Algumas horas se passam. E o rosado continuou no Monumento dos Hokage, mas agora deitado com suas mãos atrás da cabeça e os olhos fechados. Sabia que era cedo ainda, por isso que não havia razão para apressar-se considerando que o aniversário de sua namorada começaria ao entardecer. O rosado encontrava-se numa das pontas do cabelo de Uzumaki Naruto.

— Eu sabia que você estaria aqui. — Uma voz feminina que o rosado facilmente reconheceu, e que continuou. — Custava aparecer em casa para dizer que retornou de viagem? —

O rosado abriu seus olhos por mais que não houvesse a necessidade. E observou a garota que aproximava-se dele com os braços cruzados abaixo dos seios. Era Yamanaka Misa que usava uma camisa de malha de aço de manga longa — abaixo dos cotovelos — com uma jaqueta púrpura curtíssima — abaixo dos seios — com luvas pretas, uma saia púrpura e meia calça escura aberta nos dedos assim como as sandálias escuras. Rin sorriu pelo canto dos lábios e estava para se levantar quando a garota parou ao seu lado, mas não viu necessidade quando ela se sentou em seu colo.

— Eu apareceria um pouco mais tarde, ou em algum momento para surpreendê-la e fazer pensar que sou um excelente namorado. — O rosado disse e ergueu a parte superior de seu corpo usando os cotovelos apoiados na rocha para isso. — Feliz aniversário. —

— Bom saber que em algum momento de hoje veria meu namorado. — Misa disse e sorriu pelo canto dos lábios enquanto passava os braços em volta do pescoço do rosado. — Se divertiu? —

— Não mesmo. — Rin respondeu, mas deu continuidade assim que observou os belos olhos azuis de sua namorado, ou o sorriso dela. — Era brincadeira. Eu passaria a tarde inteira com você assim que descansasse um pouco. A levaria para… —

— ...o Campo de Treinamento? — Misa perguntou enquanto o interrompia, mas antes que ele tivesse a oportunidade de perguntar a razão, ela aproximou um pouco mais seu rosto ao dele e usou um tom meloso. — Me levaria… para o campo de treinamento? —

O rosado não soube o porquê, mas sentiu suas bochechas e orelhas se esquentarem com aquela proximidade e o próprio tom de sua namorada. Ele sentiu um arrepio quando a mesma acariciou sua nuca com os dedos da mão direita. Ele continuou em silêncio e separando seus lábios pouco a pouco quando a mesma aproximou-se mais dele.

— O que… o que está querendo? — Rin perguntou e engoliu em seco, mas continuou assim que pôs as mãos na barriga da Yamanaka. — Se está fazendo isso para me convencer para alguma coisa muito… —

— Vamos ao campo de treinamento. O mesmo que usou a alguns dias para o Hokage avaliá-lo. — Misa o interrompeu e afastou seu rosto ao dele sem ao menos tê-lo beijado como o mesmo deduzia que aconteceria, mas os braços dela continuaram em volta do pescoço dele enquanto a mesma dava continuidade. — Quero testá-lo com minha força, mas com benefícios caso o vença. —

— Que benefícios? — Rin perguntou.

— Lá você descobre. — Misa disse e saiu do colo do namorado, então cruzou os braços abaixo dos seios e o observou ainda no chão de pedra. — Para que saiba: Vou usar toda minha força. Então, não quero que se contenha. —

Rin continuou em silêncio. "Que droga está acontecendo? Porque está querendo me enfrentar? Será que fiz alguma coisa de errado? Ah, que saco…" pensou o rosado que voltou a deitar-se e cobriu seus olhos com o antebraço esquerdo, mas acabou suspirando profundamente e sentando-se, então levantou-se e pôs a mão direita no bolso da calça escura e estendia sua mão esquerda para a garota, convidando-a a segurá-la.

— Usará toda sua força? — Misa perguntou assim que olhou para a mão esquerda de seu namorado.

— Posso saber antes o porque está querendo isso? — Rin perguntou também e continuou sua mão estendida, mas fechando-a um pouco. — Está chateada com minha ausência e quer me dar uma lição? Acho que outra sessão de perguntas e respostas da sua turma… —

— Quero saber se meu treinamento valeu a pena, se estou no mesmo nível que você, mas o resto é surpresa. — Misa interrompeu o comentário do rosado, mas deu continuidade assim que aumentou seu sorriso e um rubor chegou em suas bochechas. — Só vou contar na festa do meu aniversário. —

— Não pode contar mais nada? — Rin perguntou, mas continuou assim que levou a mão direita ao cabelo e o coçou. — Aceito essa ideia de testarmos nossas forças, mas parece um pouco idiota sem todos os segredos. —

Misa percebeu uma coisa: Não importava o quanto tentasse com charme e mistério, não convenceria o rosado até que o mesmo tivesse suas respostas. Ela suspirou e desviou um pouco seu rosto, desta maneira observando a bela paisagem que o Monumento dos Hokage oferecia, mas acabou retornando sua atenção para o rosado que continuava com a mão estendida para ela, por isso a loira sentou-se no chão de pedra e abraçou as pernas. Rin sentiu-se um pouco mais aliviado, mas ainda curioso, por isso que sentou-se ao lado dela.

— Então? — Rin perguntou.

— Tirei esses seis dias para pensar um pouco… — Misa disse, mas continuou assim que ajeitou uma mecha do cabelo para trás da orelha esquerda. — ...em nós. E não quero que a distância seja o primeiro e último problema do nosso relacionamento. Não quero dar fim a "nós" por causa dessa distância que estaria nos separando… —

— Misa, eu… — Rin começou a falar, mas não teve a chance de concluir.

— ...me deixe falar. — Misa disse e levou sua mão direita para a boca do rosado, assim impedindo-o de falar e dando continuidade. — Sei que haverá problemas se continuássemos esse namoro à distância. E já os citei na última conversa que tivemos aqui, mas para "nós"... queria ser um pouco egoísta. Quero acompanhá-lo em suas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Quero ficar ao seu lado em todos os momentos, desde os mais altos aos mais baixos. —

Enquanto a Yamanaka dizia aquelas palavras com toda sinceridade de seu coração, a mesma afundou o rosto no abdômen do rosado e permitiu que lágrimas escorressem de seus olhos azuis e marejados, removendo enfim sua mão da boca do rosado que levou suas mãos para as costas dela, assim abraçando-a e confortando-a, então soltando um riso solitário. E então… começou a gargalhar animadamente ao ponto de chorar, sequer parando quando a Yamanaka o encarou com curiosidade ou quando a mesma lhe acertou um soco no ombro direito.

