- Eu não sei como pode pensar em... Meu Deus eu não consigo nem pronunciar essas palavras... É ridículo Bella. Eu te amo!
- Eu te amo também. Não pense que isso acabou, não pense que esse sentimento morreu, é só que...
- Você tem outro?
- Não! Por favor, me deixe te explicar... É complicado pra mim também, mas será bom pra nós dois. Um tempo Edward, é isso o que eu te peço.
- Me dê um motivo Isabella.
- Estou viciada nessa vida. Pense comigo Edward: estamos juntos há oito anos, e metade disso é o tempo que eu não vejo minhas amigas. Minha família vive me convidando para visita-los na Califórnia e eu nunca vou.
- Se é isso o que está faltando, eu posso resolver. Você pode sair com suas amigas, você pode ir visitar seus pais. Eu vou com você, eu levo você de carro!
- Não. Não é tão simples assim. Eu quero um tempo, quero respirar sozinha, estamos nos sufocando, você não percebe? Estamos morrendo Edward... aos poucos...
- Você está nos matando.
- Não, eu só quero nos salvar. Não estou pedindo pra nunca mais ver você, nem pra que fiquemos o resto de nossas vidas longe um do outro. Eu preciso apenas de um tempo, eu preciso retomar minha vida. Você não é o único que é importante pra mim.
- Mas você é a mais importante pra mim.
- Não Edward. Seus pais, que tanto te amam e se preocupam com você, são mais importantes que eu, e você sabe disso. Porque não viaja também? Vá visitá-los, rever seus amigos, tenha uma vida longe de mim também.
- Eu não quero!
- Eu sinto muito...
- Não vá Bella. Por favor, não saia da minha vida desse jeito. Eu te amo mais do que a mim mesmo, eu nunca senti algo assim antes na minha vida.
- Edward, se continuarmos desse jeito, nosso relacionamento morrerá definitivamente, e isso é o que eu menos quero na minha vida. Não vê que tenho medo de te perder?
- Medo de me perder? Então você está enfrentando muito bem... Parabéns!
- Você está sendo estúpido...
- Olhe Isabella, acha que não sinto medo? Eu sinto. Sinto medo de perder você, tenho medo do que sinto por você e do que sou capaz de fazer para lhe ver feliz. Eu nunca senti algo assim antes na minha vida, eu nunca amei ninguém antes de você. Eu daria minha vida por você!
- Eu daria a minha por você também. Mas você pode viver sem isso por enquanto. Acredite, você pode. Nós podemos.
- Não Bella, por favor!
- Edward, eu te amo.

Essa foi a frase que ela disse antes de partir com uma mochila nas costas e um rosto duro, apesar das lágrimas que escorriam por suas bochechas levemente coradas. Isabella partiu sem dizer ao certo para onde ia. Califórnia, visitar seus pais? Ou algum outro estado, com suas amigas? Viajaria sozinha pelo país, ou teria alguém a sua espera?
Ela foi embora levando um pedaço de Edward com ela. Terminou com ele usando uma coragem que ela acreditava não ter, mas tratou de encontra-la em algum lugar escondido dentro de si. Ela acreditava fortemente que se ficasse longe de Edward por um tempo, o amor que sentiam um pelo outro cresceria ainda mais. Mas Edward não tinha certeza de nada. Ele não ficou bem com a sua partida, e acreditou que talvez aquela tenha sido a última vez em que ele viu a primeira e única mulher que amou na vida. Sem amigos, longe da família, longe de Isabella, Edward chorou em desespero, deitado na cama, onde ele dormia todas as noites com ela, como se nunca mais fosse conseguir se levantar dali. Seu cheiro estava nos lençóis e nos travesseiros, e ao mesmo tempo em que isso o confortou, o fez se desesperar ainda mais.
Edward se sentia um incompetente, um cara incapaz de amar uma mulher direito, fazendo com que ela partisse sem ele. As lágrimas ensopavam seu rosto quando a noite chegou. As estrelas iluminaram o quarto – que agora só pertencia a ele – e o encheram com uma cor prateada, quase mágica. Ele morava no 9º andar de um prédio em Seattle, Washington. Não era o ponto mais alto, mas facilitava a entrada da luz que vinha do céu. Seu quarto se banhou com aquela luz, que era a única no momento, pois Edward apagou todas as luzes do apartamento quando Isabella saiu. Ela era a luz dele, ele não tinha mais nada, pensava.
Mas a luz das estrelas estava mais forte naquela noite, ao ponto de fazê-lo se levantar da cama, com os olhos já inchados de tanto chorar, e olhar pela janela. Ao chegar perto, percebeu que a luz não era a das estrelas, e sim da lua. Era lua cheia, ela estava maior que o normal e parecia que estava ali só por ele. Talvez ela quisesse lhe dizer alguma coisa... Edward não sabia o motivo, mas ele sentiu uma necessidade enorme de conversar com ela.