The Dark Princess

Capítulo 7 – Memórias de um Mestre – Paixão Perdida.


Mestre Lokosoko P.O. V

Há dezenas ou talvez centenas... Bem, eu não sei ao certo, mas aconteceu há muito tempo atrás. Quando a terra de Ooo não era o que é hoje, quando eu ainda era um tolo jovem cheio de inocência e despreocupação, quando... Ela ainda estava comigo...

(Kord): - Rápido, não enrola cara.

(Luna): - Deixa ele contar a história Kord.

– Obrigada garota, continuando...

Bem... Era apenas um belo dia ensolarado na antiga Ooo. Eu acordei com o sol batendo no meu rosto e vários pássaros cantando na floresta em que eu estava, eu me levantei e limpei meus olhos, me espreguicei, peguei minha mochila e sai andando sem rumo.

Eu não tinha para onde ir, o mundo inteiro era meu destino.

Eu não tinha casa, o frio e escuridão da noite eram minha casa.

Eu não tinha família nem amigos, a solidão era minha família e amigos.

Eu cheguei a uma pequena vila, mais muito bonita por sinal. Havia um belo e cristalino lago, estava morto de fome e não pensei duas vezes e resolvi pescar naquele belo lago.

Peguei uma vara de pesca de improviso e fui em direção ao lago na tentativa de pegar alguém peixe. A água era incrivelmente limpa e pura, dava para ver facilmente os peixes nadando nela. Tirei os meus sapatos e entrei na água, fui andando pela margem do lago até uma pedra que estava mais afastada das margens do lago, subi a na pedra e joguei minha vara de pesca improvisada na água.

Estava bem concentrado em pagar o tal peixe que nada poderia tirar minha atenção. Bem... Foi o que eu pensei até que...

Até que eu vi uma linda garota, sem dúvidas a garota mais bonita que eu já vi em toda a minha vida. Seus cabelos e olhos eram negros como a escuridão da noite, sua pele era branca como a neve e seus cabelos lisos como a mais pura seda.

Ela foi para o outro lado do lago e se sentou em suas as margens. Ela olhava fixamente para as cristalinas e puras águas enquanto tirava suas sapatinhas e colocava os seus pés nas águas.

Fiquei hipnotizado com aquela garota, estava em um olhar fixo para ela, meu coração batia acelerado e eu soava de nervoso. Pensei “Que coisa estranha e essa que esta acontecendo comigo?”.

Estava tão vidrado em olhar para a garota que nem percebi que um peixe enorme mordeu a isca da minha vara improvisada e como eu não puxei a vara o peixe me puxou para dentro do lago.

“Sphash”, eu cai dentro do lago todo atrapalhado. E quando pude perceber aquela garota estava ali para me ajudar a levantar.

Meu coração batia mais acelerado do que nunca, e minhas bochechas estavam vermelhas iguais a um tomate.

A garota então estendeu a mão na tentativa de me ajudar a sair do lago, ela também estava bem envergonhada com aquilo, estendi a minha mão meio sem graça e ela me puxou para fora.

Agradeci á ela e perguntei o seu nome. Ela disse que se chamava Laquilalokoteca, era um nome meio estranho mais eu não podia jugar afinal ela era uma dama.

Logo o sol se pôs e ela disse que tinha que ir embora e me despedi dela e fui embora, bem pelo menos foi o que ela pensou. Eu fui andando entre os arbustos e seguindo a Laquilalokoteca, ela foi direto para a casa dela e quando ela chegou lá o pai dela deu uma bronca nela.

Sai andando devo por aí sem rumo, não conseguia parar de pensar na tal garota.

Logo a noite chegou, eu resolvi dormi para amanhã cedo achar comida. Eu juntei várias folhas de palmeiras no chão e ainda molhado me deitei sobre elas.

O céu estava limpo e estrelado, eu não poderia pedir uma casa melhor do que uma bela floresta e teto melhor do que a imensidão do céu. Fechei meus olhos na tentativa de conseguir dormi, mas eu via imagens da tal garota que eu havia conhecido, por algum motivo não conseguia tirar ela da minha cabeça, fiquei virando de um lado para o outro até que eu peguei no sono.

Sonhei com adivinhem... Isso mesmo aquela garota de novo, nós estávamos saltitando por um lindo campo florido com belos trajes brancos, nos subimos em uma árvore para contemplar o maravilhoso pôr do sol que estava que estava havendo nos céus de Ooo. Quando de repente o sol e as águas do belo lago ao lado da árvore que estávamos ficaram negros. Até que o sol negro foi dando origem a um mostro meio zumbi que pegou a Laquilalokoteca e me empurrou a árvore com um golpe e eu cai nas águas do lago negro.

Acordei apavorado e suando frio, ainda estava de noite e eu ainda estava vivo, mas eu também estava morto de fome e uma dúvida martelava a minha cabeça: Por que eu esta cismado com a garota?

Ainda estava de noite mais resolvi ir então para o povoado onde a Laquilalokoteca para vê- lá novamente para saber se aquela fobia estranha ai acabar. Ah, e para ver se já começou a feira da madrugada, até que eu chegasse quem sabe?!

Chegando lá a feira começou e eu morto de fome fui arrumar algo para comer. Fui atraído para uma barraca por causa de um cheiro delicioso que vinha de lá.

