— Me ajudem a levantar. Eu preciso salvar ele! (Tigresa)

— Desculpa Tigresa, mas você precisa descansar. Nós vamos cuidar disso. (Disse Shifu, impedindo a felina de se levantar)

— O que faremos mestre? (Víbora)

— Garça, voe para as vilas próximas, veja se você descobre algo. Víbora, Macaco e Louva Deus, vocês vão por terra, passem em quantos lugares forem necessários, casas, lojas, restaurantes, hospedarias, vasculhem tudo! (Shifu)

— Sim mestre! (Todos, menos Tigresa)

— Mais uma coisa. Não façam nada sem eu saber. Se vocês descobrirem algo, venham até mim, e nós veremos o que fazer. (Shifu)

— Sim mestre! (Todos)

— Vamos, eu te ajudo Tigresa. (Disse Shifu, passando seu braço pelas costas da felina, a ajudando a se levantar)

— Mestre, deixa eu ir, por favor. Eu preciso salvá-lo! (Tigresa)

A felina ainda não estava conseguindo ficar de pé direito, então sábio a agarrou no colo.

— Fique tranquilo Shifu, eu levo ela. (Disse Sábio, com a felina no colo)

— Mestre, por favor... (Tigresa)

— Desculpa Tigresa, mas eu não posso te deixar ir. Vá tomar um banho, descanse um pouco, e depois nós conversamos. (Shifu)

Sábio começou a subir as escadas com Tigresa. Ela odiava parecer fraca e precisar dos outros para as coisas, porém ela não tinha opção. Ela ainda sentia uma forte dor de cabeça, um pouco de tontura e alguns arranhados doíam cada vez mais. Ela fedia muito, estava cheirando carniça, e Sábio, por ser um lobo, tinha um faro muito bom. Ele tentava ignorar o cheiro da felina virando o rosto para o lado, porém não estava adiantando muito.

— Me solta, por favor. (Pediu Tigresa)

— Por que? (Sábio)

— Apenas me solta, por favor. (Tigresa)

Sábio a colocou deitada em um degrau, e sentou ao seu lado. Eles estavam na metade do caminho.

Tigresa descansou uns cinco minutos. Ela tentou se levantar, mas quase caiu, porém Sábio a segurou. Ele se levantou para pegá-la no colo.

— Não precisa. (Tigresa)

— Desculpa Tigresa, mas você está em péssimas condições. (Sábio)

— Eu não me importo, eu consigo ir sozinha daqui. (Tigresa)

Sábio achou melhor deixar ela tentar. Ele a soltou e ficou ao seu lado, sem a ajudar, apenas subindo a escada junto.

Tigresa não conseguia ficar em pé, então ela se arrastava pelos degraus. Sábio estava ao seu lado, esperando que Tigresa fosse desistir, porém, a felina era durona, ela não desistia, a cada degrau que ela subia, suas feridas pareciam doer mais, sua cabeça parecia latejar mais forte e sua tontura aumentava.

Demorou um pouco, porém ela chegou. Sábio a ajudou a se levantar e a ir a um rio. Tigresa precisava de um banho, para relaxar tanto seu corpo, como sua mente.

Tigresa estava em uma parte do rio que corria pelo palácio, que tinha uma queda d'água. Ela iria tomar banho ali. Tigresa estava debaixo da queda, refrescando seu corpo, lavando seu pelo, quando começou a sentir uma tontura muito forte, ela se apoiou em uma pedra para não cair, porém a felina perdeu a consciência e caiu.

Algumas horas depois...

Tigresa começou a abrir seus olhos, sua visão estava embaçada, ela não conseguia ver muita coisa. Ao olhar em volta, ela viu que estava sendo arrastada. Um animal a puxava pelos pés. Ela não conseguia vê-lo direito, pois ele usava roupas compridas e vestia um pano preto na sua cara. Tigresa começou a recuperar a consciência, finalmente o efeito do dardo estava passando. Ela fingiu que continuava desacordada, até se sentir pronto para atacá-lo, e quando isso aconteceu, Tigresa prendeu os braços do animal com suas pernas e o puxou. Ela o derrubou e se levantou, indo em cima dele.

O animal acertou um chute na barriga da felina quando ela foi atacá-lo, ele aproveitou para se levantar e contra atacar com um segundo chute, que ia na direção da cabeça de Tigresa. Tigresa se defendeu com um mão, a felina atacou a perna do animal com suas garras, fazendo um corte na sua panturrilha. O animal gritou de dor, porém revidou.

A luta estava disputada, Tigresa acertava alguns golpes, ele acertava outros, porém, em um deles, o animal passou uma rasteira na felina, e a jogou contra o chão, segurando o pescoço da mesma com sua mão direita.

