Se Amy tivesse que descrever o resto daquele dia em uma palavra ela provavelmente usaria confuso. ela não fazia a menor ideia do que fazer, ir ou ficar, até decisões simples como chá ou água morna a estava confundindo. No sábado ela havia combinado de encontrar com Howard às 10hrs então o plano era ela dormir até depois das 9hrs, se arrumar rápido e tomar café no caminho, mas as preocupações não permitiram. Antes mesmo das 6hrs da manhã ela já estava de pé.
– Isso só pode ser brincadeira – Amy disse para ela mesma enquanto observava que horas eram. Ela decidiu se levantar e fazer uma pesquisa sobre as instalações de Cambridge "Olhar não faz mau" ela pensou.

TBBT

Amy não era a única acordada antes de seu horario habitual, no apartamento 4A em Los Robles, Sheldon estava deitado em sua cama encarando o teto de seu quarto basicamente a noite toda. A ideia de que Amy estava o evitando a cada minuto parecia mais plausível, "o que eu poderia ter feito para causar isso? Achei que estavamos bem" ele pensou. Ele rolou em sua cama por mais algum tempo antes de decidir se levantar, tomar seu costumeiro café da manhã enquanto assistia Dr.Who.

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Na antiga casa de sua mãe, Howard aguardava pela chegada de Amy enquanto ia separando alguns papéis antigos e pessoais que estavam guardados em caixas no quarto de sua mãe. Ele estava vasculhando uma caixa cheia de cartas e desenhos que ele fez quando criança e não conseguiu conter um sorriso enquanto o fazia, ele observava cada um daqueles desenhos e bilhetes fascinado quando ouviu uma batida na porta, olhando no relógio ele sabia que só poderia ser uma pessoa.

– Amy– Ele disse antes mesmo de terminar de abrir a porta - Como sempre na hora certa - Ele disse mantendo um sorriso estampado em seu rosto
– Howard, é bom te ver sorrindo tão amplamente novamente - Ela disse enquanto o acompanhava até o quarto onde ele estava - Vejo que você começou sem mim - Ela disse fingindo decepção
– Fique tranquila que ainda tem muito a fazer, mas antes venha ver isso - Ele disse como uma criança que quer mostrar a sua mãe alguma coisa - Essas são cartinhas, desenhos, bilhetes e esse tipo de coisas que eu fiz quando criança para dar à minha mãe. Eu não posso acreditar que ela guardou tudo isso por tanto tempo
– Awn que doce - Amy disse ao observar alguns do desenhos espalhados pelo chão e não perdeu tempo em vasculhar a caixa para ver mais.

Eles ficaram ali, sentados no chão, olhando aqueles projetos infantis e rindo feitos duas crianças por algum tempo até que Howard pegou uma caixa cheia de cartas de amor que seu pai havia mandado para sua mãe, o que fez seu sorriso sumir.
– O que foi?– Amy perguntou quando percebeu a expressão de Howard
– São cartas de amor que meu pai mandava para minha mãe durante o namoro e noivado.
– Awn isso é legal - Ela chegou perto para ver as cartas
– Legal se você esquecer que algum tempo depois ele abandonou a mulher para quem ele andou essas cartas com um filho adolescente sem nem ao menos dizer adeus.
– Eu sei como você se sente Howard, meu pai também abandonou minha mãe, mas pelo menos eles tiveram algumas boas memórias - Ela disse e foleou algumas daquelas cartas - E só pelo que leio da para perceber que você foi o fruto de um grande amor. "Ainda sinto em meu rosto o calor de suas mãos e nos meus lábios o doce da tua boca, é como se seu cheiro estivesse impregnado em minha pele e seu amor tatuado em meu coração." - Ela leu em uma das cartas e sorriu - Isso é amor e não se pode negar.
– Talvez tenha sido - Ele sussura e continua a separar alguns outros papeis, nada de mais, algumas contas antigas e alguns documentos. - Mas e então, como Sieber reagiu a seus resultados?– Ele diz tentando mudar de assunto. Ele esperou por uma resposta, mas a única coisa que ouviu foi o silêncio. - Amy? AMY?– Ele chamou
– Oi ? O que?– Ela disse ai cair na realidade
– Eu perguntei sobre sues resultados, mas o que foi? Você parece palida.
– São essas cartas, elas me lembram algo. Sei lá, a caligrafia, a maneira de falar - Ela diz e sacode a cabeça tentando fazer aquelas coisas saírem de sua cabeça - Deve ser impressão minha
– Quem sabe ele tenha copiado alguma dessas coisas desses livros de romance medieval que você gosta. Do jeito que ele era, ou é, nunca se sabe.
– Talvez - Ela disse e ia fechar aquela caixa quando avistou uma carta diferente. O papel não parecia antigo como as outros e o envelope também era diferente.

