Já haviam se passado duas horas de viagens e para a sorte dos guerreiros havia começado a chover. Eles iam o mais rápido que podiam, porém com a chuva foram obrigados a ir com mais cuidado.

Eles estavam em um caminho que, em seu lado esquerdo havia várias colinas, e no direito uma floresta densa. De repente Tigresa começou a olhar fixamente para uma colina.

— Você está vendo alguma coisa Tigresa? (Po)

— Quieto! (Tigresa)

Tigresa pegou um arco, preparou uma flecha e apontou para a colina, ela olhava fixamente para um amontoado de pedras. De repente Tigresa viu uma pedra se mexer, ela atirou na hora. A flecha foi certeira, acertando um bandido, que caiu morto.

— Emboscada! (Gritou Tigresa)

Todos os guardas puxaram suas armas. Bandidos saíram da terra, eles estavam escondidos debaixo da areia no canto da estrada (esses bandidos eram iguais aos que atacaram o vale da paz). Eles arremessavam lanças e atiravam flechas, muitos guardas foram mortos já de início.

— Acelere! (Disse Tigresa para o motorista da carruajem real)

Bandidos atiravam flechas e lançavam lanças na direção de Po e Tigresa, eles defendiam com escudos, protegendo o motorista, pois a carruajem não podia parar.

Uns bandidos começaram a subir na carruajem, então Tigresa foi para o teto e começou a lutar com eles. Ela chutava alguns para que caíssem, outros ela acertava com armas roubadas dos inimigos. Enquanto isso Po pegava as lanças jogadas contra eles e as arremessava na direção dos bandidos que se aproximavam. Tigresa lutava de maneira bruta, dava socos pesados, chutes fatais, cabeçadas, quebrava membros. Po lutava com lâminas, se defendendo com espadas e arremessando lanças, flechas e adagas que ele roubava dos inimigos que Tigresa derrubava no teto. Os dois estavam trabalhando muito bem em conjunto, porém nenhum deles viu um bandido que saiu do meio da floresta com uma grande lança. Ele a jogou em direção a roda direita da traseira da carruajem. Quando eles perceberam já era tarde demais, a lança quebrou a roda, fazendo com que a carruajem capotasse. Os dois caíram e apagaram.

Po abriu seus olhos com dificuldade, sua visão estava embaçada, ele podia sentir seu coração batendo. Na sua frente ele viu a carruajem virada de lado, um dos bandidos enfiará uma lança no peito do motorista. Em seguida ele avistou Tigresa ao lado da carruajem, um bandido a segurava enquanto outro dava socos repetidos em sua cara, ela continuava um pouco atordoada.

— Tigresa... (Sussurrou Po, sem conseguir falar direito)

O panda viu uma adaga na sua frente, ele então, com muito esforço, pegou a adaga e se levantou. Nesse momento sua visão já estava clara, ele já estava consciente. Po correu na direção de Tigresa. Ele enfiou a adaga nas costas do bandido que a agredia e partiu para cima do que a segurava, batendo sua cabeça na carruajem e quebrando seu pescoço, logo em seguida Po a ajudou a se levantar.

— Tigresa! Tigresa! Vamos! Por favor! (Po falava com ela enquanto tentava fazer ela voltar a ficar consciente dando tapinhas na sua cara)

De repente Tigresa acordou no susto, sem entender direito o que estava acontecendo.

— Po! Atrás de você! (Tigresa)

O panda olhou para trás e viu uma chuva de flechas indo em sua direção. Os guerreiros desviavam de algumas enquanto se defendiam de outras.

— O imperador Po! (Disse Tigresa enquanto se protegia das flechas)

— O que faremos? (Tigresa)

— Me de cobertura, eu irei pegá-lo e nós correremos para a floresta! (Tigresa)

— Deixa comigo! (Po)

Po defendia as flechas, protegendo Tigresa. A felina abriu a porta da carruajem, o Imperador estava bem. Ela o tirou da carruajem.

