Era o mesmo dia da chegada de Rin e Misa em Amegakure. Tsuyu estava caminhando por um específico corredor da Mangetsu com o líder e vice-líder do esquadrão de Kenjutsu logo atrás dele. Ele não demorou em tomar uma expressão de desgosto enquanto ouvia-os discutindo sobre determinadas técnicas da arte que praticavam… que a força bruta era superior ao estilo que a ruiva constantemente demonstrava. O líder da Mangetsu baixou um pouco sua cabeça e suspirou enquanto um profundo sentimento de arrependimento incendiava em seu corpo. Ele parou sua caminhada assim que chegou na frente de uma porta e moveu sua cabeça para o lado esquerdo, assim prestando atenção nos indivíduos com uma expressão um pouco mais agressiva que o comum.

— Eu juro que mato os dois se houver outra discussão sobre qual estilo de combate é o melhor. Vou enfiar seus machados num lugar que pouco gostará, Musashi. E você… não está vendo que ele é um idiota? Porque ainda insiste em conversar com ele sobre o melhor modo de combate? — Tsuyu disse com ligeira agressividade e não demorou para levar a mão ao joelho direito.

— Porque só me chamou de idiota? Não vai chamá-la de idiota? E porque não a ameaçou também? — Musashi perguntou e aproveitou para cruzar os braços, além de semicerrar suas sobrancelhas.

— Porque você é o único idiota nessa discussão. E não vale a pena ameaçá-la, afinal ela é recente no grupo. — Tsuyu respondeu e mirou seus olhos amarelos na ruiva que havia cruzado os braços abaixo dos seios e mostrava a língua para o usuário de machados, por isso ele baixou a cabeça e suspirou antes de erguê-la e usar o mesmo tom agressivo. — É sério isso? —

— Seu argumento só prova que estou correta nessa discussão. — Ryūsei disse e mirou seus olhos carmesins na mão que repousava no joelho, assim não demorou a dar continuidade. — Você está bem? —

— Está sim. Ele geralmente sente dor no joelho quando o universo começa a conspirar para causar algum tipo de problema. — Musashi respondeu.

— Ele sente o que? — Ryūsei perguntou. Ela parecia bem incrédula quanto a funcionalidade daquele joelho.

— Dor. Eu sinto a porcaria de uma dor no joelho quando há um problema a caminho. Não me pergunte como isso acontece, mas quase sempre é certeiro. — Tsuyu respondeu. Ele não sentia-se à vontade para contar que aquela dor também era sinal da presença de um certo amigo. Ele olhou para Musashi e não demorou para dar continuidade. — Mudando de assunto. Está tudo pronto para o Coliseu de hoje? —

— Sim. Já foi transmitido em alguns canais que acontecerá hoje e os ingressos já estão à venda, também estamos nos preparando para as apostas. — Musashi respondeu e levou a mão direita para trás da cabeça e usou a ponta dos dedos para coçar a região.

— A segurança será feita pelo nosso esquadrão… membros estarão espalhados pela arquibancada para que nada aconteça. Porque isso? — Ryūsei perguntou.

— Segurança nunca é demais. Minha maior preocupação é com os civis, mas também com qualquer ataque direcionado a nós. E quanto ao esquadrão de Lich? — Tsuyu perguntou e semicerrou suas sobrancelhas.

— Você está ficando paranóico. Não há mais ataques desde a queda da Shi no Hana… o único sobrevivente está tetraplégico na clínica. — Musashi disse e continuou coçando atrás de sua cabeça ao mesmo tempo que assumia uma expressão mais séria.

— Estou? Essa dor no meu joelho só pode significar problema. — Tsuyu disse enquanto dirigia sua atenção para o usuário de machados, mas então voltou-os para a espadachim e deu continuidade. — Avise ao esquadrão de Lich que quero eles preparados para qualquer emergência. —

— Isso é por causa dela? — Musashi perguntou e levou as mãos para a cintura enquanto mantinha seus olhos no líder da organização, assim não demorando em continuar. — Doro ficará brava se souber que a segurança está pesada por causa do progresso da gravidez. —

Tsuyu nem percebia que aquela porta havia sido aberta um pouco. Sua atenção estava toda naquelas duas pessoas, mas isso não significava que Musashi ou Ryūsei não tinham notado a pequena movimentação.

— Então não deixem que ela descubra. — Tsuyu disse e não demorou a ranger seus dentes e usar sua mão para esfregar o joelho dolorido. — Isso são ordens, então espero que me obedeçam o quanto antes. O que estão espera-... — Ele não concluiu seu comentário.