Ela não resistiu e pegou a carta e pelo envelope ela via que não era uma carta do pai de Howard para a Debbie. Era uma carta dela para Howard.
– Howard? Tem uma carta da sua mãe para você
– Pra mim? Da mãe? No meio dessas? Por quê ?
– Eu não sei, mas a data é 26/07/2012 - Ela diz e entrega o envelope para ele
– Estranho - Ele diz e abre a carta. Minutos depois seu rosto empalideceu e sua boca se abriu assim como seus olhos.
– O que foi? O que é? Howard, você está me assustando– Amy disse em alarme
– Sem dizer uma palavra ele simplesmente entregou o papel para Amy.

" Querido Howard, eu não sei como te dizer isso então resolvi escrever essa carta, recebi uma carta de seu pai essa semana. Dá para acreditar que depois de tantos anos ele simplesmente manda uma carta para mim do nada? Tudo bem, mas o que eu tenho a contar é que, bem eu não sei como dizer então só vou transcrever da carta dele: " Debbie eu sei o quanto errei contigo, eu nunca deveria ter deixado vocês daquela forma mas agora de nada vale tentar refazer o passado. O que tenho a dizer agora é que estou morrendo, imagino que nesse momento um sorriso tenha tomado conta desse seu rosto, mas a questão nem é essa o ponto é que eu tenho que lhe contar que muito antes de deixar você e Howard eu tive um caso com uma doce professora da escola dele na época, isso durou por cerca de 5 anos e nesse tempo tivemos uma filha linda. O nome dela é Amélia e ela é simplesmente fantástica, ela me lembrava muito do nosso menino e isso me matava um pouco mais a cada dia então eu fiz com ela e com a mãe dela o mesmo que fiz com você e nosso menino". Ele também contou como ele tem vivido nos últimos anos mas isso pouco me importa, o que realmente me chamou a atenção foram duas partes, essa a qual já transcrevi e a ultima parte a qual transcreverei agora: '' Enfim, soube recentemente que minha filha também é uma cientista e está morando em Glendale, eu adoraria que ela e Howard se conhecessem e fossem um para o outro a família que eu falhei em ser."
Com todas essas informações eu soube na hora de quem ele falava e acho que agora você também sabe, desde o dia que eu a conheci eu soube que ela me lembrava alguém e agora eu sei exatamente quem. Embora eu esteja escrevendo essa carta eu não sei se você chegará a lê-la algum dia, vocês já são parte da vida um do outro e não acho que muda muita coisa. Talvez no dia em que você ler essa carta eu já não esteja mais por perto e se esse for o caso quero que me perdoe por não ter a coragem suficiente para lhe contar isso. E também peça desculpas por mim para a adorável Amy, ela é tão inteligente, educada e amorosa eu só não queria que você a ligasse em nada com aquele homem detestável que não merece os filhos que teve.

Com muito amor,
Debbie Amelie Wolowitz."