Perguntei ao dono da barraca que tipo de comida era aquela, ele me disse que era carne de cordeiro com molho de cogumelos. Hum... Que delícia! Perguntei a ele se eu poderia ficar com um padeço e ele me disse que se eu quisesse a carne teria que pagar 30 moedas que ouro. Falei que não tinha aquele dinheiro e ele me expulsou da barraca em grande estilo.

Eu me virei e sai andando lentamente, e quando o dono da barraca estava distraído eu corri em direção à barraca, peguei a carne e sai correndo.

O dono da barraca saiu correndo atrás de mim e gritando: “Pega... Larápio!”, logo a féria inteira estava a maior confusão, as pessoas não sabiam ao certo quem era o ladrão então umas começaram a atacar as outras. As pessoas estavam em um verdadeiro campo de guerra, pessoas e utensílios voavam de um lado para o outro. Como o dono da barraca era meio cheinho e estava ficando cansado de correr atrás de mim, estava correndo todo convencido de que eu levaria a melhor, até que eu vi no meio da multidão um senhor lá parado no meio da confusão se fazer nada olhando pra mim, olhei novamente para frente e vi que já estava chegando ao limite do povoado. Sorri com a maior cara de safado e pensei que eu era um homem livre e com a barriga cheia. Até que o tal homem que estava olhando para mim acabou com a minha alegria.

Ele apareceu do nada na minha frente e estendeu o braço para o meu lado. Eu estava na maior velocidade e parei imediatamente para não bater no tal cara. Eu parei exatamente na frente do da palma da mão dele. E para a minha surpresa ele me encarrou, pegou a comida das minhas mãos e me empurrou no chão.

Logo depois o dono da barraca apareceu, ele estava totalmente cansado e se folego, mais ele agradeceu o homem estranho que despareceu logo em seguida. O homem dono da barraca que eu saquei começou a me disser que ia mandar me prender por roubo, eu expliquei os meus motivos mais ele não queria nem saber, ele me pegou pelos braços e estava me levando de volta para o povoado, e segundo ele para uma prisão.

Quando de repente não pude crer no que meus olhos estavam vendo: A garota estava ali, vindo na minha direção.

“Por favor, solte ele” - disse ela com um olhar piedoso.

O homem ignorou o pedido da garota. Disse que eu havia roubado algo dele e deveria pagar por isso. Ela tirou do bolso de seu casaco um saco cheio de moedas de ouro e deu ao homem e em troca ela exigiu que ele me soltasse e me deixasse ficar com aquela comida. Ou homem me soltou, pegou as moedas e foi embora.

Eu me levantei e meio se entender o que estava acontecendo e perguntei para ela por que ela havia me ajudado, ela levando os ombros como se nem ela mesma sabia o motivo daquilo. Ela saiu andando e eu fui atrás dela. Ela percebeu que eu estava a seguindo e me perguntou o quê eu estava querendo com ela para deixá-la em paz e por que não estava com a comida, eu respondi que não queria mais a comida a única que eu queria era uma explicação dela. Ela olhou para os lados e sussurrou no meu ouvido que era para nós nos encontrarmos amanhã as sete horas da manhã na colina da velha amoreira e foi embora.

Quando chegou de manhã em fui para o local combinado e ela já estava lá...

– Por que demorou tanto. Falou ela irritada.

Tentei argumentar que eu não tinha relógio, mais ela não queria nem saber. Ela me puxou para um lado da colina bem na borda de um precipício enorme.

– Certo já estou aqui agora me diga por que me ajudou naquele dia? Falei.

– O quê?! Você que vai me disser por que está me seguindo? Por acaso você trabalha para um dos inimigos do meu pai?

– Não, não é nada disso não foi isso que nós combinamos. Falei.

– O quê?! Quer saber você é um cretino nunca devia ter te ajudado. Falou ela irritada vindo na minha direção e gritando comigo.

Ela se virou muito brava e foi embora mais continuava olhando e discutindo comigo, ela não percebeu, mas enquanto ela esta indo para a borda do precipício e acidentalmente caiu dele.

–Ahhhhh... Gritou ela enquanto caia do precipício.

Corri em direção a borda para tentar ajuda-la, olhei para e a vi se segurando em uma raiz da amoreira que estava exposta, raízes são muito resistentes, mais com certeza ela não ia aguentar por muito tempo. Então resolvi ajuda-la.

– Eí, essa raiz não vai aguentar você por muito tempo, segure minha mão que te puxo. Falei estendendo a minha mão para ela.

–Não, prefiro me esborrachar lá embaixo a receber ajuda sua. Disse ela com uma cara amarrada e com uma enorme quantidade de orgulho.

– Certo é isso mesmo que vai acontecer se você não aceitar a minha ajuda, você me ajudou duas vezes, por favor, me deixe retribuir o favor pelo menos uma vez. Falei com um sorriso amigável e ainda com as mãos estendidas.

Ela ainda se negava a receber minha ajuda. De repente... Ouvimos um barulho, a raiz da árvore estava se quebrando. E ela desesperada aceito a minha ajuda.

– Tudo bem... Você pode me ajudar com uma condição... Que me conte por que estava me seguindo. Falou ela.

–Tudo bem eu falo mais só se me prometer que se eu te falar você me conta por quê me ajudou.

–Tudo bem. Disse ela.

Respirei fundo e tentei disser, poxa nem mesmo eu sabia o motivo ao certo.

