Após um tempo, Shifu achou bom voltar e falar com Tigresa, ainda mais agora que ele tinha conhecimento da relação dos dois.

— Com licença, Tigresa? (Disse Shifu, entrando)

— Sim mestre... (Disse Tigresa, enxugando as lágrimas e tentando esconder seu choro)

— Tigresa, eu acho bom nós conversarmos... Você pode se sentar na minha frente por favor? (Disse Shifu, colocando uma cadeira na sua frente)

Tigresa se sentou na frente do mestre, para conversar com ele.

— Tigresa, eu sei que você e o Po tem uma relação que vai além de amizade agora, e sei que de todos aqui, você é a pessoa que mais se importa e mais se preocupa com o Po, e eu imagino como você deve estar se sentindo agora. Por isso, se você quiser conversar com alguém, eu estou aqui. (Disse Shifu, abraçando sua filha, talvez pela primeira vez)

Em seguida Shifu foi embora. Os outros quatro furiosos foram falar com Tigresa também, que se manteve firme para não chorar na frente deles. Eles a abraçaram, tentaram animá-la, mas como estavam tão tristes como ela, não adiantou muito. Depois foram embora, deixando a felina sozinha com Po novamente.

A noite foi muito difícil para Tigresa. Ela se deitara ao lado de Po, o abraçando. A felina tentava dormir, mas toda sua preocupação, medo e dor não a deixavam dormir.

Na madrugada daquela noite, Sábio visitou os dois, para ver como eles estavam.

— Desculpa se eu te acordei Tigresa. (Disse Sábio, que entrou e viu a felina acordada)

— Não se preocupe, eu estava acordada. (Tigresa)

— Como ele está? (Sábio)

— Eu não sei, continua desacordado. (Tigresa)

— Tigresa, as vezes é melhor desabafar do que guardar pra si. (Disse Sábio se aproximando e encostando no rosto da felina)

Ela não resistiu, era muita dor para ela suportar, e não estava mais aguentando tentar esconde-la.

Tigresa se jogou em cima de Sábio, o abraçando, e começou a chorar em seu ombro. Sábio a abraçava, tentando confortá-la.

— Não se preocupe Tigresa, ele vai sair dessa. Já vi pessoas sobreviverem a situações como essa. Eu mesmo, tive os dois olhos rasgados e sobrevivi. Ele vai conseguir. (Disse Sábio, tentando confortá-la)

Sábio continuou ali, abraçado com a felina mais um tempo, até ela se acalmar.

— Obrigada Sábio... (Disse Tigresa, ainda muito triste, porém mais calma agora)

Sábio saiu e Tigresa continuou ao lado de Po.

Os dois dias seguintes foram muito difíceis para todos, principalmente para Tigresa, que não conseguia dormir, muito menos deixar Po sozinho.

Na noite do segundo dia, Tigresa estava ao lado de Po, abraçada ao seu peito, sentindo seu coração bater. De repente, ela reparou que o coração de Po começara a bater mais fraco, como se começasse a parar. A felina entrou em pânico, não sabia o que fazer. Ela correu e chamou todos, que foram correndo até Po. Shifu e Sábio viram que ele estava ficando mais fraco, e que seu coração estava começando a parar.

— O que nós faremos mestre? (Perguntou Víbora, preocupada)

— Temos que tentar doar nosso Chi para ele! (Sábio)

— Sim, ele está certo, isso pode ajudar a curá-lo. (Shifu)

Os sete se alinharam ao lado de Po, se concentraram e colocaram seu Chi para fora, doando parte dele para Po.

Após isso, Shifu foi ver se o coração e Po voltara a funcionar normalmente, mas infelizmente não, ele apenas havia piorado.

— E agora mestre? (Garça)

— Eu não sei, deixe-me pensar... Eu posso tentar fazer uma coisa que Oogway me ensinou antes de morrer... Mas não sei se vai funcionar... (Shifu)

— E se não funcionar? (Perguntou Macaco, com medo da resposta)

— Não haverá nada que possamos fazer por ele... (Shifu)

Nesse momento, a dor foi forte em todos, principalmente em Tigresa, que deixou uma lágrima escapar do seu olho.

— O que você vai fazer mestre? (Louva Deus)

— Eu vou tentar tocar em três pontos vitais do coração dele, para ver se consigo fazer com que ele volte a funcionar normalmente. (Disse Shifu, se concentrando para tentar)

Shifu se aproximou de Po, colocou a mão sobre seu peito e encostou com seus dedos nos três pontos, um depois do outro, em seguida ele bateu sua mão no peito do panda, fazendo com que uma luz verde cobrisse seu corpo por um segundo. Mas não funcionou. Shifu tentou mais algumas vezes, porém não estavam funcionando.