— O que há de tão engraçado? Meus sentimentos são… — Misa não concluiu seu comentário.

Num segundo os dois não estavam mais no Monumento dos Hokage, mas sentados numa cama. Na única cama do quarto de Rin que conseguia parar de rir, mas continuou abraçando-a com todo carinho que poderia fornecê-la. O rosado olhou de relance para a porta fechada de seu quarto, mas voltou sua atenção para a Yamanaka que não entendia ainda porque foram parar naquele quarto. O rosado a jogou para o lado, deixando-a em sua cama e deitada de barriga para cima, então ele saiu do colchão e levou a mão direita ao cabelo, coçando-o por algumas vezes enquanto seguia para a única mesa que havia em seu quarto.

— Você estragou seu presente de aniversário. — O rosado disse e cruzou os braços enquanto sentava-se na mesa de madeira e olhava para a Yamanaka ainda na sua cama. — Minha ideia era fazer um excelente discurso na frente de todos, mas você… sempre adiantada, né? —

— Do que você está falando? — A Yamanaka perguntou e usou o antebraço para secar algumas lágrimas que escorriam de seus olhos.

— Hm… — O rosado murmurou.

Ele olhou para o lado. E ali, entre alguns livros que envolviam o clã Uchiha, havia uma caixinha larga e escura que ainda estava fechada. Ele a pegou e aproximou-se da cama no momento em que a Yamanaka tentou sair. Então se ajoelhou de frente para a garota e removeu a tampa da caixinha, assim revelando o interior da caixinha preta. Era um anel dourado com uma pedra preciosa — safira. O rosado sorriu pelo canto dos lábios enquanto suas bochechas começaram a esquentar violentamente, da mesma forma que a Yamanaka cobriu a boca com as duas mãos e mais lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

— ...é disso que tô falando. — O rosado respondeu enfim ao comentário da loira, mas deu continuidade assim que baixou um pouco a cabeça. — Minha ideia era de começar um discurso comovente exaltando suas qualidades. Então pedir sua mão, mas você tem que… —

O rosado não concluiu seu comentário. E isso só aconteceu porque a Yamanaka pulou sobre ele, desta forma derrubando-o no assoalho de seu quarto e abraçando-o. Ele olhou para a garota que retornou a ficar por cima dele chorando, mas chorando por causa da felicidade que sentia. E carinhosamente passou a mão direita pelas costas da loira, acariciando-a. E olhou de relance para a mão esquerda que segurava ainda a caixinha com aquele anel com a pedra de safira, mas depois voltou sua atenção para a garota que sentou-se em seu colo e escondeu o rosto com as duas mãos, mas ainda soluçava.

— Você… hic… me deixou… hic… falar tudo aquilo… hic hic… quando tinha isso daqui… hic… guardado? — Misa perguntou em meio aos soluços.

— É… — Rin respondeu. Ele sorriu pelo canto dos lábios e levou a mão direita à barriga da garota, acariciando-a e subindo um pouco. — ...e você arruinou um excelente pedido. Tudo porque queria arrumar confusão, mas deixe-me dizer uma coisa. —

— Vai… hic… dizer que… hic hic… me ama? — A Yamanaka perguntou e removeu as mãos de frente do rosto e mostrou os olhos avermelhados e inchados de tanto chorar.

— Não. Eu acho que não tem necessidade… — Rin disse e depressa usou o antebraço direito para proteger o rosto de um soco, então soltou um risinho. — Brincadeira, brincadeira… —

— Idi… hic… ota. — A Yamanaka disse enquanto soluçava.

— O que ia dizer… — Rin disse enquanto levava sua mão direita ao pescoço da Yamanaka, então continuou. — ...tenho muitas habilidades mesmo, mas minha especialidade é o Iryō Ninjutsu. Você também possui suas incríveis habilidades, mas são diferentes das minhas. Muito em breve podemos fazer esse combate, mas só para decidir quem lavará os pratos em casa. — E novamente usou o antebraço para proteger-se de um soco.

— Foi brincadeira? — Misa perguntou.

— Não. — Rin respondeu com um leve ânimo e voltando sua atenção para a caixinha ainda na mão esquerda e tirando a mão direita do pescoço da Yamanaka enquanto conseguia se sentar. — Deixe-me dizer algumas das coisas que diria em sua festa de aniversário. Desde quando a salvei daquele lobo que meus sentimentos começaram a se desenvolver por você. E não preciso ter um Doujutsu incrível para ver que você não precisa mais da minha ajuda. Você me ajudou quando estive num momento muito baixo da minha vida. Você foi a luz que me guiou para longe daquela escuridão. E será por muito tempo a luz que me guiará para impedir que me perca na escuridão, mas essa não é sua única função. Você não é só um guia luminoso… —

A Yamanaka não permitiu que ele continuasse com os eventuais elogios. Ela levou as mãos gentis para as bochechas do rosado e aproximou seu rosto ao dele, então selou seus lábios. O beijo como de costume era carinhoso e amável e ambos lentamente fecham seus olhos, assim aproveitando o momento que compartilhavam no cômodo. E uma lágrima solitária escorreu pelo olho direito da garota por conta da felicidade que sentia. Misa levantou um pouco seu rosto, mas não foi problema para o rosado que levou seus lábios ao pescoço da Yamanaka e estava para mordê-la, beijá-la, mas não aconteceu. Isso porque a garota levou o indicador para os lábios do rosado que a olhou com dúvida.

— Deixará marcas. E as pessoas verão em meu aniversário. — Misa disse e sorriu pelo canto dos lábios, mas continuou assim que sua atenção se voltou para o anel ainda na caixinha. — Então, o que acontecerá agora? —

— Você poderá se chamar do jeito que quiser. Quero dizer… pode manter o "Yamanaka" se quiser, mas também pode ter "Uchiha" ou "Katsuryoku". — Rin respondeu, mas deu continuidade antes que a loira tivesse a chance de dizer alguma coisa. — Uchiha-Katsuryoku Misa também funciona, mas novamente… cabe a você decidir. E quanto ao casamento… temos a opção de fazer uma cerimônia grande com todo mundo que conhecemos, ou nem precisamos de uma cerimônia. —

O rosado parou de falar no momento em que a Yamanaka pôs novamente o indicador esquerdo em seus lábios. Um sorriso não escondia o ânimo da garota que levou a mão esquerda para a bochecha do rosado.

