um sorriso dele já quase na porta da taverna.
— Vejam se não é o Italiano – Ítalo escuta uma voz familiar – sorte sua que usei minha pistola num sujeito ali atrás.
Ítalo conhece a voz, mas não se lembra de quem ela pertence.
— Ainda tem a espada – ele diz se virando e vendo um antigo amigo, Rum é um pirata veterano mas não muito bem sucedido, seu problema é que não se lembra do seu nome de batismo, as histórias são que ele ingeriu tanto álcool que ele está eternamente bêbado.
Ambos trocam sorrisos ao se verem e se aproximam com os braços estendidos.
— Já faz o que, oito anos? – Rum pergunta
— dois meses – ítalo responde – dois meses
— Dois meses? – rum indaga – meu deus
— Você está beba... – ítalo começa – esquece, pergunta idiota.
— O que traz para esse paraíso?
— Lucas – Ítalo diz – fez uma proposta, muito tentadora.
— Porque ninguém nunca me faz propostas tentadoras? – pergunta Rum
— É porque você... – Ítalo começa, mas é interrompido por um grito de Rum.
— Scarlett! – rum vai em direção de uma mulher de cabelos vermelhos – Te encontro na Noiva fiel! – por fim complementa
Ítalo não tem nem chance de responder a ele, se vira e retoma seu caminho e já abrindo a porta da taverna é saudado por mais um pirata.
— Capitão Branchi
— Alex! – ítalo diz surpreso – o que o capitão do temido Falcão faz aqui?
— O mesmo que você – ele responde
— Lucas? – indaga Ítalo
— Lucas – assente Alex
— Não vamos deixa-lo esperando então – Ítalo responde abrindo a porta da taverna, deparando-se com música alta e a tradicional confusão.
— Vai ser assim que vamos conseguir – termina Lucas
— Arriscado – diz Humberto
— Tentador – diz Hugo – só nossos navios não são o suficiente pra tomar um navio de linha.
— Por isso reuniremos uma pequena flotilha – responde Lucas – Uma fragata leve, uma corveta e um brigue.
— Nem perto do suficiente – Diz Humberto
— Nossos navios são antigos, também tem isso, precisamos de um navio no padrão militar pra ser a espinha dorsal – Diz Hugo.
— Senhores – diz Alex se aproximando da mesa com Ítalo – Nós estamos muito atrasados?
— Um pouco – responde Lucas – sentem-se – ele diz apontando para umas cadeiras vazias.
— Como estava dizendo precisamos de um navio no padrão militar – retoma Lucas – o único é a Quimera.
Ítalo já sentado olha para Lucas visivelmente consternado.
— Você não acredita mesmo nas histórias não é?
— Não são apenas histórias, amigo – diz Klippel – o navio existe.
— Mas não é o Juan que... – começa Ítalo
— Isso é o que nós vamos descobrir – Diz Lucas – eu e ítalo vamos atrás da Quimera
— Senhores, eu estou atrasada? – pergunta May
— Sim May, você está – responde Lucas – você vem comigo e Ítalo, lhe contamos o plano no caminho, Klippel você também vem a bordo do Lobo.
— E a gente? – pergunta Hugo
— Você, seu irmão e o Alex devem conseguir equipamento de nível militar – responde Lucas
— Atacar à marinha? – pergunta Alex – afinal o que vocês vão fazer?
— Eles te dirão o plano – diz Lucas já se levantando – duas semanas e nos encontramos aqui novamente.
Lucas então se apressa para sair da Taverna, acompanhado de Ítalo, Klippel e May.
— Lucas, eu ainda não fui posto a par do plano – diz Ítalo.
— Nem eu – diz May
— Vamos a bordo do Lobo, aí conto o plano, as ruas não são o local para isso – diz Lucas.
O Grupo começa a andar em direção ao píer, se esquivando dos briguentos nas ruas.
— Vamos realmente atrás da Quimera? – pergunta ítalo
— Já disse que vamos discutir isso – responde Lucas
Ítalo puxa Lucas pelo braço
— Você sabe o que fizemos – diz Ítalo – se ele realmente tiver sobrevivido.
Lucas livra seu braço das mãos de Ítalo
— O que você fez – retruca Lucas
— Era a única opção e você sabe disso – diz Ítalo.
— Muito bem crianças, se matem depois de conseguirmos o navio espanhol – diz May
— Como você sabe? – pergunta Lucas
— Klippel me contou – ela responde
— Mas eu falei... – Lucas começa
— Vocês estavam berrando na rua, ninguém escutou – diz May passando pelos dois e subindo no cais.
— Vamos senhores – diz Klippel fazendo o mesmo
— Não acabamos – diz ítalo seguindo os dois
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