— Me diverti bastante com suas palavras naquela transmissão. — Ashram disse e levou os braços para suas costas e entrelaçou as mãos antes de dar continuidade. — Mas você estava redondamente enganado sobre alguns detalhes.

— Que detalhes? — Rin perguntou.

— Que os habitantes de Amegakure estão acorrentados por seus pescoços. Essas pessoas possuem o livre arbítrio para fazerem o que quiserem. — Ashram disse.

— Então você mata algum familiar se não gostar do que essa pessoa fez. — Rin declarou e fechou suas mãos em punhos e usou um pouco de força.

— Não é a sua vez de falar, mas novamente está enganado. Isso é um péssimo hábito dos mais jovens, sabe? Vocês interrompem os mais velhos e acham que estão certos, mas na realidade se enganam. — Ashram disse e balançou sua cabeça de um lado a outro como se estivesse decepcionado, mas deu continuidade. — Eu não mato por não gostar do que a pessoa fez, mato para que as pessoas sigam as regras. Há regras para se viver numa sociedade justa. —

— As suas regras. — Tsuyu disse ríspido.

— Um pouco óbvio. Não é mesmo? — Ashram disse e se virou, desta forma ficando de frente para os dois e sorrindo enquanto inclinava o rosto para o lado direito. — Os "Kages" impõem regras em suas aldeias, os Daimyos impõem regras em seus países. Amegakure teve um bom desenvolvimento todos esses anos. E sabe o porquê? —

Rin se agachou e levou os braços aos seus joelhos, mantendo sua atenção no homem consideravelmente mais velho. O movimento de seu corpo foi observado por Tsuyu que não o entendeu, mas não o questionou imaginando que o rosado teria algum plano em mente. "Agora é o momento que há um monólogo do vilão como naqueles filmes chatos? Vou aproveitar para descansar um pouco" pensou o rosado que sorriu pelo canto dos lábios.

— Porque? — Rin perguntou mesmo já imaginando a resposta.

— Porque estou no comando dela a mais tempo que qualquer outro. Porque sei onde mexer para que as coisas andem da maneira correta. — Ashram disse.

— A sua maneira não é a correta. A sua maneira é errada e causa medo nas pessoas. — Tsuyu disse ríspido.

Ashram ficou em silêncio por alguns segundos, até o momento em que começou a gargalhar de forma estridente e manuseou sua espada curta, mas não de forma ofensiva. Ele só cravou a lâmina no chão e usou o cabo para apoiar seus braços enquanto curvava um pouco seu corpo para frente. O loiro parou de rir como se fosse fácil, como num botão de ligar e desligar.

— Natto me disse a mesma coisa há mais de dez anos. — Ashram disse.

— Quem é Natto? — Rin perguntou.

— Meu pai… — Tsuyu respondeu.

O loiro apontou para Tsuyu com o indicador da mão direita. Aquele gesto foi o suficiente para um frio percorrer a espinha do moreno que engoliu em seco.

— Sim, sim. Posso enxergar algumas semelhanças, mas você se parece mais com sua mãe. — Ashram disse com um tom bem calmo como se não se importasse com tal informação, dando continuidade assim que balançou a cabeça de um lado a outro. — Eu não queria tê-la matado, mas ela nunca seguiu as leis que impus na época. Admito que fiquei surpreso ao descobrir que aquela vadia tinha dado a luz. —

— Minha mãe morreu porque o corpo dela era frágil. — Tsuyu afirmou, porém as veias de seus braços e rosto ficam bem nítidas pelo nervosismo.

— Foi isso que Natto contou? — Ashram perguntou e levantou uma das sobrancelhas e sorriu pelo canto dos lábios antes de dar continuidade. — Sinto decepcioná-lo, mas o homem que você usou de exemplo a vida inteira para me derrubar, contou-lhe uma grande mentira. —

— Porque devemos acreditar em você? — Rin perguntou.

— Porque eu estava lá. — Ashram respondeu a pergunta do rosado depois de olhá-lo por um momento, mas retornando sua atenção para Tsuyu. — Sua mãe era minha funcionária, mas nossas ideias eram quase sempre iguais. Não dei a mínima ao descobrir que estava se relacionando com Natto. Naquela época não nos conhecíamos direito, por isso não liguei para quem estava fodendo minha empregada todas as noites. Na verdade… — Ashram disse e levou a mão direita para a barba e a coçou enquanto olhava para o teto. — ...comecei a me importar um pouco quando nossas ideias começaram a divergir. Então… ouvi cada vez mais os sussurros de alguém altruísta em Amegakure. Natto isso, Natto aquilo. Que época terrível… —

— Ele está querendo deixá-lo nervoso. Se acalme. — Rin sussurrou o mais baixo possível para que somente Tsuyu o escutasse.

