— Vamos começar. — Rin disse e assumiu um olhar um pouco mais sério, então continuou assim que apertou sua mão no cérebro. — Quero ver suas últimas lembranças que tem de Kinzoku. —

A ordem foi bem expressa. Não havia o que duvidar naquelas palavras. E assim a maioria dos televisores desapareceu assim como os respectivos cabos, sobrando apenas um enorme que continuou com a tela escura por alguns segundos, mas não demorou para alguma coisa aparecer e o rosado submergir naquela lembrança.

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Naquele momento, Rin era o barman, vendo as coisas que ele tinha presenciado a alguns dias. Ele tranquilamente jogava um pouco de água num copo recém usado e depois usava uma esponja com detergente para remover qualquer sujeira. Ele olhou de relance para as marcas líquidas em seu balcão, então olhou para os porta-copos que deixou para que fossem usados, mas ninguém parecia ter o mesmo cuidado que ele, por isso suspirou com desapontamento. E voltou seu olhar para uma mesa redonda que era ocupada por um freguês bem conhecido. Este levantou o braço direito com o indicador levantado, então o baixou para apontar ao copo largo e arredondado — conhecido também como copo tumbler — que possuía um restinho de uma bebida e um pedaço grande de gelo. O freguês estava com o braço esquerdo na mesa e usando-o como travesseiro para sua cabeça. O barman se virou e olhou para a estante cheia de garrafas e levou sua mão direita para uma específica que dizia "Yamazaki", então saiu detrás do balcão e seguiu para a mesa que o freguês o aguardava e não se demorou em retirar a rolha da garrafa e preencher o copo com duas doses.

— Você está péssimo. — O barman disse.

— Eu sei… — Kinzoku disse.

— Está quase tão pior quanto da vez que veio aqui depois de ser rejeitado por aquela senhorita. — O barman disse.

— Eu sei… — Kinzoku disse.

— Ou da última vez que… — O barman não concluiu seu comentário, pois acabou sendo interrompido pelo freguês.

— Vá para o inferno. Que tal? — Kinzoku perguntou e afastou sua cabeça do braço esquerdo, ajeitou sua postura e levou a mão direita ao copo e depois o levou aos lábios e tomou um generoso gole enquanto fazia ao barman um ofensivo gesto com o dedo médio da mão esquerda.

— Que grosseria. — O barman disse, porém não parecia ofendido com aquele gesto maldoso, então olhou para os lados e só enxergou outra mesa redonda que era ocupada por uma pessoa que usava um manto com capuz para esconder o rosto, logo retornou sua atenção para Kinzoku e deu continuidade. — Então, essa história de conflito que estou ouvindo muito, tem algum fundo de verdade? —

— O que tem escutado? — Kinzoku perguntou e girou seu corpo na mão direita e observou o gelo girando junto da bebida.

— Que não vai demorar muito para o País dos Vales guerrear com o País do Chá e com o País da Grama, que tudo o que aguardam é por um erro de uma dessas partes para… — O barman disse e usou o médio médio junto ao polegar para fazer um estalar, então continuou. — …com intenção de aumento de território, mas até agora são boatos, contos ditos por pessoas cujas funcionalidades cerebrais não estão boas depois de um "goró". —

— Boa maneira de dizer que seus fregueses são retardados sem exatamente dizer que são retardados. — Kinzoku sussurrou e pôs o copo na mesa, levantou os braços com as mãos entrelaçadas e se espreguiçou. — Não passam de mentiras que estamos tentando silenciar, mas não sabemos a origem, por isso estou ficando tentado a prender os próximos que mencionarem sobre essa palhaçada. De qualquer forma… — Kinzoku disse assim que baixou os braços e deixou seu assento, então continuou. — …eu tenho que ir. Não quero ficar muito bêbado hoje, afinal ainda é Terça-Feira... —

O barman olhou para a porta que foi aberta por alguém usando um manto preto com um capuz para cobrir seu rosto, sem contar que usava roupas pretas bem comuns e botas que por muito pouco não chegavam aos joelhos, mas sua atenção se voltou para Kinzoku que pôs na mesa uma quantia de dinheiro — faltando bastante, afinal era costume pendurar a conta — e depois acabar com a bebida que tinha em seu copo. Ele não olhou mais para o barman, sua atenção estava no assoalho enquanto se dirigia para a saída e acabou esbarrando no desconhecido encapuzado que moveu seu corpo para o lado esquerdo quando aquilo aconteceu.