Tigresa, vendo tudo aquilo, se colocou ao lado de Shifu, se concentrou e começou a doar seu Shi novamente. Os outros, percebendo o que ela estava fazendo, fizeram o mesmo. Eles não estavam doando seu Chi para Po, mas sim para Shifu, para deixá-lo mais forte. Shifu se concentrou bastante, pois essa seria sua última chance de conseguir, ele tinha que conseguir.

Novamente, Shifu tocou os três pontos, e ao bater com sua mão no peito de Po, o brilho verde saiu novamente, porém dessa vez, muito mais potente. O raio verde cobriu todo o vale por alguns segundos, e em seguida desapareceu.

Shifu colocou sua cabeça no peito de Po para ver se havia funcionado, mas não havia, o coração de Po agora parara de bater.

— E Shifu, funcionou? (Víbora)

Shifu apenas abaixou a cabeça, todos perceberam na hora.

Tigresa ao ver aquilo, saiu correndo, eles acharam melhor não ir atrás.

Eles preferiram cobrir Po e deixá-lo na cama, até que tivessem certeza do que eles fariam.

A noite passou, todos estavam de luto, não conseguiram dormir a noite inteira. Na manhã, eles foram tomar café, e ainda não haviam visto Tigresa.

O dia passou, eles acharam melhor não mexer no Po, em vez disso, acharam melhor procurar Tigresa, que ainda não aparecera. Eles rodaram o vale inteiro, e não acharam a felina. De noite, eles decidiram voltar para o palácio para descansar, e continuar a busca amanhã.

Todos foram dormir cedo, pois no outro dia teriam que procurar Tigresa, e dar a triste notícia para Ping e Li, de que seu filho estava morto.

Na madrugada chuvosa dessa noite, por volta das 2:00 da manhã, todos dormiam em seus aposentos. Um vulto escuro passou pelo pátio e foi direto para as habitações dos furiosos. Era Tigresa, que acabara de voltar para o palácio. Ela tomou todos os cuidados para não acordar ninguém, pois sabia que se alguém a visse, ela teria que responder várias perguntas, e ela não estava nem um pouco afim naquele momento.

Tigresa entrou em seu quarto e se deitou na sua cama, na sua mão ela segurava o boneco articulado de Po. Tigresa se abraçou ao seu travesseiro e começou a chorar nele, enquanto olhava para o boneco de Po.

A felina ouviu um barulho do lado de fora do seu quarto. Como já haviam atacado ela uma vez, achou melhor ir na varanda ver o que era.

Ao sair na varanda, Tigresa viu uma forma escura na chuva, era uma forma grande, um pouco maior que ela. A forma estava indo na direção de Tigresa, que se preparou para lutar e pegou um lampião para ver o rosto de seu inimigo.

Quando ele se aproximou o bastante, a ponto do fogo do lampião iluminar seu rosto, Tigresa levou um susto.

— Po? (Perguntou Tigresa, assustada)

— Tigresa... (Po)

A felina correu na direção de Po e pulou em seus braços, dando um forte abraço no panda, que retribuiu. Os dois se beijaram na chuva, um beijo longo e romântico, que provava para Tigresa que aquilo não era algo da cabeça dela.

— Vamos entrar rápido! Está frio aqui fora! (Disse Tigresa, puxando Po para dentro de seu quarto)

Dentro de seu quarto, Tigresa abraçou Po e o beijou novamente, ela ainda não acreditava no que estava acontecendo.

— Como isso é possível? Você morreu... (Tigresa)

— Eu não sei muito bem o que aconteceu, eu apenas me lembro das flechas atravessando minhas costas. De repente eu abri os olhos e me vi no reino dos espíritos, igual quando eu derrotei Kai. De repente Oogway apareceu e disse: "você aqui de novo? Eu esperava que fosse demorar mais pra gente se ver", nós conversamos bastante, até ele me dizer que o vale ainda precisava de mim, e que ainda não estava na hora de eu fazer companhia pra ele. (Po)

— Voltando pra proteger o vale, que heroico. (Brincou Tigresa)

— Na verdade, não só isso, ele disse mais uma coisa, ele disse: "você precisa voltar Po, nossa felina preferida ainda precisa de você"... (Disse Po, com um leve sorriso)

— Então você... (Tigresa)

— E u precisava voltar... Por você... (Disse Po, pegando nas mãos da felina)

Os dois se abraçaram e se beijaram novamente.

— Eu não acredito que você sobreviveu! (Disse Tigresa, sorrindo)

Os dois deitaram na cama da felina e aproveitaram a noite juntos.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.