The 100 1ª Temporada

Capitulo 11 - Selo de Paz


O dia seguinte o sol estava radiante e Clarke já estava melhor, assim sendo liberada da enfermaria com ótimas condolências de Harpe.
— Você está ótima não precisa se preocupar.
— Obrigada Harper. — Clarke sorriu. — Eu estou faminta posso tomar café da manhã?
— É claro que pode. — a garota somente a segurou por um instante.
— O que foi?
— Eu preciso te contar uma coisa Clarke. É que esta todo mundo falando sobre isso e eu acho, que você não vai gostar de ser a última a saber.
— Fala logo Harper está me assustando.
— Parece que o Finn e o Bellamy, meio que discutiram ontem.
— Meio que discutiram? — Clarke ficou nervosa ao saber.
— É. — Harper ficou com nó na garganta. — Foi como se quase saíssem na mão, mas não aconteceu nada de ruim.
Clarke ficou muito brava ao ficar sabendo daquela história, e ao sair da enfermaria atravessou todo o acampamento na procura pelos dois garotos. Quando foi até um dos dormitórios dali nem mesmo se importou, com os garotos que se trocavam até parar de frente a cama de Finn.
— Clarke? — ele estava tão surpreso que não acreditou quando a viu. — O que está fazendo aqui? Você já está melhor?
— Quero saber que história é essa de você brigar com Bellamy?
— O que? — ele ficou pasmo por sua raiva. — Temos mesmo que falar sobre isso aqui?
— Finn? — ela respirou fundo e retomou. — Droga, porque acha que pode arrumar briga por mim?
— Pera aí, você está com raiva de mim? — ele levantou a questionando. — Sério? Logo eu que estou sempre do seu lado?
— Não faça esse tipo de cena.
— Cena? — os dois agora estavam irritados. — Quer dizer que o babaca do Bellamy leva todos para quase serem mortos na floresta inclusive você, e eu sou errado da história?
— Sério? Ele é o babaca?
— Eu só queria te ajudar. Me preocupar com você e querer te proteger não são coisas ruins no meu ponto de vista Clarke. — ele se alterava ao falar.
— Me proteger de quem? Bellamy? Os outros? — ela não o entendia. — Por que de repente eles passaram a ser os vilões?
— Desde quando Clarke Griffin os defende? — Finn levantou e parou em sua frente. — Pensei que fossemos algo maior.
— O que? — a loira ficava ainda mais confusa. — Estou me referindo a você atacar o Bellamy como se isso fosse certo.
— Eu não fiz nada a ele.
— Não me importa. — ela parecia furiosa. — Não quero nunca mais vê-lo fazer algo assim.
— Não se preocupe Clarke, eu nunca mais vou perder meu tempo com você.
Finn colocou seu casaco e saiu dali o mais depressa possível. Clarke nem ao menos conseguiu ser ouvida antes que ele saísse, não que realmente não acreditasse em suas palavras, mas pareceu ter sido rude demais com quem apenas parecia se importa.
Quando foi para café da manhã sua expressão estava péssima, todos pareciam perceber que algo teria acontecido.
Clarke ficou em um silêncio absoluto e os olhares na mesa estava diretamente para ela.
— Realmente está melhor? — Murphy a encarou sentando algumas cadeiras ao lado.
— Estou. — afirmou com cabeça.
— Melhor você comer alguma coisa então isso pode ajudar tirando essa sua cara péssima.
— Valeu. — ela dizia em tom irônico pelo seu comentário.
— Clarke? — Wells parou em sua frente. — Podemos conversar?

As luzes escuras daquela sala deixava a cabeça de Clarke bastante atordoada. Quando finalmente a aula terminou, teria percebido que não prestou atenção em nada. Em sua frente estavam dois guardas que agora a vigiava por 24horas. Desde tudo que aconteceu os Griffin não eram pessoas bem vistas na arca, e para quem soube das notícias uma ameaça contra ela ou sua mãe poderia acontecer.