– Bem... Não sei por que mais... Desde a primeira vez em que nós nos vimos naquele lago, eu não consigo tirar você da minha mente, não o sei o porquê! Enquanto eu dizia estas palavras meu coração batia acelerado e eu estava soando de nervoso. Quando terminei de disser aquilo estava vermelho de vergonha e pude perceber que ela também.

–Bem... Agora diga por que me ajudou. Falei.

– Eu... Antes de ela terminar de completar aquela frase, ouvimos outro estalo e a Raiz da se quebrou por inteira, quando pensei que já era tarde de mais nem percebi, mas acabei agarrando o braço da garota enquanto ela caia.

– Tudo bem, eu te peguei! Agora me dê a sua outra mão que eu te puxo pra cima. Falei.

– Tudo bem! Falou ela meio aterrorizada tirando a mão dos olhos e segurando na minha outra mão.

Puxei com muita dificuldade para cima, mas consegui e á levei para bem longe de qualquer beirada do penhasco.

Depois que ela estava á salvo, resolvi ir embora, até que ela me disse:

– Espera, você salvou minha vida e nem sei seu nome! Como você se chama? Perguntou ela com uma voz delicada, aquela garota doce e meiga que eu havia conhecido finalmente voltou e se foi à garota rabugenta e teimosa que eu havia ajudado há segundos atrás.

– Eu me chamo Kenedy. Olhei para ela e logo em seguida sai andando de novo.

– Espera... Kenedy, aquilo que você disse sobre por que estava me perseguindo era verdade mesmo? Perguntou ela meio envergonhada.

– Sim! Falei.

– Podemos nos encontrar aqui de novo amanhã às cinco da tarde, o pôr do sol visto daqui é tão belo. Disse ela com uma voz doce e delicada.

– Aceitei o convite dela. E sai andando.

Dês de então eu e a Laquilalokoteca passamos as nos encontrarmos sempre, o problema era o pai dela, ele era um homem ruim, frio e egoísta, ela não gostava quando pés rapados como eu se metiam com a filha dele. Um dia ele descobriu que a filha dele andava se encontrando com um qualquer e ficou furioso, ele exigiu que a Laquilalokoteca ô apresentasse o rapaz com quem ela via se encontrando, e quando ela apareceu comigo lá o pai dela fez questão de me fazer um questionário sobre qual era minha profissão, meu interesses políticos e um monte de outras coisas que eu nem sabia o que significava.

Acho que o pai dela não gostou nada daquilo, pois ele parou no meio das perguntas que ele pretendia fazer para mim, mandou a Laquilalokoteca subir e me olhou com a maior cara de desgosto, acho que ele não esperava ouvi o que eu havia respondido nas perguntas. Então ele me expulsou da casa dele e me disse que se eu voltasse e me encontrar com a filha dele ele ia tomar uma providência.

Fiquei muito triste com aquilo mais percebi que era melhor eu aceitar aquilo, não queria prejudicar a Laquilalokoteca.

De manhã fui para a velha amoreira como sempre era de meu costume me encontrar com ela lá, pensei que se fosse lá ia lembrar das boas lembranças que tive com ela, só que eu não esperava encontra-la por lá, ela veio em minha direção, me abraçou e disse que não queria ficar longe de mim. Eu falei que era melhor nos não nos encontrarmos, por que se o pai dela descobrisse com certeza ia ser pior ainda para nos dois, mas ela não se importava, ela disse que podíamos nos encontrar escondidos, assim o pai dela nunca ia descobrir, eu não achava que aquilo ia ser uma boa ideia, mas ela estava me implorando e esta muito triste que eu não tive coragem de disser “Não”.

Bem... Passaram-se dois meses e o pai dela nem desconfiava.

Certo dia, fui até a velha amoreira onde nos sempre nos encontrávamos e na hora combinada, cheguei lá e pela primeira vez ela não estava lá, era bem estranho, sempre ela já estava lá me esperando. Pensei que não passava de nada incomum, ela poderia apenas ter se atrasado. Sentei-me em um tronco de árvore derrubado e fiquei lá esperando ela.

Horas e horas foram passando e nada dela, até que já estava de escurecendo, fiquei preocupado, pois ela nunca tinha me dado um bolo em se atrasado tanto assim, então resolvi ir a casa dela para procura-la e ver o que tinha acontecido para ela não aparecer por aquele lugar onde sempre nós nos encontrávamos.

Ao chegar à pequena vila onde ela morava, fiquei observando a casa dela escondido em um arbusto para o pai dela e nem ninguém notar que eu estava a observando.

Fiquei horas parado lá olhando e não via ninguém entrar ou sair, as portas e as janelas estavam trancadas e tudo estava muito quieto. Resolvi me aproximar da casa para ver o que estava havendo, vi um homem indo em direção a casa com uma placa e uma marreta nas mãos.

Aproximei-me dele e perguntei o que estava acontecendo.

Ele disse que era um corretor Imobiliário e que estava ali para vender a casa. Fiquei confuso perguntei se ele sabia algo sobre por que o dono estava vendendo a casa, ele me disse que não sabia de nada, que o dono só disse que queria vender a casa o mais breve possível. Não entendi direito aquilo, mas logo percebi por que aquilo estava acontecendo.

Quando o Pai da Laquilalokoteca me proibiu de encontra-la ele disse que se nós nos encontrássemos de novo haveria consequências. Claro ele deveria ter descoberto que nós nos encontrávamos escondidos e se mudou a á levou junto, tudo para afastar ela de mim e eu dela.

