Terapia Compulsória

Não tem um minuto de paz nesse Santuário!


— Como assim Poseidon acordou? Dégel e Kardia haviam o colocado em um selo!

— Sim, isso mesmo! Ela mandou eu chamar ajuda, ela não queria atrapalhar a sessão de terapia então me botou pra subir as doze casas! Eu quero água! Tá doendo tudo! — estava com a mãozinha encostada na lateral do corpo, tentando acalmar a respiração. — Mestre! Vocês tem que ir ajudar!

Mu segurou o menino em seus braços. Aioria deu um passo à frente, e assim que o fez, um raio caiu e fez um barulho alto. A pobre da Agatha deu um pulinho de susto. Olharam para fora e viram uma grande tempestade no que antes era um céu aberto e azul.

— Athena!! — Shaka gritou, seu cosmo dourado envolveu todos nos recinto. A civíl estava assustada, quase que involuntariamente se segurou em Afrodite, que era o mais próximo de si. — Nos instrua, nós, os Cavaleiros de Ouro!

— Salve, Athena! — Os treze gritaram.

“GENTE! O PASSEIO DEU ERRADO POR AQUI, MAS JÁ ESTAMOS TENTANDO RESOLVER. SÓ PRECISAMOS DE UMA MÃOZINHA, MAS FOQUEM NA TERAPIA!”

— Qual será o tipo de ajuda que a senhorita Athena precisa? — perguntou Aioria — Caso envolvam músculos, eu me voluntario!

— Pai de misericórdia! — Aldebaran estava assustado.

— DESEMBUCHA AÍ, ATHENA! NÃO TEM COMO A GENTE ADIVINHAR O QUE VOCÊ QUER! — berrou Mu olhando em direção aos céus.

“Mestre ancião, por favor, nos empreste as armas de Libra! Estamos aqui no fundo do mar e temos que quebrar uns pau”

— Hehehehe, ela disse pau, oloco — Aioros começou a rir e ignorar a situação de tensão.

“PILARES! PILARES, NÃO PAU! Desculpa, tá meio tenso aqui!”

— Opa, pode deixar, Athena! — A armadura de libra foi trazida dos céus e parou na frente de todos — Já estou indo!

“Não, vocês treze tem que ficar aí! Para terminar essa terapia e para cuidar do Santuário se o dilúvio realmente começar!”

— Ai, minhas roupas no varal… — Shaka rangeu os dentes, irritado. — Já terminamos a terapia, Athena!

“Não importa! Peçam para outro cavaleiro trazer as armas de Libra, vão logo!”

Mu olhou para o discípulo em seus braços. O ruivinho começou a negar com a cabeça:

— Aaah, mestre, eu acabei de subir, não quero descer de novo!

— Vai logo, pega essa urna e vai ajudar Athena! Você é Kiki de Appendix e daqui alguns anos será Kiki de Áries! Anda logo!

— Mas eu nem tenho armadura!

— Não precisa de armadura, o Shiryu sempre tira a dele para lutar — Máscara da morte tentou incentivá-lo, sem muito sucesso.

— Alguém vem comigo! Eu não quero ir sozinho!

— Eu vou, Kiki — Aioria já queimava seu cosmo, estalou os dedos e se dispôs.

— NÃO, Aioria! Athena nos quer aqui!

— E mandar uma criança para uma Guerra Santa? Você perdeu a cabeça, Mu? Não podemos mandar uma criança para lutar com Deuses!

E o Ariano e o Leonino começaram a discutir e perder mais tempo. Camus respirou fundo. Talvez fosse hora de colocar as aprendizagens de pedagogia em prática, então se ajoelhou e olhou bem nos olhos liláceos do rapazinho:

— Kiki, você está treinando para se tornar um cavaleiro de Ouro. Você é especial e sei que já sabe disso, siga seu coração e proteja Athena! Nós vamos ficar aqui e proteger quem mais precisa. Não precisa lutar, entregue as armas para Athena e fique em um lugar seguro — Segurou as mãos do arianinho, que resmungou e concordou com a cabeça.

Dohko ajudou-o a colocar a urna nas costas, como uma mochila gigante. Ele estava resmungando e batendo os pés:

— Num posso nada, num posso nada, tudo eu, tudo o Kiki sempre!

— Aí, Kiki! Tive uma ideia! — Shaka se aproximou. Quando Mu percebeu o que iria acontecer, começou a ignorar o grego e apenas disse:

— Força, garotinho! Eu confio em você!

O indiano utilizou seu cosmo para teletransportar Kiki até a barreira de proteção do Santuário, e agora era apenas confiar em suas habilidades e rezar para que nada de ruim acontecesse.

— Ótimo! E o que faremos agora?

— Esperem. — Shion ordenou, e o silêncio reinou entre os doze.

(...)

Agatha nunca quis tanto que quaisquer problemas que estivessem acontecendo durassem mais e mais tempo. Estava deitada na encomenda de rosas enquanto Afrodite suspendeu sua capa em dois pedaços de pau para fazerem uma “cabana improvisada”. Estava super tranquila, nem parecia que saiu do inferno.

Os outros estavam conversando sobre a sessão recente e ela até ficou feliz de notar que alguns estavam pautando os problemas apontados. Com exceção de Mu, que estava aflito pensando no bem estar do próprio discípulo.

Estava começando a anoitecer quando a chuva parou e todos os 88 cavaleiros puderam sentir o cosmo acolhedor de Athena, anunciando que ela havia conseguido sair dessa e com certeza ter derrotado Poseidon. Ou ter botado o Shun para tomar chá com ele, que era quase a mesma coisa.

Pouco tempo depois, quando já eram quase sete-horas, Athena, os bronzetes e Kiki voltaram. O Arianinho estava com uma cara de sono de dar pena, assim que viu o mestre correu para seus braços e ficou lá. Mu sorriu:

— Eu falei que você ia conseguir, Kiki! Eu estou orgulhoso de você!

— Só do Kiki? Todo mundo aqui se esforçou e demos um pau naquele peixão, inferno — Ikki estava com inveja.

— Magoou… — Afrodite rolou na encomenda de rosas, lutando para acordar. Na verdade, parecia lutar até mesmo para emitir um som.

— Você não, Baiacu!

— Ah bom — ficou mais de boa.

— Mestre Camus, você não sabe quem eu encontrei lá! — Hyoga foi fofocar com outro aquariano, e o Saga de Gêmeos, que não era bobo nem nada, foi atrás.

Shun, Ikki e Seiya se deitaram na encomenda de rosas, respirando o pólen para acalmar a adrenalina. Enquanto isso, a asiática foi em direção à terapeuta:

— Perdão por esse transtorno, senhorita Agatha. Não esperava que fôssemos brigar logo hoje… Podemos ir aos meus aposentos para acertar seu pagamento.

— Certo, só um minuto…. — levantou-se e sentou. — Acho que vou esperar mais do que um minuto…

— Tudo bem, sem pressa.