— Desculpe, hã… — Kinzoku tentou olhar para a pessoa por baixo do capuz, até semicerrou seus olhos, mas balançou a cabeça e coçou o cabelo com a mão esquerda. — …só me desculpe. —

— Certo. — O desconhecido encapuzado disse. Sua voz não era familiar para o barman, mas para o rosado, sem dúvida alguma lembrava alguém.

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Rin deixou aquela memória assim que Kinzoku saiu do bar. Ele olhou para sua mão e depois a levou para uma mecha de cabelo. "Nunca aconteceu isso. Não me lembro de invadir completamente a memória da pessoa e me tornar ela, mas até que essa experiência foi útil" pensou o rosado que reparava na mecha de cabelo róseo que era segurado entre alguns dedos. Ele retornou sua atenção para o televisor que mostrava Kinzoku saindo pela porta, então sorriu pelo canto dos lábios e sentou-se ao mesmo tempo que cruzava as pernas e levava o cotovelo para a coxa e o punho ao seu queixo.

— Kinzoku parecia incomodado com esses boatos, então duvido que tenha cabeça para pensar no assassinato do pai, além disso está tentando acabar com essa história, então é óbvio que não teria como se ocupar com tantas coisas. — Rin sussurrou e levou a mão para a boca e semicerrou seus olhos enquanto reparava na última imagem. — Certo, mostre-me a continuidade dessa cena. —

E não demorou para que o rosado submergisse nas memórias do barman pela segunda vez. Sem dúvida alguma o Kuebiko possuía mais utilidade que um interrogatório comum.

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O barman olhou para o encapuzado que passou por ele uma única vez, então sua atenção se voltou para a mesa que a pouco era ocupada por Kinzoku e retirou de cima o copo preenchido apenas por um pedaço de gelo e o dinheiro em quantidade errada e baixa e o guardou no bolso da calça social — que faz parte de seu uniforme — e se virou para seguir de volta para detrás do balcão. Ele olhou de relance para a mesa ao fundo que agora era ocupada por duas pessoas que escondiam suas identidades com mantos e capuzes e que sussurravam cumprimentações, mas não deu tanta importância. De volta ao balcão, pôs o dinheiro numa caixa de metal que ficava dentro de um fundo falso pouco perceptivo, então levou o copo arredondado para a pia e jogou um pouco de água nele e passou uma esponja com detergente no seu interior e nas bordas. Ele olhou por um momento para a mesa na esperança de que alguém fosse pedir alguma coisa, mas o máximo que viu foi o rosto da pessoa que estava a mais tempo por lá — pele pálida e muito enrugado em volta dos olhos carmesins, lábios rachados e com uma cicatriz pequena e larga neles, cabelo esbranquiçado e bagunçado e comprido até os ombros — e não demorou a voltar sua atenção para o copo, afinal nada indicava que fossem querer alguma coisa de seu bar, mas não seria ignorante em expulsá-los.

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O rosado deixou aquela lembrança. E ficou em silêncio por alguns segundos até um sorriso tomar o canto esquerdo dos seus lábios. Ele não tinha apenas a descrição feita por um guarda, como também a exata aparência daquela pessoa. Rin continuou olhando para o televisor e mordeu o lábio inferior ao imaginar o que mais haveria naquela lembrança, mas aparentemente o barman não tivera interesse na dupla, por isso se acreditou que não ganharia mais informações tão valiosas. Até por isso que cancelou o uso do Kuebiko, assim deixando aquele ambiente escuro com o cérebro e televisores, retornando para o bar e estando de frente para o único funcionário — e provavelmente único responsável — que mantinha a boca aberta e os olhos bem abertos. O rosado desativou seu Mangekyou Sharingan, assim seus olhos voltam ao tom verde esmeralda de sempre. E ele olhou para o balcão, assim reparando na xícara de café expresso, depois voltando sua atenção para o barman que piscou algumas vezes e parecia não entender o que tinha acontecido.