Quando foi ao refeitório encontrou sua mesa de costume, pegou sua bandeja e sentou ali sentindo os olhares e ouvindo os cochichos de todos. Sentia-se tão pequena naquele momento que nem mesmo percebeu quando seu amigo finalmente sentou em sua frente.
— Oi. — disse Wells
— Oi. — respondeu Clarke meio cabisbaixa.
— Está tudo bem?
— Como você acha?
— Eu nem sei o que dizer.
— Não diga. Só não deveria sentar ao lado de uma Griffin.
— Para com isso Clarke, somos amigos.
A garota apenas ficou em silêncio e Wells respeitou aquele momento. Após o refeitório ela caminhou para sua aula e no caminho na porta encontrou Thelonious e Wells conversando, foi quando brevemente Clarke se recordou de ter o visto saindo da mesma sala pela qual seu pai fora a caminho da condenação.
— Clarke? — Wells a chamou assim que a viu e saiu correndo. — Ei espera.
— O que quer?
— Ei. Por que esse mau humor?
— Eu estava me lembrando que seu pai estava naquela dia. Ele saiu daquela sala….— ela pausou.
— Eu sei. — Wells ficou estático. — Eu sei que meu pai esteve lá Clarke.
— E porquê? Precisa me dizer?

Estavam agora os dois sentados em um tronco próximo a fogueira, isolados dos demais do acampamento que tomavam cafe. Clarke colocou as mãos nos bolsos e observou a movimentação em volta, apenas deixando aquele silêncio entre eles.
— Obrigado por ter vindo.
— Não me agradeça.
— Então...— Wells estava muito nervoso. — Você está muito melhor, fiquei sabendo pela Harper.
— Estamos limitados aqui e mesmo assim ela conseguiu me ajudar. — afirmou Clarke
— Verdade. — Wells abaixou a cabeça.
— Então? Por que estamos aqui?
— A claro, então.… — ele pausou e sentiu o sol aquecer seu corpo. — Clarke eu….
— Eu sei. — ela o interrompeu sabendo da sua dificuldade em falar.
— Não. É sério, eu quero te dizer. — ele a encarou finalmente. — Eu realmente de todo meu coração sinto muito por tudo Clarke. Eu me arrependo muito de não ter dito isso antes, eu adorava o seu pai ele sempre jogava bola comigo ou contava aquelas histórias engraçadas das tartarugas lembra?
— Sim. — ela soltou riso. — Droga, a gente amava aquelas tartarugas.
— Demais. — ele riu. — O que quero dizer que eu não pensei na gente, na nossa amizade. E eu sinto muito por tudo que passou e tem passado Clarke.
A garota encostou a mão sobre o braço de Wells, dando suspiro pesado e depois se encostou sobre o seu ombro olhando para frente.
— Eu entendo. — ela dizia. — Você fez pelo seu pai e eu fiz pelo meu.
— É. — ele baixou cabeça. — Nem sei se valeu a pena.
— Por que diz isso?
Os dois foram interrompidos por uma movimentação estranha no portão principal. Foram até lá para ver o que estava acontecendo e ficaram surpresos ao encontrar, uma flecha pregada sobre chão da entrada com aquele mesmo material de aço escrito algo em uma língua diferente.
— O que é isso? — Wells ficou confuso.
— Problemas.
Clarke foi até a área da base onde criaram para reuniões em grupo. Colocou aquela flecha sobre a mesa e encarou todos ali.
— Merda. — Murphy disse ao ver o objeto. — São deles?
— Onde estava? — Bellamy questionou.
— Posto na entrada. — afirmou Clarke
— O que isso significa? — questionou Octávia.
— Que não estamos mais sozinhos aqui. — Bellamy olhou para todos. — Temos que ter um plano?
— Ótimo. Precisamos mesmo porque se eles nos atacarem novamente vai ser terrível. — afirmou Murphy.
— Ele tem razão. — Clarke olhou para Bellamy. — Estão fazendo isso por termos mexido no que era deles.
