Se passaram quatro dias e aquele treinamento não parou mesmo com a derrota consecutiva de Rin, na realidade até tornou-se mais intenso, afinal de contas era chegada a hora do terceiro estágio do treinamento, ou seja, gravidade ainda maior e exercícios triplicados. Ele, naquele momento, concluía sua corrida de trinta quilômetros em gravidade sessenta e cinco aumentada e curvava bastante seu corpo e levava as mãos para seus joelhos enquanto mantinha a cabeça abaixada e ofegou, assim demonstrando bastante do cansaço enquanto suor escorria por seu rosto e pingava quando alcançava o nariz ou o queixo, não mencionando que sua camisa cinzenta estava ensopada por seu suor. "Por Hagoromo… após todo esse esforço, com certeza o que mereço é descansar por uma semana, não… por um ou dois meses…" pensou e acabou soltando uma risada baixa e levando a mão direita para trás da cabeça e coçando-a com a ponta dos dedos.

O rosado direcionou seus olhos esverdeados e cansados para uma figura um pouco distante dele e que naquele momento tinha as pernas e braços cruzados e a cabeça abaixada e fazendo com que o cabelo curto escondesse um pouco dos perigosíssimos olhos. Rin encarava sua versão mais velha que cochilava, por isso que lentamente se aproximou do mesmo e ajoelhou-se à frente dele e pôs os antebraços em cima dos joelhos enquanto prestava uma cuidadosa atenção naquela versão mais adulta dele e levantou uma das sobrancelhas.

— Com o que será que está sonhando? — Rin sussurrou e vagarosamente levou sua mão direita para perto de sua versão mais velha.

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Rin abriu devagar seus olhos e surpreendeu-se no mesmo instante, afinal havia rejuvenescido por vários anos e encontrava-se de pé no centro da arena do Coliseu, além disso um vento gélido o cumprimentou, assim fazendo com que olhasse para trás e depressa levantou as sobrancelhas e assumisse uma expressão de surpresa e perplexidade, afinal não muito longe dele havia uma infinidade de estalagmites de gelo que destruíram ¼ daquela construção, ao mesmo tempo escutará uma animada gargalhada que vinha de algum lugar da arena, mas não era com aquele som que estava preocupado e sim com o bem estar das pessoas que estariam naquela parte, por isso dobrou seus joelhos e saltou, dessa maneira alcançando sem qualquer dificuldade uma grande estalagmite e mantendo-se nela ao concentrar chakra nos pés e voltou a dobrar seus joelhos. A estalagmite que parou era a maior de todas e invadirá o lugar mais importante do Coliseu, ou seja, a área VIP. Ele soltou um pouco de ar de seus lábios levemente separados enquanto os pelos de seus braços se arrepiam conforme começava a sentir aquele frio e um sentimento diferenciado. A risada continuou em alguma parte da arena. Ele fechou sua mão direita em punho e a direcionou para o gelo, assim socando-o e causando algumas rachaduras, mas não o suficiente para destruí-lo por completo. Seriam necessários mais alguns socos para que aquilo acontecesse.

— Não… — Rin sussurrou ao mesmo tempo que medo tomava conta de toda sua expressão.

Ele enxergava o que havia na área VIP, ou melhor, o que tinha acontecido naquele lugar. Uma estalagmite com a ponta manchada de vermelho — sangue — atravessava o abdômen de Yamanaka Misa cujos olhos azuis perderam bastante daquela tonalidade, assim como outra estalagmite acertava Hyuga Tsuyu pelas costas, assim mantendo-se suspenso e com sangue escorrendo pela boca e olhos amarelos do mesmo, enquanto que o corpo de Musashi era dividido em dois por uma grande estalagmite que ficou somente com sua parte inferior, assim deixando-o se arrastar por alguns centímetros até o eventual falecimento enquanto segurava os machados. Lich estava ajoelhado, possuía uma estalagmite atravessando sua cabeça — passando do queixo até o topo dela — com sangue ainda escorrendo pela entrada no queixo e por outra entrada em seu peito esquerdo por onde uma estalagmite acertou seu coração. Ryūsei estava no chão e próxima de Musashi e com a mão direita estendida em sua direção e ainda parecia surpresa, assustada, com alguma coisa enquanto uma estalagmite perfura todo seu abdômen, assim como Fushin que possuía estalagmites por seu corpo, transformada num porco espinho.

