The Dawn is Your Enemy

The seed has been planted


É uma bela manhã na Terra de Ooo. Perfeita para fazer qualquer atividade ao ar livre. Infelizmente, isso era para poucos. Não, eu não estou falando da Marceline e do fato dela ser uma vampira. Estou falando de Finn, que está sentado debaixo de uma árvore, meio triste por causa dos últimos eventos que ocorreram meses atrás. Ele achou que conseguiu superar tudo isso, mas tudo voltou com força total para o garoto.

Primeiro, seu pai. Ele achou que ele fosse um herói, mas na verdade é um canalha que deixou ele para trás. Nem deu a mínima para o garoto quando ele quase foi morto pelo Lich. Sem falar que ele foi o motivo do garoto ter perdido o seu braço. Felizmente ele conseguiu o seu braço de volta, mas ele ainda guardava rancor por causa daquilo.

E segundo, o maior erro de sua vida: ter enganado a Princesa de Fogo por causa de um sonho profético idiota e o conselho do Jake. Desde aquele dia, ele se arrepende de ter enganado a garota que ele ainda ama e ainda espera por outra oportunidade para poder voltar para ela. Todo dia, ele se lembra do dia em que ela pediu ajuda para ele para recuperar o trono. Ele pulou de alegria e viu isso como uma oportunidade para que ele ficasse junto dela novamente. Infelizmente, tudo o que ele fez foi só atrapalhar e agora, a sua princesa possui outro herói: um pão de canela idiota que ficou inteligente só de levar uma bola de fogo na cara. Aquilo destruiu ele por dentro.

De que adianta salvar inocentes, derrotar bandidos e coletar tesouros valiosos nas masmorras? Aquilo não preenchia o vazio que ele sentia por dentro. Ele queria ter alguma garota do seu lado de novo. Ele queria a sua princesa de novo. Enquanto Finn estava cabisbaixo e refletindo os seus problemas, alguém apareceu bem na frente dele.

— Então, você vai ficar assim o dia todo ou eu vou ter que jogar isso na tua cara para chamar a sua atenção?

O garoto rapidamente se levantou e viu quem estava o ameaçando: uma garota de cabelos loiros longos, de olhos verdes vestindo uma camisa preta e uma longa saia vermelha. Ela aparenta ser jovem, mas um pouco mais velha que o garoto. Ela estava flutuando enquanto segurava uma bola de fogo na palma da sua mão.

— Quem é você?!? - perguntou Finn?

— Oh, finalmente! Achei que eu teria que jogar isso na tua cara para chamar a sua atenção, mas isso poderia te matar, e isso é uma coisa que eu não quero fazer. – disse a garota flutuante

— Você não respondeu a minha pergunta. Quem é você?!? – perguntou novamente o garoto, apontando a sua espada para ela.

— Que bom que perguntou. – disse a garota com um sorriso no rosto. – Eles me chamam de muitos nomes e títulos, mas você pode me chamar de Roxanne… mas pensando bem, todo mundo me chama de Roxanne.

Finn continuava apontando a espada para a garota, ainda achando que ela seria uma ameaça para ele.

— Qualé, você já pode abaixar isso. Não sou sua inimiga. – disse Roxanne enquanto apagava a bola de fogo de sua mão.

— Ainda não confio em você! – disse o garoto, ainda apontando a espada.

— …nem em um dos poucos humanos que residem em Ooo, como eu?

Finn derrubou a espada assim que ouviu o que a garota disse. Outro humano como ele, em Ooo?!? Tecnicamente tem a Betty, mas ela veio do passado e isso não importava para o garoto neste momento.

— …você… é uma humana?!?

— Você é meio lento para perceber certas coisas, não é? – respondeu Roxanne – Mas não posso te culpar. Minha aparência é pálida e muitas pessoas me confundem como uma morta-viva por causa disso.

Ignorando esse mero detalhe, o garoto ficou ansioso. Várias perguntas voavam pela sua cabeça neste instante e tudo o que ele quer neste momento são respostas.

— T-tem outros de nós em Ooo? – perguntou Finn, ansioso e agitado.

— Bem, tem uma cientista que conheci outro dia e um velhote que vive numa fábrica cheia de robôs, mas eu acho que ele não conta por ser um ciborgue. E nesses últimos dias eu senti a presença de alguns humanos com a minha magia, mas não consegui identificá-los. – disse Roxanne.

O garoto deduziu de que ela estava falando de Betty e Moe, mas quem seriam esses outros humanos? O garoto queria fazer outra pergunta, mas ele foi interrompido pela feiticeira humana.

— Eu sei que você quer mais perguntas, mas infelizmente não vim aqui para isso. – disse Roxanne. – Eu vim te dar um aviso muito importante.

— Que aviso? – perguntou o garoto.

— Esse aviso: pare de ser um herói. Pare de aceitar as missões das princesas. E pare de salvar qualquer um que esteja em perigo. – disse Roxanne com uma expressão séria no rosto.

Após ela ter dado o aviso ao garoto, ele ficou furioso. Ele pegou a sua espada do chão e apontou ela para a feiticeira flutuante novamente.

— Eu nunca faria isso! Eu nunca deixaria ninguém em perigo, e eu nunca vou deixar de servir as princesas de Ooo! – respondeu Finn, com um tom de orgulho em sua voz.