— Não fizemos nada demais eles nos atacaram. — Octávia relembrou o momento.
— Sim. — Bellamy olhou para menina. — Está certa irmã, mas pegamos coisas que pertencem a eles e violarmos o espaço.
— Qual é gente? — Murphy voltou atenção. — Canivete? Sério? Será que não são capazes de terem outros? Se eles tem flechas para nos atacar o que mais devem ter?
— Eu acho que ele tem razão. — Wells se envolveu. — Eu não estava lá com vocês, mas pelo que falam eles tinham armas e os atacaram. Então isso deve ser um aviso ou uma alerta para não violarmos espaço deles outra vez.
— Eu concordo. — Octávia ergueu a mão em apoio.
— Então vamos avisar todos. Nos preparar com uma equipe boa, vamos arrumar armas para nos defender até que possamos descobrir o que essas palavras significam. — Bellamy deu a idéia e todos concordaram.
Assim seguiram com plano e em minutos todos os 100 já sabiam sobre os viventes, como previram os chamar naquele momento.
Enquanto o grupo se reunia Bellamy notou que algo parecia errado entre Clarke e Finn, já que ambos estavam metros de distância um do outro e nem se quer trocavam palavras.
— Preciso saber de alguma coisa? — questionou ele arrumando uma lança.
— Como o que? — Clarke não entendeu bem.
— Não te vi falando com o Finn hoje. E depois do que contamos vocês não se falaram também.
— Só não quero falar com ele agora.
— Não brigou com ele né?
— E se eu briguei Bellamy qual é o problema? Só você pode brigar aqui?
— Ei, ei. — ele largou o que tinha nas mãos e se aproximou dela. — Não precisa ficar brava comigo, não estou te julgando.
— Eu sei me desculpa. — Clarke olhou para ele e parecia ainda irritada. — Eu odiei saber o que ele te fez, ele não tem direito de falar ou questionar nada, nós fazemos tudo juntos desde então e acham que podem falar qualquer merda.
— Isso foi legal. — Bellamy ficou feliz por suas palavras.
— O que?
— Fazemos tudo juntos.
— É a verdade. —Clarke terminou sua lança e viu Bellamy a encarando com sorriso estranho no rosto. — O que é?
— Você me defendeu e gosta de estar comigo eu tenho direito de ficar feliz.
— Ok. — Clarke soltou riso. — Só que agora você está com ar de superioridade terrível.
— Eu não estou não. — ele fez uma careta se negando.
— É claro que está. — Clarke cruzou os braços e o assistiu terminar sua lança. — E fica fofo assim.
Os dois se olharam pela primeira vez sentindo que um clima tinha ficado estranho entre eles. Bellamy terminou tudo e pegou a pilha de lanças para entregar aos que ficariam de guarda nos portões. Clarke o seguiu e logo desviou para levar as lanças ao outro grupo que ficaria de vigia nas árvores.
Quando toda resguarda estava plantada e preparados para qualquer nova surpresa, a única solução plausível após se preparem era devolver os pertences que foram pegos.
— Gente façam isso logo. — Bellamy pegou uma mochila e passou na mãos de todos que teriam ido naquela trilha. — Coloquem os pertences aí.
— Quem vai levar? — Murphy perguntou.
— Eu. — Bellamy afirmou
— Não mesmo. — Octávia ali perto se intrometeu. — Eu vou com você irmão.
— Não vai não.
— Vou sim.
— Eu disse não Octávia para de ser teimosa.
— E lá vamos nós. — Murphy se afastou e os dois começaram aquela discussão boba.
O garoto percebeu que Clarke estava estranha e a seguiu até seu dormitório. Murphy escondido percebeu que a loira pegou aquele amuleto, já deixando claro que o plano não seria totalmente executado. Clarke pegou uma mochila e saiu pelos fundos, enquanto todos se preparavam na entrada.
— Aonde vai loirinha?
— Droga Murphy. — ela pois as mãos no peito. — O que esta fazendo aqui?