Rin não precisava do Sharingan para saber quando uma pessoa estava nervosa, nem mesmo olhar para essa mesma pessoa para saber o quanto de raiva sentia. E naquele momento… Tsuyu estava cheio daquele sentimento. Os olhos amarelados do moreno não eram capazes de esconder o sentimento, as veias em torno dos olhos e nos braços demonstravam o quanto se esforçava para não fazer qualquer loucura naquele momento.

— Tentei convencer Natto a aliar-se comigo, mas recusou em todas as vezes. — Ashram disse e voltou sua atenção para o moreno e sorriu enquanto inclinava o rosto ao lado. — Então, matei sua mãe em público. E perguntei uma última vez se ele queria se aliar comigo, mas ele me mandou para um lugar terrível. A partir daquele dia começamos a brincar de gato e rato, comigo obviamente sendo o gato. —

— A conclusão da história é: Você odeia receber "não" como resposta? — Rin perguntou.

— A conclusão da história… — Ashram disse enquanto olhava para o rosado, mas tornou sua atenção no moreno e lambeu os lábios antes de continuar. — ...gostaria de se aliar comigo? Não acho que possa cometer os mesmos erros que seus pais. Você também, Uchiha. —

— Rin. — Tsuyu sussurrou pelo rosado.

— Ah, tá… — Rin sussurrou e coçou um pouco seu cabelo e puxou do bolso uma arma de choque assim que se levantou. — ...no três? —

Ashram ficou em silêncio. Não sabia o que os dois estavam conversando, mas achava uma aliança entre os três bem interessante, por isso não deu a mínima quando os dois conversaram alguma coisa aos sussurros. O loiro casualmente levantou a sobrancelha direita quando o rosado levantou de supetão, observando-o levantar a perna direita como se o corpo do mesmo fosse flexível, então a abaixou dando um passo adiante e jogando a parte superior do corpo para frente ao mesmo tempo em que lançou um aparelho em sua direção. Uma arma de choque que viajou pelo grande cômodo e se dirigiu ao rosto de Ashram, mas o mais velho simplesmente moveu a cabeça ao lado direito por alguns centímetros, desta forma desviando do aparelho. E piscou por um momento. E novamente levantou as sobrancelhas quando reparou que os dois jovens não se encontravam mais a sua frente.

— Aqui está a minha resposta… — Tsuyu disse logo atrás do loiro.

Ashram olhou para trás um pouco. Bem antes de ser atacado, assim pode enxergar os dois jovens que misteriosamente desapareceram e apareceram atrás dele. O garoto de cabelos róseos possuía a mão esquerda no ombro direito do líder da Mangetsu, segurando-o enquanto mantinha a mão direita disponível em punho para soca-lo, enquanto que o garoto de cabelos negros deixava a palma esquerda bem aberta e seus olhos não eram o costumeiro amarelo, mas o perolado. Os dois jovens mantinham seus respectivos "Doujutsu" ativos. Rin acertou seu punho bem fechado nas costelas do mais velho, ao mesmo tempo em que Tsuyu acertou um Jūken nas costas. Os dois acertaram em simultâneo, assim fazendo com que o impacto dos golpes lançasse o mais velho para onde ficava o elevador, colidindo-se com as portas metálicas que se dobraram com o impacto de seu corpo. O mais velho ficou agachado por alguns segundos no chão enquanto tossia, apenas retornando sua atenção para a dupla quando ouviu uma tosse seca.

— …vá para o inferno. — Tsuyu disse ríspido.

— Eu compartilho da opinião dele. — Rin disse.

— Hehehe… — Ashram começou a rir assim que baixou um pouco sua cabeça, aumentando sua gargalhada no momento em que levantou o rosto. — ...HAHAHAHAHAHA… —

O mais velho colocou-se de pé. E olhou para a espada curta que estava no chão e desgraçadamente perto da dupla. Os dois perceberam o olhar de Ashram, por isso que Rin se curvou e pegou a espada, mas não a usaria. Apesar de querer aprender Kenjutsu com Sasuke Uchiha em certa época, o moreno não lhe ensinou, nem mesmo atreveria-se a pedir por um pouco de ensino para Musashi — bastava o Hiraishin no Jutsu. Rin olhou para Tsuyu e levantou uma das sobrancelhas na esperança que o mesmo entendesse a mensagem silenciosa. "Você sabe?" Era o que o rosado tentava dizer sem o uso de palavras. Tsuyu olhou para o rosado, depois para a espada em sua mão e balançou a cabeça de um lado a outro. A resposta universal para "Não". Rin olhou para Ashram que continuava olhando-os com um pouco de interesse, sequer notando a marcação que surgiu de repente no cabo escuro de sua espada curta. O mais velho deu um passo adiante enquanto sangue escorria por seus olhos avermelhados — Ketsuryugan.