— Muito obrigado pelo café. Estava delicioso. — Rin disse e usou o indicador para apontar para a xícara, então deu continuidade. — Quanto devo? —

— Hã? Nada. Soube que salvou a vida de Sekitan, então será por conta da casa esse café. — O barman disse e levou a mão direita para o lado da cabeça e buscou entender o que tinha acontecido, ou melhor, porque sentia-se um pouco atordoado.

— Gentileza da sua parte. — Rin disse e sorriu ao mesmo tempo que inclinava a cabeça para o lado esquerdo e seu cabelo escorria para aquela direção. — Obrigado. —

— Está me agradecendo duas vezes por um café expresso? — O barman perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

O rosado deixou o assento, além disso afastou-se até a porta e levou a mão para a maçaneta, então parou assim que a abriu um pouco e deixou a luz do sol invadir um pouco do interior daquele bar, e voltou sua atenção para o barman que continuava o olhando.

— Por outra coisa. Você me ajudou bastante. — O rosado disse e exibiu um olhar um pouco mais sério de forma a fazer o barman acreditar que cada palavra era verdade.

Ele não esperou por uma resposta, por isso abriu um pouco mais e passou por ela e seguiu caminhando pelo lado esquerdo e com a mão no bolso e a cabeça levemente abaixada e com Sirius o seguindo, afinal o cachorro esperou do lado de fora do bar por todo aquele tempo. "Agora tenho o rosto da pessoa que foi descrita por aquele guarda, mas ainda tenho que descobrir onde encontrá-lo e com quem esteve naquele dia, assim como o veneno que foi usado" pensou e respirou fundo e lentamente suspirou. "Os Kage Bunshin estão certos… eu tô muito afim de cochilar e deixar esse problema gigantesco de lado" pensou e gemeu manhoso ao se imaginar descansando no Monumento dos Hokage, em cima da cabeça de pedra de Uzumaki Naruto, mas de alguma forma sabia que só alcançaria aquilo se resolvesse aquele problema. Ele levantou sua cabeça e levou a mão para a cabeça do cachorro e sorriu pelo canto dos lábios.

— Hora de saber se descobriram que veneno foi usado, né? — Rin perguntou para o cachorro e soltou um riso levemente animador quando o canídeo latiu para ele.

E num piscar de olhos os dois desapareceram. Não estavam mais numa rua pouco movimentada com árvores e pedras e algumas construções, mas num quarto que aos poucos era modelado para pertencer a um recém nascido. Ele apareceu ao lado de Doro que gritou por causa da repentina aparição, até por isso Tsuyu surgiu na entrada daquele quarto com um olhar que era a perfeita mistura da seriedade e do medo, afinal não era sempre que sua noiva gritava daquela maneira, além disso Musashi estava ao lado dele e já se preparava para lançar um machado e possuía um largo sorriso como se enfim fosse enfrentar alguém, mas tudo o que os dois viram foi Rin ao lado de Doro e o cachorro de pelagem escura e olhos vermelhos.

— E aí, descobriu? — Rin perguntou e levantou as sobrancelhas enquanto dirigia sua atenção para a kunoichi que tinha a mão direita no peito e sentia o coração acelerado.

— Que filho da puta! — Tsuyu disse e adentrou mais no cômodo com passos firmes e decididos e com o punho fechado. — Você espera mesmo que minha mulher descubra um veneno em pouco tempo? —

— Onde está a marca? — Musashi perguntou. Ele abaixou o braço que segurava o machado. Ele sabia que o Hiraishin no Jutsu só era viável com uma marcação.