— Vamos senhor! Cabeça abaixada, cuidado com as flechas. Po! As bombas de fumaça! Agora! (Tigresa)

— Toma essa! (Gritou Po enquanto jogava umas quatro bombas de fumaça. As bombas explodiram no impacto, liberando muita fumaça, isso seria a cobertura deles)

— Vamos Po! Para a floresta! (Tigresa)

Os três correram para a floresta, Tigresa não tirava a mão do Imperador, o conduzindo pelo caminho. Eles correram pela selva sem parar, até se depararem com uma cachoeira. Eles estavam no alto dela, e na parte debaixo era possível ver um rio. De repente seis bandidos apareceram. Eles atacaram o Imperador, porém Po e Tigresa o protegeram, a luta não foi fácil, eles usavam lanças e arremessavam facas, eram rápidos e habilidosos. Po conseguiu roubar a lança de um. Ele a arremessou em um dos bandidos que atacava Tigresa, matando-o. Em seguida Tigresa foi para cima dos outros dois, chutando o joelho de um e acertando o outro com uma cotovelada no pescoço. O que levou o chute teve sua perna quebrada, ele estava no chão, com dor, sem conseguir lutar, o outro, que levou a cotovelada, estava sem ar, também sem conseguir reagir. Tigresa se aproveitou para acertar um golpe preciso na têmpora de um e um lindo chute na jugular do outro, matando os dois.

Po passava por problemas, ele acertou um com um chute giratório, apagando-o, porém o outro o atacará com uma espada. Em um dos golpes Po foi acertado pela espada, um corte foi feito no seu braço. A adrenalina subiu a cabeça de Po. Ele pegou uma pedra que estava ao seu lado e acertou a mão do espadachim, quebrando-a. O bandido largou sua arma, Po aproveitou para pega-la e acertar o bandido que estava apagado. O panda pulou no bandido que ainda estava de pé, derrubando-o. Po pegou outra pedra para acertar a cabeça do bandido, porém foi interrompido.

— Po! Não! (Tigresa)

Po parou, deixou a pedra de lado e imobilizou o bandido.

— Desde quando você tem compaixão Tigresa? (Po)

— Eu não tenho, mas ele é o único vivo. (Disse Tigresa enquanto ela andava na direção do bandido)

Tigresa o pegou e o arrastou para a beira da cachoeira, ela amarrou suas mãos e colocou metade de seu corpo para fora do precipício.

— Quem são vocês? (Perguntou Tigresa para o bandido/ Ele não respondia, então a felina o puxou e deu-lhe um soco bem dado no seu nariz, quebrando-o)

— QUEM SÃO VOCÊS? (Perguntou Tigresa furiosa/ Ele continuou sem responder, e ela continuou socando seu rosto)

Já sem paciência, Tigresa colocou o bandido ajoelhado na beira do precipício.

— Eu vou perguntar só mais uma vez, quem são vocês? (Tigresa)

— O paraíso está destinado para os corvos. (Bandido)

— Tigresa, ele não irá falar. (Interviu Po)

— Você está certo Po. (Tigresa)

A felina, sabendo que não iria conseguir nada, chutou o bandido no precipício. Eles não sabiam mais os bandidos que os emboscaram na estrada os seguiram, e ao olharem para trás viram que estavam cercados por mais de 70 bandidos.

— E agora Tigresa, o que faremos? (Po)

— Nós nadamos! (Tigresa)

— O que? Como as... (Po foi interrompido por Tigresa, que empurrou ele e o Imperador na cachoeira, pulando logo em seguida)

Os três caíram no rio. Eles foram arrastados pela correnteza, por sorte Tigresa se segurou em uma raiz com uma mão, e com a outra segurou Po, que segurou o Imperador. Fazendo muita força ela conseguiu jogar os dois na margem. Po a puxou para cima, tirando-a do rio.

Os três conseguiram escapar milagrosamente, mas o Imperador não estava feliz.

— Você estava louca? O que você pensou quando me jogou? Você queria me matar? Eu nunca vi tanta ineficiência e desrespeito na minha vida! (Gritou o Imperador com Tigresa)

Tigresa ajoelhou e se curvou perante o Imperador.