Rin fechou sua mão esquerda em punho e novamente socou o gelo rachado, então usou o punho direito enquanto respirava mais rápido, porém interrompeu com aquilo e pôs a palma das mãos no gelo depressa retornou sua atenção para a arena, afinal escutava ainda aquela animada gargalhada e não demorou para saltar naquela direção e aterrissar com os joelhos dobrados numa parte intocada pelo gelo. Ele mirou seus olhos esverdeados — expressados pelo medo — no único indivíduo que estava por ali depois do acontecido e gargalhada com uma intensa animação com os braços bem abertos. Ele não demorou para reconhecer a figura de um outro momento, assim como sua expressão não demorou para se alterar enquanto sussurrava algumas palavras de maneira automática. Sua expressão tornou-se de um profundo ódio e desespero por tudo o que perdeu nos últimos segundos, por muito pouco não chegava a ser insanidade, na realidade um mísero fio o impedia de alcançá-la, mas com certeza se deixou ser assumido por ódio e desespero naquele momento. Como se este fosse o centro de algo, as coisas começaram a envolvê-lo enquanto seu cabelo róseo ficava esvoaçante e rangia os dentes com as mãos tão bem fechadas em punho que chegavam a sangrar.

O próprio chakra o circundou junto a fragmentos de pedras, poeira e o ar gélido. As veias dos braços, pescoço e testa ficavam visíveis. O rosado não demorou para urrar com todo aquele ressentimento profundo enquanto olhava para o céu como se amaldiçoasse qualquer divindade existente, assim não demorando para que seu Susano'o tomasse forma com aquele descontrole emocional e progredisse rapidamente ao mesmo tempo que o chão do Coliseu era coberto por rachaduras em decorrência daquela pressão, mas a gargalhada manteve-se na arena mesmo quando um imenso cavaleiro de armadura púrpura e uma capa negra esvoaçante se revelou.

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Rin (Mirai) abriu seus olhos enquanto suor escorria por seu rosto, assim movendo-os discretamente e reparando na versão mais jovem que tinha a mão direita muito perto de seu rosto. O rosado mais velho não demorou em mover a mão esquerda enfaixada para o pescoço de sua versão mais jovem, assim segurando-o e encarando-o de maneira agressiva.

— O que pensa que está fazendo? — Rin (Mirai) perguntou e aproveitou para apertar um pouco mais o pescoço do mais jovem.

— Ugh… — Rin murmurou e fechou seu olho esquerdo enquanto sentia o aperto no pescoço, mas não demorou para continuar. — …só fiquei curioso com… você dormindo… —

— Em vez de ficar curioso com idiotices… porque não tenta concluir seus exercícios? — Rin (Mirai) perguntou ao mesmo tempo que semicerrava os olhos agressivos e cansados.

O rosado mais velho fez aquela pergunta e logo se levantou, mas sem remover sua mão esquerda do pescoço da versão mais jovem, nem mesmo diminuiu o aperto. Rin em dado momento se viu suspenso e rangeu seus dentes enquanto seus olhos esverdeados se concentravam nos olhos bicolores do outro indivíduo.

— Já estão concluídos… nessa gravidade. — Rin sussurrou e levou sua mão direita para o pulso esquerdo do mais velho e apertou enquanto semicerrava as sobrancelhas. — …está me machucando. —

— E daí que estou machucando? Se um inimigo machucá-lo dirá essas mesmas palavras? Não sabe o que deve fazer? — Rin (Mirai) perguntou ao mesmo tempo que assumia mais seriedade enquanto seu olho ônix se tornava o Mangekyou Sharingan Eterno e então continuou. — Não estou perdendo meu tempo treinando-o para ouvi-lo dizer que o estou machucando, ou estou? —

O rosado mais velho realmente soltou o pescoço do mais jovem, contudo não levou mais do que dois segundos para que Rin perdesse novamente o ar de seus pulmões quando recebeu um soco com o punho direito que o atirou para longe de sua versão futura, assim deslizando por alguns metros pelo chão triangular. Ele acabou tossindo e levando as mãos para a área atingida enquanto assumia uma posição fetal e seu corpo tremia em decorrência a aquela dor que espalhava-se lentamente. E assim mesmo escutava o lento caminhar de sua versão mais velha, por isso moveu a cabeça um pouco e assim pode visualizá-lo a uma distância razoável dele e encarando-o com uma expressão bem decepcionante.

