Tempos de Guerra

Baile - Parte 2


Os dois se soltaram do beijo e ficaram se olhando um tempo, apenas sorrindo um para o outro. De repente, a festa parou pela segunda vez.

Todos se viraram para a entrada do palácio, onde estava Akame. A outra felina também estava linda, usava um vestido negro maravilhoso, e seu olhos brilhavam por ser de noite. Os amigos de Po ficaram chocados com ela, e foram na hora falar com a felina. Po também estava impressionado com a beleza de Akame, mas para ele, ele já estava com a felina mais bonita do baile ao seu lado, e não só isso, ele estava com a pessoa mais importante para ele ao seu lado.

— Vamos cumprimentá-la? (Tigresa)

— Claro. (Po)

Os dois se juntaram aos amigos e a Akame.

— Akame, tudo bom? (Po)

— Po! (Akame foi e deu um abraço no panda) Você está lindo dragão guerreiro! (Disse Akame/Diferente de Song, ela não queria tentar "roubar" Po, ou provocar confusões entre ele e Tigresa, ela apenas havia gostado de Po, como um bom amigo, e ficava feliz em vê-lo)

— Obrigado Akame, você também está linda! (Disse Po, sorrindo)

— Tigresa, eu acho que eu nunca vi uma fêmea tão bonita na minha vida! (Akame)

— Muito obrigada Akame, mas pelo visto você não se olhou no espelho antes de sair! (Brincou Tigresa/ Ela percebeu que não havia maldade em Akame, então estava tranquila em relação a ela)

— Haha! Não Tigresa, eu acho que você não se olhou! (Akame)

Os sete ficaram conversando mais um tempo, Garça e Macaco tentavam dar em cima de Akame, enquanto Víbora conversava com o novo casal da festa e Louva Deus ficava no ombro do Macaco, tentando ajudá-lo.

Após um tempo, Sábio apareceu. O lobo do norte chamou a atenção das fêmeas. Ele foi até Po e Tigresa e pediu para conversar com os dois. Os três se afastaram para conversarem a sós.

— Eai Sábio, curtindo o baile? (Po)

— Ele está bem divertido. Mas eu preciso falar um assunto sério com vocês. (Sábio)

— O que foi? (Tigresa)

— Vocês se lembram que um tempo atrás nós falamos que havia um traidor entre nós? (Sábio)

— Sim! (Os dois)

— Eu e Shifu talvez tenhamos descobrido quem é ele. (Sábio)

— E quem é? (Po)

— Po, Tigresa, eu preciso que vocês dois separem Akame da festa, a tragam aqui, eu a estarei esperando. (Sábio)

— Akame? (Perguntou Po, surpreso)

— Sim. Não deixem muito a vista. (Sábio)

Os dois voltaram, um pouco surpresos, ainda mais agora, que os dois estavam ficando amigos de Akame.

— Akame, nós precisamos falar com você a sós. (Po)

— Está bem. (Akame)

Eles a levaram para o lugar onde Sábio a esperava.

— Sábio? (Akame)

— Você o conhece? (Perguntou Po, surpreso)

— Ele já foi comer no restaurante do seu pai. (Akame)

— Claro. (Po)

— Eu preciso que vocês nos deixem. (Disse Sábio, para Po e Tigresa)

Po se aproximou de Sábio e falou bem baixo, em seus ouvidos:

— Eu não acho que ela seja o traidor.

Os dois voltaram para festa, deixando Sábio e Akame a sós.

Após um tempo, Akame e Sábio voltaram para a festa. Po queria ir falar com Akame, mas achou melhor esperar algum outro momento.

— Está na hora mais esperada! A dança! (Anunciou Shifu)

Todos que iriam dançar foram para o centro do pátio, onde não haviam mesas.

— Vamos dançar? (Perguntou Po, segurando na mão da felina)

— Eu não sei dançar Po. (Tigresa)

— Eu sei que você sabe! E sei que você é boa! (Po)

— E como você pode ter tanta certeza disso? (Tigresa)

— Eu já te vi treinando sozinha no seu quarto, alguns dias atrás. (Disse Po, dando uma risadinha)

— Você o que?? (Tigresa deu um suspiro) Está bem, vamos dançar! (Disse Tigresa, sorrindo)

Quando eles iam entrar na "pista de dança", Víbora roubou o parceiro de Tigresa, e foi para a pista com Po. Víbora já havia estado em outros bailes, e sabia que a última música é sempre a melhor, e que a cada música você troca de par, e ela queria que Po e Tigresa dançassem a última música juntos.

A primeira música foi rápida, tanto Víbora como Po eram ótimos dançarinos. Já Tigresa, não pode aproveitar muito, ela pegou como dupla Macaco, que por incrível que pareça, contava piadas melhor do que dançava.

Na segunda música os pares foram trocados, Tigresa caiu com Garça, e Po caiu com Akame. A música que tocava de fundo era uma valsa, tanto Po como Akame dançavam muito bem. Assim que eles começaram a dançar, Po percebeu que Akame estava com uma cara de dor, ela não estava com seu lindo sorriso como sempre.