— Filho da puta é você, entendeu? — Rin disse e levou sua mão para a gola da camisa de Tsuyu quando o mesmo já estava perto dele, então continuou assim que sua atenção se voltou para Musashi. — Na nuca dela. —

— Hã? Quem tá pensando que é para me xingar? E para marcar a minha noiva? E para trazer um animal fedorento para dentro do quarto da minha futura filha? — Tsuyu perguntou ríspido ao mesmo tempo que seus olhos mudam do amarelo cotidiano para o perolado e as veias em volta se acentuam, além disso também segurava a gola da camisa do rosado.

— Se não pode animal… o que está fazendo aqui? — Rin perguntou com um pouco de provocação ao mesmo tempo que seu Sharingan se ativou.

Os dois continuam se encarando. E dava para imaginar um pouco de faísca saindo dos olhos de cada um e se cruzando entre eles. Doro cruzou os braços e balançou sua cabeça em negação com o comportamento daqueles dois, bem diferente de Musashi que parecia se divertir e esperava que alguma coisa realmente acontecesse. Por outro lado, Sirius estava deitado e com o focinho em cima da pata esquerda e de olhos fechados, não parecendo interessado na discussão.

— Descobri. — Doro disse, assim ganhando a atenção deles, então dando continuidade assim que sorriu pelo canto dos lábios. — Estou com muito tempo livre e energia que gostaria de gastar de uma forma específica, mas como não dá mais… — Os olhos púrpuros se concentram no noivo que parecia levemente envergonhado e mais afetado ainda quando o rosado soltou um risinho malicioso. — …tenho me concentrado mais noutras coisas. Bem… me acompanhe, Rakun. —

— Você é incrível. — Rin disse enquanto dirigia sua atenção para a especialista em venenos, então voltou seu olhar para o moreno que ainda agarrava a gola de sua camisa. — Ela é incrível. Você sabia disso? —

— Sempre. — Tsuyu disse e largou a gola do rosado e bateu no pulso dele, assim fazendo-o largar de sua gola, e depois levando a mão para o bolso da jaqueta e olhando para a noiva. — Claro que está me deixando louco, mas assim mesmo é uma mulher incrível. —

Doro sorriu pelo canto dos lábios enquanto um brilho de alegria passava por seus belos olhos púrpuros, sem contar no rubor que tomou suas bochechas. Ela gostava quando era elogiada por suas habilidades. A kunoichi caminhou para a entrada do quarto e passou por Musashi que fazia a guarnição desde o começo. E não demorou para que Tsuyu e Rin seguissem-na com o especialista em Kenjutsu logo atrás e de braços cruzados e olhando para Sírius que ficava ao seu lado esquerdo e mantinha os olhos vermelhos no dono.

— Está ficando bonito o quarto. — Rin sussurrou e sorriu pelo canto dos lábios para o moreno. — Sem dúvida será uma princesinha. —

— Queremos dar para essa criança o que não tivemos em nossas infâncias, mas Doro já mencionou que haverá limitações… — Tsuyu disse e moveu sua cabeça para o lado e assim reparou no cachorro que seguiam-no. — Onde achou? —

— Sírius? — Rin perguntou e olhou para o cachorro que tinha levantado as orelhas quando seu nome foi mencionado, então voltou sua atenção para o líder da Mangetsu e deu continuidade. — Em minhas viagens sempre acabo amigo de alguma coisa. Nos encontramos de noite e a caminho do País dos Vales, por enquanto está se provando como um cachorro bem preguiçoso. —

— Você não pode falar nada em respeito à preguiça. — Doro disse assim que olhou para trás e manteve seus olhos púrpuros concentrados nos olhos verdes que se voltaram para ela, por isso continuou. — Lembra-se de quando anunciei minha gravidez para você? Me disse pouco antes que planejava descansar no terraço até às duas da tarde. E não eram nem dez da manhã. —