— …não deixem que ela descubra o que, querido? — Era uma voz gentil e parcialmente ameaçadora.

Em outras palavras, a própria Doro. Ela saiu de dentro da sala no momento em que terminou de abrir mais aquela porta e cruzou os braços abaixo dos seios. Seus olhos púrpuros eram mantidos no noivo que desviou rapidamente a atenção, desta forma encarando-a e engolindo em seco ao mesmo tempo que sentia uma espécie de julgamento no olhar daquela mulher. Ele abriu a boca para se pronunciar, mas acabou que a mulher caminhou em sua direção e pôs a mão direita em seu ombro e sorriu amigável para os dois outros.

— Dispensem a guarnição exagerada. Estão ocupando lugares que outras pessoas ocupariam normalmente. Não há razão para tamanha preocupação. Sei bem o porquê desse incômodo em seu joelho, querido… — Doro disse aquela última parte enquanto mirava seus olhos púrpuros no rapaz e parecia ligeiramente mais séria.

— Você que manda. — Musashi disse ao mesmo tempo que colocava as mãos nos bolsos da calça e olhava para Ryūsei antes de dar continuidade aos sussurros. — Vamos nessa? —

— Só um segundo. — Ryūsei disse aos sussurros. Ela parecia bem interessada na conversa daquele casal, ou melhor, interessada em como a Doro colocava Tsuyu no lugar com tão pouco esforço.

Tsuyu semicerrou seus olhos e até mesmo rosnou em desaprovação. Ele olhou discretamente para a barriga de sua noiva e fechou sua mão com um pouco mais de força, mas não demorou em suspirar quando sentiu a mão dela se apertar em seu ombro e a mesma transmitir um olhar pouquíssimo amigável e sugestivo, além disso a mesma balançou a cabeça de um lado a outro com muita discrição. Era uma conversa silenciosa que tinham e que obviamente o Hyuga tinha perdido. E não demorou para ele suspirar pesadamente como se desistisse de alguma coisa.

— Aceito que não queira guarnição e que dê ordens para eles, mas duvido que saiba o porquê estou com essa dor. — Tsuyu disse.

— Você é um idiota. — Doro disse e não demorou para mover sua cabeça para o lado esquerdo, assim mirando seus olhos púrpuros na porta aberta e dando continuidade. — Não acham isso? —

E não demorou para que mais duas pessoas saíssem daquela sala. Uma delas era a própria Fushin — especialista em Genjutsu — que sorria com uma ligeira diversão pela forma que aquelas duas pessoas se tratavam. A outra era Yamanaka Misa que não demorou para encurtar sua distância com a kunoichi grávida e acenar amigavelmente para o já conhecido especialista em Kenjutsu que gargalhou com a aparição dela, assim deixando Ryūsei um pouco em dúvida sobre quem era aquela pessoa. Tsuyu olhou com ligeira surpresa para Misa e não demorou para levantar as sobrancelhas.

— Não… — Tsuyu disse com descontentamento..

— Sim! — Doro disse com uma ligeira animação.

— Não! — Tsuyu disse. E não demorou para olhar para os lados em busca de uma certa pessoa, mas então continuou quando encarou a Yamanaka. — Aquele maldito está aqui? —

— Rin? — Misa perguntou. E ela sabia que não havia necessidade daquela pergunta, afinal já estava acostumada com a forma que os dois se tratavam. Ela não demorou em dar continuidade. — Aqui não. Ele me deixou na entrada a uns quarenta minutos e comentou que mais tarde apareceria. —

A Yamanaka olhou breve para Ryūsei. Isso porque a espadachim pareceu um pouco interessada quando aquele nome foi mencionado, por isso não demorou para sorrir pelo canto dos lábios.

— Você o conhece? Deixe-me adivinhar… País dos Vales? — A Yamanaka perguntou ao mesmo tempo em que cruzava os braços abaixo dos seios.

— Ahn… sim. Como soube? — Ryūsei perguntou e pareceu verdadeiramente surpresa, até mesmo confusa, por uma possível percepção da recém chegada naquela conversa.

— Mera suposição. Tem sempre uma coisa ou outra que ele carrega nas viagens. — A Yamanaka disse e olhou discretamente para a kunoichi grávida que soltou um risinho com seu argumento.

— Ele disse onde iria? — Tsuyu perguntou, assim interrompendo que aquela outra conversa se prolongasse.

— Rakun não é conhecido por contar suas ideias ou quaisquer informações. — Doro murmurou com um ligeiro divertimento. E aquilo mais do que servia como resposta para a pergunta de seu noivo.