— Não preciso dessa porcaria afiada para acabar com dois garotos. — Ashram disse e sorriu pelo canto dos lábios.

— E como pretende acabar conosco? Além de serem dois contra um, precisa encostar em alguém para transferir seu chakra. E não deixaremos que isso aconteça. — Rin disse.

— Meu jovem… — Ashram disse e abriu seus braços enquanto prestava uma referência formal, mantendo agora um sorriso bem largo. — ...não dependo apenas de um ninjutsu. E essa espada não passa de um brinquedo pouco usado. —

[ ۝ ]

Ashram já estava cansado daquela conversa, por isso aproveitou seu comentário para atacar de uma vez, mas não como aqueles garotos esperavam que acontecesse. Um dragão vermelho saiu de uma das paredes laterais, ou melhor, de dentro da tubulação e se dirigiu para os jovens que ficaram surpresos com tal criatura. Aquela técnica era o "Ketsuryūgan: Kerryū Shōten". O solitário dragão foi de encontro ao rosado e tentou abocanhá-lo, mas o mesmo levou as palmas ao chão.

— Doton: Doryūheki! — Rin disse.

Uma parede de terra surgiu. E o dragão vermelho chocou-se com a mesma. E nesse momento houveram rachaduras, aparentemente não aguentariam por muito tempo. Por isso que o rosado olhou imediatamente para o moreno que não entendeu nos dois primeiros segundos, nem mesmo quando o rosado girou seu corpo e o acertou com um chute que o jogou contra a parede. E um segundo depois o dragão vermelho quebrou aquele obstáculo que o separava do rosado, abrindo a bocarra e levando o garoto consigo para fora do prédio. Os dois — dragão e humano — abriram mais ainda daquela única abertura que havia no andar com vista para Amegakure. O moreno olhou para o rosado sendo levado, mas desviou sua atenção logo em seguida para Ashram que seguiu em sua direção. Tsuyu inicialmente pensou que lidaria com Ashram apenas com os punhos, entretanto enganou-se quando o mais velho estava muito próximo dele. Uma kunai deslizou da manga direita do líder da Shi no Hana, o mesmo a agarrou firmemente em sua mão e acertou o moreno que gemia dolorosamente quando a lâmina rasgou por doze centímetros seu abdômen num corte vertical.

— Eu não uso só espadas. — Ashram disse.

E ele moveu sua mão direita novamente. Desta vez planejando um corte que começaria na cintura do moreno, então iria puxar a arma de baixo para cima para deixá-lo bem aperto. Essa era a ideia inicial de Ashram, mas o punho do mesmo foi segurado por ambas as mãos do moreno que fizera força, desta forma afastando a mão e a kunai de perto de seu corpo. Ashram sorriu pelo canto dos lábios antes de outra kunai deslizar pela manga esquerda e agarrou, então levantou o braço e depois o abaixou, contudo o golpe seguiu para o ombro direito do moreno que gritou dolorosamente. E a lâmina cravada girou algumas vezes, assim rendendo um grito do moreno que lutava ainda para que a primeira kunai não o atingisse. Sangue escorria por aquele ferimento do moreno e manchava não apenas sua roupa, como também o assoalho, mas o segundo não era problema já que sangue aos montes saia da mesma tubulação por onde o dragão vermelho apareceu.

O dragão levou o rosado para um passeio da forma mais literal possível. Rin conseguia manter a bocarra afastada um pouco de seu corpo, mas eram por centímetros e usava bastante força para aguentar. "Que merda é essa? Não vi ele usando selos…" o rosado pensou e rangeu seus dentes um pouco ao sentir vapor sendo expelido da bocarra que tentava mordê-lo. Rin estava tão concentrado que sequer percebeu que o dragão se aproximava de um prédio vizinha a Torre de Pain, só notando tarde quando o mesmo o soltou e seu corpo se impactou com a construção. O rosado grunhiu com a dor que se espalhou rápido por seu corpo, piorando quando o dragonoid vermelho abriu sua bocarra e tentou engoli-lo, mas Rin não deixaria que aquilo acontecesse, por isso que manteve-se dentro da boca do mesmo e usando novamente a força para impedir que a boca se fechasse. Era como um palito tentando manter a boca de alguém fechada a qualquer custo. E novamente sentiu aquele vapor quente.

