Tentação Potter

Capítulo IX: the drumroll


you will never be alone
wait for me to come home

Um curto recesso apareceu, permitindo que os alunos fossem para suas respectivas casas. Eu, como de praxe, iria para o meu verdadeiro lar. A mansão dos Potter me abrigara quando eu tinha apenas dezesseis anos e agora, beirando os dezoito, eu não podia me imaginar em outra família.

Sorri.

— E então, Prongs, preparado para passar uma semana inteira tão dolorosamente perto de sua ruiva?

As coisas entre meu casal preferido não estavam indo como James planejara. A noite da festa não foi assim um pró tão grande para meu querido veado, já que Lily imaginou todas as coisas, menos que ele a havia acolhido em sua cama e apenas dormido. Estarreci-me quando descobri que a garota pensava que Prongs lhe faria algum mal.

— Oh, Padfoot, não faça pouco da minha situação. – encolheu os ombros, escondendo as mãos nos bolsos da calça. – Um dia você vai se apaixonar por alguém e esse vai fazer o inferno da sua vida.

Aquilo me atingiu como um soco.

Se ele ao menos soubesse o quanto aquilo era real.

Após a fatídica tarde, Potter se recusara a me ver novamente. E então estava acumulando exatamente quatro dias sem nenhum contato sequer. Meu pensamento de que conseguiria conquista-la estava se afastando e tornando meramente fumaça. Seria o momento certo para desistir?

Era difícil.

i was made to keep your body warm
but I'm cold as the wind blows
so hold me in your arms

Antes de embarcar no trem, colhi uma rosa branca. Sussurrei um feitiço que a faria morrer apenas quando Lely finalmente se apaixonasse por mim. E sim, já mencionei que entrei para o clubinho muito gay do James? Certo, isso é realmente uma coisa. Ele o Moony se encontram semanalmente para armar planos a fim de conquistar a Lily. Meu Deus, eu realmente sou amiga dessas pessoas?

— James, o que aconteceu com você e o Remus ontem a noite? – questionei, assim que o par de homens ingressaram no vagão.

— Ahn, bem. – gaguejou. – Eu e o Moony embarcamos em mais um plano.

— Oh my sweet Lord, quando você vai deixar esses planos mirabolantes de lado e realmente partir para a ação?

— Sirius, – Remus exclamou. – você não vai acreditar no que o James me fez passar ontem!

Ri, aquela sim seria uma boa história.

flashback

— James, porque eu deixo você fazer isso comigo, hein?

— Por que você é meu amigo, claro!

— MAS EU TOMO NO BOTICO! SEMPRE, SEM CUSPE E COM AREIA! ISSO NÃO É JUSTO!

— Calma, Remmy, vai dar tudo certo.

— Espero.

Os garotos caminharam em silêncio pelos corredores que levavam a sala de poções onde Evans trabalhava em algo mirabolante. Ela era realmente boa com ervas e toda essa besteira. Enfim, o plano era de que ele surpreenderia Lily com uma cançãozinha muito fofa, ela se apaixonaria e eles casariam.

Por alguma razão, Remus estava trajado como um integrante de uma banda Mariachi e segurava um violão.

Depois de duas batidas na porta, ela surgiu, mais bela do que nunca.

i need you darlin’, come on set the tone
if you feel you’re falling, won’t you let me know
if you love me come on get involved
feel it rushing through you from your head to toe

Todavia a reação não foi a esperada, ela simplesmente murmurou palavras desconhecidas e fez com que bolhas nojentas surgissem pelo corpo dos ousados que a perturbaram durante seu momento de paz e concentração.

heck

flashback off

— E então passamos a noite inteira na enfermaria.

Nesse momento eu estava literalmente rolando no chão de tanto rir. Pensando bem, eu não soava tão patético quando o meu querido melhor amigo.

— James, faremos o seguinte: – murmurei. – eu vou te ajudar com a Lily, mas não estrague tudo ficando nervoso.

— Eu não acho que você possa ajudar.

— Oh dude, eu sempre tive mais jeito com as mulheres.

— Isso não é verdade.

— Aceite.

— Como você pretende fazer isso?

— Fazendo a nossa querida ruiva te desejar como nunca antes.

Eu ri alto, fazendo Prongs e Moony balançarem a cabeça negativamente. Aquela semana seria a melhor de nossas vidas, podia pressentir. E quanto às garotas, bem, elas teriam que se proteger, ‘cause daddy is home.

~~

O casal Potter estava esperando na porta pela enxurrada de crianças que abrigariam essa semana. Ainda bem que era uma enorme casa, com espaço de sobre para todos. Só o quarto de James serviria para que eu, ele e Remus dormíssemos juntos. Todavia, a casa era possuidora de quatorze quartos e isso graças a Deus não era preciso.

O jantar cheirava muito bem e ninguém hesitou em correr para atacar a comida. As malas foram deixadas para trás, o elfos domésticos fariam o trabalho de conduzi-las aos respectivos quartos.

— Eu estou comendo um pedaço do céu! – exclamei, deliciando-me de olhos fechados. – Tia Dorea, isso é simplesmente maravilhoso.

Todos concordaram com uma sessão de gemidos satisfatórios.

O jantar correu perfeitamente bem, com risadas altas e comida deliciosa. Após uma farta sobremesa, eu e o restante da gangue resolveu que o jat-lag* não deixaria aproveitar melhor noite. Sono era a melhor cura.

Após chegar no meu quarto, resolvi que me despir por completo era a melhor opção para dormir bem. Então após todas as roupas estarem jogadas no chão, me enrolei nos cobertores e com as pálpebras pesadas, soube que não demoraria muito para que eu pegasse no sono.

Dito e feito.

algumas horas depois...

— Sirius! – senti alguém cutucar minhas costas insistentemente. – Acorda, garoto!

— O que é?

Esfreguei os olhos, tentando visualizar quem exatamente era a pessoa que perturbava meu santo sono. Lethícia estava bem inclinada na cama, seus longos cabelos tocando minha coxa e permitindo que eu tivesse uma visão privilegiada da sua comissão de frente. Céus, era alguma classe de brincadeira?

As cortinas não estavam fechadas, portanto eu pude ver que ainda não estava nem perto de amanhecer.

— Nós vamos à praia.

Então pude notar as alças do biquíni que se escondiam sob um vestidinho branco. Oh, eu não perderia aquilo por nada. Levantei-me da cama em um impulso.

— Oh, Sirius! – ela tapou os olhos. – Que hábito terrível!

— Desculpe-me! – ri baixo. – Eu tinha esquecido.

Desfilei até o closet, procurando um calção de banho.

A garota não movera sequer um músculo do momento em que eu saíra até o que eu voltara. Era incrível como ela conseguia abarcar o paradoxo de ser tímida e “nem ai” para as coisas. Senti o impulso de gargalhar e toquei seu braço.

— Vamos?

— Sim. – espiou por uma fresta da mão.

— Eu estou vestido, Srta. Potter.

— Já te disse para não me chamar assim, Sr. Black. – piscou. – Talvez eu game em você.

Encostei-a contra a porta do meu quarto.

Sua respiração descompassada batia em meu rosto, que estava apenas a centímetros do dela. Ela mordeu o lábio, me olhando em expectativa. Aquilo era gostoso, a provocação, a sensação que antecede o beijo. The drumroll*.

— Talvez, Srta. Potter. – ri, afrouxando o aperto. – Talvez.

Eu ri.

Aquela seria uma noite agradável.