Se eu te quisesse morta, teria te deixado pra morrer afogada naquele rio. (Animal misterioso)

Tigresa enfiou as unhas de uma das suas mãos no antebraço do animal, com a outra mão ela segurou sua cabeça e a jogou para trás. Ainda no chão, Tigresa prendeu o pescoço do animal entre suas pernas, jogando sua cabeça contra o chão.

— Se eu te quisesse morta, eu teria acertado seu pescoço em vez do seu antebraço. Agora me responda, quem é você? (Disse Tigresa, em um tom intimidador)

De começo, o animal não respondia, então Tigresa começou a apertar seu pescoço quando ele não respondia, sufocando-o.

— Você quer encontrar seu amigo? (Animal misterioso)

Tigresa soltou um pouco o pescoço do animal.

— O que você fez com o Po? (Perguntou Tigresa, furiosa)

— Por enquanto nada, mas ele está preso, provavelmente sendo torturado, e a única pessoa que pode salvá-lo é você. (Animal)

— Se você não começar a falar eu te mato aqui e agora! (Disse Tigresa, com sua forte voz)

— Seu amigo está em um dos nossos esconderijos aqui perto. Mas o chefe quer você, não ele, então, se você for até lá e se render, eles soltam seu precioso amigo. (Animal)

— Você vai me levar lá agora! (Tigresa)

A felina soltou o pescoço do animal. Ela se levantou e o levantou junto, segurando-o pela sua nuca.

— Vamos! (Disse Tigresa, o empurrando para frente)

Enquanto isso, com Po:

O panda se encontrava em uma sala escura, preso a uma cadeira.

— Eu só queria falar que vocês terem juntado essa cadeira com algemas de pressão é show de bola! Vocês poderiam me ensinar a fazer isso? (Perguntou Po, na esperança de que alguém o respondesse)

Um animal surgiu das sombras, ele vestia uma túnica preta, e seu rosto estava tampada por um véu.

— Dragão guerreiro, que honra! (Disse o animal de maneira irônica)

— Você! Eu estava aguardando esse momento a muito tempo! (Disse Po, zoando o animal)

O animal socou a cara do panda.

— Deixe-me te explicar uma coisa, você não fala. Você apenas esta aqui por que eu quero sua amiga. Meu deus, onde estão meus modos? Eu sou sombra, a partir de agora, você me chama por esse nome. (Sombra)

— Do que você está falando? (Perguntou Po, com medo que Sombra confirmasse o que ele pensava)

— Digamos que, eu apenas quero ter uma conversinha com sua amiga, a felina, qual é mesmo o nome dela? (Sombra)

— Se você tocar na Tigresa eu te mato! (Po acabará de ficar muito bravo)

— Isso! Tigresa! Muito obrigado dragão guerreiro, eu não estava conseguindo lembrar o nome dela. Mas enfim, enquanto ela não aparece, eu vou te machucar um pouquinho, espero que você não se importe. (Disse Sombra, provocando Po)

Sombra começou a dar socos no panda, na barriga e na cabeça, mas Po aguentava pela Tigresa.

Enquanto isso, com Tigresa:

O animal a conduziu até o esconderijo. Após uma hora e meia de caminhada eles se depararam com um pequeno barranco, no meio da floresta.

— Pronto, chegamos! (Animal)

— Mande seus companheiros saírem com Po. (Tigresa)

A felina segurava o animal na sua frente, o usando como escudo. Antes do animal chamar, Sombra, que interrogava Po saiu com o dragão guerreiro, que estava um pouco machucado devido as pancadas.

— Po! (Tigresa)

— Tigresa! Saia daqui, agora! Vá embora enquanto você tem chance! (Po)

— Se você fizer isso ele morre. (Disse Sombra, que segurava Po)

Tigresa queria salvar Po, ela não estava preocupada com o que fariam com ela. Ela soltou o animal e se aproximou um pouco de Sombra, que soltará Po e o empurrará na direção de Tigresa.

— Tigresa! Não! Por favor! (Gritou Po)

— Parece que me manter vivo não foi sua melhor decisão gatinha. (Disse o animal, zombando de Tigresa)

Nesse momento, um arqueiro saiu do esconderijo, e atirou contra Tigresa, Po se colocou na sua frente. Tigresa havia roubado três facas de arremesso do animal sem que ele percebesse, ela pulou sobre Po e as jogou, uma em cada um. O arqueiro foi acertado no peito, o animal foi acertado no pescoço e Sombra desviou, ele jogou uma bomba de fumaça e sumiu.

