The Art Of Subconscious Illusion
Thorny Roses
POV Frances
– Tenho certeza que voce ainda vai gastar uma boa grana desse jeito. Eu sou ótima nisso, sempre ganho.
A minha amiga desabilolada falava toda convencida. Todos na mesa soltaram um ' Uhh'
– Um dia nós vamos apostar. E que o melhor venca! - Johnny levou a garrafa de cerveja á boca, dando um ultimo gole e logo em seguida bateu a mesma na mesa, apontou para os meninos levantando-se, acenou com a cabeça para mim e Aimee.
Todos cairam na gargalhada e o anão saiu like a boss da mesa e desapareceu bar adentro.
Estavamos a algumas horas naquele lugar, mas parecia que todos se conheciam a um bom tempo. Os meninos muito receptivos, nos incluiam e qualquer conversa e nos tratavam de uma maneira tão... foda, que eu fiquei encantada.
Mas entre as conversas, risadas e muita bebida, eu não deixei de notar como a Aimee tava agindo estranho. Quero dizer, nós sempre fomos muito amigas, e depois que se mudou para cá, estavamos inseparaveis. Eu a conhecia melhor que ninguem por aqui. Era uma amizade perfeita, mas ela sempre teve os seus segredos.
Vi a Aimee conversando com o Larry e o Zacky, sendo que esse ultimo estava fumando, perto de um pilar perto do bar. Caminhei até eles deixando Arin, Shadows e Synyster na mesa. Quando me aproximava o menager saiu dali e acenou para mim; eu não pude evitar uma careta.
– 'Tá tudo bem, ele tem que ir embora - Aimee com certeza viu um ponto de interrogação na minha cabeça.
– Valeu por me deixar sozinha Crazy - apertei os olhos pra ela, que me envolveu em um abraço sorrindo - hey Zacky, fumaça pro lado oposto por favor - ele me encarou sorrindo e...
– Espera aí, eu lembro de você! Eu não acre... - Ele arregalou os olhos assustado, como se implorasse que eu parasse por ali mesmo, quando o Synyster puxou a Aimee pelo braço:
– Vem comigo.
Eu fiquei boquiaberta, olhando os dois se afastarem indo em direção ao balcão e o Zacky entrou no meu campo de visão.
– Como assim eu não percebi? - falei.
– Hein?! - sorriu levando o cigarro á boca. - Desculpa por ontem, eu realmente não tive culpa, o carro do lado me fechou.
– Tudo bem. Você realmente pegou a Aimee em um péssimo dia - fiz minha melhor cara de seria e abanei com as mãos um 'deixe pra lá'.
– Ela não se ligou ainda não é?
– Obvio que não.
– Deixa assim, vamos ver até aonde isso vai dar. - ele fez uma cara muito sapeca.
– Isso vai dar o que falar - gargalhamos juntos.
POV Aimee
Num minuto eu estava conversando com a Frances e o Zacky, e no outro estava sendo arrastada pelo Syn ao balcao. Ele sentou do meu lado direito e logo pedimos mais bebidas.
– Eai, ficou assustada com os meninos?
– Não. Vocês continuamos os mesmos. - me arrependi pela ultima frase.
– Mesmos? - arqueou uma sobrancelha, e rodou na cadeira, encarando meu perfil.
– Hm, acho que vou me dar muito bem com vocês. - tentei disfarçar, tomei um gole da vodka e rodei na cadeira também, ficando cara a cara com ele - Vocês me fazem sentir a vontade - Ele sorriu.
– Então, me fala mais sobre você.- Sobre mim? Sei lá que diabos falar sobre mim. Na verdade, quem sou eu?!- respondi meia desesperada.
Ele gargalhou, tomou um gole da cerveja dele e começou:
– Ok. Gosta de ir á praia?
– Eu amo ir á praia.
– Curte Misfits? - Sorriu sapeca e eu fiquei espantada como foi direta a pergunta.
– Wow! Demais. Agora me fala aonde você descolou essa bola de cristal.
– Eu sou foda - gargalhou novamente e deu de ombros apontando pra si mesmo, olhou pra cima como se pensasse na proxima pergunta- Hmm, gosta de tatuagens?
