Tempo

Capítulo Único


400 a.C Grécia, Esparta

Como um homem tão lindo e belo poderia ser o seu destinado? Por que o cupido flechou o seu coração e o dele para sofrerem e lançarem palavras de amor um para o outro quando era cruel se verem todos os dias? Os deuses não tinham piedade da sua alma? Seria uma piada de mal gosto?

A pele branca como leite, os cabelos loiros como cevada para ser colhida e os olhos azuis como o vasto mar que os dividia até se encontrarem em segurança. Pelos deuses, eram cruéis a ponto dele se apaixonar por um ateniense. Ele um espartano e um instrumento para a guerra se vendo laçado por um ateniense que não tinha os vestígios de guerra da sua cidade estado, nem pelos anciãos que lideravam. Seu amado era livre de tamanha carnificina e do sangue que sua gente travava e batalhava. Parecia puro, mas não era desde que ele o tomou e o fez montar nele como um bom soldado poderia ser.

Seu amado estava atrasado no ponto de encontro dele, ousou olhar para todos os lados e viu a movimentação na mata, indo até ali com cautela e gritando em sua alma a dor em ver aquele que amava sendo abatido pela guerra.

Seu amado, sempre seu.

800 d.C — Dinamarca

Escravo e servo de um dos filhos de RagnarLodbrok. E quem seria ele? Um escravo da pele escura e queimada pelo sol em terras distantes e um homem com privilégios ali na linha de amantes daquele homem belo e corajoso.

Desgostava plenamente da sua vida e tinha sido jurado para lutar ao lado daquele homem, para ficar ao seu lado em batalhas de conquistas e o aquecer ao fim delas, para dar um sabor a mais na vitoria do seu senhor, do seu amado. Não apenas mais um em sua cama de peles já que o olhar que ambos trocavam não era passado despercebido por seus irmãos, atraia a desconfiança deles por um pele escura se dar bem em um mundo que ele deveria desprezar.

E ele desprezava.

Adorava ao seu amado, não aqueles que o fizeram servir.

E por servir ele não saberia que o seu amado sofreria um atentado de poder logo depois de meses da morte do pai dele. Sendo envenenado e ele, sendo culpado pela morte daquele que amava como uma faísca em sua pele, como o desejo que crepitava em seu ser.

A maior dor? Foi ver seu amado receber uma cerimônia digna de sua pessoa e ele... Não ser levado como amante e sim... Ser levado a um duelo em meio ao chão lamacento, perdendo os últimos resquícios de dignidade e amor que tinha por si mesmo diante de tal humilhação.

1718 — Caribe

Ele esperava que sua carta tivesse chegado a Havana e que Edward não tivesse feito a cabeça do seu contra-mestre, seu amante e razão para ter se libertado da escravidão que a marinha britânica iria força-lo a ter, esperava que sua carta chegasse e suas palavras de desespero chegassem com um grito para que seu amado largasse o "Vingança da Rainha Ana" e voltasse para ele em segurança.

Fazia força braçal e trabalhava para montar a casa deles, mantê-los de forma digna e honesta, longe da pirataria.

Mas não foi assim que esperava terminar sua maldita semana... Não com as corteçãs da cidade trazendo informações tiradas de casacas vermelhas e o acolhendo em seu sofrimento, em sua tristeza.

De que a Vingança da Rainha Ana tinha afundado não em Havana e sim perto do território dos britânicos.

Seu tolo e amado. Ele sempre iria ama-lo.

Dias atuais — Base da nova Overwatch

Era incrível como aquele bastardo estava vivo e ainda o mantinha preso, o olhando como um sociopata funcional e uma ameaça para organizações e de estados. Jack "Francis" Morrison não era o melhor exemplo para se espelhar em alguém que uma vez foi a sombra de um líder, mas ali estavam eles.

E ele, Gabriel Reyes, ainda o amava e queria definhar aquele amor maldito que insistia em surgir e ficar ali.

Seu antigo e velho amor, adoecido e morto pelo tempo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.