— Estamos a muitos dias nesse treinamento e suponho que esteja interessado em ver seus amigos. — Rin (Mirai) disse ao mesmo tempo que cruzava os braços e dava continuidade. — Terá um descanso por hoje apenas pela sua evolução no terceiro estágio. A partir de amanhã lutará por sua sobrevivência. E mais uma coisa… — Rin (Mirai) desativou seu Mangekyou Sharingan Eterno antes de fazer a conclusão do comentário. — …remova as medicações de Doro. Ela não precisa mais daquilo. —

Um portal negro apareceu a dois metros do rosado mais jovem que continuava no chão, o surgimento era em decorrência de uma habilidade do olho púrpuro do rosado mais velho que simplesmente se agachou e levou a mão esquerda enfaixada para a o pulso direito do garoto caído e sem dificuldade alguma o atirou para dentro daquele portal. Ele continuou observando-o com decepção até o momento que o portal se fechou. E não levou mais do que alguns segundos para que o rosado abrisse seus olhos e se visse num ambiente diferente, mas que não demorou para reconhecê-lo como sendo o quarto que compartilhava com Yamanaka Misa. Ele se sentou no chão e cruzou as pernas e olhou para os lados, porém sentiu-se curioso com alguns passos atrás dele, mas não teve a oportunidade de olhar para trás e verificar, afinal logo foi empurrado para frente por algo pesado e rapidamente reconheceu quem, ou o que, o pressionava no chão. Era Sírius que amigavelmente levava sua língua para a bochecha direita do segundo dono e lambia-o com vontade e saudade enquanto balançava sua cauda.

— Também estava com saudade, rapaz. E posso admitir que é pesado, então sai de cima de mim. — Rin disse e torcia para que o cachorro o entendesse, mas não deu muito certo. — Sirius, sai de cima! —

O cachorro não o obedeceu, na realidade sentou-se em cima do rosado e continuou a lambe-lo para expressar bem a saudade que tinha daquela figura de cabelos róseos, dessa maneira deixando a bochecha do mesmo cheia de sua saliva. O rosado gargalhou quando a língua do canídeo pegava em sua orelha.

— Sirius, por favor! Eu estou implorando para sair de cima! — Rin disse enquanto suas bochechas ficaram levemente ruborizadas.

O cachorro não tinha qualquer intenção de deixá-lo, porém interrompeu as lambidas na bochecha do dono secundário e moveu sua cabeça na direção da porta e ergueu suas orelhas com o escutar de passos que sua audição sensível captou, pareceu um pouco mais sério e disposto a proteger o dono que considerava frágil. Todos aqueles gestos chamaram a atenção do rosado que ficou em silêncio e surpreso, mas contente por saber que sua família estava segura na presença do cachorro. A porta do quarto foi aberta, assim revelando a Yamanaka que estava ofegante e igualmente surpresa ao rapaz debruçado no chão. Os olhos verdes e azuis não tardam em se cruzarem. Por um breve instante os dois expressaram saudade através daquela troca de olhares. Misa engoliu em seco enquanto direcionava sua atenção para o cachorro em cima do rosado e depois para aquela saliva que estava impregnada numa das bochechas do noivo, por isso se esforçou em não rir e acabou sendo um movimento que chamou a atenção do Uchiha que pareceu mais envergonhado.

— Eu sei o que parece. E é exatamente isso. Nosso cachorro não quer sair de cima de mim e está me atacando com carinho. — Rin disse e levantou as sobrancelhas quando Sirius pôs o focinho no topo de sua cabeça, assim continuando. — Faça alguma coisa. —

— Porque eu deveria? — Misa perguntou com malícia e inocência. Ela cruzou os braços abaixo dos seios e deu continuidade ao aproximar-se da cama e sentar-se com as pernas cruzadas. — Sirius, aqui garoto. —

O cachorro levantou as orelhas quando seu nome foi pronunciado. E depressa deixou as costas do rosado para se aproximar da Yamanaka e deitou-se aos pés dela e começou a murmurar quando sentiu o pé esquerdo dela em sua barriga, acariciando-o. Rin pareceu satisfeito com aquele resultado e depressa saiu do chão e levantou os braços e curvou a parte superior do corpo para trás, assim se espreguiçando e seguindo para perto da noiva e sentando-se ao lado dela.

— Como está sendo o treinamento? — A Yamanaka perguntou e encarou-o com um pouco de preocupação.

