Capítulo Único - Artes de Ahri em Evelynn

Ao despertar, Evelynn remexeu-se no leito, soltando um bocejo fraco ao virar-se em outra posição. Sentiu um braço ao redor de sua cintura e sorriu; porque aquele braço era de ninguém mais ninguém menos que Ahri, sua amada raposinha. Fitou o rosto sereno da mais nova, capturando cada detalhe, as bochechas que amava apertar, os olhos puxadinhos fechados, os cílios longos que destacavam ainda mais seu olhar, o nariz redondinho, a boca bem desenhada, levemente avermelhada...

Naquele momento, Evelynn sentiu seu interior aquecer por tamanha fofura. Ahri era a criatura mais bela que já havia visto.

Ela não acordou com a movimentação na cama, Eve estava certa de que o cansaço da loira a derrubaria por muitas horas. A mais velha ergueu o corpo devagar, sentando-se sobre a cama, afastando cuidadosamente o braço de Ahri, que circundava sua cintura minutos antes. Sentiu uma leve ardência em suas costas e em suas coxas, afastou o lençol que cobria seu corpo nu e segurou um risinho.

Ahri tinha mania de marcá-la bastante, e por ter uma pele bem clara, era fácil deixar a ruiva cheia de marcas vermelhas e algumas roxas devido aos chupões.

— É uma artista mesmo! — murmurou.

Sentiu o lençol se mexer, mais especificamente Ahri se mexendo, finalmente despertando. Virou-se para encarar a face de sua amada, mordendo o lábio inferior para não rir da carinha fofa de sono de sua raposa e dos breves resmungos dela.

— Bom dia, minha raposinha! — Evelynn jogou o corpo contra o da vastaya, enchendo-a de beijinhos no rosto.

— Bom dia, Eve! — Ahri riu envergonhada com todo aquele carinho da mais velha — Ou seria boa tarde? — indagou — Que horas são?

— Hmm... — tateou a mesa de cabeceira ao lado da cama em busca de um celular, e conseguiu alcançar o da loira. Apertou o botão central apenas para a tela acender e confirmar o horário — São dez horas ainda, Foxie, então ainda é bom dia! — riu.

— Certo. — abriu um sorriso — Acho que fiz minha melhor obra de arte dessa vez! — encarou cada uma das marcas no corpo da mais velha com um sorrisinho convencido, Evelynn revirou os olhos.

— Você não se segurou mesmo, hein? Olha isso! — virou-se de costas para que ela pudesse ver os arranhões — Carcou a unha com tudo nas minhas costas, sua selvagem! — gargalhou.

— A culpa não é somente minha, unnie. Quem é que ficou rebolando em cima de mim ontem, hein? — fez bico — Poxa, não dá pra resistir a você, Eve! E você também me marcou.

— Mas eu só deixei marcas no seu pescoço, você acabou com o meu corpo todo! — justificou-se — Olha minhas pernas, olha meus braços! — mostrou-lhe o corpo todo — Até minha barriga, Ahri! Desse jeito eu vou ter que usar moletom pro resto da vida pra ninguém ver isso!

— Ah, mas você fica linda de qualquer jeito! — riu — Você é minha tela em branco, lembra? E eu sou a artista que lhe pinta com as melhores cores.

— Boba! — aproximou-se da mais nova, lhe selando os lábios com ternura.

Evelynn sentia-se como uma tela em branco, não apenas pelo tom de sua pele ser pálido, mas porque Ahri amava colori-la com tons de vermelho e roxo.

E Eve amava Ahri.

Intensamente.

— Foxie... Te amo... — murmura contra os lábios da loira — Te amo muito. — mais um selar, antes de se afastar.

— Também te amo, Eve. — sorriu, encarando os olhos brilhantes da platinada.

— Vamos tomar café? — perguntou, a outra assentiu concordando.

Ahri era uma verdadeira artista, e Evelynn não se importava em ser sua tela particular. Amá-la e ser amada, isso lhe bastava.