– Meio obvio né? - apontei para o meu antebraço esquerdo que era fechado por uma caveira envolta de flores. Ele sorriu e fez um bico com os labios inferiores, numa cara de aprovação.
– "Né"? O que é isso? - falou minutos depois, fez uma careta e pronunciou o 'né' com um sotaque engraçado.
– Não é. É uma expressão. - falei em português mas tentei enrolar ele.
– Você é de onde? Quer dizer, você definitivamente não é daqui - ele deu um olhar muito sugestivo pelo meu corpo.
– São Paulo. Eu sou brasileira - respondi corada.
– Jura? - os olhos dele brilharam e eu sorri, assenti e encarei meus pés. - Foda! Eu percebi que você era diferente. O seu corpo, o seu sotaque... Realmente as brasileiras...
Eu corei tanto, que pude senti meu rosto queimando. Sorte minha que a luz ali era pouca.
– Nossa, valeu - gargalhei baixinho.
Aquela conversa me dava uma nostalgia, trazendo á memoria todas as boas lembranças do meu passado, do quanto eu aprontei, como me apaixonei por ele, como fui feliz , ele me fazia feliz, e quanto eu sofri depois de tudo aquilo. Era como se nunca mais fosse superar a dor. Eles mudaram muito, e com certeza eles não se lembram daquela noite, porque se lembrassem, com certeza já teriam comentado. Mas não tinha como lembrarem, a gente nem conversou direito, eu fiquei com ele a maior parte do tempo. Isso foi esquecido, e deve permanecer assim, porque eu realmente não estou preparada pra desenterrar o meu passado. Mas quem estaria a fim de sentir dor novamente?
Syn percebeu minha careta e que eu estava mentalmente distante dali.
– Aimee voce tá bem?
– Hm, esqueci minha bolsa na mesa, vamos voltar?
– Tudo bem. - levantou e me puxou pela mão de novo.
Qual era a dele? Era a segunda vez que ele me levava pela mão, como se estivesse guiando uma criança. Eu rolei os olhos e o acompanhei.
Na mesa estava a Frances e o Shadows conversando animadamente, e o Gates sentou junto com eles. Percebi que pararam de conversar quando chegamos á mesa, mas abaixei para pegar a minha bolsa e dei um pequeno sorriso para minha amiga quando nossos olhos se encontraram. Tirei o maço de cigarro juntamente com o isqueiro e pedi licença.
Fui saindo do bar e entrei numa estreita rua ao lado onde havia enormes lixeiros e uma porta que supus ser dos fundos do bar. Não havia ninguém lá, então me encostei numa barra de ferro, puxei um cigarro e acendi o mesmo levando-o á boca. Dei a primeira tragada e joguei a cabeça para trás, tentando livar minha mente das memorias do passado. Fechei os olhos e levei a mãe esquerda á cabeça, pendendo meus cabelos entre os dedos, mas não me permiti chorar.
Meu momento de melancolia foi interrompido por Johnny.
– Aí esta você. Estavamos te procurando. - abri apenas um olho arqueando uma sobrancelha e tentei focalizar o pequeno ser que vinha ao meu encontro. Sorri ao ver aquela criatura fofa encostar ao meu lado e dar um gole na garrafa de cerveja.
– Quantos desse você já fumou? - apontou para o chão onde tinha algumas pontas de cigarro, e fui obrigada a abrir os olhos completamente.
– Esse é o terceiro, não fumei tudo isso não, tá louco?
– Mas é que essa cena foi meio deprimente.
– Falou o cara que acabou de roubar meu cigarro e segura uma garrafa de cerveja. - ele gargalhou e eu o acompanhei.
– Tenho um convite. - me encarou e eu acenei para que continuasse - O bar fecha em 15 minutos. Vamos 'continuar' na casa do Matt.
– Eu tenho que...
– Ela já topou, tá todo mundo te esperando la na frente. - Ele sorriu e eu dei um soco de leve no braço dele. - não tem desculpa, vamos logo.
Now here I go
(Agora aqui vou eu)
Hope I don't break down
(Espero não me desapontar)
I won't take anything
(Eu não vou levar nada)
I don't need anything
(Eu não preciso de nada)
Don't wanna exist
(Eu não quero existir)
I can't persist
(Não posso persistir)
Please stop before I do it again
(Por favor me pare antes que eu faça isso novamente)
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