— O que aconteceu Akame? (Perguntou Po, preocupado)

— Não aconteceu nada. (Akame)

— Akame, algo tirou sua felicidade. (Disse Po, em meio aos passos da dança)

Akame apertou seus olhos, levantou seu rosto e sorriu.

— Eu estou bem Po, e por sinal, você dança muito bem dragão guerreiro! (Disse Akame, dessa vez com um sorriso)

Os dois continuaram dançando até terminar a música. Quando ela terminou os pares foram trocados novamente, finalmente Po caíra com Tigresa.

Os músicos começaram a tocar um lindo tango. Po, com a mão que estava nas costas da felina, a colocou bem colada ao seu corpo. Os dois estavam se olhando com um leve sorriso, em alguns momentos eles fechavam os olhos e apenas sentiam o seu parceiro. Os dois eram muito bons, de repente, os outros pares pararam de dançar e começaram a se afastar, pois todos queriam vê-los dançando, até o Sr. Ping sairá da cozinha para ver seu filho dançando.

Quando a música acabou, Po "tombou" Tigresa, a segurando muito próximo do chão, ela envolveu sua perna esquerda no quadril do panda, como se segurasse por ela, enquanto sua outra perna estava esticada entre as duas pernas de Po. Era uma pose linda, os dois estavam em completa harmonia, um necessitava do outro para não cair, pois Po também estava inclinado para cima de Tigresa. Po não pensou duas vezes, ele se inclinou um pouco mais e beijou a felina, um leve beijo, rápido, doce, romântico. Os dois se levantaram e se separaram, todos em volta começaram a bater palma.

A roda em volta deles se dissipou, eles se juntaram aos amigos e foram comer.

Era duas da manhã quando os convidados começaram a ir embora. Os guerreiros estavam muito cansados, então se despediram de Shifu e foram para seus aposentos.

— Tigresa! (Chamou Po, antes que ela entrasse em seu quarto)

— Sim? (Tigresa)

— Você quer ir comer um lanche da madrugada lá em casa? (Po)

— Claro! (Disse tigresa, sorrindo)

Os dois saíram do palácio escondidos, foram até o restaurante do pai de Po, e por sorte, não foram vistos.

Ao chegarem, Po pegou uns bolinhos que estavam guardados e dividiu com Tigresa. Eles ficaram conversando enquanto comiam.

— Viu como você sabe dançar? Aquilo foi show de bola! (Po)

— Eu sei dançar? E você com aquele beijo? Eu devo admitir, me impressionou. (Disse Tigresa, sorrindo)

Os dois foram surpreendidos por Akame, que apareceu na cozinha.

— Akame? (Po)

— Vocês estão aqui? Me desculpem, eu não sabia! (Disse Akame, envergonhada)

— Você voltou cedo... (Po)

— Sim... Eu estava com sono. Com licença mestres, eu vim apenas pegar um copo d'água e já estou subindo. (Akame)

— Não se preocupe Akame, nós apenas estávamos conversando. (Tigresa)

Akame pegou o copo, se despediu dos dois e subiu, ainda um pouco envergonhada.

Os dois terminaram de comer e subiram para o quarto de Po.

— Será que o Shifu não vai ficar bravo amanhã? (Po)

— Ele já está bravo de qualquer jeito. (Brincou Tigresa)

— É verdade! (Po)

Po tirou seu terno e Tigresa o seu vestido, os dois se deitaram na cama apertada de Po. Po foi o máximo que conseguiu para a parede, para dar espaço pra felina. E a abraçou e ela encostou sua cabeça no peito do panda, os dois fecharam os olhos e dormiram, com um sorriso no rosto.

Na manhã seguinte eles acordaram e foram tomar café. Ao descerem para a cozinha, encontraram Ping fazendo o café.

— Bom dia pombinhos! (Disse Ping, animado)

— Bom dia pai! (Po)

— Bom dia Sr. Ping! (Tigresa)

— Como vai minha nova nora? (Perguntou Ping, sorrindo)

— Muito bem, muito obrigada! E você? (Tigresa, sorrindo também)

— Estou ótimo! Venham, eu já preparei o café de vocês! (Ping)

— Muito obrigado pai! (Po)

— Tigresa, você não quer tirar vestido? (Ping)

— Querer eu até quero, mas eu não tenho outra roupa para por. (Tigresa)

— Não tem problema, eu vou ver com Akame se ela tem algum roupão que ela possa te emprestar! (Ping)

— Não precisa Sr, obrigada! (Tigresa)

— Eu não estou te ouvindo! (Disse Ping, subindo em direção ao quarto da Akame)

Po e Tigresa se olharam e riram. Eles começaram a comer o café, que por sinal, estava delicioso. Após uns minutos, Ping voltou com um roupão na mão.