— Não era sobre isso que estava perguntando, mas é bom saber que tenho boas opções. — Misa sussurrou, mas deu continuidade assim que saiu de cima do rosado e sentou-se na cama. — Como faremos com nossas vidas. Estou trabalhando na Academia, mas… —

— ...eu te ensino o Hiraishin no Jutsu. As viagens da casa para o trabalho, e vice-versa, serão rápidas. — O rosado respondeu e olhou para a caixinha com o anel dourado com a pedra preciosa, depois voltou sua atenção para Yamanaka. — Posso aceitar essas perguntas como "Sim. Eu aceito me casar com você"? —

Misa ficou em silêncio, mas só por ter percebido que ainda não tinha dado a ele uma resposta, por essa razão aproveitou quando ele sentou-se ao seu lado e pegou o anel dourado de dentro da caixinha, mas não o pôs em seu dedo anelar da mão esquerda de início. Isso porque observou uma transcrição no objeto, por isso voltou sua atenção para o rosado.

— Para não me preocupar com você. Essa é a marcação do meu Hiraishin no Jutsu, então… — Rin não concluiu seu comentário.

A Yamanaka pôs o anel e depois olhou para o rosado, então encostou seu ombro direito ao esquerdo dele e observou quando ele estendeu-lhe a mão esquerda para ela, então a mesma pôs a mão direita em cima da mão dele e ambos as entrelaçaram. E os dois ficaram em silêncio por alguns segundos apenas aproveitando a companhia um do outro.

— Como é a casa que está sendo construída? — A Yamanaka quebrou o silêncio, mas acabou se corrigindo antes que o rosado a respondesse. — A nossa casa. Como ela é? —

— Grande. — Rin respondeu, mas se corrigiu quando sentiu sua mão esquerda sendo apertada um pouco. — Não tenho como saber disso por enquanto, mas quero torná-la um lar cheio de boas recordações. —

A Yamanaka ficou em silêncio. E gostava da ideia de um lar com boas recordações num vilarejo tão pacífico. Ainda era uma ideia distante por conta da casa nem ter sido construída ainda, mas assim mesmo gostou de imediato dela. Misa suspirou.

— E você… continuará viajando por aí e ensinando o Iryō Ninjutsu? — A Yamanaka perguntou, mas deu continuidade assim que suavizou o entrelaçar de mãos. — Ou será médico de Konohagakure ou de Yattsuhoshi? —

— As duas coisas. Pretendo viajar para alguns países quando nossas vidas acalmarem na casa nova, mas pretendo ser ninja médico lá no vilarejo. Konohagakure já tem Sakura-sama como uma ninja médica talentosa. — O rosado respondeu, mas deu continuidade assim que jogou seu corpo no colchão e levantou os braços, desta maneira de espreguiçando. — Quero tornar a Rokujūshi bem conhecida e com muitos membros, então essas viagens são necessárias. —

— Você tem muitos planos para o futuro… — Misa disse e olhou para ele deitado, então deitou-se ao lado dele e o abraçou. — ...alguns planos envolvem… —

— ...hóspedes? — Rin disse a interrompendo, mas deu continuidade assim que passou o braço esquerdo em volta da cintura da loira. — Sim. Doro está morando em Amegakure e esperando um bebê, mas sim…. gostaria de recebê-la em nossa casa junto ao idiota do namorado dela. —

— Doro está grávida? — Misa perguntou um pouco surpresa e sentando-se na cama e observando-o. — Quando me contaria? —

— Como ela me considera o tio da criança e está querendo minha ajuda para o nascimento… acho que quando fôssemos para Amegakure que descobriria. — Rin respondeu, mas novamente usou o antebraço direito para proteger-se de um soco.

— Você faz de propósito, né? Conta as coisas essenciais por acidente ou de última hora. — Misa perguntou.

— Não é intencional. — O rosado respondeu com um pouco de ânimo, mas logo tornou seu olhar sério antes de dar continuidade. — Além disso… estas viagens vão servir para ter informações de Death e War, quem sabe até encontrá-los. —

A Yamanaka não disse nada a seguir. Ela sabia que o rosado estava atrás dos outros dois para terminar o que uma missão começou, por isso gostaria de ajudá-lo. O treinamento no Monte Myoboku era para deixá-la no mesmo nível de poder que ele, por isso imaginou que teria altas chances de sucesso se o acompanhasse.

— E eu estava animada ao pensar que iríamos lutar um contra o outro. — A Yamanaka disse e soltou um risinho bobo quando sentiu os lábios do rosado em seu pescoço. — Hahaha, vai dizer marca só para me atrapalhar? —

— Já que está tão interessada nisso… — O rosado disse com uma ligeira diversão e segurando um pouco mais firme a mão da garota. — ...podemos ver hoje quem fará umas coisas básicas. Como cozinhar e limpar os pratos. —

Antes que a Yamanaka lhe desse uma resposta… os dois desapareceram daquele quarto. E um pouco depois a porta foi mais aberta e dela passou Shiawase que olhava de um lado a outro no cômodo, mas não viu nada de diferente exceto por uma caixinha no chão e a cama levemente bagunçada. "Estou ficando louca? Ouvi uma risada daqui…" pensou a mulher que balançou a cabeça de um lado a outro, então fechou a porta do quarto e saiu. Ao mesmo tempo que isso acontecia, Misa e Rin já estavam no Campo de Treinamento que usaram para confrontar Uzumaki Naruto, os dois colocaram-se de pé e ficaram de frente para o outro, encarando-se, e lentamente erguem seus braços direitos com somente os dedos indicador e médios a mostra. Aquele era o selo de confronto — Tairitsu no In — que aprenderam a usar na academia. Os dois continuam se encarando por mais alguns segundos, até que…

— Kage Bunshin no Jutsu! — Misa disse após concluir o selo e assim criar três Kage Bunshin.