— Eu odeio isso. Eu odeio muito isso. — Rin disse e virou-se para observar a garganta do dragonoid, rangendo um pouco seus dentes antes de tornar sua mão direita disponível e fazer o selo do Cavalo. — Katon: Gōka Mekkyaku. —

O rosado respirou fundo e fechou seus olhos no momento em que uma segunda onda de vapor quente foi expelida pelo dragão. Sua sorte era estar usando o In'yu Shōmetsu para curar-se de eventuais queimaduras, felizmente conseguindo. Ele soltou o ar acumulado como uma poderosa parede flamejante que seguiu para o interior do dragão que foi completamente destruído, assim soltando o rosado que despencou por alguns metros até chegar ao terraço de um prédio. Suas vestes estavam rasgadas por causa do ataque do dragonoid, por isso que ele agarrou sua camisa e a jaqueta e a puxou ambas de uma vez e soltou-as, permitindo assim que o que sobrara viajasse ao vento. Rin suspirou e olhou na direção da Torre de Pain, então seu corpo foi coberto por uma camada de eletricidade ao mesmo tempo em que seu cabelo começou a se arrepiar. E ele disparou para a beirada daquele telhado, saltando no momento certo e concentrando chakra nos pés para que escalasse o prédio vizinho.

Tsuyu fraquejou. E foi nesse momento que Ashram usou para cravar a lâmina em sua barriga e subiu alguns centímetros para cima. Sangue começou a escorrer pelo recente ferimento, assim como também pela lâmina, mas também dos lábios do moreno e pingando assim que chegava ao queixo dele.

— Matei seus pais. Quem diria que o mataria também. — Ashram sussurrou aquelas palavras ao aproximar seu rosto do ouvido direito do moreno.

O moreno estava para oferecer suas palavras finais. Muito provavelmente um xingamento considerando para quem diria, mas não teve a chance por mais que já tivesse aberto seus lábios e separado o fôlego para dizê-las. Isso porque um certo rosado apareceu envolto de eletricidade e já acertando o moreno com uma voadora, desta forma jogando-o de encontro às portas metálicas do elevador. Rin agachou-se ao lado do moreno sentado em posição oriental e olhou para o ferimento de quase doze centímetros em sua barriga, depois olhou para o ferimento no ombro dele, por fim olhou para o angustiante, suplicante, olhar do moreno. Ele silenciosamente estava lhe pedindo por ajuda. Rin quase enxergou lágrimas naqueles olhos perolados e cansados.

— Se eu não… a Doro… — Tsuyu sussurrou.

— Cale a boca. — Rin disse.

— Por favor… — Tsuyu sussurrou enquanto uma lágrima escorreu pelo olho direito.

— Eu acho que você não tem boas opções, Uchiha. — Ashram disse enquanto se levantava após recuperado do impacto e retirou do chão uma das kunais. — Sua primeira opção é me enfrentar e deixar seu amigo morrer. Sua segunda opção é tentar curá-lo, mas ficará de guarda baixa e assim vou matá-los. De qualquer forma… eu ganho. —

— Eu disse… — Rin começou a falar. E então moveu seu rosto na direção de Ashram. Seu olhar não era amigável quando direcionado para o loiro. — ...para calar a boca. —

Ashram sentiu-se um pouco intimidado, mas por pouco tempo. Até lembrar-se de que eram duas crianças, por isso avançou ao encontro do rosado. "Conheço bem essas opções, mas muita coisa mudou nos últimos meses. Não sou tão inexperiente como era naquela época. Por isso escolho as duas opções. É como olhar para a direita e à esquerda ao mesmo tempo" o rosado pensou e percebeu que o loiro aproximou-se para feri-lo com uma kunai. Rin mantinha sua palma direita no abdômen do moreno, curando-o com uma energia que emanava e desfazia o estrago causado pela kunai. Sua mão esquerda estava bem disponível, por isso concluiu um selo pouco antes de Ashram ficar ridiculamente próximo.