— Aqui está Tigresa! A Akame não estava no quarto dela, mas não se preocupe, assim que ela aparecer eu aviso que ele está com você! (Ping)

— Muito obrigada Sr. Ping! (Tigresa)

— A próxima vez que você me chamar de Sr eu irei te bater! (Brincou o ganso)

Ping subiu para seu quarto, Tigresa foi ao quarto de Po para se trocar, em seguida desceu e terminou o café com o panda.

— Eu vou devolver o vestido, nos encontramos no palácio? (Tigresa)

— Está bem, até mais! (Po)

Tigresa deu um selinho de despedida em Po e saiu. Ele lavou as coisas e saiu também.

No caminho para o palácio, um animal se aproximou pelas costas de Po sem que ele percebesse, e acertou um soco na têmpora do panda, que caiu no chão, atordoado.

O animal se ajoelhou ao lado de Po para falar com ele. Po não conseguia reconhecê-lo, ele estava inteiro coberto por uma roupa negra e um pano em seu rosto. Po apenas conseguiu ver o punho do animal, que tinha uma pelugem branca e uma listra preta.

— Escute bem dragão guerreiro, você vai se afastar da Tigresa! (Disse o animal, colocando sua mão no pescoço do panda)

— E o que faz você pensar que eu vou te obedecer? (Po)

— O fato de que, se você não fizer isso, eu irei matá-la. (Animal Misterioso)

— Eu vou... (Disse Po, tentando se levantar, mas sendo impedido pela dor)

— Você não vai fazer nada. E não pense que eu não vou saber se você está perto dela ou não, afinal a noite no seu quarto deve ter sido muito boa não é mesmo? (Disse o animal, surpreendendo Po)

O animal saiu de cima de Po e desapareceu, Po se levantou e tentou olhar em volta, mas não viu nenhum rastro dele. O panda não sabia o que fazer, ele não queria cortar relações com a Tigresa, porém ele sabia que se ele não fizesse isso, ela morreria.

Po foi encontrar Tigresa na loja de Kumiko, ele a esperou do lado de fora, surpreendendo a felina quando ela saiu.

— Po? O que você está fazendo aqui? (Perguntou Tigresa, feliz)

— Tigresa, nós temos que conversar... (Disse Po, em um tom sério)

— Claro, o que foi? (Disse Tigresa, se aproximando de Po)

Ele não podia falar o que havia acontecido, pois ele sabia qual seria a reação de Tigresa.

— Tigresa... Ontem de noite, eu fiquei pensando na gente, e na nossa relação... E me desculpe mas... Eu não estou pronto para isso... (Disse Po, em um tom muito triste)

— Como assim Po..? (Perguntou Tigresa, começando a ficar triste e se enfurecer ao mesmo tempo)

— Nós não poderemos ser namorados... Nem amigos... (Disse Po, se segurando para não chorar)

— Você está me deixando Po? (Tigresa)

Po não respondeu nada, apenas abaixou a cabeça.

— Você está me abandonando Po... (Disse Tigresa, começando a chorar)

A felina se levantou com raiva, Po segurou braço.

— Tigresa... Eu preciso que você... (Disse Po, sendo interrompido por Tigresa, que soltou seu braço das mãos do panda)

As lágrimas de tristeza da felina se tornaram lágrimas de raiva.

— Nunca mais fale comigo Po! (Gritou Tigresa, se segurando para não bater no panda)

A felina saiu correndo, em direção ao palácio. Po voltou para o restaurante do seu pai, ele queria ficar um tempo no seu quarto, sozinho.

Ao chegar no restaurante, Po foi surpreendido, ele não viu seu pai, porém viu um animal negro, diferente do que o abordará mais cedo, que se virou e olhou para Po.

— Não se preocupe Po, seu pai está bem, ele apenas foi pegar alguns cogumelos para sua sopa. (Animal)

— Quem é você? (Perguntou Po, com raiva nos olhos)

— Isso não importa. O importante aqui é outra coisa, ou, outro alguém. (Animal)

— Do que você está falando? (Po)

— Você se lembra da Akame? (Animal)

— O que você fez com ela? (Perguntou Po, com raiva)

— Não se preocupe, ela está bem... Por enquanto. (Animal)

— É melhor você começar a falar, porque eu já perdi minha paciência. (Po)

— Tome cuidado dragão guerreiro, você não está numa posição para exigir coisas. Mas não se preocupe, eu vou falar. Ela está com nós em um navio. O navio está ancorado em um rio escondido, no meio da floresta branca. Amanhã de manhã, as 5:00 horas, ele irá zarpar para o mar, e você pode dizer adeus para sua amiga, porém, se você quiser salvá-la, você deverá ir ao navio, de noite, sem armas, e se render, deixando que eles te capturem. (Disse o animal)

— Se alguma coisa acontecer com ela... (Disse Po, ameaçando-o)

— Até de noite dragão guerreiro. (Disse o animal, indo embora e desaparecendo)