Rin olhou para dois Kage Bunshin que tomaram distância e esconderam-se na floresta que havia no Campo de Treinamento, mas retornou sua atenção para a Yamanaka e o outro Kage Bunshin que ficará para acompanhá-la. A Misa Original tentou acertá-lo com um soco, mas ele desviou ao mover-se para o lado, então abaixou-se para desviar de um chute que a Misa Clone tentou. Ele olhou para a Kage Bunshin que estalou a língua no momento que seu chute fracassou, então sorriu pelo canto dos lábios e pôs as mãos no chão, apoiando-se com elas e erguendo a parte inferior de seu corpo com a perna direita estendida, ou seja, um chute que seguiu para a Kage Bunshin que não conseguiu defender-se a tempo, por essa razão foi atingida e se afastou um pouco, mas não desapareceu já que o golpe não foi suficientemente forte para isso acontecer. O rosado olhou para a Misa Original que tomou distância e puxou seis shuriken e jogou todas em sua direção, mas o mesmo levantou uma das sobrancelhas — em dúvida — quando passam em volta dele.

— Você está ruim de… — Ele não concluiu seu comentário.

Isso porque ouviu o tilintar das shuriken atingirem umas às outras, ou seja, houveram ricochetes. Ele estava pronto para se proteger e tentou levantar o braço direito, mas não conseguiu. Fios amarraram seu corpo, então percebeu que os fios estavam ligados às shuriken, mas também com a Yamanaka que os mantinha em sua boca. E então fazia alguns selos — Cobra, Dragão, Coelho e Tigre.

— Katon: Ryūka no Jutsu! — Ela disse.

Fogo saiu de sua boca e se alastrou por aquelas cordas. O rosado sorriu pelo canto dos lábios, dando-se conta de que a namorada estava mesmo lutando a sério. Seus braços estavam presos ao corpo por conta das cordas, por essa razão não podia usar selos para tentar se proteger de alguma maneira, mas ainda tinha uma coisa que poderia fazer. E fez antes que o fogo chegasse nele. O rosado desapareceu num piscar de olhos, assim não sendo atingido por aquelas chamas, aparecendo ao lado da Kage Bunshin que chutou e surpreendendo-a. Ele aproveitou a surpresa dela para acertá-la com um soco na boca do estômago, depois outro um pouco acima, então girou seu corpo e tentou um chute no rosto, mas não conseguiu já que sua perna direita foi envolvida por…

— ...uma língua? — Rin disse e levantou uma das sobrancelhas, então sentiu um puxão. — Ah, merda… —

Aquela era a língua de Gamameru. O sapo acabara de ser invocado pela Misa Original que estava agachada e com a palma direita no gramado. O rosado não teve a chance de dizer mais nada, já que o sapo inclinou o corpo para trás, assim puxando o rosado em sua direção, mas a Yamanaka ficou no meio do caminho com a mão direita fechada em punho e tentou acertá-lo no rosto, mas o rosado protegeu-se pondo os antebraços à frente do rosto. E sentiu quando a língua desenrolou de sua perna, por isso aproveitou a proximidade com a Yamanaka para segurar-lhe o braço direito, girar em 180° e soltá-la. Misa só não foi jogada muito longe porque sua Kage Bunshin saltou e a agarrou. Rin retornou sua atenção para o anfíbio que coaxou enquanto seu corpo enchia, e então a língua saiu novamente e seguiu em direção ao rosado que a evitou movendo-se para o lado, no entanto olhou para uma árvore atrás dele que foi atingida e viu como o tronco se rachou com o ataque. "Vou ficar em apuros se for atingido" pensou o rosado.

— Você é bom. — Gamameru disse com a costumeira gentileza.

— Ah, obri… — Rin ficou em silêncio antes de concluir seu comentário. E olhou para o sapo que piscou um olho e depois o outro. — ...O SAPO FALA?! —

— Você é engraçado, Hahaha! — Gamameru disse, então gargalhou com ânimo antes de coaxar e disparar novamente sua língua.

O rosado desviou do segundo disparo e olhou novamente para o dano causado em outro tronco, então voltou sua atenção para o anfíbio que retrocede a língua e que não escondeu a surpresa. Isso porque os olhos esverdeados terminam de mudar para o Sharingan. O rosado sorriu pelo canto dos lábios e segurou a língua comprida com a mão esquerda quando o anfíbio tentou um terceiro ataque. E o sapo não escondeu a surpresa.

— Vem pra cá… — O rosado disse com animação.

Rin puxou Gamameru para perto de si com um puxão forte de sua comprida língua, desta forma fazendo com que o sapo fosse em sua direção. O rosado fechou sua mão direita em punho e rangeu seus dentes.

— SHANNARO, KUSO BAKA! — O rosado gritou com todo fôlego dos pulmões.

Ele acertou um soco na cabeça de Gamameru, com isso uma onda de impacto se espalhou por dez metros e o chão afundou por cinco metros. E o soco fez com que Gamameru fosse lançado para longe e seu corpo se chocasse com inúmeras árvores pelo caminho antes de finalmente parar quando colidiu-se com uma rocha. O rosado baixou sua cabeça um pouco, então abriu seu punho direito e olhou na direção em que estava a Misa Original com a Kage Bunshin. As duas pareciam preocupadas com o anfíbio no chão, mas sentiram-se aliviadas quando o sapo tossiu e pôs a mão esquerda na cabeça.

— Desculpa, Misa-san. Não sou um bom lutador… — O anfíbio disse com desânimo e ainda passando a mão grande em sua cabeça.

— Você foi bem, Gamameru. Muito obrigada! — Misa disse.

A Yamanaka acenou para o sapo que sorriu pelo canto dos lábios antes de desaparecer. A atenção do rosado mudou para a namorada e então semicerrou seus olhos ao reparar no que havia em sua palma direita. Era uma esfera azulada do tamanho de uma bexiga. O Kage Bunshin ajudava no desenvolvimento. "A técnica do Sétimo… o Rasengan" pensou e rangeu os dentes quando a loira disparou em sua direção para acertá-lo com aquilo, mas ele não deixaria que aquilo acontecesse. Ele depressa concluiu o selo do Tigre.