A kunai de Ashram parou a centímetros da cabeça de Rin. Isso porque o braço do líder da Shi no Hana foi firmemente segurado por uma cópia do rosado que estava agachado e curando o moreno que sorriu pelo canto dos lábios. Ashram estava para dizer alguma coisa, mas não teve essa oportunidade. Isso porque recebeu uma cotovelada que o afastou um pouco. "Ótimo, vou ter de lidar com um Bunshin antes de matá-los" o loiro pensou e olhou para sua mão direita e estranhou imediatamente. Lá não estava a sua kunai que tentou usar para matar o rosado. Então, olhou para o Bunshin a sua frente e rangeu os dentes ao vê-lo com a sua arma.

— Eu te devolvo. Não tem problema. — O Kage Bunshin disse.

E ele atirou a kunai. Ashram levou os antebraços para frente do rosto para se proteger, mas nada aconteceu. Então olhou para trás e reparou que a lâmina errou apesar de passar muito perto dele, então retornou sua atenção para frente com intenção de dizer um "errou" e zombar da mira do rosado, mas o Kage Bunshin não estava na sua frente. Ele imediatamente olhou para trás e tudo que pode enxergar foi um punho o acertou em cheio no meio de seu rosto, desta forma jogando-o para aquela abertura que dava para ver uma parte de Amegakure, seu corpo rolando inocentemente algumas vezes.

— Ri-Rin… — Tsuyu disse.

— ...quando contar para sua criança como acabamos com a perigosa gangue de Amegakure, não conte que nós usamos o Henge no Jutsu, tá bem? — Rin disse.

Tsuyu ficou em silêncio.

— Diga que fomos corajosos ao ponto de… — Rin disse enquanto uma lágrima escorria por seu olho direito, dando continuidade depois de suspirar pesado. — ...vamos combinar. Daqui uns dez ou vinte anos diremos a nossos filhos sobre o acontecido. Vamos contar que entramos pela porta da frente e começamos a surrar todo tipo de gente que aparecia no meio do caminho. Além disso… devíamos nos reunir anualmente numa festa, ou algo do tipo. Certo? —

Tsuyu continuou em silêncio, mas acabou deixando um risinho escapar e balançou a cabeça, desta forma confirmando o pedido do rosado. Rin olhou para o pouco que sobrara do ferimento na barriga do moreno. "Por sorte não foi fundo o suficiente para afetar os órgãos…" pensou o rosado que continuou o procedimento regenerativo. Os dois ignoravam completamente o loiro que lentamente colocou-se de pé e levou a mão direita ao rosto, ou melhor, ao nariz que entortou após o soco bem dado e o pôs no lugar. Um deles ignorando quando o loiro utilizou novamente o Ketsuryūgan: Kerryū Shōten para criar um dragão a partir de todo aquele sangue. Um deles não ignorou na verdade, somente o percebeu tarde demais. E essa pessoa a não perceber foi o rosado que ia ser pego na bocarra novamente… SE o moreno não tivesse se levantado e optado por ficar a frente dele para tentar protegê-lo. "Eu devo isso a ele pelo dia no Coliseu" foi o único pensamento do moreno ao sorrir enquanto usava o Jūken com a palma direita para jogar o rosado noutra direção.

— Hakke Kūshō! — Tsuyu disse.

E ele tentou um golpe mais forte contra o dragonoid vermelho, mas nem uma rajada de vácuo compactado foi o suficiente para lidar com o dragão. Bom… seria o suficiente se o seu ombro direito não estivesse tão machucado por causa das apunhaladas. O dragonoid abocanhou o moreno pelo braço direito ao mesmo tempo que um vapor sairá de sua bocarra e o levou de encontro às portas metálicas do elevador, batendo contra ele por lá uma única vez e depois girando seu longo corpo e soltando-o, mas não por opção. E sim porque o rosado acertou o dragão vermelho com um único soco, no entanto não era o suficiente para lidar com tal criatura que balançou seu corpo e jogou o rosado para longe. Rin olhou para trás no momento que ouviu um grito agonizante, assim observando Ashram que havia se aproximado dele, mas que agora tinha uma forte descarga elétrica percorrendo seu corpo e o paralisando. "As vantagens de um Raiton: Kage Bunshin no Jutsu…" o rosado pensou e girou seu corpo uma única vez em 360° e levou seu pé direito ao corpo de Ashram, assim jogando-o novamente para longe. O rosado tentou olhar para o dragonoid, no entanto esse acabou se desfazendo assim que Ashram foi atingido, assim abrindo caminho para onde estava o corpo de Tsuyu, mas antes…

— Doton: Doryūheki! — Rin disse assim que levou as palmas ao chão.

