Epílogo

— Quando será a sua vez?

Will se assusta ao ouvir a voz arrastada de Mouse atrás dele, a sala onde se encontrava com alguns amigos de Jay parecia bem pequeno para o grupo de cinco homens. Will se virou para o melhor amigo de seu irmão, o loiro estava com o cabelo penteado para trás e veste um paletó preto com uma gravata escura sobre uma camisa social branca, ostentando um sorriso zombeteiro no rosto.

— Olhe-se no espelho Greg quando vai ser a sua vez?

— No dia que eu souber que a Cassy vai dizer sim — o loiro respondeu como se tudo fosse fácil.

— Digo o mesmo sobre mim.

Os dois se encararam por longos segundo antes de desviarem a atenção para Jay que começou a andar de um lado para o outro na pequena sala.

— Tudo bem ai? — Greg questionou o amigo.

— Tudo eu só não consigo ficar parado — o moreno respondeu sem encarar o Mouse.

— Ele tá pronto para correr uma maratona — Antonio disse rindo do nervosismo do colega de trabalho.

— Você também ficou nervoso no seu casamento? — Jay perguntou esfregando as mãos.

— Não lembro da maior parte daquele dia além dos votos e de como a Laura estava linda.

— Ou seja, quando terminar você nem vai lembrar do nervosismo.

Jay queria gritar de tanta impaciência, mas não podia fazer isso. No entanto ao parar para olhar ao redor e encontrar seu chefe e padrinho Hank Voight conversando com seu pai, seu sangue gelou.

— Jay? — o pai Halstead chamou de canto.

Engolindo em seco ele caminhou até ele.

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— Tenho certeza que Jay está subindo pelas paredes agora — Sylvie Brett comentou olhando para Erin através do espelho, enquanto o cabeleireiro de coloca os últimos grampos no cabelo castanho prendendo os cachos em um elaborado penteado.

Erin sorriu para o próprio reflexo, desde que acordou ela está lutando contra as lágrimas uma mistura de emoções e os hormônios da gravidez mesmo que a barriga ainda não tenha começado a crescer. Ainda conseguia se lembrar da primeira vez que o viu, o novato da Unidade de Inteligência e que mesmo se sentindo atraída por ele, Erin ainda tentou manter distância ao achar que ele era exatamente o que ela não precisava. Mas ele conseguiu se impedir de amar o ex-ranger cabeça dura.

Erin olhou para a própria mão sobre o colo, o anel com pedras vermelhas que pertencia a senhora Halstead, mãe de Jay, as lágrimas tomaram conta de seus olhos novamente.

— Ai meu Deus ela tá chorando — Kim Burgess se alarmou indo na direção dela — não chora vai estragar a maquiagem.

Erin começou a rir da amiga e seu desespero para fazê-la não chorar, pelo canto dos olhos ela viu Cassy se aproximar com a irmã, ambas madrinhas a cercaram abraçando-a, o que era uma piada se tornou um abraço grupal com lágrimas por toda a parte.

Alguém bate na porta e todas se afastam. Cassy abre a porta da sala e dá de cara com Hank Voight.

— Está na hora — ele avisa, entrando no local.

Todas as mulheres dão uma última olhada no espelho antes de se encaminharem para o corredor por onde iriam entrar na igreja. E dali eles avistaram os seus companheiros, Antonio caminhou até Sylvie, beijando-a. Will estendeu o braço para Khya e Mouse fez o mesmo para Cassy.

Na sala Voight encarava em silêncio a menina agora mulher que ele criou desde os quinze anos, e agora veria se casar. Mesmo que o noivo tenha sido alguém que ele repetiu várias vezes para que ela não se envolvesse, no entanto o sargento estava muito feliz com o casamento da filha adotiva.

— O que foi? — ela perguntou levemente preocupada.

— Você está linda — ela sorriu ao ouvir o elogio — uma menina perdida se tornou uma mulher fenomenal.

— Hank…

A porta se abriu revelando a mulher de cabelo loiro curto, Erin se sentiu congelar ao ver a mãe entrando pela porta, não tinha contado nem convidado a mulher para seu casamento, sempre que Bunny aparecia sua vida era abalada de um jeito negativo, e Erin não podia deixar a mãe estragar sua vida ou influenciar a de seu bebê.

— Bunny? — Hank questionou a presença dela.

— Eu queria ver minha bela filha no dia de seu casamento.

— Como ficou sabendo?

Bunny não respondeu a filha apenas a abraçou fortemente por um longo tempo, Erin não sabia o que fazer aquela mulher é a sua mãe, mas ela fez sua infância um inferno, quase estragou tudo o que construiu e o homem que a salvou.

— Eu to tão orgulhosa — ela disse segurando o rosto da filha — você vai ser uma mãe melhor que eu.

Erin arregalou os olhos com a frase da mãe, não tinha como a mulher saber que ela estava grávida. Erin olhou para Voight que deu de ombro tão surpreso quanto ela.

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Erin se viu diante ao enorme corredor entre a porta e o altar da igreja, o rosto de todas as pessoas que sorriam para ela pareciam-lhe meio desfocado tudo que conseguia ver nitidamente é o rosto de Voight ao seu lado e o rosto de Jay que sorria para ela do outro lado do altar. Quando criança ela sonhara em se casar, isso antes de Bunny seus infinitos namorados, mas lá no fundo ela queria ter a família que não pode ter com a mãe e agora ali estava ela caminhando até seu futuro marido.

Jay sentiu seu pulmão queimar logo que as portas se abriram e Erin apareceu linda em seu vestido branco de braço dado com Hank Voight.

— Respira — Jay ouviu a voz de seu irmão atrás dele.

Então ele respirou fundo e percebeu que tinha prendido a respiração, ele podia ver pelo canto dos olhos Cassy e Khya rindo de sua cara, mas tudo em que conseguia se focar é na futura esposa.

O tempo que demorava para eles caminharem o espaço de dez metros pareceu demorar muito mais do que deveria, mas como o pai de Jay disse a ele nos minutos antes de entrarem na igreja:

— O tempo passa muito devagar durante a cerimônia e depois passa tão rápido que tudo que você vai querer é voltar e ir mais devagar.

Nesse momento ele queria que tudo fosse mais rápido, queria terminar logo com aquilo e ter Erin em seus braços novamente.

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— Eu sempre vou te amar — Jay disse colocando a aliança de Erin.

— Eu sempre vou te amar — ela responde ao fazer a mesma ação.

O padre disse mais algumas coisa sobre amor e união, coisas que Jay não prestou atenção pois só se concentrava nos olhos da mulher a sua frente.

— Pode beijar a noiva.

Os dois sorriram enquanto Jay se aproximava dos lábios de Erin, o beijo foi longo e calmo, como se eles tivessem todo o tempo do mundo só para eles, mas as vozes de Mouse tirou os dois do pequeno e perfeito momento.

— Vocês tem o resto da vida para isso — Cassy comentou alto.

— Vão para um quarto — Will alfinetou o irmão.

— É temos crianças aqui — Mouse repreendeu o amigo em tom de zombaria — e estamos com fome.

O casal finalmente se soltou encarando os amigos ao redor, todos riam felizes por tudo. Os padrinhos saíram seguiram o casal feliz para o lado de fora, Kim e Hank, Sylvie e Antonio, Khya e Will, e Cassy e Mouse.

Não havia uma memória ruim para estragar aquele momento, apenas a felicidade os rodeava, um começo feliz para a vida adiante.