— E ficarão conosco por quanto tempo? — Tsuyu perguntou assim que levou a mão para a cintura.

— Até o ano que vem. Rin quer passar esse resto de ano com os amigos que fez neste ano. — Misa respondeu e retornou sua atenção para a barriga da kunoichi que estava ao seu lado e não demorou para pôr a mão esquerda na região e alargar um sorriso. — Como se sente? —

— Contente pelo progresso, ansiosa pelo nascimento e receosa pelo que esses idiotas são capazes de fazer com uma criança tão inocente. — Doro respondeu e direcionou sua atenção para o noivo e depois ao usuário de machados.

— Oh! — Tsuyu e Musashi disseram em uníssono e pareciam bravos por aquela provável ofensa de que fariam alguma maldade para a futura criança.

— Já está acomodada? — Tsuyu perguntou.

— Fushin me levou para um quarto a uns quinze minutos. Estaremos no quarto ao lado de vocês. — Misa contou e olhou para trás, assim reparando na especialista em Genjutsu que acenou quando seu nome foi mencionado.

— Justamente do nosso lado? — Tsuyu perguntou e levantou uma das sobrancelhas enquanto prestava atenção em Doro e depois em Fushin.

— Não reclame. Você tem o seu grupo, eu tenho o meu. — Doro disse e não demorou para segurar o braço esquerdo da Yamanaka e junta-lo em seu corpo e depois fazer o mesmo com o braço direito da especialista em Genjutsu, assim dando continuidade após mostrar a língua. — O meu grupo é melhor que o seu. —

— Isso não é uma competi-... para onde está indo, Ryūsei? — Tsuyu perguntou.

Ele só perguntou aquilo porque olhou para a espadachim que sairá do lado de Musashi e passava por ele, caminhando até a Yamanaka e de maneira despretensiosa colocando a mão direita no ombro da garota que sorriu enquanto mantinha as sobrancelhas um pouco levantadas. Musashi gargalhou quando aquilo aconteceu.

— É sério isso? — Tsuyu perguntou.

— Desculpe, mas parece haverem mais vantagens com elas. — Ryūsei disse ao mesmo tempo que suas bochechas estavam coradas, porém alargou um sorriso quando percebeu uma mancha escura correndo na direção do pequeno grupo.

— Sirius! — Misa, Ryūsei e Doro disseram em unissono ao notarem o canídeo.

O cachorro de pelagem escura e olhos carmesins corria a galope na direção do grupo. Sem qualquer dificuldade cruzou muito fácil a distância que faltava e alcançou as seis pessoas e latiu com verdadeiro ânimo enquanto cheirava as quatro mulheres. Tsuyu e Musashi se encaram e novamente aconteceu uma conversa silenciosa, então o líder da Mangetsu voltou sua atenção para o recém formado grupo feminino e deu um passo adiante.

— Então Sirius é nosso, afinal de contas é macho. — Tsuyu disse e levantou as sobrancelhas quando estendeu a mão na direção do canídeo e o mesmo rosnou para ele ao ponto de mostrar os caninos e exibir um olhar agressivo.

— Eu acho que não. — Misa disse.

— Cuidado para não perder a mão. Você só tem essa. — Doro disse com divertimento.

— Você está engraçadinha. Bom, que seja… tenho que me preocupar com o Coliseu. Eu não me importo sobre a funcionalidade do seu grupo, mas agradeço se manterem a ordem criada nesse período conquistado. — Tsuyu disse e levou a mão para o cabelo e o coçou com a ponta dos dedos, assim como suspirou para evidenciar o cansaço.

— Prometo que não estaremos prejudicando o dia a dia, Tsuyu. Juro por minha katana. — Ryūsei disse ao mesmo tempo que passava a mão direita em cima da cabeça do canídeo.

— Não faça promessas que não pode cumprir. — Misa disse. E não se importou em usar um tom alto para aquela resposta.

— Mas essas são as melhores. Tornam as coisas muito mais divertidas. — Doro disse contente e imediatamente piscou seu olho direito para a kunoichi.

— …vá atrás de Rin. Eu quero que ele seja expulso de Amegakure até o fim do dia. Doro eu aguento, mas essa combinação é terrível para minha sanidade. — Tsuyu disse para Musashi ao mesmo tempo que assumia uma expressão mais séria.

— Nem fodendo. — Musashi disse e deu de ombros ao mesmo tempo que levava as para trás da cabeça e dava continuidade. — A líder desse bando é sua mulher, a outra é mulher dele e tem duas que respondem a você, não a mim, então não me coloque nessa história, chefe. —

— MUSASHI! — Tsuyu gritou.