E uma grossa parede surgiu e dividiu o cômodo em duas partes. Numa delas estando ele e Tsuyu e na outra o solitário Ashram. O rosado se aproximou do moreno que conseguira se recostar na parede e olhou para o lado direito antes de voltar sua atenção para o rosado.

— Isso você não… — Tsuyu começou a dizer.

— Não. — Rin disse.

O último ataque dragônico serviu para arrancar o braço do moreno. Todo o braço de Tsuyu foi arrancado e queimado pelo intenso vapor que foi expelido pela bocarra. O rosado pôs as duas mãos no ombro do moreno, nesse momento energia tremeluziu de suas palmas, desta forma foi-se lentamente estancando o sangue e fechando aquele severo ferimento. Tsuyu não estava sentindo dor por conta da adrenalina que tomou conta de cada centímetro de seu corpo.

— Obrigado por ter… — Rin tentou dizer, mas olhou para a parede no momento que escutou um impacto.

— ...estava devendo pelo que fez no Coliseu. — Tsuyu disse.

— Seu corpo não agiu sozinho. O meu sim… — Rin disse e mordeu os lábios quando ouviu outro impacto e algumas rachaduras se formando na parede grossa de terra. — ...eu odiaria ter de avisar Doro que você… —

— ...que morri sendo um herói? — Tsuyu perguntou e levantou uma das sobrancelhas. — Seria uma boa história a ser contada para a criança, né? Melhor do que… ai, ai! — O moreno não concluiu seu comentário porque o rosado apertou-lhe um pouco seu ombro.

— Eu juro que vou socar a sua cara. — Rin murmurou e afastou suas mãos do ombro do moreno e depois se levantou.

O rosado ajudou o moreno a se levantar. E os dois olham para o único obstáculo que separava-os de Ashram, mas que foi abaixo no próximo ataque de um dragão vermelho. "Ele está fazendo isso com sangue. E há andares com tubulações cheias de sangue. Ele tem poder quase ilimitado para acabar conosco" o rosado pensou e depressa agiu ao transformar o chão em lama — Doton: Doryū Taiga.

— Doton: Doryūdan. — Rin disse e aquela lama se transformou na cabeça lamacenta de um dragão. Ele respirou fundo e fez outros selos antes de pronunciar. — Katon: Karyudan. —

O dragão de lama dispara projéteis que foram incendiados pela rajada flamejante que sairá da boca do rosado, desta forma transformando o golpe em algo ainda mais poderoso do que já era. Ashram não se mexeu porque não via necessidade, já que o dragão de sangue o protegeu dos disparos flamejantes. O loiro sorriu pelo canto dos lábios ao reparar na situação de Tsuyu, mas aquele sorriso não durou muito tempo quando o moreno lhe mostrou o dedo do meio. Um segundo dragão de sangue surgiu, mas não atacou apesar de ter a oportunidade, em vez disso simplesmente abriu sua bocarra e expeliu uma boa quantidade de vapor que cobriu a visão tanto do moreno quanto do rosado. Graças ao Sharingan, Rin desviou de uma kunai que foi jogada em sua direção, desviou ao dar alguns passos para o lado direito, mas moveu seu rosto naquela direção assim que ouviu um barulho, no entanto já era tarde demais para reagir, desta forma recebeu um soco de Ashram no estômago, mas aquilo também não foi o único ataque do loiro com toda aquela proximidade. O líder da Shi no Hana levou um aparelho de sua mão direita para o abdômen do rosado que gritou assim que sentiu uma forte descarga elétrica percorrendo seu corpo. Aquela era a arma de choque que Rin atirou nele no início de tudo. O rosado caiu de joelhos no assoalho e depois teve a mão de Ashram em seu cabelo, puxando-o para aquela abertura que mostrava a paisagem de Amegakure enquanto os dois dragonoides protegiam-no de quaisquer investidas do moreno.

— Você pode prometer novamente que me matará? — Ashram perguntou e olhou para trás e depois para baixo, ou seja, para o garoto que arrastava pelo cabelo. — Pode prometer novamente tudo o que prometeu em televisão? Ou perdeu aquela coragem? —

Rin balbuciou alguma coisa, mas Ashram não escutava com paciência para tentar entendê-lo, por isso que levou a arma de choque ao corpo do rosado e o atingiu com outra boa descarga elétrica. E depois o agarrou por seu pescoço e andou pela língua daquela face, como fizera na vez que conheceu Yuki Kori, na beirada ele sorriu para o brevemente consciente rosado que agarrou-lhe por seu braço quando o mesmo começou a enforcá-lo. O loiro sorriu pelo canto dos lábios com malícia e divertimento.