Depois que Finn falou isso para a feiticeira, ela simplesmente riu. Riu, riu e riu. Isso irritou o garoto ainda mais. Ela parou de rir e se aproximou do garoto com um olhar sério.

— Eu respeito sua opinião. Não há nada de errado em ser um herói, e isso é algo bem nobre para você, eu admito. Mas você não parou para pensar que em algum dia, você vai ser feito de trouxa?

— Como é que é? – perguntou Finn, irritado com a pergunta.

A feiticeira se afastou do garoto e ficou voando pra lá e pra cá, explicando o que ela queria dizer para ele.

— Sabe o que um serviçal faz? Ele serve ao seu dono até o fim de sua utilidade, sem questionar os seus pedidos de seus mestres. Alguns pedidos podem ser bem comuns, como comprar certas coisas ou entregar certos objetos. Outros são bem questionáveis, como assassinar alguém silenciosamente ou causar conflito entre nações pacíficas. – explicou Roxanne.

— E o que eu tenho a ver com isso? – perguntou Finn.

— Você, meu amigo, se encaixa numa categoria especial: aqueles pedidos vagos, resumidos e sem detalhe algum. Você sabe do que estou falando, não? Como daquela vez em que a princesa do Reino Doce pediu para capturar o Rei Gelado.

O garoto se lembra disso. Anos atrás, Jujuba pediu para que ele capturasse o Rei Gelado por causa de uma doença que ele acidentalmente espalhou por todo o Reino Doce. No entanto, a princesa nunca mencionou que ele causou a epidemia, e tudo o que ela queria eram as lágrimas de dor dele.

— Aonde você quer chegar? – perguntou Finn.

Ela riu novamente do garoto após ele ter feito a pergunta. Só de ouvir aquela risada já deixava o garoto ainda mais irritado. É como se ele ouvisse as várias músicas desafinadas que o Jake toca em sua viola. Assim que acabou de rir, ela desapareceu e reapareceu na frente do garoto num piscar de olhos. Ele pulou para trás assim que ela reapareceu.

— Você ainda não entendeu. Você já foi feito de trouxa porque a princesa não explicou absolutamente NADA! Ela nem sequer explicou que houve uma epidemia no reino dela.

— Ela não teve culpa! Ela estava preocupada com o seu reino! – perguntou Finn

— É, você está certo. Mas o que aconteceria se ela te mandar, sei lá, pegar um item importante em uma masmorra sem dar detalhes dele, e o item questão seria uma arma para causar uma guerra entre os outros reinos? Você faria isso para ela? Você seria leal o suficiente não só a ela, mas as outras princesas caso elas peçam algo do tipo para você? Você desafiaria a autoridade delas se você rejeitar? – perguntou Roxanne.

Finn ficou parado e quieto. Ele não sabia o que responder. Ele sempre aceitou várias missões das outras princesas, mas ele começou a imaginar algo do tipo. Ele colocaria a sua lealdade em jogo caso uma princesa fizesse isso, ou pior, declarar guerra contra outro reino? Ele ainda seria um herói se ele deixasse a sua lealdade de lado? E caso aconteça uma guerra, ele se envolveria ou deixaria milhares de vidas em perigo?

Era uma pergunta atrás da outra e ele não sabia como responder. Ele ficou olhando de um lado para o outro, imaginando várias situações, cenários e resultados, todos eles terminando de uma forma perturbadora e trágica. O garoto começou a ficar com medo.

— Vou considerar isso como um… como um… eu sei lá, mas deu pra ver que você não sabe o que fazer.

E então ele voltou a sua atenção para Roxanne. Foi então que ele resolveu perguntar algo para ela.

— …porque você veio aqui? – perguntou Finn, com medo e preocupado.

A garota simplesmente sorriu, andou até ele e pegou a mão direita do garoto. Ela abriu a mão dele e viu um espinho saindo da palma da mão do garoto. Foi o que restou da flor que gerou um novo braço para ele. Ela tocou no espinho com o seu dedo indicador e começou a falar.

— Vou te dizer uma coisa, de humana para humano: vejo que você tem um grande potencial. Potencial para se tornar algo maior do que um herói. Se você aceitar o seu potencial, nada mais vai ter importância alguma para você. Você fará todos os seus problemas sumirem num passe de mágica, e todas as pessoas deste mundo irão te tratar como um deus. Tudo o que te perturbou no passado deixará de existir. No entanto…

Roxanne largou a mão do garoto e encarou ele, frente a frente.

— …se você continuar dando uma de herói, você chegará em um ponto aonde não haverá mais volta. Um dia, suas ações trarão consequências terríveis e você não poderá fazer nada para corrigir isso. É a sua escolha.

Após ter dado o recado ao garoto, Roxanne começou a flutuar novamente.

— Bem, vou indo. Muita coisa pra fazer, muitos games para jogar e muitos feitiços para aprender. Eu voltarei daqui a alguns dias para saber da sua decisão. E pelo amor de Glob, tente fazer alguma coisa pelo resto do dia! – gritou Roxanne.

Depois disso, ela desapareceu num piscar de olhos. Após ela ter ido embora, Finn sentiu alguma coisa em sua mão direita. Ele olhou para a palma de sua mão e viu uma coisa que deixou ele curioso.

Havia uma pequena folha saindo do espinho.