Perguntei para o tal corretor imobiliário se pelo menos ele sabia para onde os antigos moradores dali se mudaram e ele disse que não sabia de nada.

Sai dali de cabeça baixa, estava muito triste pensando que nunca mais poderia vê-la novamente. Fiquei vários dias procurando informações sobre se alguém da vila sabia para onde foram a Laquilalokoteca e seu pai, mais ninguém sabia de nada. Até muito tempo foi se passando e eu resolvi desistir.

Três meses se passaram... E um dia em eu estava assando peixes em uma fogueira quando de repente um homem apareceu me procurando e disse:

– Você é o Sr. Kenedy? Perguntou ele.

– Sim, por quê? Quem é você? Perguntei.

– Eu sou um mensageiro, e eu vim te entregar uma carta! Disse ele.

– Uma carta?! Falei confuso e ao mesmo tempo surpreso.

– Sim, tome! Falou ele me entregando o envelope de papel e saindo bem apressado.

Mais quem poderia me mandar uma carta pensei, olhei para o envelope de notei que estava sem remetente só havia o destinatário no caso Eu. Rasguei o envelope cuidadosamente e retirei a carta que estava dentro, abri-a e mal pude acreditar no o que aquelas palavras diziam.

Querido Kenedy...

Desculpe a demora a te escrever, mas meu pai me levou para bem longe, para um forte em outra cidade, e não sei direito onde esse forte fica, não sei se podemos nos ver novamente, mas acho que podemos nos comunicar por cartas. Tenho um primo de confiança que morra em uma pequena vila ao norte, esse primo sabe onde fica esse tal forte, ele se chama Henri, pode entregar as suas cartas para ele, eu prometo que vai dar tudo certo. Espero que não esteja magoado comigo.

Escrevi-te por que não aguento mais ficar sem notícias suas, eu te amo muito e espero que você sinta o mesmo por mim.

Não pensei duas vezes, fui procurar o tal primo da Laquilalokoteca, sai andando em busca da pequena vila ao norte em que ela havia falado. Cheguei lá de madrugada, bati na porta de uma casa e uma senhora me atendeu, ela estava assustada por que ver algum estranho bater na porta da sua casa tão tarde. Perguntei á ela se ela sabia onde ficava a casa o tal Henri, e ela ainda assustada apontou para uma pequena casa verde e me disse que era lá que ele morava. Agradeci e fui procurar o Henri.

Bati na porta e lá estava ele, todo sonolento, ele perguntou que eu era e o que eu queria, contei que a prima dele me mandou ali e todo o resto. Ele me mandou entrar para podermos conversamos melhor. Contei tudo para ele do início até o presente.

Ele topou em me ajudar e pediu que eu me lhe desse a carta que eu havia escrito para ela entrega-la a Laquilalokoteca, disse que não tinha escrito a carta por que não tinha papel nem caneta, ele riu e deu papel e caneta, falou que ele ia dormir e assim me dar mais privacidade e quando eu terminasse para deixar a carta em cima da mesa que no dia de manhã ele iria ao forte com o pretexto de fazer uma vista e dar a carta para a Laquilalokoteca.

Peguei o papel meio amarelado e com dificuldade ia preenchendo ele com letras e palavras que demostravam meus sentimentos e minha dor. Fiquei a noite toda escrevendo a carta para ela.

Querida Laquilalokoteca...

Ás vezes o destino pode ser bem cruel com a gente. Eu sei bem como é isso, quantas vezes ele já não me deu várias rasteiras, perdi minha família, fiquei sem lar, sem amigos, passei fome e frio, mas acredite nenhuma dessas dores até mesmo juntas se compara a dor que eu sinto se perder você.

Como eu já disse o destino nunca vem sendo generoso comigo, a melhor coisa que ele me deu ele está querendo tomar de volta, a única coisa que me fez esquecer a fome e a solidão de lado, ele esta querendo roubar de mim, a única coisa que eu realmente amei nesses anos todos de solidão, a única coisa que eu já tenho certeza que sem ela eu não vivo mais: Você.

Sabe, o destino ás vezes pode ser muito cruel, ele cria vários obstáculos e dificuldades, mas cabe a nós sabermos como os vence-los.

Só não entendo como uma moça tão adorável e bela pode amar um pé-rapado como eu, mas creio que se você escreveu aquela carta para mim você deve sentir o mesmo que eu sinto por você dês de aquela vez que te vi naquele lago.

Quanto terminei de escrever as últimas palavras naquela folha de papel Henri estava ao meu lado pronto para levar a carta até a Laquilalokoteca.

Não demorou muito até que recebi outra carta da Laquilalokoteca, e á respondi com outra carta logo em seguida.

Passaram-se vários dias e recebi uma carta da Laquilalokoteca que me deixou chocado.

Querido Kenedy...

Finalmente arrumei um jeito de fugir desse lugar, me encontre ás duas horas da manhã na floresta de pinheiros, vamos fugir para bem longe.

Depois que terminei de ler a carta mal consegui respirar direito meu coração batia acelerado e eu estava bem ansioso, pois finalmente teria a chance de vê-la novamente.

Na hora fui ao tal local combinado, cheguei à tal floresta e nem sinal da Laquilalokoteca e nem de ninguém. Até que do meio das árvores com a escuridão da noite ia surgindo uma garota de cabelos negros, era ela. Até que quando a ela foi se aproximando mais a luz da lua batia em seu rosto e pode perceber que a sua boca estava amarrada com um pedaço de pano, quando ela se aproximou mais um pouco vi que ela estava sendo segurada por dois homens, ela gritava mesmo com a boca tampada e remexia.