Ele prestou atenção no usuário de machados até o momento que este veio a desaparecer pelo uso do Hiraishin no Jutsu. Tsuyu abaixou sua cabeça e suspirou profundamente e pesaroso, então moveu sua cabeça para o lado e prestou atenção nas quatro mulheres que agora riam pela sofrência que causavam no moreno de olhos amarelos.

— Serão meses infernais… — Tsuyu sussurrou.

Ele não demorou em se virar, assim ficando de costas para as quatro mulheres e seguindo na mesma direção que o usuário de machados escolheu seguir antes do repentino desaparecimento.

— Rin me mandou dizer uma coisa, Tsuyu… — A Yamanaka disse assim que teve a oportunidade de se afastar da kunoichi grávida. As bochechas ligeiramente coradas por ter de entregar aquele específico recado para o moreno.

— E o que é? — Tsuyu perguntou assim que parou de caminhar e olhou para trás e levantou uma das sobrancelhas, assim mantendo contato visual com a Yamanaka.

— Hm… — A Yamanaka murmurou. E gentilmente coçou a bochecha esquerda antes de dar continuidade. — "Te vejo mais tarde, perdedor"... —

— Eu vou matar ele. — Tsuyu disse inocentemente e sorriu. Tudo indicava que falava a mais pura verdade.

— Você não tem chances. — Doro e Ryūsei disseram em unissono.

— Ele também pediu para avisar sobre uma coisa. — A Yamanaka disse e fingiu não escutar o risinho da especialista em Genjutsu quanto ao comentário das outras garotas, assim dando continuidade. — Seu braço direito está pronto. —

— Talvez eu não mate ele. — Tsuyu disse ao mesmo tempo que fazia beicinho e levava a mão para o ombro direito e acabou por suavizando sua expressão antes de dar continuidade. — Valeu. Agora tenho que cuidar de alguns assuntos. —

— E nós quatro… desculpe, Sirius… nós cinco… — Doro disse e não demorou para abraçar a Yamanaka por trás e passou os braços abaixo dos seios dela enquanto confortavelmente colocava a cabeça no ombro direito dela e dava continuidade. — …temos que botar a conversa em dia e ir às compras. —

"Como se o seu armário já não estivesse lotado de roupas…" pensou o Hyuga que semicerrou seus olhos e novamente suspirou e não dava a mínima para o planejamento de sua noiva. Ele deu de ombros e levou a mão para o bolso de sua jaqueta e não demorou para que caminhasse na direção oposta ao pequeno grupo feminino.

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O tempo passou, sendo o final daquele dia e o começo do evento chamariz de Amegakure. Como de costume, a arquibancada do Coliseu estava lotada e a plateia cheia de energia pelo evento que começaria em alguns minutos. Na área VIP — que era acima da arquibancada e protegida por uma grossa camada de vidro — algumas pessoas ocupavam poltronas bem confortáveis… essas pessoas faziam parte do círculo íntimo do líder da Mangetsu, sendo que ele e sua noiva, ou seja, Misa, Ryūsei, Musashi e Fushin eram os ocupantes de alguns lugares. Tsuyu discretamente encarou o usuário de machados que compreendeu com certa facilidade aquele olhar, por isso balançou a cabeça de um lado a outro como se também servisse de resposta.

— Ele esteve na clínica por alguns minutos. Uteki me contou que ele perguntou sobre Taiyo e até foi conversar com ele, mas isso foi tudo que consegui, além disso aquele cara continua orgulhoso mesmo não movendo um único dedo. — Musashi contou.

— Quem é Taiyo? — Ryūsei perguntou.

— Alguém do alto escalão da extinta Shi no Hana, um sujeito muito próximo de Chinoike Ashram. Rin fez o favor de torná-lo tetraplégico ao danificar de algum jeito sua coluna. — Musashi respondeu e aproveitou para cruzar os braços e assumir uma expressão mais séria antes de dar continuidade. — Eu teria matado ele faz tempo se me dessem permissão. —

— Desde quando você precisa de permissão para matar alguém? — Tsuyu perguntou com uma sobrancelha levantada e mirando seus olhos amarelos no usuário de machados.

— Porque ele fez isso? — Ryūsei perguntou.

