Capítulo IV - O Voluntário

Nick Fury convocou todos os Vingadores para uma reunião urgente na sede da Agencia em Nova York em pleno domingo, bem... Não foram exatamente todos eles, Thor e Tony não foram chamados, como se fosse possível contatar o loirão de Asgard.

Clint Barton, Natasha Romanoff, Bruce Banner e Steven Rogers estavam sentados numa mesa em forma de meia lua e aguardavam a chegada de Fury na sala de reunião principal do prédio da Agencia.

– Alguém faz ideia do que Fury quer com a gente agora? – Bruce perguntou encarando os parceiros.

Barton e Romanoff com suas poses de agentes especiais sempre alerta negaram com a cabeça, apesar de tentarem se manter imparciais, morriam de curiosidade por dentro tanto quanto Bruce e Steve.

Rogers ia fazer algum pronunciamento, mas foi impedido por Fury. A imagem de Nick surgiu em uma imensa tela que ficava em frente à mesa onde eles estavam sentados.

– Boa tarde, Vingadores. – Disse a figura de Nick dentro da tela.

– Boa tarde. – Eles disseram. Mas Bruce foi o primeiro a resmungar sobre a videoconferência.

– Agora viramos “As Panteras”, Fury, ou melhor, Charlie! – Disse ele.

– Espero que esteja tudo bem com você também. – Fury retrucou com igual ironia, mas nada iria diminuir sua alegria, ele estava radiante de felicidade do seu jeito espião de ser.

– Então, a que devemos esse chamado? – Romanoff questionou.

– Bem, é um assunto delicado... Queria tratar dele pessoalmente, mas estou resolvendo os problemas de uma missão aqui... Devo ser breve, então o assunto é o Projeto Fênix. – Desembuchou.

Bruce e Steven se consertaram na cadeira não muito surpresos. Clint e Natasha torceram os narizes confusos.

– Projeto Fênix, nunca ouvi falar, eu acho... – Clint se pronunciou enrugando sua testa ao tentar se lembrar de algo.

–... E nem deveria, é ultra secreto, e está muito além do nível 12, mas recentemente, há uns dois dias atrás, o Dr. Banner e o Capitão foram convocados a me ajudar com ele... Eles podem explicar para você, Barton e você Romanoff os detalhes depois... – Nick explicava. Romanoff ficou um pouco incomodada, ela sempre sabia das coisas antes dos outros Vingadores, não estava habituada com o contrário; coisas de espiões. -... Mas vim aqui para comunicar os resultados da ajuda dos senhores e para passar uma missão para os quatro...

– Certo. – Steven assentiu, seguido dos outros.

Fury prosseguiu com suas notícias.

– Felizmente obtivemos sucesso, dos vinte e quatro experimentos realizados, obtivemos sucesso em um deles. – Ele anunciou orgulhoso.

– Felizmente? – Bruce disse com tom de ironia quebrando o orgulho de Fury, 1 de 24 não parecia ser algo para se comemorar.

– Claro!... E só obteve esse sucesso porque eu tive que interferir pessoalmente na experiência. – Nick restaurou seu orgulho.

– O que aconteceu com os outros vinte e três? – Steven perguntou preocupado. Romanoff e Barton continuaram calados, estavam acostumados a apenas receber as notícias e as ordens sem fazerem muitos questionamentos.

– Infelizmente chegaram a óbito, Capitão. – Disse Nick com pesar. -... Mas agora tenho que fazer uma confissão a vocês... Eu não mencionei que usaria radiação, mas eu usei...

Bruce bufou, ele havia se arrependido há muito tempo atrás de ter ajudado, para ser mais exato, no mesmo momento que cedeu seu DNA.

–... E o Experimento XX-23 acordou, mas com algumas pequenas mudanças em seu próprio DNA... – Nick continuava a explicação quando foi interrompido por Banner.

– Oh Não! Vocês criaram outro monstro, não foi? Um super monstro com a minha fusão e a do Capitão? – Bruce ficou nervoso.

– Não, nenhum, monstro! – Fury apressou-se antes que Bruce ficasse “nervoso” demais.

Banner iniciou um estágio de calma.

– Não? – Ele perguntou.

– Não. – Fury confirmou. –... O Experimento XX-23 sofreu algumas alterações fenotípicas, mas nada gritante que possa ser diagnosticado agora, com ela inconsciente... Quero que vocês descubram se ela possui “habilidades especiais” como o Capitão...

– “XX-23”? – Romanoff sussurrou sem entender a combinação.

– “XX” de mulher e “23” do número dado a ela. – Steve explicou orgulhoso de si.

– Bem, não é exatamente uma mulher, está mais para uma garota. – Fury interveio na conversa paralela.