Tsuyu gargalhou de forma que parecia estar zombando do rosado, e muito provavelmente aquilo acabaria numa discussão, por isso que Doro tossiu e olhou com seriedade para o noivo quando o mesmo a encarou, então se adiantou e parou de caminhar e levou a mão direita para uma porta deslizante e a puxou para o lado, assim dando acesso a um espaçoso cômodo com estantes cheias de livros e uma grande mesa de madeira com uma cadeira que parecia bem confortável — e era, afinal Doro a comprou recentemente depois de se queixar de dores nas costas — e se adiantou ao ser a primeira a entrar no cômodo.

— Onde estamos? — Rin perguntou.

— Aqui não pertence exatamente a Rokujūshi, é mais um canto dela. — Tsuyu disse e levou a mão para o cabelo e o coçou um pouco, então suspirou e deu continuidade. — Funciona para as pesquisas e desenvolvimento dela. —

— Desenvolvimento? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas.

— De venenos. — Tsuyu respondeu e sorriu pelo canto dos lábios enquanto mantinha seus olhos amarelos na noiva que ocupava o único assento. Era nítido o orgulho que o mesmo sentia pela amada.

— Enfim… — Doro disse.

O rosado se aproximou da mesa. E lá percebeu o frasco com veneno que tinha entregado para ela no dia anterior, assim como percebeu outro com um líquido diferente e um livro aberto numa página sobre uma planta, mas não teve a chance de ler o conteúdo.

— …você me entregou veneno dessa planta. Antes que me pergunte, é Beladona. — Doro disse e cruzou os braços abaixo dos seios, suspirou e deu continuidade enquanto mantinha sua atenção no frasco que tinha recebido do rosado. — A raiz geralmente é a parte mais tóxica, mas a folha também pode fazer um estrago num adulto, assim como a toxicidade depende do estado vegetativo da planta, da sua idade e de fatores genéticos e ambientais. Os sintomas de envenenamento são os mesmos da atropina… — Ela olhou para o rosado e esperou que ele de alguma forma soubesse, mas continuou assim que percebeu um silêncio. — …aumento dos batimentos cardíacos, boca seca, pele seca, prisão de ventre, dilatação das pupilas, diminuição do suor, dor de cabeça, insônia, náusea, palpitação, retenção de urina, sensibilidade à luz, tontura, vermelhidão, visão turva, perda do paladar, fraqueza, febre, sonolência, inchaço da barriga, com alucinações incluído. — Doro respondeu e coçou seus olhos, então retornou sua atenção para o segundo frasco. — E aquilo ali é pilocarpina, o antídoto para a Beladona, mas haverá alguns efeitos… — Doro pegou o livro e folheou algumas vezes até chegar numa determinada página, então deu continuidade. — …náusea e vômito, corrimento nasal, diarréia, calafrios ou suor, urinar mais, cansaço, tontura, acidez e dor estomacal, inflamação de membros, dor de cabeça. —

Rin ficou em silêncio. Ele estava surpreso, pois sua amiga não tinha apenas descoberto que veneno era, como a planta e seus efeitos e também o antídoto com os efeitos, além de obviamente ter produzido o antídoto para ele. Sem dúvida alguma que Doro era uma especialista naquela área.

— Como sei que há Beladona na área? — Rin perguntou.

— Os espécimes em locais favoráveis crescem até 1,5 m de altura, com folhas largas e ovaladas com até 18 cm de comprimento. Os ramos são talosos, muito ramificados, lenhosos na base. Hã… as flores são campaniformes, vistosas, de coloração púrpura, mas com reflexos verdes a verdosas e um discreto odor desagradável. — Doro respondeu e coçou seus olhos por algumas vezes. Ela não parecia exausta fisicamente, mas com certeza estava mentalmente.

