Terras Distantes

Uivos diurnos e um dragão verde-água


BLODHGARM decidiu que seria útil dar uma olhada em Skort. Então, separou dos 12 elfos, 10 para cuidarem dos ovos, Eldunári e Nycra; e 2 para ir consigo na "expedição".

Assim, Eragon e Saphira estavam junto com ele. Nycra ainda não tinha comido carne, e iria muito precisar se queria continuar vivendo e crescendo.

Blodhgarm tinha pensado que era muito arriscado Saphira estar junto com eles, afinal, tinham matado um dragão. Mas chegou a conclusão que agora seria impossível esconder sua localização.

Primeiro, eles foram até o barco para ver seu estado. O corpo do dragão continuava ali, mas cinco lobos enormes comiam sua carcaça. Ao ver a movimentação de elfos chegando, os cinco rosnaram e correram para longe. Todos se entreolharam. Parte do corpo do dragão estava dentro d'água. Sangue seco estava derramado na terra agora macia, e na relva totalmente parava.

Estava quente e seco. A água do rio a frente escorria vagarosamente, como se tivesse preguiça de ir mais rápido. A curva enorme estava tapada com vegetação e a névoa muito densa. Saphira pode jurar que Bluyk apareceria a qualquer momento.

O barco estava do mesmo jeito que o dia anterior. Mas quando desceram até a sala de reuniões, encontraram um lobo muito magro em um canto. Ao vê-los, ele não tentou fugir nem recuar. Apenas rosnou, como se tentasse afastá-los. Eragon entrou na mente dele, com a intenção de acalmá-lo, mas sentiu que a mente do animal empurrou a sua para fora.

Ele ficou confuso e olhou para Blodhgarm. O elfo deu de ombros.

-Existem criaturas que tem o control da mente por aqui... - ele ponderou em voz alta.

O lobo grunhiu e foi até a pequena porta que levava a cozinha.

Os outros deram de ombros resolveram segui-lo, para ver o que aconteceria.

Depois que passaram da porta, o espanto foi grande... Em um canto, cochilando, haviam dois pequenos lobinhos...

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-Então é fêmea - Eragon murmurou. - E tem filhotes.

-E está tentando dizer algo - Blodhgarm disse. - Mas não permite que nossas mentes se encontrem...

-Estes lobos são esquisitos - Eragon comentou. - São magros, grandes demais, os olhos são grandes, o pelo cinza parece opaco... São esquisitos.

-Aposto que você também acharia estranho se ele fosse você com fome - Blodhgarm devolveu. - E tivesse filhotes para alimentar.

Eragon pensou por um segundo.

-Temos filhotes para alimentar - ele disse. Blodhgarm revirou os olhos.

-Bem, vamos... - Blodhgarm não chegou a completar a frase, pois uivos foram ouvidos ao longe. A loba moveu as orelhas e respondeu, uivando também. Em seguida, ela cheirou os dois filhotes e pegou um ruivo pelo cangote (como fazem as gatas com seus filhotinhos) e saiu correndo do lugar.

O outro filhote começou a ganir, como se chorasse e temesse algo...

-Precisamos fazer alguma coisa! - Eragon disse e olhou com dó para o filhote. O pobrezinho tinha acabado de nascer e tinha sido abandonado pela mãe. Os olhos ainda estavam fechados e o pelo branco estava manchado.

-Sim - Blodhgarm respondeu. - Precisamos ir embora.

E começou a caminhar em direção a escada que levava a parte de cima do barco. Eragon ficou estupefato.

-E o filhote? - ele perguntou.

-Se a loba o deixou aí - o elfo azulado revirou os olhos. - É porque ele é defeituoso. Lembra da membrana e o dragão? Vamos.

Eragon olhou para o filhote, que gania tristemente. Ele se sentiu melancólico e, num ato impulsivo, pegou-o no colo e saiu correndo atrás de Blodhgarm.

Quando chegou até onde os elfos estavam (já fora do navio), Blodhgarm olhou para ele e ergueu uma sobrancelha.

-Eu sabia que faria isso - ele disse, se permitindo um pequeno sorriso. Saphira apareceu ao seu lado e cheirou o lobo. É tão diferente..., ela pensou.

Quando eles recomeçaram a caminhada, uma sombra cobriu-os... E quando olharam para cima, viram um dragão verde-água sem uma pata cuspindo um jato de fogo que já estava a caminho.