– Está tudo muito bem, muito bonito, mas você acabou de se contradizer... Como o que vocês criaram não foi uma “garota” monstro vinda da fusão do meu DNA com o do Steve se acredita que ela possa ter “habilidades especiais” como as de Steve... E as “minhas”?... Porque pela forma que me explicaram como seria a combinação dos soros era metade vindo de mim e metade vindo do Steve, ou seja, se há chance dela contrair tais habilidades, 50% são as do Capitão e as outra 50 das minhas... – Bruce raciocinava desconfiadamente acusador.

– A questão é que acabamos fazendo uma mudança na proporção dos soros e a sua proporção da quantidade do seu soro ficou sendo ¼ da quantidade usada do soro do Capitão Rogers... E a “paciente” somente apresentou mudanças físicas aparentes quando foi bombardeada com radiação vita e não gama... – Fury clareou as coisas.

Steven se contraiu na sua cadeira.

– Então quer dizer que vocês conseguiram? Recriaram o soro do Dr. Abraham Erskine? – Ele questionou tenso.

– Não, Capitão, infelizmente não... Não criamos um “Hulk Fêmea” ou uma “Capitã America”... Acabamos criando algo diferente por acidente... – Nick explicou.

– Acidente? – Bruce repetiu bufando sem acreditar.

– Sim, Dr., por “acidente”... Não pretendíamos criar nada, queríamos realmente apenas acordar as pessoas congeladas. – Fury lidava com o esquentadinho usando de sua sinceridade. -... Não sabemos exatamente o que criamos, só sabemos que ela não vai virar um monstro verde porque conseguimos aplicar sedativos nela através de injeção.

Banner permaneceu calado e muito surpreso, Hulk não permitia que agulha nenhuma entrasse em seu corpo. Para ele não restava dúvida de que ela não era um monstro.

– Como estava dizendo... – Fury retomou as explicações. -... Quero que vocês descubram se ela é “especial”, e se ela realmente for, gostaria que vocês a treinassem pessoalmente, não consigo pensar em uma divisão da S.H.I.E.L.D. melhor do que vocês para essa tarefa...

– Okay... Entendi... – Disse Banner pausadamente. -... Mas acho que eu vou sobrar nessa história... Romanoff é A espiã, luta vários tipos de artes marciais, Clint tem o negócio do arco e flecha, Steve é um soldado, sabe todos esses treinamentos, mas e eu?... Quer dizer, eu não sou muito atlético, caso não tenha notado... Só espero que os seus planos não me envolva ficando verde...

– Não se preocupe, Dr., não envolvem!... Quero realmente o seu cérebro, XX-23 antes de ser congelada não era uma cientista formada ou coisa parecida, mas ela era bastante inteligente, digna de ter um tutor como o senhor. – Fury dispersou as dúvidas de Banner que até ficou orgulhoso.

– O Sr. a conhecia? – Romanoff questionou analisando o jeito como ele falava dela, como uma ótima espiã.

– Sim, há muito tempo atrás. – Ele respondeu.

– E quanto aos outros? Thor e Stark? – Barton fez sua pergunta.

– Não precisamos deles... Por enquanto... – Nick Fury foi meio vago. -... Mas o que preciso saber é se vocês aceitam essa missão. Aceitam?

– Sim. – Barton e Natasha falaram quase em coro.

– Pode ser. – Banner deu o braço a torcer.

– Com certeza. – Steve concordou por último.

– Ótimo, todos de acordo. – Fury disse satisfeito.

– E quando ela chega aqui? – Barton deduziu corretamente que ela e eles ficariam ali naquela instalação.

Nick voltou a explicar as coisas:

– Para falar a verdade, ela já está aqui... A mantivemos sedada e inconsciente desde que a reavivamos, montamos um cenário familiar no décimo terceiro andar subterrâneo para que não se assustasse muito ao acordar, mas ela está lá adormecida, já foram suspendidos os sedativos e a qualquer momento ela pode acordar... Por isso gostaria que a Agente Romanoff descesse até lá e fizesse as honras quando ela despertasse explicando a situação dela, XX-23 pode apresentar lapsos de memória, ou não, não sabemos... Mas a verdade é que ela não sabe que ficou congelada por trinta e nove anos, será preciso comunicar isso aos poucos...

– Posso fazer isso. – Romanoff aceitou a tarefa.

– Não!... – Steve Rogers discordou. –... Não acho que um agente deva fazer isso... Quer dizer, vocês tentaram fazer isso quando me descongelaram e foi horrível.

– E o que você sugere, Capitão? – Fury perguntou intrigado.

– Eu mesmo posso fazer isso no lugar da Natasha. – Steve se voluntariou.

– Tudo bem, mas é melhor se apressar... Tenham um bom resto de tarde, e boa sorte, Vingadores! – Fury disse desligando a conexão com a sala.

{ENTENDA A ESTRUTURA DO MEU PRÉDIO DA S.H.I.E.L.D.}