Manchas vermelhas no escuro

–SAPHIRA! - Eragon gritou ao ver o dragão fechando as asas e pousando delicadamente na caverna. O cavaleiro correu até ela e abraçou seu pescoço azul. - Onde é que você estava?

Os dois se afastaram e Saphira se permitiu um engraçado sorriso de dragão. Uma pequena coluna de fumaça esbranquiçada saiu de suas narinas e ela jogou uma torrente de imagens na mente de Eragon.

Depois de absorver tudo o que viu, Eragon ergueu uma sobrancelha:

–Hum... - ele apenas disse antes sentir Nycra mordiscando sua calça.

Saphira olhou ao redor, para as paredes cada vez mais escuras da caverna. Lá fora, o crepúsculo se estendia por todo o céu. À sua frente, o céu estava manchado de vermelho e um azul muito escuro.

Alguns elfos estavam conversando em vários cantos da caverna. Bem no fundo desta, havia uma grande fogueira com um pedaço de carne espetado em cima. Ângela estava lá, com o lobinho aninhado no solo. O fogo crepitava e iluminava o rosto sombiro e furioso de Sweel, que estava vendo sua "dona" com outro animal no colo. Um elfo controlava ao alimento. Nycra correu direto para lá ao ver comida. Quando viu a pequena se aproximando, o elfo tirou um pedaço da carne e jogou para o dragão, que pegou o alimenta ainda no ar.

Saphira deu uma risada e perguntou: então conseguiram carne o suficiente para alimentar a todos?

Eragon assentiu. Enquanto você estava se divertidno, ele lhe deu um leve empurrão, estávamos caçando. Venha tenho muita coisa para contar.

Os dois foram até a entrada da caverna. Saphira deitou em sua extensão e Eragon sentou com os pés para fora, escorando as costas em Saphira.

A noite finalmente chegara.

Qualquer um que estivesse ao longe, veria duas figuras negras recortadas no topo do uma caverna, pois as chamas avermelhadas da fogueira eram as únicas coisas que brilhavam na escuridão.

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Então, Saphira refletiu, que dizer que há algo ainda mais poderoso que estes dragões?

Exatamente, Eragon respondeu. Ele tinha contado tudo de seu dia cansativo a Saphira.

Ao vê-la voando com o dragão e sentir sua mente esvaindo, ele ficara com medo, mas percebera que não havia o que temer. Portanto, seguira em frente com Blodhgarm. Mas antes de começarem a caminhar, Blodhgarm enviara um elfo de volta para a caverna junto com o lobinho.

Depois, eles haviam caminhado por todo o lugar. O que eles mais viram foram árvores mortas, relva morta, flores mortas, carcaças de bichos mortos e uma borboleta voando para uma daquelas encantadoras flores roxas (engraçado que estas duas últimas estavam vivas). Também haviam pequenos rochedos que pareciam brotar do chão. Alguns estavam recheados de um capim morto. E este capim também parecia encher o local, colocado em pequenos montes.

Andando muito tempo, eles assistiram a uma batalha de dois dragões: um deles era vermelho, e o outro azul marinho. O azul marinho tinha o dobro de tamanho do vermelho, mas mesmo assim acabou caindo depois de muitos arranhões e baforadas de fogo no cara.

Quando eles finalmente tinham um alce enorme na mira do arco, uma criatura igual àquela que haviam enfrentando enquanto estavam a caminho de Skort, avançou no seu alce. Suas garras estavam gravadas nas ancas do animal, a a fenda no lugar da boca mordeu a pata traseira do alce, assim, ele tropeçou. Mais uma destas criaturas arroxeadas apareceu e avançou no alce. Rapidamente, com muitos golpes e mordidas terríveis, o alce caiu morto no chão. Todos os três (Eragon, Blodhgarm e o outro elfo) puderam ver a estratégia de caça destes animais: primeiro havia uma distração, que era a primeira criatura. Quando a segunda avançava, os dois miravam nas patas do animal para ele não conseguir fugir; depois o alvo era o pescoço e por fim o coração. Era uma forma terrível de matar. Mas depois que o alce caiu morto no chão, duas criaturas iguais as que tinham matado o alce se aproximaram. mas estes dois eram menores e ainda não tinham presas. As orelhas eram curtas, os braços mais longos e não haviam garras em suas mãos. As patas traseiras eram compridas e desengonçadas.

"Filhotes", Eragon tinha pensado consigo mesmo.

Querendo evitar transtornos, os três desviaram desta rota e pouco tempo depois encontraram dois cervos solitários e os mataram.

Os elfos comendo carne?, Saphira questionou.

Todos mudam em época de necessidade. Eragon respondeu, e depois que Saphira assentiu, ele continuou.

E quando enfim voltavam para a caverna, levando consigo os cervo abatidos, um rugido extremamente alto foi ouvido. Ele vinha de enormes montanhas muito ao longe, mas o som foi o suficiente assustador e alto para um bando de aves verdes sarapintadas de marrom fugirem voando e grasnando feito gansos no céu.

Após ouvir isto, eles voltaram para a caverna, afim de alimentar Nycra. Depois, eles decidiram ir até o rio pegar um pouco de água. Lá, a carcaça do dragão roxo continuava alimentando alguns daqueles grandes lobos. Andando até o rio, uma cena chocou Eragon. A mesma loba que antes estava dentro do barco, jazia morta com metade do corpo dentro da água. Junto com o filhote que ela escolhera para levar consigo.

Interessante... Saphira murmurou. Muita coisa está acontecendo aqui. Mas você acha mesmo que...

Um farfalhar em alguns arbustos abaixo chamou sua atenção. Ela deu um leve rosnado.

O que foi?, Eragon perguntou.

Seu dragão não respondeu, apenas ficou olhando atentamente para o matagal à sua frente.

De repente, uma forte consciência invadiu a de Eragon. Como estavam separados dos Eldunári e Elfos, eles não perceberam quando Saphira juntou suas forças com as de Eragon para deter o intruso.

Mas eles não resistiram. Engraçado. A consciência parou quando conseguiu entrar neles. Ela não avançou, apenas ficou parada. Mas... Espere... Eragon conhecia esta mente...

Acho que estão confundindo nossos papeis, uma voz muito conhecida sussurrou em sua mente. Acho que andam dizendo coisas que não foram vocês que fizeram...

Então, um dragão vermelho apareceu na frente da caverna. Em suas costas, numa sela, estava...

–Murtagh!