— Como todo treinamento tem que ser. E não estou disposto a conversar sobre ele, querida. — Rin respondeu e sorriu pelo canto dos lábios enquanto encostava seu ombro esquerdo com o direito da noiva, então dando continuidade. — Como você está? Como nosso bebê está? —

— Estamos bem. — Misa respondeu e gentilmente moveu sua cabeça para o lado, assim confortando-a no ombro do noivo e suspirou antes de acrescentar. — Já alcançamos a sétima semana. —

— Eu sei… — Rin sussurrou ao mesmo tempo que suaviza mais sua expressão e levava a mão direita para a barriga da noiva e dava continuidade. — …não tenho certeza se está sentindo ou me entendendo, mas é seu dever cuidar da mamãe quando eu, seu pai, estiver distante, garoto. —

— Já está dando um objetivo para essa criança? Faltam vários meses e… — A Yamanaka ficou num momentâneo silêncio até perceber uma curiosa palavra, por isso não demorou em dar continuidade. — …garoto? Está sentindo isso com o Shōsen Jutsu? —

— O que? Não. Eu acho que ainda é meio cedo para saber o gênero dessa criança, mas… — Rin disse e aumentou um sorriso convencido enquanto piscava seu olho esquerdo para a noiva, então continuou. — …eu sei que será um menino, afinal sou o pai. —

A Yamanaka ficou em silêncio e sentiu as bochechas se esquentarem um pouco, mas então gargalhou como se achasse as palavras bem divertidas. E não demorou para jogar seu corpo para trás, deitando-se na cama e levando a mão direita para a barriga e acariciando-a enquanto era supervisionada pelo Uchiha que a encarava com o mesmo afeto de sempre.

— Um menino? É o que está querendo? E se for uma menina? — A Yamanaka perguntou e mirou seus olhos azuis no noivo que continuava sentado e a observando.

— Vou amar e cuidar da mesma forma que amaria e cuidaria se fosse um menino, mas posso sentir que essa criança será um menino. — Rin disse com uma expressão séria e concentrada, como se cada palavra fosse a mais verdadeira possível.

— E eu posso sentir que essa criança será bem gentil, bem educada e que evitará nos causar problemas… — A Yamanaka disse e gentilmente acariciou o ventre enquanto fechava seus olhos por um breve instante, então deu continuidade com um tom brincalhão. — …uma mãe sente isso. —

— Eu sendo sério e você brincando com essas coisas? Francamente… — Rin murmurou e levou a mão esquerda enfaixada para a cabeça, assim coçando-a com a ponta dos dedos e dando continuidade. — …o que perdi nos últimos dias? —

— Nada demais. Meus pais sabem que estou grávida, papai está louco para encontrá-lo e mamãe está ansiosa para ser avô. — Misa disse com um tom ligeiramente divertido, malicioso para falar a verdade.

— Ótimo. Alguém do interrogatório de Konoha atrás de mim. Que boa notícia. — Rin murmurou e levou a mão direita para os olhos, assim coçando-os e suspirando pesadamente.

— E me contaram que meu irmão está estranho, anda desaparecendo por dias e cogitam que faz parte do estresse pós-traumático. Será que não pode usar o Kuebiko nele como daquela vez? — Misa perguntou.

— Eu posso. O problema é como irá reagir a essa habilidade, assim como não posso apagar as lembranças daquele incidente, nem mesmo editá-las para se parecerem com o ataque de algum urso. — Rin disse e cruzou os braços ao mesmo tempo que semicerrava as sobrancelhas, então deu continuidade. — Parece que cenários como aquele… com traumas pesados… são incapazes de serem alterados ou deletados pelo Kuebiko, ou ainda não tenho o treinamento necessário. Eu sinto muito. —

— Está tudo bem. — Misa sussurrou e continuou acariciando sua barriga antes de dar continuidade com um sorriso gentil. — Tem mais uma coisa que deveria saber. —

O rosado ficou num momentâneo silêncio, ao mesmo tempo o cachorro de pelagem escura e olhos carmesins aproveitou para pôr o focinho em cima da cama quando parou de receber carinho e assumiu uma entristecida expressão, de forma a parecer que não gostou da interrupção. A Yamanaka percebeu o olhar cheio de curiosidade do noivo.

— Tínhamos planos para hoje. Íamos para um teatro assistir a uma peça chamada "Mangetsu X Shi no Hana, um conto de liberdade". — Misa disse e aproveitou para se sentar e levar a mão direita para a nuca do noivo e acariciar a região antes de dar continuidade. — O que acha? —

— De muito mal gosto criarem uma peça em cima desse acontecido. — Rin disse e levantou uma das sobrancelhas enquanto sentia as bochechas se esquentarem pela carícia na nuca.