— Doton: Doryū Taiga! — O rosado disse, mas deu continuidade quando o chão ao seu lado tornou-se lamacento. — Doton: Doryūdan! — E ele não parou. — Katon: Karyudan! —

Uma cabeça de dragão se desenvolveu a partir da lama e disparou alguns projéteis na direção da Yamanaka. E a partir de certo momento esses projéteis eram combinados com a rajada flamejante disparada da boca do rosado. Aquela combinação tornava a técnica ainda mais poderosa do que era naturalmente. E o rosado não pareceu surpreso quando observou a Yamanaka desviando com uma boa agilidade dos projéteis ao mesmo tempo em que aproximava-se dele, mas em certo momento estendeu sua mão esquerda para o lado, assim a Kage Bunshin a agarrou e a jogou para cima pouco antes de ser atingida por um projétil, desta forma a Kage Bunshin foi atingida em seu lugar e desaparecendo em seguida. O rosado olhou para Misa caindo em sua direção com aquele Rasengan na mão direita. O rosado se agachou e levou as mãos ao gramado.

— Doton: Doryūheki! — Ele disse.

Ele criou uma grossa parede de terra — cinco metros de largura — que o protegeu do Rasengan, mas não pareceu surpreso quando viu rachaduras por aquela parede. "O poder dessa técnica é incrível" pensou o rosado que olhou para o lado direito no momento que viu um movimento, mas era só uma pedra. E então olhou para cima no momento que uma sombra passou por aquela parede de terra. Ele enxergou a Yamanaka saltando por cima dele e caindo logo atrás e rapidamente se levantando, então fechando seu punho direito e tentou acertá-lo com um sonho usando o punho esquerdo, mas o rosado se defendeu e segurou o pulso da loira, então a viu fechar o punho direito e levar para outra tentativa, mas ela obviamente não parecia preocupada e chateada pelo último ataque não ter dado certo. "Ela está copiando os movimentos que já me viu usando. Ela espera que eu segure o pulso direito e aí vai me dar uma cabeçada…" pensou e sorriu pelo canto dos lábios quando segurou o pulso direito da Yamanaka. "Vamos para a cabeçada" pensou novamente, mas acabou se enganando. Isso porque a Yamanaka agachou-se e depois pulou com as pernas ainda dobradas, então o acertou no abdômen com dois chutes. Ele soltou dos pulsos da garota no momento do impacto, além de obviamente ser afastado por alguns metros dela. E ele manteve-se agachado no chão com as mãos na área de impacto e tossindo um pouco.

— Ah, meu deus… — O rosado murmurou.

Ele prestou atenção na Yamanaka. E percebeu que de um segundo para o outro surgiram algumas mudanças. Seus olhos azuis se tornaram amarelos com as pupilas horizontais, além de um sombreamento alaranjado em volta dos olhos. Ele estava para dizer alguma coisa, mas então a viu se aproximar para acertá-lo com um soco. Ele sorriu pelo canto dos lábios e se levantou e então esperou até o momento ideal para desviar do ataque. Seu plano era desviar e segurar o braço de Misa e jogá-la para longe, mas aquilo não deu certo. Isso porque no momento que desviou — e soube que tinha desviado — ele foi atingido por uma força invisível no lado esquerdo de seu rosto, assim se afastando um pouco e levando a mão esquerda para onde foi atingido.

— O que foi isso? — O rosado perguntou.

— O estilo de luta dos sapos. — Misa respondeu e sorriu pelo canto dos lábios, então levantou os braços e se espreguiçou. — Esse é o Sennin Mode. —

— E como não vi o ataque mesmo com o Sharingan? — Rin voltou a perguntar.

— É um pouco difícil de explicar, mas você tem que treinar o Senjutsu para ver. É como uma extensão do meu corpo. — A Yamanaka contou e abaixou seus braços antes de dar continuidade. — Você não era o único que estava aprendendo por aí, querido. —

— Você é muito incrível… — Rin comentou e sorriu pelo canto dos lábios, mas levou o punho direito para a palma esquerda.

— Kuchiyose no Jutsu! — Misa disse assim que levou a mão direita ao chão com o polegar sangrando.

Um símbolo de invocação surgiu no exato lugar em que ela pôs sua mão direita. E com isso um sapo verde musgo de olhos azuis com protetores nos braços e uma armadura no peitoril, além de duas foices em suas costas. O sapo era consideravelmente maior do que o anterior.

— O que está querendo? — Gamarito perguntou e levou as mãos para os cabos de foices em suas costas, então olhou para o rosado e sorriu pelo canto dos lábios. — Tenho que dividi-lo em quantas partes? —

— Hã? — Rin disse.

"Eu posso lidar com isso. Aguentei Musashi por algum tempo. Um sapo com duas foices não é nada, além disso… tenho o Hiraishin no Jutsu que está no anel dela" o rosado pensou e engoliu em seco enquanto olhava para o anel com a safira no dedo da Yamanaka que levou seu punho esquerdo agora a cabeça do anfíbio, acertando-o e depois levando a mão para a cintura ao mesmo tempo que usava o indicador da mão direita para apontar para o rosado.

— Acha mesmo que estou querendo que fatie meu namorado, Gamarito? — Misa perguntou, mas deu continuidade antes que o anfíbio pudesse respondê-la. — Óleo. Eu quero óleo. —

— E eu estava louco para cortar esse moleque por ter machucado o Gamameru. — Gamarito murmurou.

O rosado percebeu que alguma coisa aconteceria, por essa razão que tomou distância. E observou quando o sapo liberou uma rajada de óleo de sua boca — Gamayudan — assim como viu quando a Yamanaka concluiu um selo e liberou uma rajada flamejante da boca — Katon: Endan.

— Katon: Gamayu Endan! — Disseram em uníssono.

O rosado observou com surpresa. Uma técnica qualquer como Endan tornou-se mais poderosa. E aquele poderoso ataque combinado seguia em sua direção. Ele respirou fundo e concluiu depressa alguns selos — Tigre, Boi, Tigre, Rato — e assim liberou da boca um poderoso jato de água — Suiton: Suidan no Jutsu — que colidiu-se com o Katon: Gamayu Endan. "Eu nunca imaginei que teria de usar essa técnica" pensou o rosado enquanto olhava para as técnicas que igualaram-se em questão de força. E então… um nevoeiro espalhou-se pelo ambiente. Graças ao aumento da habilidade sensorial, Misa sabia onde o rosado estava, ou melhor…

— Desvie! — A Yamanaka disse.

— Eu já sei! — Gamarito disse também.