— Nunca me chame de gatinha. (Disse Tigresa, zombando do animal que ela havia atacado antes que ele morresse)

— Eu não acredito que nós conseguimos Po! Essa foi por pouco! (Disse Tigresa, feliz pelos dois terem escapado)

Ela se virou e viu Po caído no chão. Ele estava de quatro, lutando para tentar ficar em pé. A felicidade de Tigresa foi embora na hora, ela foi tomada por tristeza e preocupação.

— PO! (Gritou Tigresa, correndo para ajudar o amigo)

A flecha havia acertado a coxa do panda, porém havia algo na ponta, pois ele começara a não sentir suas pernas, seu corpo inteiro doía, algo de muito errado estava acontecendo, e nenhum dos dois sabia o que era.

Tigresa passou seu braço pelas costas de Po, o ajudou a se levantar, e começou a andar. A cada passo que eles davam Po ficava mais fraco, e Tigresa sentia isso. O corpo do panda começara a pesar sobre Tigresa, ela olhou para seus olhos e viu que eles estavam quase se fechando.

— Vamos Po! Não desista agora! (Disse Tigresa, tentando dar uma força para o amigo)

Ela sabia aonde estava indo, mais uma hora de caminhada e eles chegariam no vale, porém eles não tinham uma hora. Havia uma vila ali perto, uns 15 minutos de caminhada, Tigresa estava levando Po para lá, na esperança de que houvesse um médico na vila.

Os olhos do panda se fecharam, seu corpo ficou mole, e todo seu peso caiu sobre Tigresa.

— Não Po! Por favor, agora não! Não desista Po! Vamos, você consegue Po! Por favor Po! VAMOS! Não me deixe agora Po! (Tigresa repetia essas palavras, na esperança de que Po acordasse, mas nada acontecia, naquele momento, uma lágrima caiu do olho de Tigresa, ela estava começando a pensar que seu melhor amigo estava morto)

— Você nunca desistiu de mim Po, eu não vou desistir de você! (Tigresa falou sozinha)

A felina pegou Po e o colocou em seu ombro. Ela tentava correr, porém não conseguia muito bem devido ao peso.

Após quinze minutos de caminhada, Tigresa chegou na vila.

— Médico! Médico! (Tigresa gritava, na esperança de que alguém fosse socorre-los)

Dois porcos vieram correndo com uma maca de bambu.

— Nós vamos leva-lo para a médica da cidade! (Os dois)

Tigresa caiu no chão de joelhos, ela estava muito fraco, havia sofrido muito psicologicamente e fisicamente, ela ajudou a colocar Po na maca. Os porcos saíram correndo com ele, Tigresa se jogou no chão, ela não aguentava mais, porém era seu amigo que estava mal. A felina tomou forças e foi até a casa da médica, ela também estava machucada, porém não estava se importando com isso.

Ao chegar ela viu os dois porcos na porta.

— Ele está lá dentro? (Tigresa)

— Sim. (Os dois)

Tigresa entrou e viu a médica com Po em uma sala, era Fala Macia (a bode do KFP 2), a melhor curandeira de Gongmen City.

— Fala Macia? (Perguntou Tigresa, surpresa por ver ela)

— Mestre Tigresa, quanto tempo. (Fala Macia)

— Como ele está? (Tigresa)

— Seu amigo não está bem, a flecha que o acertou tinha algum veneno na sua ponta. Eu preciso descobrir qual o veneno para poder tratá-lo. (Fala Macia)

— Como eu posso ajudar? (Tigresa)

— Apenas venha e segure em volta do local, eu vou ter que remover um pouco do veneno. (Fala Macia)

— E se eu sugar um pouco do veneno? (Tigresa)

— Daria certo, porém é muito arriscado, se for um veneno extremamente fatal e você engolir uma gota, assim como ele, você estará morta. (Fala Macia)

— Vale a pena tentar! (Tigresa)

Tigresa colocou a boca sobre a ferida e tentou sugar um pouco do veneno, uma cena bem desagradável para ser sincero, ao sentir um gosto diferente em sua boca, Tigresa percebeu que havia conseguido sugar um pouco de veneno, ela cuspiu em uma tigela que estava ao seu lado e foi lavar a boca.

Alguns minutos depois...

Fala Macia voltou para a sala onde estava Po, e encontro Tigresa sentada ao seu lado, com seu corpo encostado no do panda.

— Tigresa, eu não quero causar preocupações, mas nós estamos com um problema. (Fala Macia)

— O que foi Fala Macia? (Perguntou Tigresa, preocupada)

— O veneno, era veneno de escorpião amarelo. (Fala Macia)

Tigresa sabia o que isso significava, ela colocou sua cabeça em cima do peito de Po e começou a chorar enquanto abraçava Po com força.