The First Girl

The start of something


Meus pés me apressavam fazendo-me praticamente correr a procura da garota que berrava. Escancarei as portas vendo Jeff e Clint tentando segurar ela pelos braços que tentava ao máximo se soltar deles. Quando finalmente conseguiu se livrar das mãos em cima dela olhou desesperadamente em todo seu redor com seus olhos claros arregalados, pegou uma caneta em uma mesa pequena ao lado fazendo a mesma acidentalmente cair no chão.

A garota escreveu algumas palavras em seu braço cujas palavras não consegui ler. Ao devolver a caneta para a mesa, que ainda estava no chão, sua expressão mudou por completo. Seus grandes olhos agora não estavam mais tão arregalados e seus ombros mais relaxados.

Ela observava todos nós com atenção tentando memorizar todos os nossos traços, ao olhar pra mim ela finalmente falou alguma coisa.

–Eu quero ver Thomas.

Então a garota deve realmente conhecer Thomas, alguma coisa ele não está se lembrando, alguma coisa importante. Eu preciso das memórias dele.

–Eu vou chamar ele.

E com isso sai da sala.

Thomas não estava em nenhum lugar. Olhei por toda a Sede e nada. Fui no meio das plantações e nada. Procurei ele na área dos Construtores, em tudo, e ele não estava lá.

Me restava a floresta. Com cuidado para minha perna não prender em raízes mais altas adentrei a floresta. O campo santo estava vazio mas um barulho me chamou atenção. Bem depois do campo santo se podia ouvir uma forte respiração. Atravessei todas as lapides improvisadas até ver as pernas no garoto estilhadas no chão. Thomas estava deitado na grama rala com as mãos na cabeça soltando alguns sons estranhos de lamentação.

–Thomas?

O garoto não se mexeu, provavelmente nem me ouviu.

–Thomas! – Gritei agora fazendo-o levantar em um salto.

–O que aconteceu?

–Eu estou bem... eu... só me deu uma tontura. – Thomas tentava levantar do chão não tendo muito sucesso.

Estendi minha mão pra ele para que pudesse ter um equilíbrio.

–O que está acontecendo Thomas?

–Nada, eu estou bem.

–Parece que está escondendo alguma coisa. Saiba Thomas, eu preciso de todas as informações para sairmos daqui. Nosso tempo está acabando, a garota nova trouxe um bilhete falando que ela era a última. Se ela é a última a caixa não sobe mais, se ela não sobe mais não temos comida nem nada. Preciso de tudo que você sabe.

–Se eu lembrar falo com você. – E falando isso ele virou de costas.

–Tommy! – Ele parou para olhar pra mim. – A garota nova quer falar com você.

~*~

Thomas ficou todo o resto do dia com a garota. Minho está sentado do meu lado mexendo com os pés.

–O que você acha que significa? – Minho me perguntou.

Depois que Thomas saiu Clint veio me avisar o que a garota havia escrito no braço. Ela escreveu apenas “C.R.U.E.L. é bom” o que nos fez ficar algumas horas pensando no assunto.

–Eu não faço ideia.

–To achando meio estranho o fato dessa garota nova conhecer Thomas.

–Eu acho que eles já se conheciam antes de virem pra cá. Depois vou perguntar para a garota se ela se lembra de alguma coisa.

–Talvez podemos esperar Alby para ajudar a pensar.

–Não sei o que vai acontecer quando Alby acordar.

Alby já havia passado pela transformação e provavelmente iria acordar em algumas horas, queria poder contar com seu apoio para tomar as decisões, mas ele não ia estar em seu melhor estado.

–Nós temos que fazer alguma coisa muito rápido em relação a sair daqui. Porque não sei quanto tempo aguentamos sem a caixa.

Concordei balançando a cabeça.

Ao longe vi Thomas correr em minha direção puxando a garota nova pela mão até parar em minha frente.

Ele estava coma voz cansada mas conseguia entender claramente o que falava.

–O nome dela é Teresa. – Ele falava apontando para a garota que deu um leve sorriso. – Acho que sabemos como sair daqui.

–Eu me lembro de algumas pequenas coisas, mas muito superficialmente. – Teresa falou.

–Falem tudo.

–O labirinto muda sempre não é? Em um mesmo padrão. E se o labirinto for um tipo de código? E se nós procurarmos nos mapas um mesmo padrão?

–Já havíamos pensado nisso. – Minho falou baixo.

–Não do jeito que pensamos. – Thomas apontou para Teresa.

–Vem cá, como ela já sabe de todo nosso esquema se ela acabou de acordar? – Minho perguntou.

–Tom explica bem rápido. – Ela falou.

–Então o que nós estamos esperando?