Em meio a neblina… dez bolas de fogo — Katon: Goenka — enquanto o rosado estava entre elas e mantendo o Sharingan ativado. "A Misa tem resistência a Genjutsu, mas esse sapo não tenho a mínima ideia…" pensou e pôde enxergar o sapo naquela neblina e utilizou um Genjutsu no momento certo, desta forma paralisando-o. Algumas bolas de fogo acertam o sapo e o mesmo ainda recebe uma voadora do rosado que o usou para tomar mais distância enquanto algumas bolas de fogo terminavam de cair e destruir o chão. Quando o nevoeiro cessou, Misa estava afastada e em segurança para alívio do rosado que sorriu pelo canto dos lábios. Rin não precisou olhar para trás para saber que a invocação do anfíbio terminará.

— Só nós dois. — O rosado disse.

— Ah… — Misa ofegou, então continuou assim que concluiu um selo. — ...Kage Bunshin no Jutsu. —

O rosado observou quando a loira criou outros dois Kage Bunshin. E estendeu sua mão direita para os dois e lentamente o Rasengan começou a ser formado, mas então… houveram mudanças. O Rasengan tornou-se vermelho e vapor saiu dele e lentamente queimava a ponta dos dedos da Yamanaka e a palma dela, mas parecia que a garota estava acostumada com aquela dor inicial. Aquela era sua técnica incompleta. Os dois Bunshin adicionais vieram a desaparecer depois de terem ajudado na criação da técnica.

— Katon: Rasengan. — Misa disse.

— Chega… — Rin disse, então levantou seus braços e seus olhos voltam ao tom esverdeado de sempre. — ...eu desisto. —

— O que? Porquê?! — Misa perguntou.

— Você está se machucando usando essa técnica. E não acho que valha a pena continuarmos sendo que isso te machuca para usar. — O rosado respondeu e levou as mãos para os bolsos e suspirou antes de dar continuidade. — Eu perdi, então as refeições e louças serão minha responsabilidade. —

— Você está falando sério? — Misa perguntou.

Nesse meio tempo o Katon: Rasengan se desfez numa brisa quente e aconchegante. A Yamanaka continuou olhando para o rosado que aproximou-se dela e passou uma das mãos por sua cintura, puxando-a para perto de si. E ela pôs as mãos nos ombros dele, assim enxergando o olhar sério dele. E ela engoliu em seco enquanto sentia a queimadura da mão direita desaparecer quando a mão disponível dele a segurou gentilmente.

— Muito sério. — Rin respondeu convicto.

A Yamanaka ficou em silêncio, mas absorta nos olhos esverdeados e sérios do rosado, assim como sentindo a mão esquerda dele em sua cintura enquanto ele entrelaçou sua mão esquerda com a direita dela. A Yamanaka ignorou completamente o vento que mexeu as gramas e as folhas das árvores. Ela só engoliu em seco sentindo suas bochechas se esquentarem com sutileza. Ela já vira o rosado em modo sério, mas aquele era um tipo muito diferente de seriedade. Ele estava preocupado com ela.

— Rin, eu… — Misa tentou dizer alguma coisa, mas não foi a única a dizer.

— ...eu te amo. — Os dois disseram em uníssono. Os dois se surpreendem e sorriem um para o outro.

Os dois afastaram-se um pouco. E entrelaçam os dedos médios e indicadores — Wakai no In — como aprenderam na academia. Ao fim, o rosado levou as mãos aos bolsos da calça e bocejou preguiçosamente, ao mesmo tempo a Yamanaka segurou-o pelo braço direito e recostou-se nele.

— Onde vamos agora? Está pensando em comprar algum presente por ser meu aniversário? — A Yamanaka perguntou com divertimento.

— Já te dei uma aliança. Não é o bastante? — Rin perguntou, mas deu continuidade quando o silêncio da garota serviu como resposta. — Misa. Está falando sério? —

Misa continuou em silêncio, mas não por muito tempo. Ela aproximou seu rosto um pouco mais dele, separou um pouco seus lábios e então… o beijou. E os dois pararam de caminhar enquanto o afetuoso beijo acontecia.

— Claro que estou brincando. Uma vida ao seu lado já é o melhor presente… — Misa sussurrou antes de retornar ao beijo.

E o beijo continuou. Os dois aproveitavam-no ao máximo, mas sem aquele indício de malícia, apenas o sentimento de afeto se fez presente. Apesar de ainda ter fôlego, Rin se separou primeiro, mas só por ouvirem uma tosse seca como se uma pessoa fizesse questão que os dois soubessem que não estavam a sós. Ele olhou para um garoto consideravelmente menor do que a Yamanaka ao seu lado e que carregava duas adagas; uma em cada mão; e tinha um olhar bem agressivo.

— Você deve ser… — Rin não concluiu seu comentário.

— ...o pai tá chamando. É pra dizer que você está aos amassos com seu namorado? — Miura perguntou com desinteresse, mas sua voz era carregada de raiva.

— Oi, você deve ser… — Rin novamente não concluiu seu comentário.

— ...eu sei quem sou. E sei quem você é. E olha só? Não me interessa. — Miura disse depois de olhar agressivo para o rosado, então voltou sua atenção para a garota. — Então?! —

— Controle-se… — Misa disse para o irmão mais novo, então olhou para o rosado ao seu lado. — ...está na minha hora. Você estará na festa, né? — A Yamanaka perguntou.

"Eu só queria ser gentil" pensou o rosado que desviou sua atenção do garoto baixo para a idade para a garota ao seu lado que aguardava por uma resposta. Ele balançou sua cabeça, assim confirmando a pergunta da Yamanaka e vendo-a soltar-se de si para aproximar-se do outro loiro que resmungava algo sobre "Romance nojento, nem fodendo que vou guardar vela aqui…" e outras coisas que o rosado não fez questão de ouvir, mas quase gargalhou quando Misa levou sua mão direita para a parte de trás da cabeça do irmão, acertando-o com a palma e com um violento golpe que fez com que ele tremesse de ódio enquanto a encarava. Os dois saíram discutindo sobre alguma coisa, mas Rin não se interessou e apenas sentou-se no gramado antes de desaparecer completamente do Campo de Treinamento. Ele estava de volta a sua casa, mas não em seu quarto. Estava no sofá e o aparecimento repentino assustou até mesmo Shiawase que dera um salto quando carregava uma xícara de chá esvaziada por sua sede. O rosado pegou a xícara antes da mesma se quebrar e entregou para a mãe que levava a mão direita ao peito, assim sentindo o peito disparado.