O rosado ficou em silêncio. "Com certeza deu muito trabalho…" pensou e diminuiu sua distância com a garota e levou sua mão para a cabeça dela e encostou sua testa na dela. "...que bom que não está com febre…" pensou ao sentir a testa dela em temperatura comum. Ele manteve seus olhos verdes bem concentrados nos olhos púrpuros.

— Obrigado. — Rin sussurrou e sorriu pelo canto dos lábios. Toda sua expressão indicava gentileza e afeto que o mesmo sentia pela garota.

Tsuyu assumiu um pouco de seriedade, por isso desviou sua atenção e olhou para algumas estantes. Ele não sentia ciúme de sua noiva com o melhor amigo — e rival — pois sabia da história deles, além disso era maduro o suficiente para saber que havia diferença nas formas de amor. Ele na realidade sentia-se contente, pois Rin de alguma forma fazia parte de sua família. O Hyuga retornou sua atenção para o Uchiha quando o mesmo tomou distância de Doro.

— Eu tenho que ir. — Rin disse.

— Em quanto tempo voltará? — Tsuyu perguntou e sorriu pelo canto dos lábios antes de usar um tom provocativo. — Estou pensando em marcar uma luta nossa no Coliseu para quando voltar. "Líder contra Líder". Então, quero saber quando podemos começar a anunciar sobre esse confronto. —

— Uma luta nossa? E quem disse que estou de acordo com isso? Sabe que não quero deixar essa criança sem pai? — Rin perguntou e usou o indicador para apontar para a barriga da kunoichi. Ele obviamente tinha usado um tom igualmente provocativo.

— E lá vamos nós… — Doro sussurrou.

— Haha! Você acha mesmo que tem chance comigo? — Tsuyu perguntou e deu um passo adiante enquanto seus olhos voltam ao tom perolado com as veias acentuadas.

— Eu acho. — Rin disse e agitou seus ombros. Suas palavras carregavam toda sinceridade possível. Ele deu continuidade assim que percebeu o avanço do moreno. — Espere até conseguirmos nossos braços, então podemos nos exibir para Amegakure, por enquanto aceito que me solte para as ovelhas. —

— Humph… tá bem. — Tsuyu disse.

— Não esqueça do antídoto. — Doro disse e usou o indicador esquerdo para apontar ao frasco na mesa.

— Não me esqueci, mas antes... — Rin disse e então formou um reconhecível selo com sua mão. — …Henge no Jutsu. —

Uma fumaça cobriu o corpo do rosado, e se dissipou pouco depois, assim revelando um corpo feminino com atraentes curvas — afinal era inspirado em Yamanaka Misa — e com longos cabelos róseos na altura da cintura com franja reta cobrindo a testa, além de belos e gentis olhos verdes. Ela olhou para Tsuyu e Musashi cujos queixos caíram com sua aparição e suas bochechas estavam levemente ruborizadas, bem diferente de Doro que não estava contente com a "aparição" de Rina. E se aproximou da mesa e levou sua mão para o frasco que era o antídoto, pegando-o e guardando-o no bolso.

— Para que isso? — Doro perguntou.

— Sou reconhecível como Rin, mas ninguém por lá conhece minha outra identidade. — Rina respondeu e sorriu pelo canto dos lábios ao mesmo tempo que se ajoelhava e levava a mão para a cabeça de Sírius. — Até mais. —

"Eles não precisam saber mais do que isso" pensou o rosado que num piscar de olhos desapareceu daquele cômodo, aparecendo novamente na rua com Sírius ao seu lado, logo olhou para os lados e sentiu-se aliviado ao não receber nenhum tipo de atenção, por isso voltou seu olhar para frente e lambeu o lábio inferior. "Hora de ir atrás de um assassino" pensou e semicerrou seus olhos enquanto expressava bastante confiança. E realmente não demorou para receber as memórias de um Kage Bunshin que desapareceu, por isso o rosado estagnou em seu lugar e olhou para uma específica direção e fechou sua mão em punho.

— Uma casa de chá. Ele está numa casa de chá. — O rosado sussurrou.