— Acredite ou não, mas Tsuyu disse a mesma coisa quando descobriu. E Doro achou bem engraçado. — Misa disse e levantou uma das sobrancelhas enquanto aproximava-se do noivo e levava os lábios para o pescoço dele, assim beijando-o e dando continuidade com um sussurro. — Novamente, o que acha? —

"Minha ideia era descansar o dia inteiro, afinal a partir de amanhã estarei lutando pela minha sobrevivência com aquele cara, por isso preciso conservar energia, mas é impossível para mim negar um pedido dela…" pensou com um ligeiro divertimento e movendo seu rosto para o lado e depressa levando a mão esquerda enfaixada para o rosto da noiva que por um instante fechou seus olhos e aproveitou a sensação do toque de seu parceiro. O rosado engoliu em seco e encurtou mais a distância entre seus lábios até o momento em que os selam, iniciando com um beijo suave enquanto mantinham olhares gentis de um para o outro. "...ela não precisa saber que tô cansado. Ela quer passar um tempo comigo, por isso que me perguntou sobre a ideia da peça, então tudo o que posso fazer é acompanhá-la" pensou enquanto sustentava aquele olhar durante o beijo que não demorou para ser interrompido para que pudessem respirar.

— Eu vou sim. — Rin disse e gentilmente levou seus lábios para a bochecha esquerda da noiva.

— Ótimo… — A Yamanaka sussurrou com as bochechas um pouco coradas, assim não demorou em continuar quando deixou a cama e pôs as mãos na cintura. — …vá para o banho. Você está fedendo a tantas coisas que está me causando ânsia. —

— Parte disso é culpa do seu cachorro que eu esteja fedendo. E a ânsia é por causa da gestação. — Rin disse com um ligeiro divertimento e as sobrancelhas semicerradas, mas suspirou e deu continuidade. — Pode me fazer um favor? —

— Eu não vou acompanhá-lo no banho. Nem se pedir com jeitinho. Não vejo isso como um favor… — A Yamanaka disse e cruzou os braços abaixo dos seios.

— Por Hagoromo, não é isso. — Rin disse com surpresa e as bochechas ruborizadas, mas continuou antes que a noiva se adiantasse. — Vá até Doro e tire suas medicações antes que a prejudique de alguma forma. —

— Tem certeza? E se acontecer de novo? — A Yamanaka perguntou e pareceu um pouco preocupada e quase descruzou os braços.

— Ele me mandou fazer isso. Se acontecer outra vez, então estaremos prontos. — Rin disse e levou sua mão direita para a cabeça de Sirius e fez um afago no mesmo e sorriu breve ao vê-lo balançar o rabo, mas não demorou para dar continuidade. — Só vamos evitar que ela pegue coisas pesadas. —

— Certo, vou avisá-la que aquelas coisas já podem ser removidas. — A Yamanaka disse e distraidamente acariciou a barriga, então deu continuidade quando seguiu para a porta do cômodo. — Bom banho, querido. —

O rosado ficou em silêncio. Ele só observou sua parceira abrindo e fechando a porta, então retornou sua atenção para o cachorro que gostava do carinho recebido e sorriu com malícia para ele antes de agarrar as bochechas do mesmo.

— O que me diz de tomarmos um banho juntos, Sirius? Estreitar nossos laços. — O rosado disse com um ligeiro divertimento e mirando seus olhos verdes no canídeo que pareceu ter entendido e desgostado da opção, por isso o rosado continuou. — Ótimo, então vamos nessa. —

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As horas se passam e dez minutos antes da peça ter-se início um inconfundível grupo já encontrava-se na entrada do belo e único teatro de Amegakure. Uma bela construção de dois andares e de mármore pintada de azul claro com várias janelas momentaneamente fechadas e um telhado coberto num tom azul escuro, com as portas já abertas para as pessoas acessarem seu interior, contendo inúmeras lâmpadas pisca-pisca que ganhavam um pouco da atenção dos desavisados. O pequeno grupo — Rin, Misa, Tsuyu, Doro, Musashi e Ryūsei — atentou-se por um momento no cartaz que representava a peça que iam assistir naquela noite. Os três rapazes acabam suspirando profundamente e sentiam-se levemente arrependidos pela decisão de participarem daquela noite, mas não se demoram em adentrar junto a suas parceiras no prédio.