— O que foi isso? — Shiawase perguntou e olhou para o assento que até segundos atrás estava vazio. — Quando você voltou? —

— Ah, nada demais. E retornei de viagem um pouco mais cedo. — Rin respondeu a pergunta de sua mãe, mas deu continuidade assim que voltou a sentar-se no sofá. — Eu preciso de um… —

— ...banho. — Shiawase disse ao sentir o cheiro do rosado, então continuou enquanto olhava para a xícara em sua mão. — Foi você quem riu mais cedo em seu quarto? —

— Ah, não. Foi a Misa. — Rin respondeu enquanto seguia para o corredor que levaria ao segundo andar.

— A Misa? O que estavam fazendo no quarto? — Shiawase perguntou. E haviam tantas outras perguntas a serem feitas. Um bom exemplo era de como desapareceram do quarto, ou como foram lá considerando que na hora ela sabia que estava sozinha.

— Conversando. Pedindo ela em casamento. Não fizemos nada do que possa estar pensando, mãe. — Rin respondeu.

E ele seguiu depressa para o quarto. Shiawase ficou em silêncio por alguns segundos, assimilando a pouquíssima informação recebida. Ela olhou para o acesso que dava ao corredor enquanto segurava com um pouco de força a xícara, correu para o corredor e encheu seus pulmões de ar o máximo que pôde, mas antes que fazer o que se imaginava… suspirou e olhou para a cômoda com uma foto de Akami e algumas velas.

— Estou certa de que não adiantaria em nada? Se ele já pôs isso na cabeça… — Shiawase conversava sozinha enquanto prestava atenção na foto de Akami, assim sentando-se no sofá e suspirando novamente. — ...você está fazendo falta. Com certeza diria alguma coisa para ele nessa ocasião. —

[ ۝ ]

A casa de Yamanaka Misa era grande, mas seu jardim estava num nível completamente diferente. Como seus pais eram da ANBU e tinham boas posições, o dinheiro foi gasto pensando em espaço, por essa razão que fora construída numa área mais nobre de Konoha. E o jardim, além de bem esverdeado e florido, era iluminado por postes com posicionamentos estratégicos. Naquela noite seria comemorado o 18° aniversário de Yamanaka Misa, por essa razão havia mesas recheadas de doces e salgados e bebidas — até mesmo alcoólicas. As pessoas conversavam alegremente sobre inúmeros assuntos, mas aquele não era o único som da noite. Algumas pessoas — muito bem posicionadas — tocaram violinos como foram pagos a fazerem. E dava-se para contar com mais de quarenta pessoas na festa. O rosado encontrava-se no galho alto de uma árvore, de braços cruzados e apenas observando o movimento.

Naquela ocasião, Rin vestia um terno vinho — quase confundido com rosa — com uma camisa social de manga longa com uma gravata vinho na gola bem dobrada, assim como também usava uma calça social vinho — igualmente confundível com rosa — e sapatos escuros. Além disso, seu cabelo estava preso por um rabo de cavalo. "Akami com certeza ficaria desconfortável com esse número de pessoas…" pensou o rosado que sorriu enquanto desviava sua atenção para uma mesa de salgadinhos, assim aumentando mais seu sorriso enquanto reparava numa garota de longos cabelos loiros e vestida de qualquer jeito — mas ainda parecia muito elegante — enquanto estava agachada atrás de uma dessas mesas e roubando um ou outro salgadinho depois de erguer um pouco sua cabeça para saber se alguém a veria. Ele a reconheceu como Yamanaka Miya, irmã mais nova de sua namorada. Ele deixou o galho que estava sentado e pôs as mãos nos bolsos da calça, então se aproximou da mesa e sorriu um pouco mais quando a garota se assustou quando percebeu que ele a enxergava.

— Eu faria a mesma coisa. — Rin sussurrou e piscou o olho direito para a garota. — Não vou contar para ninguém se me disser onde está a Misa. —

Miya ficou em silêncio. Ela reconheceu o rosado que conversava com ela por conta das inúmeras conversas que sua irmã mais velha tinha com ela. Até mesmo das breves ameaças que Miura fazia caso o encontrasse. A garota observou o mesmo enchendo um copo com um suco de melancia, mas depois mostrou a mão direita para ele enquanto segurava um salgadinho, mas deixou o indicador apontando para uma direção.

— Ali. — Miya disse com desinteresse.

O rosado olhou na direção que a garota apontou. E seu queixo caiu ao observar sua namorada enfim aparecendo na festa com encanto. A Yamanaka vestia um qipao azul claro que ia até os calcanhares com abertura que ia até sua coxa esquerda, desta forma deixando o vestido ainda mais elegante, assim como deixava Misa mais atraente, além disso calçava sapatilhas da mesma cor que o qipao e uma fita vermelha enrolada no calcanhar esquerdo. Os olhos dela estavam entreabertos, e a Yamanaka não precisava de maquiagem para parecer bonita ou esconder falhas. Ela já era bonita naturalmente e não tinha uma única falha. Além disso… o anel dourado com uma pedra de safira em seu anelar esquerdo informava que já estava compromissada.

E ela não estava sozinha. Logo atrás dela estava um homem esguio de cabelos compridos ônix até a cintura e de olhos castanhos com uma mecha longa em seu rosto. Ele usava um terno preto com uma camisa social preta com uma gravata vermelha e calça escura e sapatos escuros. Aquele era o pai de sua namorada. Um membro da ANBU, mas muito associado à equipe de interrogatório de Konoha. Yamanaka Usugurai mantinha as mãos enluvadas nos bolsos de sua calça quando parou de andar e olhou na direção do rosado que conversava com sua filha mais nova. Os dois fizeram uma breve troca de olhares, mas o rosado entendeu depressa que aquele homem já sabia a respeito do anel de noivado no dedo de sua filha mais velha. E ele ativou o Sharingan no momento que Miura apareceu ao lado de Usurugai, desta forma pode entender o que conversavam mesmo a distância.

— Eu posso matá-lo? — Miura perguntou com um sorriso amigável que ele jamais demonstraria em qualquer ocasião. Sua aura transmitia uma boa sensação.

