Tente Me Perdoar

Capitulo 29 - Basta acreditar.


Pov Demi

Eu já estava naquele apartamento há horas e em nem uma dessas me veio á cabeça que eu poderia encontrá-la aqui. Minha mente já estava um pouco alta e alterada pelo álcool, quando eu á vi ali, sabia que de alguma forma eu teria que falar com ela e fazê-la sair desse lugar, todas essas pessoas se drogando e enchendo a cara com sei lá o que... E eu sei que não tenho mais nada haver com sua vida, mais eu me preocupo com ela, querendo ou não eu ainda á amo. Não sei se ela havia me reconhecido, eu estava com os cabelos pintados de vermelho e umas roupas que não costumava usar.

Saiu em buscar de ar e para pensar em como falar com ela. Nesses dias que se passou, eu me entreguei a fraqueza e em milhares de choros sem fins. Saiu tentando esquecer e me divertir um pouco ou pelo menos tentar e ela me aparece aqui. Tento me concentrar, mais com ela tão perto, é tão difícil olhá-la e não poder tocá-la.

Percebo a porta que dava para a sacada onde eu estava se abrindo, torço para não ser nenhum porre querendo me assediar, já estava de saco cheio disso. Encaro o céu para me mostrar desinteressada na pessoa atrás de mim quando uma corrente de vento forte passa por mim me permitindo sentir um cheiro tão agradável quanto às flores da primavera, era tão natural e doce que é pra mim inconfundível, me lembro de uma noite que ela dormira comigo, não me recordo de quantas horas eu havia passado, observando-a e cheirando seus cabelos até adormecer também, poderia fazer aquilo todas as noites. Balanço a cabeça ao tentar espantas as lembranças que vinham tão freqüentemente e me faziam chorar a ponto de meus soluços se tornarem audíveis. Viro-me em sua direção olhando para o chão, não sabia se encará-la nesse momento seria uma boa escolha, mais não teria outra oportunidade de falar com ela.

– Você não... Você não deveria estar aqui Selena, esse lugar, essas pessoas... Não são pessoas, de certo modo boas para você. Precisa ir embora, chame as meninas e diga que você não esta se sentindo bem... Vá para casa ou sei lá... Vá para um ambiente adequando – Digo em alto e bom tom lhe impondo autoridade, na verdade eu estava preocupada mais tentei não transmitir isso.

– Eu... Você... Não, não Demi... Eu não quero ir embora – Ela diz segurando o choro, meu riso foi incontrolável nesse instante.

– E eu não me lembro de ter perguntado se você quer ir, eu disse que você vai.

– Mas... Você não manda em mim, quem você pensa que é... Eu fico no ambiente que eu quiser e eu... – Vou para cima dela e seguro seu braço com uma força desnecessária.

– Chame suas amigas e saia daqui – encaro-a e foi inevitável não olhar para seus lábios, como poderiam ser tão convidativos? Sinto sua respiração e a vejo fraquejar diante do meu corpo tão próximo do seu. Não consigo controlar o choro, eu queria beijá-la tanto quando queria que ela fosse feliz e eu sabia que não podia, folgo seu braço a libertando, me viro para não chorar em sua frente, ouço seus passos e a porta mais uma vez abrindo e fechando, ela se fora.

A festa pra mim já tinha acabado então só o que fiz foi pegar o resto das minhas coisas e ir pra casa sem dar explicações a ninguém, até por que eu não devia.

Acordo no dia seguinte com os sintomas aparentes da ressaca, dor de cabeça, sono interminável e de quebra um enjôo. Meu cabelo bagunçado dava ao entender que eu havia me mexido muito na cama, e sim, por mais que eu tenha vindo “cedo” para casa, fiquei horas rolando na cama, ouvindo musica, lembrando dela e automaticamente chorando também.

Levanto, tomo um banho, o que na verdade não foi um banho, fiz apenas minha higiene necessária já que o cansaço não me permitia mais que isso, tento comer alguma coisa, uma tentativa mais que falha, eu não conseguia nem olhar para a comida. O tédio parecia gostar de mim já que não me deixava em paz, sem nada pra fazer pego meu celular e procuro um dos números que era bastante discado, a saudade fez meu coração apertar. Depois de 3 bips ela atendeu:

Ligação On

– Hum... Oi? É oi – tento disfarçar meu nervosismo mais isso era aparentemente uma missão complicada.

– Desde quando ficou sem jeito para falar com sua irmã mocinha? – Dallas.

– Desde quando eu ando ignorando a maior parte das pessoas mais importantes da minha vida – minha voz quase não sai, fecho os olhos na vontade de que tudo volte ao normal.

– Você sabe que nunca deixará de ser minha irmã, independente do modo como você vem agindo. Eu realmente não sei qual Demi, e eu espero que não seja grave mais eu sei que tem um motivo para tudo isso – as palavras dela sempre me confortavam, Dallas era uma irmã louca mais eu nunca precisei falar quando havia algum problema comigo, ela sabia antes que todos.

– Eu te amo Dalls – me entrego ao choro, um ritual freqüente durante o dia, mais eu sabia que tinha alguém do meu lado, alguém que na verdade sempre esteve e era tão difícil não poder contar tudo a ela, era sufocante – tenho que desligar agora, vou tentar dormi... É, vou tentar.

– Hey, não esquece... – respiro fundo esperando a frase não confortante em que ela sempre me dizia quando eu estava triste ou deprimida – Eu amarei e estarei com você acima de tudo – sorri com a frase tão bem pensada – Mais uma coisa Dems... Você sabe que pode fazer tudo dar certo, basta tentar... Basta acreditar – será? Será que se eu tentasse fazer as coisas darem certo elas dariam? Se elas dessem mesmo certo eu estaria com Selena agora, mais não... Então era isso? Apaixonei-me, amei-a e a perdi... Quão justo a vida era comigo.

– Até... E por favor, não diga a mamãe que eu liguei e manda um beijo para Maddie diga que eu à amo – Foi o fim da ligação. Entreguei-me ao choro repentino antes de adormecer e pedi com todas as forças para que eu não acordasse mais.