— Hoje é dia do que mesmo? E amanhã será o que? — Ashram perguntou.

O loiro fazia perguntas retóricas. E sua mão continuou apertando o pescoço do rosado, enforcando-o lentamente. Se divertimento com o desespero crescente no Sharingan do garoto. O moreno, por mais distante que se encontrava deles, sabia que aquele momento não era o de ficar parado, mas de ajudar. Ele pegou a espada curta que ainda estava no chão e disparou de encontro a eles, desviando de abocanhadas dos dragões de sangue. Ele precisava ajudar Rin antes que… antes que alguma coisa muito ruim acontecesse. Ashram olhou para trás e observou o moreno se aproximando, assim como o viu lançar a espada curta que cortou maravilhosamente o ar. O loiro teve de mover sua cabeça por alguns centímetros para evitar um golpe mortal, então sorriu para o moreno que caiu de joelhos no chão.

— É só isso que você tinha para me dar? — Ashram perguntou.

— Não foi para você que joguei a espada. — Tsuyu disse de forma seca.

Ashram então olhou para frente novamente. E lá encontrava o rosado empunhando sua espada curta com a mão direita e a deslizando violentamente pelo braço em que usava a mão para enforcá-lo. A lâmina cortou-lhe um pouco acima do cotovelo, mas cortou e o desmembrou. Ashram estava para lamuriar-se de dor, mas o rosado aproveitou que estava livre para girar seu corpo e acertá-lo com um chute que lançou o loiro para fora daquela beirada, ou seja, em queda livre. Rin manteve-se agachado enquanto colocava a mão direita em seu pescoço, tossindo um pouco.

— Eu não sei o que esse povo vê em me enforcar. Qualquer dia posso acabar desenvolvendo um… — Rin começou a dizer, mas foi interrompido.

— ...você de boca fechada é mais inteligente, então cale-se. — Tsuyu disse áspero.

O moreno olhou para o braço de Ashram no chão. O corte foi único, porém eficiente. E realmente foi um pouco acima do cotovelo e sangue ainda escorria dele. O rosado olhou para a espada que continuou em sua mão, depois olhou para o moreno e moveu o braço que a empunhava para entregar a arma ao líder da Mangetsu, mas antes que tivesse a oportunidade de passar a arma adiante… um dragão de sangue surgiu do nada e abocanhou o moreno levando-o para longe, Rin estava para dizer alguma coisa, mas outro dragão surgiu e o abocanhou também. Os dois foram soltos, desta forma caíram no telhado de um prédio vizinho. Os dragões de sangue simplesmente foram desfeitos, mas nenhum deles atacou os dragonoid, ou seja, a técnica foi usada para tirá-los no prédio. "Que jeito mortal de pedir para as visitas se retirarem…" o rosado pensou.

Rin foi o primeiro e único a se agachar no telhado e pôr os braços em seus joelhos. Suor escorria da área visível de seu corpo, além disso seus cabelos róseos estavam colados no rosto, mas provavelmente era por causa do suor. Ele soltou uma lufada de ar antes de se levantar assim que olhou para o moreno ao seu lado.

Tsuyu, desde que caíram naquele telhado, manteve-se de pé. A parte de cima de sua vestimenta havia estragado por causa da abocanhada que levou seu braço direito inteiro, por isso que pôs a mão no tecido rasgado e o puxou de seu corpo, desta forma revelando o corpo um pouco magro, mas com alguns músculos bem presentes, além disso o suor que escorria por seu abdômen e parava em seu umbigo era… uma tentação, uma obra de arte para dizer a verdade, piorando, ou melhorando, quando um vento atingiu-lhe o cabelo, desta forma deixando os compridos fios negros esvoaçantes por alguns segundos.

A atenção de ambos retornou para a Torre de Pain, ou melhor, para a base da Shi no Hana. Naquela mesma faceta que tinha a língua para fora encontrava-se novamente o loiro que colocava um torniquete com uma parte de suas vestes em seu braço, desta forma impedindo que sangue escorresse do ferimento. Ashram sorriu pelo canto dos lábios ao sentir os olhares sérios dos jovens.

— Morram de uma vez. Vocês já encheram e muito o meu saco. São dois garotos que não sabem nada da vida. Não sabem o quanto Amegakure está melhorando por minha causa… — Ashram começou a dizer.

No entanto… os dois no telhado trocam olhares por um instante e soltaram um riso baixo. Tanto Rin quanto Tsuyu sabiam que Ashram estava dizendo alguma coisa porque viam seus lábios se moverem, mas não sabiam o que fazer por causa da distância entre eles.

