Tentando Amar

Sentimentos Secretos


A noite chuvosa havia se passado e no lugar dela, veio um lindo sol, clareando a estrada onde a carruagem havia quebrado. Marriah abriu os olhos, estava com algumas dores musculares por ter dormido de mal jeito, mas nada disso importava. Viu que Rodolph não estava dentro da carruagem com ela, estava conversando com um homenzinho velho e baixinho.

_Olá _ disse eu, saindo da carruagem com um sorriso que eu nunca havia dado.

Rodolph olhou para mim, seus olhos brilhavam como fogos de artificios. Olhei para ele retribuindo o mesmo olhar.

_Srta. Marriah esse é o Sr. Camareno, _ disse ele agindo como se nada tivesse acontecido, me apresentando ao velho senhor _ um lenhador que tem uma pequena fazenda bem aqui perto, enquanto você dormia ele me ajudou a consertar a carruagem. Agora podemos ir embora.

_Ah, obrigada Sr. é de uma enorme ajuda o que fez por nós.

O velhinho sorriu para mim e retribuiu o agradecimento, se despediu e subiu em seu cavalo que puxava uma carroça.

_Bom... Então vamos... _ disse Rodolph, abrindo a porta da carruagem para mim, como se nada tivesse acontecido. Eu não quis falar nada, mas eu precisava falar... Só precisava encontrar o momento oportuno e não era esse.

O caminho de volta para a casa de Marriah foi muito rapida, é como se algo quisesse que ela chegasse depressa. Quando ela chegou, avistou sua mae na porta de casa olhando pela pequena varadinha da soleira da porta e quando avistou a filha saiu desesperada . _ Marriah, aonde estava? Fiquei muitissimo preocupada, nem dormi. O que aconteceu. _ foram inumeras perguntas para tanto pouco tempo...

A filha se acalmou enquanto se dirigia para a casa, não olhou para Rodolph, apenas o deixou como se ele fosse apenas o cocheiro para ela.

Entrou na grande sala dos Dashmouth e se acomodou no sofá aconchegante que tanto gostava. Ao se acomodar o mordomo Paul veio em sua direção, para ver se ela precisava de algo.

_Ah sim Paul... Peça a Betty um pedaço do bolo de macadamia com chocolate que ela faz todos os dias e uma xicara quente de leite com baunilha. Obrigada, pode se retirar.

O mordomo assentiu com a cabeça e se dirigiu para a cozinha.

_Mãe me desculpe, mas tive problemas no caminho e não consegui voltar a tempo. _ Disse Marriah, voltando a se dirigir para a mãe.

_ E o que deu em sua cabeça para pensar que poderia sair assim, sem avisar. _ A sra. Dashmouth estava muito irritada com a filha.

Marriah pegou um pedaço de bolo que Paul acabara de deixar em uma bandeja ao lado de seu assento no sofá, e apos engolir o bolo e tomar uma boa golada do leite voltou para a mae.

_Já lhe pedi desculpas, queria sair para a cidade, experimentar meus ultimos sopros de liberdade antes de me casar com aquele Duque mesquinho. Apenas isso, espero que entenda. _ Ela tomou outra golada do leite e voltou a falar, _ Aconetece que a carruagem quebrou no caminho e começou a cair um chuva enquanto escurecia, por isso não teve como arrumá-la e voltar. Só conseguimos consertar pela manha e aqui estou.

A sra. andou de um lado para o outro pela sala.

_Pelo menos você esta bem, mas nunca quero que isso se repita, pobrezinha de sua irmã, foi dormir ontem porque o cansaço a venceu pois queria esperar sua volta, estava muito preocupada.

_Eu lamento, assim que ela acordar conversarei com ela... E me desculpe, novamente.

A mãe aceitou as desculpas sinceras da filha que se levantava do sofa, largando a comida e indo em direção aos fundos da sala, onde estava a cozinha.

_Onde vai? _ indagou a sra. Dashmouth.

_Já volto mamae, acalme-se. _ disse a filha, virando as costas e entrando na cozinha.

_ Betty, onde está Rodolph? _ eu disse entrando na cozinha e tirando a atenção da cozinheira

_Está no estabulo querida.

Ela respondeu carinhosamente e eu agradeci, saindo da casa pela porta dos fundos que ficava na cozinha e indo em direção ao estabulo.

Quando entrei lá, parece que todas aquelas lembranças da noite passada vieram a minha cabeça, como um flash surreal e encantador. Um flash que eu queria sempre. Andei mais um pouco dentro do estabulo e la estava ele, sentado de costas para mim, olhando atencioso o nada, com certeza pensando em nós.

Me sentei ao lado dele, nos montes de feno.

_Olá

Ele não respondeu e continuou imovel. Eu repeti o ''Olá'' ele olhou para mim, cumprimentando tambem.

_Há algo errado? _ disse eu, surpresa com a atitude dele.

_Não, somos o que somos e não quero que você confunda as coisas. O que houve ontem não deveria ter acontecido.

Esbugalhei os olhos para ele e perguntei um simples porque.

_Você é uma dama, uma senhorita fina e elegante, e eu... sou o cocheiro da familia, mesmo que seus pais permitissem nosso relacionamento _ ele respirou _ eu não teria nada para lhe dar.

_ Não quero nada seu tolo, parece que não percebe... Eu so quero seu amor. _ eu disse, mas ele não entendia o que eu queria.

_Sinto muito, mas eu não posso...

Depois disso ele se levantou, me deixando sozinha no estabulo com meus pensamentos... Não entendia como ele poderia ser tão instavel. De que adiantava tudo o que eu sentia se eu não podia contar para ninguem... Era um sentimento realmente secreto.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.