Ao terminar de ler Amy paralizou, da mesma forma que Howard tinha feito a alguns minutos atrás, ele que, mesmo ainda chocado, já estava mais centrado a observou por algum tempo. Vários minutos depois lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Amy e ela se voltou para Howard.
– Você acha que isso é mesmo verdade? Eu quero dizer, existem milhares de Amélias e aposto que muitas delas são cientistas e quem sabe morrem em Glendale e tenham um pai que as abandonou quando criança - Ela disse em meio a soluços mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa Howard a abraçou
– Podem existir com certeza, mas eu escolheria você sobre qualquer uma delas - Ele disse ainda a abraçando - Mas existem muitas coisas que podemos fazer para ter certeza absoluta, mas lá dentro eu acho que você sabe a resposta assim como eu
– Eu acho que sim - Ela disse e o apertou forte - Eu sempre quis ter um irmão mais velho, sabe pra cuidar de mim, me proteger dos maldosos - Ela disse quando eles se soltaram do abraço
– Eu não sei se eu poderia ter ajudado muito, mas eu poderia ter apanhado junto contigo, sabe, apoio moral - Ambos riram
– Podemos fazer um teste? Pra ter certeza ? - Ela perguntou nervosa
– Claro, eu acho que é o que deveriamos fazer o mais rápido possível
– Que tal agora?– Ela falou - Eu tenho uma amiga que trabalha em um laboratório de genética e ele provávelmente faria isso pra nós o mais rápido possível.
– Okay .. - Ele disse nervoso
– Eu vou ligar pra ela, só um instante - Amy disse e se levantou pegando seu telefone e indo em direção ao corredor.

Alguns minutos depois Amy voltou dizendo que a amiga dela faria ainda naquela tarde. Eles então decidiram ir para a clinica e tirar qualquer duvida da cabeça. Cerca de três horas depois os exames já haviam sido feitos e só restava esperar os resultados que sairiam em dois ou três dias. Ainda muitos chocados com todas essas informações cada um foi em direção a sua casa sem voltar para terminar a organização na casa de Debbie. Amy estava a caminho de seu apartamento, mas ela precisava falar com alguém naquele momento, então ela decidiu ir para Los Robles. Em menos de 20 minutos ela já estava em frente a porta 4A e suavemente bateu e aguardou alguma resposta.

– Olá Amy– Sheldon diz sorrindo amplamente - Entre
– Oi Sheldon
– O que lhe traz aqui? Achei que estava com seu final de semana cheio - Ele diz tentando parecer indiferente mas claramente feliz.
– Sheldon eu tenho um turbilhão de coisas para te contar e eu preciso que você tente manter a calma porque eu já estou pirando sozinha e não acho que consigo lidar com seu surto agora.
– Okay, me deixou curioso. Fale
– Tudo bem. Eu fui convidada pelo Dr. Race, você provavelmente já ouviu falar, para trabalhar em um projeto super secreto do governo e vai ser .. - Ela ia falar quem seria na Inglaterra, mas algo a deteve - .. por dois anos - Ela gaguejou
– Amy isso é ótimo, ouvi falar que ela é brilhante - Ele falou animadamente
– Sheldon, Sam Race é homem e eu ainda não terminei - Ela diz e respira fundo - Eu não ia organizar meu apartamento hoje como eu havia te falar, quer dizer eu nunca deixaria bagunça nem com a vida corrida, na verdade eu prometi que ia ajudar o Howard a organizar as coisas da mãe dele antes deles venderem a casa. Eu só não lhe contei porque você iria pirar e eu não tava com animo pra isso, me desculpe mesmo por isso
– Amy achei que já tinhamos conversado sobre mentiras entre nós ..
– Sheldon pare de me interromper, eu preciso te contar algo muito sério - Ela falou e novamente respirou fundo - Eu e Howard estavamos limprando quando achamos essa carta da Sr. Wolowitz - Ela disse e entregou a ele a cópia da carta que ela havia feito. Minutos depois a reação de Sheldon foi a mesma que a de Amy algumas horas atrás.
– Isso é verdade? - Ele disse - Você e Howard são irmãos.. irmãos de verdade?
– Nós acabamos de sair de um laboratório onde fizemos os exames e em alguns dias saberemos - Ela disse e soltou as lágrimas novamente - Desculpa minha explosão de emoções mas tudo é tão confuso - Ela disse em meio as lágrimas
– Não se desculpe por isso, é totalmente compreensivel - Sheldon diz e a pucha em seus braços - Eu estou aqui, pronto pronto - Ele disse enquanto acariciava as costas dela suavemente