Pensei que aquilo poderia ser um sequestro e assustado fui me afastando até que dois homens me pegaram por trás e foram me arrastando para outra parte da floresta, quando cheguei lá para mim surpresa encontrei o Pai da Laquilalokoteca, ele se aproximou de mim com um certo olhar diabólico e disse:

– Ora, bem... Vejamos quem está por aqui, seu pivete falei para não se meter mais com minha filha, na primeira eu fui até que legal, mais agora na segunda...

Ele estalou os dedos aqueles homens me levaram para outro lado da floresta, chegando lá elas me acorrentaram em uma árvore, colocaram meus braços para trás da árvore e amarrando e logo depois aqueles homens começaram a me dar uma coça, eles me batiam e chutavam. E eu ali apanhando sem ao menos poder fazer nada, não entendi direito nem o que estava acontecendo. Foi ai que percebi que aquilo tudo não passava de uma cilada, o homens me batiam tanto que não resisti e acabei desmaiando.

Passaram-se várias horas e eu finalmente acordei, minha cabeça doía muito e eu mal conseguia me levantar, eu estava caído no chão todo machucado, a sanguentado, sentia muita dor e minhas mãos ainda estavam presas com correntes. Eu tentava me soltar das correntes mais todo o esforço que eu fazia não valia de nada. Eu gritava por ajuda, mas ninguém respondia, eu ouvia o eco da minha voz e vários lobos uivando para a lua, tinha certeza que eu não ia sobreviver então eu me deitei no chão e fechei meus olhos para não pior.

Acordei e eu esta em uma pequena casa de madeira deitado em um lençol no chão, meus ferimentos estavam cobertos com ataduras e faixas. Me levantei e sentei no colchão, fiquei meio confuso e olhando para o meu redor. Até que eu ouvi uma pessoa se aproximando e quando essa pessoa chegou à porta, mal podia acreditar era a Laquilalokoteca. Ela estava com uma bandeja cheia de remédios e quando me viu acordado ela soltou a bandeja e veio correndo me abraçar.

Pensei que tudo aquilo não passava de um sonho, mas me lembrei dos ferimentos que estavam da minha pele e ai percebi que era tudo real. Assim que ela terminou de me abraçar perguntei onde estávamos e o quê aconteceu.

Ela se sentou junto a mim no lençol e me contou que: Estávamos na antiga casa dela, aquela carta que eu recebi falando para nos encontrarmos na floresta era uma emboscada, o pai dela tinha descoberto de nos estávamos trocando cartas e daí escreveu aquela carta, ele sabia que com certeza eu ia aparecer então ele chamou os soldados deles para me darem um coça, depois que os soldados dele me levaram ela foi levada por outros soldados de volta para o forte, só que no meio do caminho ela pisou no pé de um e ele gritou de dor e acidentalmente a soltou e ela fugiu. Falei com ela que aquilo que ele fez comigo não era dar um coça era tentativa de homicídio. Ela riu e me abraçou novamente.

Ela também disse que não poderíamos ficar ali naquela casa por muito tempo, ali era um dos primeiros lugares onde o pai dela procuraria por ela. Disse para ela que poderíamos construir nossa própria casa, ela ficou meio assustada mais adorou a ideia.

Mas ela disse que não era bom dois adolescentes como nos morarem sozinhos em uma casa, então naquele dia nos dois tomamos uma grande decisão em nossas vidas... Nós íamos nos casar.

(Kord): - Hahahaaahaha! Importante decisão! Hahahahaaahaaa! Casar! Hahahaaha!

– Bem... Voltando á história...

Então eu a Laquilalokoteca nos casamos, não foi nada de mais... E com nada que mais eu quero disser que não tinha nem convidados e muito menos um padre.

(Kord): - Hahahahaaa! Que pobreza!

– Dá para parar menino?! E voltando A História novamente.

Nós então trabalhamos juntos para construir a nossa própria casa, e não que eu queira me gabar mais nos fizemos um ótimo trabalho.

Eu estava muito feliz... Pois finalmente e estava com a garota que eu amava, tinha finalmente uma casa e várias outras coisas... Mais tudo que é bom dura pouco...

Passaram-se vários anos. Eu um dia que eu estava pescando com uns amigos meus ouvi falar de um tal esfaqueador misterioso que estava atacando pessoas pelas redondezas, fiquei atento a tudo o que diziam, mas sem comentar nada, depois que que eu notei que minha rede estava cheia de peixes resolvi ir embora e deixar meus amigos conversando sobre o tal esfaqueador, não me sentia a vontade ao ouvir pessoas falando sobre tragédias. Peguei então os meus peixes e fui para casa, ao chegar lá gritei para a Laquilalokoteca abrir a porta, mais ela não respondia e estava um silêncio, me aproximei mais e vi que a porta estava aberta e pelo o que eu notei parecia que foi arrombada. Entrei na casa e quando cheguei na cozinha me deparei como uma cena horrível, encontrei a Laquilalokoteca caída no chão toda ferida e cheia de sangue e vi um homem encapuzado com uma faca apontada para ela, e quando ele me viu ele saiu correndo pela a porta dos fundos. Deixei o tal cara encapuzado fugir e foi correndo para onde estava a Laquilalokoteca, em sua pele havia várias marcas de faca, com certeza aquele homem era o tal esfaqueador misterioso e ele havia atacado ela, a coloquei nos meus braços e comecei a chorar, pensei que aquela era finalmente a hora em que eu a perderia de uma vez por todas, até que peguei no pulso dela e vi que ainda que o seu pulso estava batendo, fiquei um pouco mais aliviado.

