- Nico? – disse Percy assustado

- Não! O Papai Noel! – disse a voz.

- Mas eu jurava que era a voz do Nico…

- Eu SOU o Nico, seu burro! – disse ele aparecendo

Percy abaixou a cabeça, como aquele meme, Okay.

- Ei! Não chame o Percy de burro! – começou Annabeth - Tudo bem que ele não tem faculdades mentais tão bem desenvolvidas como as minhas, mas…

- Obrigado! É suficiente Annabeth!

Não pude reprimir uma risada. Annabeth me mostrou a língua e Percy riu. Ela teu um tapinha nele e eles começaram a se estapear rindo.

Nico pigarreou.

- Hm, eu acho que precisamos salvar algumas pessoas… - disse Sadie

- É. Ham, Nico? – perguntei

- Sim?

- Sabe como…

- Abrir? Eu não, mas você sabe.

- Não eu não… - comecei. Geraki piou. Se pudesse revirar os olhos teria o feito. Ele esticou a asa para baixo, apontando para meu bolso. E sacudiu a cabeça, como se espantasse algo. Ou algo lhe desse arrepios.

Coloquei a mão no bolso e senti algo frio.

A Chave.

A retirei do bolso examinando seu brilho levemente prateado, fria como gelo.

- Ela… - comecei

- Sim. – disse Nico. – Não funciona pra voltar. Mas sim.

Coloquei-a na fechadura e abri a porta, revelando uma maravilhosa, emocionante, estupenda e excitante…

Caverna.

- Era só eu que estava esperando algo mais… - disse Sadie - Legal?

- Não. – respondemos em uníssono.

- Melhor irmos. – falei.

Todos assentiram e me seguiram em silêncio. Eu e Sadie convocamos bolinhas de fogo para iluminar o caminho.

A caverna parecia nunca terminar. Ela era… como descrever uma caverna? Chata, molhada, fria, escura, interminável.

Quando estávamos quase desistindo ouvi algo. Um grito. Era Jaz. Olhei para Sadie ela assentiu e começou a correr junto comigo. Os outros vieram atrás, tropeçando nos próprios pés.

Parei na beira de uma “clareira” com um enorme precipício iluminado com sinistras luzes amarelas e vermelhas dançantes. Era como fogo. No fundo dele havia uma enorme (~lê-se ENORME) fogueira e acima do precipício haviam várias gaiolas bem grandes onde estavam Haley, Jaz, Carter, Zia e Walt desmaiados.

Ao ver as gaiolas Geraki sacudiu a cabeça novamente. Ele estava com medo.

- Ora, ora, ora, – retumbou uma voz grave – se não é Anne Riordan. Veio salvar seu irmãozinho que eu roubei? Ownt, que fofo!

- Que-quem é você? – gaguejei.

- Quem mais poderia roubar alguém sem ser visto? Ser tão ágil e invisível como eu? Receio que seus pais saibam quem sou…

Então os vi. Meus pais, desmaiados em outra gaiola menor, e o fogo ardendo, cada vez mais alto.

- MOSTRE-SE! – gritei – LUTE COMIGO! QUEM VOCÊ QUER? EU OU ELES?

- Tudo bem querida, eu quero você. – disse…

- HERMES? – perguntamos chocados.

- Sim! – ele disse feliz.

- Porque você…

- ELE VANDALIZOU MEU FILHO! – gritou Hermes – LUKE FOI UM HERÓI! ELE SALVOU O MUNDO! E AGORA, - ele suspirou e estalou os dedos, fazendo todos acordarem – está na hora de ele ver sua querida filha morrer! QUERO VER SE VAI VANDALIZÁ-LA TAMBÉM, RICK RIORDAN! – ele falou o nome de meu pai cuspido, como se fosse um insulto. Ele deu uma risada nervosa – Sempre fiquei magoado com Rick por causa daquilo. Mas ficava quieto. Vandalizou meu filho, um herói. Vandalizou.

Todos tentavam gritar, mas suas vozes não saíam. Como o mudo na TV.

- Mas Luke foi um herói… - falei com os olhos marejados. – Você devia ter orgulho de ele ter sua história contada para todo o mundo. Orgulho. Ele… - nesse momento lágrimas escorreram por meu rosto. Parei, respirei fundo e continuei – Mas se o que você quer sou eu, leve-me. Mas deixe-os em paz.

Hermes estalou os dedos e algo rugiu. Estava só eu e o monstro. Um gigante.

Não lutei. Se era pelo bem de todos, que assim fosse. Enquanto o gigante se aproximava tirei Pansélinos e coloquei em um canto. Queria que pelo menos meu arco sobrevivesse.

POV. Haley

- Anne… - foi a única coisa que pude dizer antes que o gigante a esmagasse. Junto com a vida de Anne as gaiolas, o gigante e o precipício se desfizeram, nos deixando caídos ao lado de uma heroína. Uma heroína morta.

Então uma luz iluminou toda a caverna. Era o espírito de Luke.

- Pai, eu não… - ele começou. Estaria chorando, se fantasmas pudessem chorar. Ele se recompôs e recomeçou. – Ela… ela salvou vocês, não foi? – ele perguntou

Assenti.

- Pensei que você não pudesse ser tão… - começou Luke para Hermes, com cara de nojo. – Se pensou que estaria me honrando se enganou, pai. Profundamente. Matou uma garota por motivos fúteis. E eu pensando que os deuses poderiam ter algum fundo nobre.

Hermes estava atônito demais com a presença do filho para falar.

Ele chegou ao lado de Anne, que por incrível que pareça não estava achatada, e disse algumas palavras. Seu brilho desapareceu pela metade e ele sumiu. Nos deixando sozinhos com Ela. Nossa heroína, Anne Riordan, a Filha de Rick Riordan.

The Smiley Girl