— Pode. — Usugurai respondeu com o mesmo sorriso amigável.

Rin ficou em silêncio, mas levou a mão direita para perto da boca, desta forma não gargalhou quando uma mulher charmosa e usando as vestimentas da ANBU surgiu atrás deles e levou as mãos para o cabelo de cada um deles, então começou a puxá-los e afastá-los. Miya comia outro salgadinho.

— Mamãe gosta de você. — Ela disse.

— E você gosta de mim? — Rin perguntou e voltou sua atenção para a mais jovem enquanto seus olhos voltaram ao tom esverdeado costumeiro.

— Tanto faz. — Miya disse e agitou seus ombros antes de pegar outro salgadinho, mas deu continuidade antes de levá-lo a boca. — Papai não gosta de você. Ouvi dizer que ele quer revirar sua mente para saber suas intenções com minha irmã. —

O rosado não escutou muito além do "Papai não gosta de você", isso porque estava concentrado em Misa que parava de caminhar e levantará a cabeça, assim mostrando um pouco do pescoço que ele a tanto deixou marcas. Ele deixou que a mais jovem falasse sozinha ou comesse os salgadinhos em paz, aproximou-se da namorada e levou a mão direita à frente do corpo enquanto a esquerda ficava nas costas com os cotovelos dobrados, olhando-a e sorrindo pelo canto dos lábios. Misa sorriu pelo canto dos lábios e levou sua mão esquerda para a direita dele, então foi puxada gentilmente para perto dele enquanto os violinos emitem uma canção suave e até romântica.

— Sabe dançar? — A Yamanaka sussurrou e olhou em volta discretamente, mas retornou sua atenção para os olhos esverdeados gentis.

— Não mesmo. — Rin respondeu, mas continuou assim que sorriu pelo canto dos lábios e seus olhos esverdeados se tornaram vermelhos. — Não acho que haja dançarinos no clã Uchiha, mas uma dança é quase uma batalha. Então, me dê algumas chances. —

— Você tem todas as chances. Não vou rir por não saber dançar. Eu só aprendi alguns movimentos porque papai insistiu que queria dançar comigo. — A Yamanaka sussurrou.

— E seu pai está ocupado com sua mãe. E Miura também. E aparentemente Miya não quer dançar, então… — O rosado aproximou seus lábios do ouvido da garota, então deu continuidade. — ...sou sua única oportunidade de se mostrar para essas pessoas. —

"Ela tem o ritmo. E eu tenho o Sharingan" pensou enquanto a música romântica tornou-se mais alta. Quase como se os violinistas quisessem que os dois dançassem para aquelas pessoas. E assim os dois obedeceram a melodia. O rosado pôs a mão direita na cintura da loira que pôs o braço esquerdo em suas costas, então começaram a rodopiar e levantaram os braços disponíveis com um bom trabalho de pés. Seus movimentos eram bem sincronizados. Os dois olharam nos olhos um do outro e enxergaram contentamento e diversão e amor nos olhos azuis e esverdeados. Eles ignoraram por completo as pessoas à volta, mas mantiveram-se atentos apenas na melodia tocada. Em certo momento, os dois afastaram-se, mas mantiveram-se ligados por suas mãos; Rin à direita e Misa à esquerda; enquanto os braços disponíveis estavam levantados.

— Agora… — Misa sussurrou.

O rosado não precisou de muito para entender, então rodopiou a loira ao fazê-la levantar o braço esquerdo, girando-a graciosamente e levando a mão disponível para as costas dela e assim dançam ao ritmo da música; uma romântica valsa ao som de violinos.

— O Sharingan tem suas vantagens… — Misa sussurrou um pouco ofegante.

— Não posso discordar. — Rin sussurrou enquanto suor começava a escorrer de seu rosto. Aquilo era bem diferente de um confronto.

Os dois giram pelo gramado esverdeado. Eles se olham com animação. O rosado levantou o braço direito acima da cabeça da garota enquanto segurava-lhe a mão esquerda dela, então girou-a algumas vezes até parar. Os dois em certo momento seguram a mão um do outro e encerram a dança ao estenderem os braços disponíveis, visivelmente ofegantes e extasiados, então reparam que outros casais tomaram coragem para dançarem por uma ou duas músicas. A atenção do rosado desviou-se para o lado direito no momento que Usurugai apareceu ao seu lado e o encarou com aquela seriedade momentânea, mas voltou seus olhos para a Yamanaka que o acompanhava.

— Posso ter uma dança com a minha garota? — Usugurai pediu.

O rosado não pensou duas vezes. Ele precisava descansar um pouco, por essa razão que concordou e balançou sua cabeça, desta forma concordando com a pergunta do moreno e afastando-se, mas olhando para Misa que parecia animada ainda por conta da primeira dança.

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O rosado não dançou com mais ninguém… e houveram convites depois da demonstração, mas ele só queria dançar com uma pessoa. Ele naquele momento estava no terceiro quarto copo de suco e deixou a mão livre no bolso da calça, mas continuava olhando para sua garota que enfim termina de dançar com outra pessoa que a convidou. Ele olhou para o vestido elegante que a garota usava e engoliu em seco enquanto suas bochechas ardiam com suavidade, então terminou de beber o conteúdo do copo e aproximou-se da Yamanaka que o olhou e sorriu. E ele a puxou para perto da árvore que o mesmo estivera antes de ir conversar com Miya.

— O que foi? Algum problema? — Misa perguntou.

— Nenhum problema… — Rin disse, mas deu continuidade enquanto levava a mão direita para a cintura da garota e aproximava-a dele. — Vamos sair daqui? Você está deslumbrante, amor. Além disso… —

— Além disso? — Misa perguntou.

— ...quero rasgar esse vestido. — Rin disse com um tom sério, mas malícia nas entrelinhas que fez questão da garota entender.

A Yamanaka ficou em silêncio, mas não se surpreendeu com o pedido dele. Tinham feito a mesma coisa no aniversário dele, desde então não fizeram mais aquilo, mas obviamente sentiam vontade daquele toque carnal. Ela balançou sua cabeça, desta forma concordando com o pedido dele. E no momento seguinte não estavam mais naquele jardim a céu aberto de uma bela casa, mas no corredor de entrada da casa Katsuryoku.