De repente vários detetives, policiais e enfermeiros chegaram para ver o que estava acontecendo ali, fiquei aliviado por que finalmente a ajuda havia chegado. Só que quando aquelas pessoas me viram todo cheio de sangue, com uma garota esfaqueada no colo e uma faca ao meu lado, logo chegou a uma só conclusão.

– Você está preso!- Falou um dos policiais colocando uma algema em minhas mãos.

–O quê? Não, não é o que o senhor está pensando! – Tentei explicar o que realmente havia acontecido, mas eles nem queriam saber.

Vi o paramédicos colocando a Laquilalokoteca em uma maca e perguntei se ela ia ficar bem, mas eles nem me responderam apenas foram-me levando para a prisão.

Chegando lá fui acusado de homicídio e de ser o tal esfaqueador misterioso argumentar, mas novamente não quiseram ouvi nenhuma explicação e foram me trancando em uma sela.

Fiquei indignado, pois estava pagando por um crime que eu não cometi, o verdadeiro culpado estava por ai livre e a garota que eu amava estava seriamente ferida e eu não tinha notícias dela.

Peguei pena de mais ou menos 50 anos. E durante esses 50 anos e contava os dias para enfim que eu pudesse-me ver livre ali e finalmente vê-la novamente.

Passaram-se 47 anos e eu finalmente pude ouvir o agente condicional disser que eu estava livre, eu já não via a cidade, as pessoas e não tinha liberdade a quase 50. Fiquei meio emocionado no dia da minha tão sonhada liberdade, estava doido para finalmente poder ver a luz no sol e respirar o ar fresco de uma vida livre.

Quando finalmente dei os primeiros passos para a liberdade bem longe daquela prisão de cimento maldita, não me controlei e senti a vontade de correr por ai a comemorar que eu finalmente poderia ver as vilas, as pessoas e principalmente ela, por quem me coração batia mais desesperado do que nunca.

Corri pela pequena estrada de terra que levava para fora da prisão, corria e o vento batia no meu rosto enquanto eu corria e passava pelo triste mais belo cenário daquele local, um local meio triste como um deserto, cheio de cactos e crânios de vários animais mortos pela fome e sede e esquecidos pelo tempo, mas eu estava certo de que logo eu ia finalmente passar por um lugar alegre e cheio de pessoas. Corri, corri e não demorou muito para eu finalmente poder ver novamente aquele belo campo de flores.

Só que quando eu finalmente cheguei ao fim da trilha e daquele triste cenário desértico me deparei com um cenário bem mais triste. O que era para ser o imenso campo de flores não passava de um verdadeiro cenário de guerra e devastação, haviam árvores caídas no chão e outras pegando fogo, o gramado antes verde agora não passava de um solo preto e como um campo de guerra, corpos de pessoas mortas jogadas por aquele chão, casas destruídas, pessoas desabrigadas, pessoas passando fome e perdidas por ai. Á medida que eu ia observando aquele local eu ia andando mais devagar para prestar atenção naquela horrível e desagradável cena. Mal sabia eu que eu presenciei e sobrevivi a umas das piores e mais terríveis guerras da história, a guerra que hoje deu origem ao que chamamos de “Terra de Ooo”, a catastrófica “Guerra Dos Cogumelos”.

Quanto mais eu via aquelas cenas horríveis mais eu ficava desaperrado, até que ai pensei da Laquilalokoteca como ela estava e oque poderia ter acontecido com ela.

Corri em direção até a casa do primo dela, o Henry, chegando lá às coisas ao redor não estavam nem um pouco boas, em volta da casa dele havia pessoas lutando com espadas algumas usavam armas e canhões de guerra, dava para ouvir um tiroteio e um tremendo massacre, bati na porta da casa do Henry. Ele parecia não estar, mas eu continuava batendo na porta.

– Henry, sou eu, o Kenedy, por favor, abra a porta. – Falei enquanto batia na porta desesperadamente.

– Como posso ter certeza de que é você mesmo?!- Disse ele com um tom meio amedrontado.

– Por favor, Henry abra!- Falei.

Ele puxou a cortina e deu uma espiada pela janela para conferir se era eu mesmo, logo depois ele puxou a cortina novamente para bloquear a vista pela janela, destrancou a porta, abriu a porta e me puxou rapidamente para dentro de sua casa.

– Kenedy?! Você por aqui?! Por onde andou?- Falou ele surpreso e ao mesmo tempo confuso.

– Vim saber notícias da Laquilalokoteca. - Falei.

– Ah?! Agora você vem queres saber dela depois de tantos anos, onde esteve?

– Sim, por favor, me diga onde ela está preciso saber noticias dela. E como assim tantos anos? Falei aflito e confuso.

– Você ficou sumido por vários anos, a Laquilalokoteca recebeu alta do hospital os médicos contaram para ela que você tentou mata-la, mas ela não acreditou, ela voltou para a casa de vocês para te esperar, ela ficou meses esperando você aparecer, como você nunca falou nada ou deu notícias ela simplesmente achou que você não á amava mais, ela ficou magoada, pediu desculpas ao pai e voltou a morar com ele na antiga casa dela.

