Tenshi no Tamashi

Capítulo 139 - Sete Torres Verticiais


Em um local devastado pelo poder dos Generais da Morte, “seis” deles estavam reunidos. Ao todo foram quatro cidades completamente destruídas pelos poderes deles. E o auge do plano estava chegando. Todos formaram uma roda, ficando distantes uns dos outros. Pressark foi quem deu a voz:

– Agora que limpamos o local, começaremos o ritual para criar as Torres.

– Ah, finalmente. – Expressou Kazan, relaxando os músculos do braço. – Estava cansado de ficar sem usar todo o meu poder.

– Não é o único, cabeça de galinha. – Retrucou Dirtiel. – Não é a toa que estamos tão entediados.

– Por acaso... Você está se referindo ao meu...

– Calem-se. Seus idiotas. – Entoou Pressark, nervoso. – Ou eu arrancarei suas malditas cabeças!

Ao silêncio ter retornado depois, Pressark estendeu seus braços de trevas, e os destroços que estavam espalhados aqui e ali começaram a se amontoar uns nos outros, até formarem ao todo sete torres atrás dos Generais. Todos eram do mesmo tamanho. Todos viraram na direção das torres, para receber outra ordem de Pressark:

– Agora, coloquem sua aura na sua respectiva torre.

– Aquele maldito, ele está ficando ás nossas custas. – Retrucou Dirtiel.

– Fazer o quê. Esse cara assusta mais do que ele. – Disse Kazan.

– É. Tem razão...

As auras encobriram as torres, mas elas eram meros destroços formados, porém, com o poder de Pressark, elas começaram a emitir uma onda de poder invisível. Tal como uma torre de transmissão. Só que em vez de dar “cobertura”, eles retiraram o Tecido da Realidade de toda aquela região, formando uma espécie de Doma do Plano Etéreo. Ou seja, Construíram um imenso Santuário, onde todos os anjos alcançados pela doma podem usar todos os seus poderes ao máximo, e também... Podem morrer.

***

No esconderijo, Ralph sentiu um formigamento repentino, e logo depois, se sentiu leve como se fosse flutuar. Era a mesma sensação de quando ele desmaterializava e adentrava no Plano Etéreo. Ele achou isso muito confuso. Mas essa confusão se tornou um puro desconforto para os outros, que se encontraram na sala de estar.

– O que está acontecendo?! – Exaltou-se Mariah, aflita.

– Eu não sei. Mas ao que parece estamos no Plano Etéreo. – Expressou Belfrior.

– Como isso é possível? Nem ao menos estamos desmaterializados! – Questionou a ruiva.

– O que isso significa? – Disse Nesse.

– Isso não pode ser um bom sinal. – Disse Gigan.

– Essa sensação... – Aries se contorcia.

Race foi o último a entrar na sala.

– Ora, isso não é óbvio? Pode ser que isso seja o movimento do inimigo.

– O inimigo?! Mas como... – Questionou Belfrior.

– Não. Ele está certo! – Manifestou Fred, descendo as escadas. – Era isso o que eu temia desde o início!

– Temia? Como assim?! – Disse Ralph.

– Ralph, eu recebi uma mensagem que devo ver Lucífer! – Disse Fred completamente desconfortável.

A sala ficou quieta durante uns segundos.

– E o que isso significa? – Perguntou Nesse.

– Isso com certeza é obra dele. Se eu perguntar para ele, talvez eu consiga mais informações.

– E o que isso impede de não desconfiarmos de você?! – Questionou Mariah.

Fred não soube o que falar em resposta.

– Deixe disso, eu o autorizo a vê-lo, eu realmente não tenho mais nada em mente para fazer algo contra isso. – Expressou Ralph. – Fred, eu preciso da sua ajuda.

– B – Beleza! Pode deixar! – Ele voltou a subir os degraus.

– R – Ralph! O que está pensando? Vai o deixar ir sozinho?! – Retrucou a ruiva.

– Deixe esse assunto para depois! Temos que ver como estão minha mãe e Isabelle!

– É verdade! Se estivermos em uma área do Plano Etéreo, elas não vão se adaptar. – Disse Nesse.

Dona Melly estava caída no chão, o loiro a ajudou se levantar, mas ela ainda estava viva.

– Mãe, está tudo bem?! – Disse preocupado.

– Sim, só estou tonta... – Expressou. Ele a ajudou se deitar na cama, onde ela nem tentou se levantar, caindo num forte e repentino sono.

– Mas o que está acontecendo?! – Expressou Ralph, aturdido.

– Isso é normal para os humanos, Ralph. – Disse Jack, que chegara ali naquela hora. – Para eles, o Plano Etéreo é um mundo completamente borrado, então fica difícil para o cérebro se acostumar às áreas distorcidas, vai ser melhor para sua mãe se ela ficar dormindo até que consertemos esse problema.