— Não! Tigresa levanta! Você não deve pedir desculpas! Ineficiência? Desrespeito? Ela te salvou, se não fosse por ela você teria sido pego pelos bandidos, torturado e morto! Você nos chamou aqui para sermos sua baba porque você não sabe se cuidar sozinho, e além disso você ainda xinga a gente, se nós somos tão ruins assim porque que você não vai sozinho para Meijang? (Disse Po extremamente irritado)

Tigresa o olhou de uma maneira diferente, ela não acreditava que Po havia enfrentado o Imperador por ela.

— O que faremos agora Tigresa? (Po)

—Vamos dormir aqui, amanhã continuaremos nossa jornada. (Tigresa)

Eles arrumaram cantos "aconchegantes" para se deitar. Po foi lavar seu braço, que ainda sangrava um pouco e Tigresa foi junto.

— Ei Po, obrigada! (Tigresa)

— Pelo que? (Po)

— Você sabe. Deixa que eu lavo seu machucado. (Tigresa)

Tigresa chegou perto de Po. Sua mão e seu braço eram fortes e duros (devido aos 20 anos de socos em árvores), porém sua palma e seus dedos eram macios. Ela pegou o braço de Po com cuidado. A felina segurou o braço de Po, mantendo-o na horizontal com sua mão esquerda e com a direita ela molhava sua mão e limpava o machucado de Po.

— Obrigado Tigresa. (Po)

—Pelo que? (Disse Tigresa brincando)

— Você sabe. (Disse Po sorrindo para Tigresa)

De repente o Imperador apareceu atrás deles.

— Desculpem-me, aquele momento eu estava muito estressado, isso nunca havia acontecido comigo, vocês são os melhores guerreiros que eu já vi e Tigresa, se não fosse você eu não estaria aqui agora, então muito obrigado e novamente, desculpa. (Imperador)

— Não se preocupe Imperador, todos temos momentos em que falamos coisas que não queremos. (Disse Tigresa, o perdoando)

O Imperador foi dormir e os dois ficaram no rio, conversando enquanto Tigresa terminava de limpar o machucado de Po.

— Tigresa, como é bom ter você bolando as estratégias de novo haha. (Po)

— Por que Po? Você estava se saindo bem. (Tigresa)

— Mais ou menos hahaha. (Po)

— Pronto Po, limpo. (Tigresa)

— Obrigado Tigresa. (Po)

— Vamos dormir? (Tigresa)

— Por favor! (Po)

Eles foram e se deitaram, cada um em seu canto.

1 hora se passou e Po acordou. Ele viu que sua amiga estava sem dormir novamente. Para eles havia sido uma batalha muito dura, seus corpos estavam doloridos em diversos lugares, eles estavam arranhados em alguns lugares, esfolados em outros devido a flechas e lanças que pegaram de raspão, suas mão e pés doíam muito devido a tanto socar e chutar e a parte de cima de seus dedos estava em carne viva, principalmente os de Tigresa. Po sabia que sua amiga devia estar sofrendo, então ele foi até ela e sentou ao seu lado.

— Tigresa, isso vai ajudar. (Po)

— O que você está fazendo acordado Po? Vá descansar. (Tigresa)

— Cuidando de você. Me dá sua mão. (Po)

Tigresa deu suas mãos para Po. Ele tirou de seu bolso faixas que ele sempre carregava consigo e começou a enfaixar a mão de Tigresa, protegendo a parte que estava em carne viva e amenizando a dor da felina.

— Obrigada. (Disse Tigresa sorrindo)

Po deitou de barriga para baixo ao lado de Tigresa.

— Sobe. (Po)

— Como assim? (Tigresa)

— Eu estou te emprestando minhas costas para que você durma nelas. (Po)

— Po, eu não vou fazer isso, vai atrapalhar seu sono. (Tigresa)

— Tigresa, eu sou um panda, nada me acorda, eu vou dormir maravilhosamente bem. (Po)

— Obrigada Po. (Tigresa)

A felina subiu nas costas do panda, deitando na posição que normalmente os felinos deitam. Ela dormiu rapidamente, e Po, também.

A noite não foi fácil para Po, ele achou que nada o acordaria, porém ele não sabia que Tigresa, ao cair em sono profundo, começaria a arranhá-lo e morde-lo, dificultando sua noite de sono.