– O quê, eu estava preso, quando tempo eu fiquei fora por acaso?!- Falei preocupado.

– Mais ou menos 50 anos!- Falou ele.

– O que 50?! – Falei quase nem acreditando no que ele acabou de me disser.

– Sim, olhe as provas!- Falou ele, quando ele terminou de disser isso tirou o seu capuz revelando o seu rosto, que estava tomado pelo tempo. E logo depois e pegou um espelho e o colocou na minha frente.

Olhei para o espelho vi que não era apenas ele eu também já estava velho, fiquei quase 50 anos sumido e nem percebi isso, larguei o espelho abri a porta da casa do Henri e sai correndo desesperado para a casa da Laquilalokoteca a fim de tentar explicar o que havia acontecido esse tempo todo.

Quando cheguei à frente da casa dela tive uma enorme decepção, a casa dela estava abandonada e destruída. Aproximei-me e vi que a porta estava arrombada a sala de estar estava destruída, o sofá da sala estava rasgado e ele estava encostado em uma parede e de cabeça para baixo, a mesa estava quebrada e a estante caída no chão e arranhada, a parede da cozinha estava destruída os utensílios e eletrodomésticos da cozinha estavam quebrados, queimados eu danificados, era difícil andar pela casa em meio aqueles escombros, alguns degraus da escada que ligava o andar de baixo ao de cima estavam destruídos, subi com dificuldade pela escada, ao chegar no andar de cima dava para notar os principais sinais de tragédia, nos corrimãos do corredor que ligava os quartos e o banheiro havia manchas de sangue e no piso do corredor também. Fui andando pelo corredor pisando naquelas manchas de sangue em direção ao quarto da Laquilalokoteca.

Chegando lá vi também várias manchas de sangue no piso de madeira, vi vários móveis do quarto destruídos e havia também vários fotos dela e pedaços de tecidos cobertos de sangue, me sentei no chão e peguei uma foto dela, tirei o excesso de sangue na foto e fiquei olhando para essa tal foto e lembrei-me dela, de nos dois, dos momentos que passamos juntos, lágrimas escoriam dos meus olhos e caiam, assim manchando a fotografia, peguei um dos pedaços de pano que estavam ali, pelo que me parecia era um pedaço de uns dos vestidos dela. Quando de repente ouvi um barulho, a logo em seguida a casa começou a desmoronar e tentei fugir mais casa toda caiu em segundos.

Eu fiquei soterrado nos escombros, na época não entendi direito o que era aquilo que fez a casa inteira desmoronar, mas um tempo depois soube o que foi aquilo, Foi a chamada “Bomba Da Mutação”, a mesma bomba que deu origem a toda Ooo e á todos.

Quando eu achei que tudo estava perdido, mas consegui aos poucos ir saindo do meio dos escombros, quando eu sai pude ver que minha pele e meu rosto estavam deformados, devido aos efeitos da bomba, peguei um lençol que estava ali em cima dos escombros e usei como uma espécie de capa. Sai dali mancando olhei ao meu redor e o que antes parecia um campo de guerra agora era um cemitério enorme.

Fui andando em busca de sobreviventes e principalmente em busca da Laquilalokoteca. Por algum motivo àquela bomba também me deu o poder da imortalidade.

Passaram-se 100.000 anos e eu ainda estava com minha busca por ela, eu olhava envolta e via que toda Ooo já estava sendo construída, estavam começando as construções de vários reinos. Passaram-se 100.000 anos e toda Ooo estava esqueceu o passado e estava olhando para o futuro e eu ainda me recusava aceitar o pior e olhar nos olhos da realidade, a triste e dura realidade, que eu nunca mais ia vê-la de novo.

Um dia resolvi aceitar os fatos, olhei para trás e vi todas aquelas pessoas sorrindo e felizes com suas novas vidas e eu lá, o único que ainda não aprendeu esquecer o passado e aprendeu a aceitar a sua nova vida e seu novo destino.

Parei e em uma ponte e olhei meu reflexo na água, eu não sou e nem posso ser a mesma pessoa que já fui no passado, no posso mudar o passado e mesmo se eu pudesse não seria diferente. Abaixei então a minha cabeça olhei para o chão e depois dei meia volta de cabeça baixa abandonando meus sonhos e minhas esperanças.

Sentei-me eu um troco de árvore e de cabeça baixa comecei a pensar o que eu faria da minha vida dai em diante. Quando de repente um homem chega ao meu lado e me diz:

– Que correria não?! Mais a nova Ooo está ficando bem bonita não acha?!- Falou ele com um sorriso amigável.

– Ah?! Sim... Falei bem triste e desanimado.

– O que foi garoto parece triste? – Perguntou ele.

– Nada senhor! – Falei não a fim de puxar muito assunto.

– Vamos me conte, adoraria ouvir o que você tem á disser!- Falou insistindo.

Resolvi compartilhar com aquele cara sobre a minha história.

Depois que contei tudo para ele já estava de noite.

– Puxa já está tarde tenho que ir! – Falei me despedindo dele.

– Espera, garoto você mesmo não disse que não tem para onde ir?!- Falou ele.

– Não, tenho mas... Falei.

– Por que não fica hoje na minha casa já esta tarde para um garoto como você ficar andando por ai sozinho. – interrompeu ele.