— Taiyo é orgulhoso. Ele tem um espírito inquebrável de orgulho e deboche. E Rin quis quebrar esse orgulho ao torná-lo necessitado de outras pessoas para sobrevivência. Taiyo agora precisa que pessoas o troquem quando faz suas necessidades, precisa de pessoas para alimentá-lo duas vezes ao dia. — Musashi respondeu e sorriu pelo canto dos lábios ao mesmo tempo que levava a mão direita ao queixo. — Para ser franco… esse é o melhor destino para ele. —

— Fiquem quietos. Já está começando. — Tsuyu disse com um tom áspero e as sobrancelhas semicerradas.

Ele odiava se lembrar daquelas pessoas, afinal traziam à tona as memórias de Katsuryoku Tsuko que por muito tempo agiu como seu braço direito. Ele mordeu com suavidade o lábio inferior ao mesmo tempo que fechava sua mão em punho e a levava para a bochecha, desta forma servindo como sustentação enquanto mantinha seu olhar sério na arena bem abaixo deles. Todo mundo, tanto na arquibancada quanto na área VIP, ficou em silêncio quando duas entradas, uma espécie de portas duplas metálicas, do lado esquerdo da arena foram levantadas mecanicamente, desta forma dando acesso aos participantes daquele evento que gradativamente se revelavam e caminhavam em harmonia para o centro daquela arena sob incontáveis olhares e gritos de verdadeira empolgação. Levou apenas dois minutos para os participantes ficarem no centro. E não demorou tanto para que todos na arquibancada e na arena ouvissem a voz do líder da Mangetsu por meio de caixas de som espalhadas estrategicamente por aquela construção.

— Participantes e platéia, sejam bem-vindos ao Coliseu. Hoje, sete de Novembro, estaremos iniciando outra edição desse maravilhoso espetáculo de Amegakure. O prêmio da noite será a generosa quantia de seiscentos mil Ryo para aquele que se manter de pé até o final. Boa sorte. —

E o comunicado parou. Nesse mesmo momento os participantes se encaram e dão a entender que estavam ansiosos por aquele prêmio, mas então muitos concentram seus olhares num único indivíduo que estava de cabeça baixa e usando o capuz de sua jaqueta vermelha para cobrir o suficiente do rosto… esse mesmo participante não fazia questão de esconder a "pequena" deficiência que tinha, ou melhor, que não tinha… afinal não havia qualquer sinal de um braço esquerdo, assim deixando a manga da jaqueta bem solta. A arquibancada escutou o sonoro "peguem ele!" de alguns participantes que dirigiam sua atenção para o participante em questão que não demorou para saltar para trás, assim adquirindo uma boa distância das quarenta pessoas que queriam enfrentá-lo. Era lógico que os mais fortes quisessem enfrentá-lo, afinal consideravam-no como sendo o mais fraco da competição.

O participante em questão levou a mão para o capuz que escondia sua identidade e o puxou, assim revelando seu rosto e alargando um sorriso cheio de convencimento ao mesmo tempo que levantou o braço com a mão bem fechada em punho enquanto muitas pessoas na plateia gritavam "Rosado!" e pareciam bem animadas. Rin continuou sorrindo mesmo com os participantes se aproximando para atacá-lo num bando consideravelmente grande. Em questão de meio segundo seus olhos esverdeados se transformam no Sharingan, desta forma poderia prever os movimentos dos recentes adversários, mas acabou que aquela não seria sua única demonstração. Em mais ou menos um segundo seu Sharingan evoluiu para o Mangekyou Sharingan assim que fez questão de usar o In'yu Shōmetsu para não causar danos em sua visão. E mais um segundo depois uma energia negra cobre seu corpo e dá surgimento a costelas negras e depois a uma espinha e um crânio de olhos púrpuros, assim como clavículas, escápulas, úmeros, rádios, ulnas, cárpicos, metacarpos e falanges surgem, não demorando para aquele esqueleto ganhar uma armadura púrpura incompleta.

Uma rachadura surgiu no chão com aquela demonstração, como também não demorou para afundar e as rachaduras se espalharem. O esqueleto de armadura deixou seu braço direito estendido para o lado, mas não demorou para movê-lo para frente com força considerável, assim ocasionando numa rajada de vento que atingiu as quarenta pessoas e atirando-as para trás. O rosado dentro daquele esqueleto mantinha o sorriso, porém direcionou sua atenção para a área VIP e aproveitou para mostrar a língua com uma expressão cheia de deboche. E não demorou para que a técnica humanoide viesse a desaparecer junto do regresso daqueles olhos ao simples Sharingan. O rosado retornou sua atenção para os participantes enquanto a plateia continuava gritando por "rosado".

— Tô na área! — Rin finalmente disse.