Na manhã seguinte todos acordaram com o nascer do sol.

— UHHHHHH... (Bocejo do Imperador)

— Bom dia senhor. Bom dia Po. (Tigresa)

— Bom dia senhor. Bom dia Tigresa. (Po)

— Po, muito obrigada! Eu não tinha uma noite boa de sono assim a anos! (Tigresa)

— Fico feliz em saber disso. (Po)

Os três não demoraram para continuar sua viagem, mais um dia de viagem e eles chegariam a Meijang, eles apenas precisavam seguir o leito do rio.

O dia foi passando, o sol foi caindo e quando eles se deram conta já estava ficando de noite de novo.

— Vamos parar e ficar por aqui. Amanhã chegaremos a Meijang. (Tigresa)

Eles obedeceram a felina e pararam.

Quando era 20:00 Tigresa estava acabada, Po e o Imperador ainda estavam sem sono, mas Po, ao ver sua amiga com sono foi falar com ela.

— Você está com sono Tigresa? (Po)

— Um pouco. (Tigresa)

— Fique a vontade para se deitar nas minhas costas. (Po)

— Po, eu já dormi em você ontem, e as vezes, quando eu durmo eu acabo mordendo ou arranhando coisas. (Tigresa)

— Sério? Eu nem percebi. Mas falando sério, eu sou o dragão guerreiro, você acha que isso vai me incomodar? Pode dormir! (Po)

— Certeza? (Tigresa)

— Absoluta! (Po)

— Ok, obrigada! Boa noite Po! (Disse Tigresa sorrindo para o panda)

Tigresa então deitou nas costas de Po novamente, enquanto a felina dormia Po e o Imperador ficaram conversando.

Quatro horas depois...

— Cara, certeza que ela não está tentando te comer? (Perguntou o Imperador vendo Tigresa morder e arranhar seu amigo)

— UHHH... ARRGHH... Certeza... AHHHH... Isso são só cutucadas amigáveis... IHHH... (Disse Po enquanto era mordido por Tigresa)

Os dois foram dormir (No caso só o Imperador) para terem forças para terminar a viagem amanhã.

Novamente os três acordaram com o nascer do sol. Rapidamente eles partiram, agora eles já estavam perto.

Quando era umas 15:00 da tarde eles finalmente chegaram.

— Quem são vocês forasteiros? (Guarda)

— Eu sou o Imperador! (Imperador)

— Me desculpe senhor! (Guarda)

Rapidamente os portões foram abertos. O vice-rei os recebeu.

— Meu deus! O que aconteceu com vocês? Onde estão seus guardas? (Vice-rei)

— Longa história Vice-rei. (Imperador)

— Senhor... (Tigresa)

— Diga Tigresa. (Imperador)

— Foi uma honra trabalhar para o senhor, porém nossa missão está cumprida, nós precisamos voltar. (Tigresa)

— Eu entendo... Foi uma honra lutar ao seu lado dragão guerreiro e mestra Tigresa! Eu espero rever vocês algum dia! Vice-rei, providencie o melhor navio de vocês para esses dois, eles merecem estar em casa o quanto antes possível. (Imperador)

— Claro senhor! Por favor me acompanhem. (Vice-rei)

— Obrigado Imperador. (Os dois)

Os guerreiros foram até o porto de Meijang. O Vice-rei os deu seu melhor navio para que voltassem.

— Vocês apenas precisam seguir pelo rio e chegarão no Vale da Paz amanhã pelo amanhecer. Não se preocupem, o capitão do navio já está nele, ele irá conduzir o navio. (Vice-rei)

— Obrigado. (Os dois)

Os guerreiros subiram no navio e zarparam, eles não viam a hora de chegar no vale.

— Tigresa, nós conseguimos! Nós somos os mais durões da China! (Po)

— Sim, somos! Agora vamos descansar, minhas pernas não estão aguentando. (Disse Tigresa relaxada)

— Vamos! (Po)

Os dois entraram na cabine, só havia uma cama de casal, mas eles não estavam se importando com isso, os dois apenas deitaram, um de cada lado, e dormiram.