– Serio?!- Falei empolgado.

– Claro, vamos!- Falou ele indicando para e o seguir.

Chegamos à casa dele:

– Nossa que casa legal, mas também estranha. - Falei.

– É uma casa meio dojo, eu morro aqui e é aqui que eu ensinava meus filhos a lutarem vários tipos de lutas. - Falou ele.

– Ensinava?! O que aconteceu com eles? Perguntei aflito.

– Nenhum deles sobreviveu, assim como minha esposa. – Falou ele enquanto pegava um bule de chá e despejava e duas xicaras.

– Sinto muito! – Falei.

– Tudo bem, também lamento pela morte da sua namorada. Como ela morreu mesmo? – Falou ele servindo chá para mim, pegando uma xicara e se sentando no sofá ao meu lado.

– Na verdade ela não era minha namorada, ela era minha esposa!- Falei meio sem graça. - E eu não sei bem como ela morreu, ela meio que desapareceu.

– Entendo. - disse ele tomando um gole de chá.

– Então você vive aqui nessa casa sozinho?- Falei tentando puxar assunto.

– Sim, eu morro aqui sozinho. – Disse ele e depois voltou a tomar outro gole de chá. – Venha comigo quero te mostrar uma coisa. – Disse ele enquanto colocava a xicara de volta na bandeja e me chamava para segui-lo.

Ele me levou para um local onde ele disse que era lá onde ele treinava os alunos dele, que por sinal ele não tinha á vários anos.

Perguntei á ele que tipo de luta ele ensinava para os alunos dele, ele me disse que ensinava vários tipos de luta, e me citou um monte, e logo em seguida ele me perguntou que tipo de luta eu queria que ele me ensinasse. Não consegui decidi entre escolher uma daquelas lutas então pedi para ele me ensinar todas. Ele me falou que se ele quisesse apender todas aquelas lutas meu treinamento ia ter que ser em tempo integral, o seja eu teria que ficar morando com ele.

Eu topei afinal eu poderia aprender todas aquelas lutas e poderia ficar morando em alguém lugar.

Passaram-se vários dias e eu e o cara estávamos ficando mais próximos talvez até como pai e filho.

–Sabe garoto! Você já está aqui a vários dias, estou te ensinando tudo o que eu sei, estamos dividindo o mesmo teto e eu nem mesmo sei o seu nome. - Disse ele.

– Meu nome é Kenedy!- Falei.

– Lokosoko!- Disse ele.

– Saúde! – Falei.

– Não, de agora em diante seu nome é Lokosoko. - Disse ele.

– Certo! E nome é o seu nome? – Perguntei curioso.

– Bem, pode me chamar de Mestre ou Sensei! – Disse ele.

Como eu tinha previsto, eu e o Mestre ficamos cada vez mais próximos, cada vez que eu aprendia novos golpes, era motivo de orgulho para mim e principalmente para ele.

Até que se passam anos e eu finalmente conclui meu treinamento, O Mestre pareceu bem orgulhoso de mim.

– Parabéns! Lokosoko, você agora pode ir a aplicar seu treinamento como bem entender.

Corri para fora da casa do Mestre todo alegre, pois finalmente eu conclui meu treinamento, só que ai eu me virei para trás e vi o mestre na porta se despedindo de mim, olhei para ele e vi estampado em seu rosto a alegria e ao mesmo tempo a dor, a dor de ver eu indo embora, ele me ensinou tudo o que eu sabia, me acolheu em sua casa e gastou vários anos da vida dele cuidando de mim, para que, pare que um dia eu fosse ir embora, sumir por ai e deixar ele sozinho. Eu não poderia fazer aquilo como ele, já perdi quem eu mais gostava nessa vida e não vou cometer esse erro de novo, errar é humano, mas cometer o mesmo erro duas vezes ai já é ignorância.

Então voltei para a casa do Mestre e me recusei a sair de lá, não ia perder quem mais eu gostava nessa vida novamente.

Passaram-se várias décadas e chegou um tempo em que o mestre não estava nada bem, ele tinha certeza que ele não ia sobreviver, então ele me fez prometer algo para ele.

– Lokosoko, tenho certeza que é hoje que eu vou passar dessa pra melhor, então antes eu quero que você me prometa uma coisa. – Falou ele com uma voz rouca.

–Sim pode falar! - Falei.

– Lokosoko, assim como você eu perdi várias coisas, perdi minha família, meus amigos, minha casa e minha vida antiga, mas eu sei que não tem coisa melhor para curar a essa dor que é ensinar o que nos sabemos para outras pessoas, desde que eu comecei a te ensinar a lutar me senti feliz de novo, você é um filho para mim, um filho especial, eu sei que você só entender como é isso quando você se tornar um mestre, lembre-se eu te ensinei tudo o que você sabe a caba á você passar esse conhecimento adiante. Prometa que você vai ensinar tudo o que você sabe para outras pessoas, me prometa isso.

– Sim, eu prometo Mestre. – Falei chorando.

– Que ótimo, estou muito orgulhoso de você... – Falou ele e logo em seguida fechou e não disse mais nada.

– Mestre, por favor, não se vá!- Falei chorando e o abraçando.

Mais a vida é cruel, e eu tinha que aceitar o fato de que uma das pessoas que eu mais amava nessa vida havia partido só que dessa vez eu não estava eu não estava desamparado, eu tinha uma promessa e um destino á cumprir...