— Sei la. Só seguindo o plano do Bellamy, mas percebi que você nao devolveu seu pertence.
— Olha Murphy volte para lá e siga as instruções do Bellamy ok?
— E perder o que você pretende fazer sem ele saber?
— Eu tenho que ir. — Clarke estava irritada. — E vou devolver ok? Só quero saber quem são eles.
— Ficou maluca? Vai sair sozinha com aqueles malucos de flechas la fora?
— Ela não vai sozinha. — Wells apareceu logo atrás deles. — Desculpa o atraso.
— Tudo bem. — Clarke parecia nao se importar. — Até depois Murphy.
— Não mesmo. — ele os parou novamente.
— O que ta rolando? —Wells perguntou
— Murphy sabe que estamos indo fazer e quer nos atrapalhar.
— Não quero não.
— Então o que você quer?
— Eu vou com vocês.
— Você? — Clarke ficou espantada. — Não mesmo. — afirmou.
— Seria bom ter mais um. — Wells gostou da ideia.
— Não, não seria não.
— A qual é loirinha. Quando vai poder confiar em mim?
Sem muito o que fazer sairam os 3 pelo fundo, sem serem notados por ninguém indo na direção oposta do grupo que saia pela frente.
— Vocês sabem que isso pode dar muito errado né? — Murphy falava enquanto caminhava pela floresta. — Cara, eu quero muito ver a cara do Bellamy quando souber, ele vai surtar e vai ser engraçado.
— Ele é tagarela assim mesmo? — Wells estava bem a frente lado a lado com a garota.
— Você nem imagina. — Clarke revirou os olhos.
No lado oposto o grupo grande se movimentava seguindo as orientações de Bellamy, totalmente concentrado em todos os pontos da floresta, não havia notado que Clarke não estava entre eles.
A missão era a mesma retornar até ponto do pico da floresta e deixar os pertences, com um sinal de desculpas pela invasão e torcendo para que os viventes não os atacassem outra vez.
— Soube que você se desentendeu com Finn. — Wells falava baixo enquanto andavam.
— Foi sim.
— Defendeu o Bellamy. Ele é um cara legal.
— Quem é você e o que fez com Wells?
— Qual é? — os dois riram. — A gente muda de ideia sobre as pessoas.
— Verdade. — Clarke afirmou. — E vocês estão se dando bem, fiquei feliz quando Octávia me contou.
Wells soltou riso bobo e continuaram andando. Murphy estava para trás ouvindo o que diziam, mas permaneceu em silencio por saber que os incomodava até ver algo estranho.
— Gente?
— O que foi agora Murphy? — os dois falaram em sintonia.
— Acho que vocês precisam ver isso aqui.
Clarke e Wells foram até o garoto e ficaram de olhos arregalados com o que havia ali
— Ai caramba. — Wells disse
— Diz para mim que isso não é o que estou pensando? — Murphy se referia ao cadáver pendurado sobre topo da arvore.
— Precisamos ir. — Clarke afirmou andando na frente.
— É serio? — Murphy estava nervoso.— Acabamos de achar um cadáver na direção que estamos indo, e você simplesmente quer continuar? Me ajuda aqui Wells?
— Clarke ele tem razão. Isso é loucura, precisamos voltar e contar aos outros.
— Não. — ela estava focada. — Se querem voltar pode ir.
— Ela enlouqueceu não foi? — Murphy encarou o moreno ao seu lado desacreditado.
— Ela sempre foi teimosa.
Os dois a seguiram o mais depressa possível. Clarke estava concentrada em seu objetivo, precisava saber quem era aqueles que viviam na floresta, quem poderia ser possível dono daquele amuleto e foi então quando finalmente encontrou o que buscava.
— A não. — Murphy parou. — O que foi agora?
— Achamos! — afirmou ela.
— Achamos? — Wells observou parando junto dela.
— Sim achamos o lar deles. — ela suspirou orgulhosa de si mesma.
— Isso vai dar muito errado. — Murphy cochichou. — Eu estou sentindo que vai.