– Ele está certo. Eu vou colocá-la para dormir, ela vai ficar um bom tempo sonhando. – Disse Belfrior. Ele tocou na testa de Dona Melly, e não houve nenhuma alteração, mas ela já estava dormindo.

– Acho que vai ser melhor assim. – Disse Nesse.

– Sim, acho que é melhor fazermos isso em Isabelle também. – Lembrou Ralph. – Se ela tentar descer as escadas pode cometer um acidente.

– Está certo, está certo, Romeu. Vamos logo com isso. – Disse Mariah.

– Ei! – O loiro ficara corado, mas ignorou a ocasião. Quando ele, Nesse, Mariah e Belfrior entraram no quarto dela, ela já estava acordada, e estava em situação parecida de Dona Melly.

– Ah... Isabelle?

– Ralph? Estou me sentindo um pouco tonta... – Ela disse vagamente. Da visão dela, ela enxergava o loiro numa imagem distorcida, como se o rosto dele estivesse sendo o reflexo de um lago.

– É melhor você ficar deitada, dormir um pouco... – Aconselhou o loiro.

– Não... Eu vou ficar bem. Não quero voltar a dormir.

Ele olhou de volta a Belfrior, e seguindo ele os quatro ficaram no corredor.

– O que você acha? – Perguntou Ralph.

– Eu acho muito estranho. Não me parece que o Plano Etéreo a está afetando muito.

– Como assim? Ela é humana. – Expressou Mariah. – Talvez só não queira se deixar ser um estorvo.

– Pode ser. Mas isso ainda é estranho. – Belfrior estava preocupado. – Ainda há mentes humanas que são capazes de ver fantasmas ou algo do gênero...

– O que isso quer dizer? – Disse Ralph.

– Que poder haver a possibilidade dela ser uma Sensitiva. – Respondeu Nesse.

– Sensitiva?

– Sim. Pessoas que podem sentir os abalos do Tecido da Realidade. – Explicou Belfrior. – Em outras palavras, essas pessoas podem ver fantasmas zanzando pelo Plano Etéreo.

– Hum. Se esse for o caso... – Expressou o loiro. -... Talvez essa possibilidade seja a possível. Se ela pôde me ver...

– Ah, isso porque nós não nos desmaterializamos. Se isso acontecesse, ela não poderia te ver mesmo assim. – Disse Mariah.

– Enfim, vamos pensar agora em como vamos resolver esse assunto com Lucífer. – Disse Nesse.

– Não se preocupem... Isso vai ser resolvido... – Expressou o loiro, saindo do corredor...

***

Fred estava em seu quarto. Com aquela mensagem que recebera de Dirtiel, havia um saquinho escuro em um canto do quarto. Abrindo o saquinho, lá havia os componentes para formar um Portão direto para o Sheol. Ele olhou para os cantos, pela janela e corredor para ver se não havia ninguém o vigiando, e assim, ele criou o Portal. Ele deveria fazer isso sozinho, mas sabia que estaria à mercê de Lucífer, afinal, ele não tinha nenhuma magia para fazê-lo retornar.

– Bem, vamos lá... – Expressou Fred, entrando no Portal.

Em um segundo, estava lá: o Sheol. Aquele lugar terrível ainda lhe trouxera más lembranças, mas agora não era hora de pensar naquelas coisas. Em frente a ele, estava uma caverna com a entrada em forma de caveira, e dentro dela, só havia a escuridão mórbida. Mas Fred enxergava bem a escuridão, então não lhe foi um problema caminhar por ali, por fim o local terminou num salão iluminado por tochas de ossos, decorando as paredes da caverna. E bem ao centro do salão, um vulto negro estava sentado num trono de ossos. O Mestre estava paciente e quieto ao momento, apenas visualizando Fred.

– Enfim, depois de um dia... Nunca pensei que tão pouco tempo seria tão bom sem ver a sua cara. – Disse Fred.

– Pouco me importa a sua opinião, caro Fred. – Disse. – Se é bom ou não me ver já não importa mais.

Fred não soube como responder.

– E – Então... Por quanto tempo planeja ficar com essa aparência? E o que quer comigo?

– Bem, eu vou responder as duas perguntas. Tenho assunto a tratar com você, e em relação à outra pergunta, irei mostrar minha aparência assim que o seu irmãozinho parar de se esconder atrás da pilastra e tentar não ser agressivo.

Fred quase que se engasga ao perceber que o seu irmão o havia seguido. Ralph apareceu de trás da pilastra usando o manto negro, foi por essa razão que sua aura não foi sentida, mas mesmo assim não escapou de Lucífer.

– R – Ralph? O que está fazendo aqui?!