— Ele acha mesmo que ouviremos alguma coisa dessa distância? — Rin perguntou, mas deu continuidade ao exibir uma expressão calma. — "Sou Ashram. E agora vou dizer alguma coisa para esses dois idiotas que estão bem longe. Vou contar sobre meu plano maléfico de longa data, ou coisa do tipo." —

Tsuyu tentou não rir. Ele tentou, mas não conseguiu, no entanto levou sua mão para a boca e assim conseguiu abafar um gargalhada. Seus respectivos corpos estavam bem doloridos por causa do confronto, mas não iam desperdiçar aquela chance para divertirem-se uma última vez. A mão saiu da boca do moreno e ele a levou para sua barriga, curvou para frente seu corpo e agachou-se um pouco, gargalhando o máximo que pôde, mas parando ao sentir um toque em seu ombro. Ele olhou para o rosado ao seu lado que apontava para frente, ou melhor, para a Torre de Pain, assim ele seguiu o olhar até a construção.

Chinoike Ashram usou todo o sangue que havia nas tubulações do prédio para dar forma a um dragão vermelho enorme com outros menores saindo dele. O dragão principal era tão grande quanto o prédio da Shi no Hana. E parecia que Ashram se esforçava para mantê-lo, já que ele parecia um pouco cansado. E o dragão avançou de encontro a dupla.

Os dois saltaram para o telhado do prédio ao lado direito um momento antes do dragão sanguíneo atacar aqueles que estavam e destruí-lo sem esforço algum, desta forma a construção começou a desabar. Rin e Tsuyu se olham por um segundo, mas depois voltam suas atenções para a técnica e saltam em sua direção enquanto concentram o chakra em seus pés.

Os dois chegam à cabeça do dragonoid, mas não ficam parados. Eles disparam de encontro a Ashram enquanto usam a técnica como um meio para se aproximarem do adversário que gargalhava animado, admirando enfim a coragem ou burrice de ambos por estarem-no enfrentando. Rin olhou para um dragão menor de sangue indo em sua direção, mas ele não tinha pretensão de esquivar, por isso usou a espada que ainda empunhava para cortar a cabeça do pequeno dragonoid vermelho e que fedia a ferro. Tsuyu afastou outros dois com um Hakke Kūshō e continuou correndo poucos passos atrás do rosado que atacava uma única vez os dragões que iam na sua direção. Claro, os dragonoides se regeneram, mas até isso acontecer ambos já estavam consideravelmente longe deles. O rosado observou oito dragões de sangue irem na sua direção.

— Raiton: Hageshi Senkō. — Rin disse. E no momento seguinte seu cabelo se arrepiou enquanto uma camada de eletricidade cobria seu corpo.

Ele atacou com velocidade e força os dragões, acertando-os em suas cabeças um após o outro. Ele olhou para o líder da Mangetsu assim que concluiu a eliminação temporária dos dragões de sangue. Tsuyu sorria pelo canto dos lábios e um brilho era nítido em seus olhos perolados. Eles — a Mangetsu — nunca estiveram tão perto de acabar com a Shi no Hana, de livrarem Amegakure do pesadelo que era Chinoike Ashram. O rosado retornou sua atenção para frente e jogou a espada curta no ar.

— Use o Jūken ou o Hakke Kūshō. Vamos acabar de uma vez por todas com isso. — Rin pediu.

Tsuyu acatou a ordem. No momento em que a espada ficou na posição certa ele a acertou com um Hakke Kūshō, desta forma lançando-a de encontro a Ashram com uma velocidade assustadora. A espada cortou graciosamente o ar e acertou Ashram, mas em seu ombro esquerdo, assim desmembrando-o. A espada ainda viajou para trás, cravando-se na parede atrás do loiro que gritou dolorosamente quando aquilo aconteceu. Apesar disso, o loiro olhou para onde a dupla devia estar, mas se surpreendeu um pouco ao não vê-los mais ali. E então… sentiu uma dor em seu peito e olhou para baixo um pouco, assim observando uma lâmina atravessando-lhe o abdômen. Ele observou sua imagem naquela lâmina suja de seu sangue. E depois moveu um pouco seu rosto para o lado vagarosamente, assim observando que o responsável pela apunhalada era o rosado ofegante. Sangue começou a escorrer dos lábios do mais velho, além do próprio ferimento em seu abdômen que criava uma grande mancha em sua roupa. O imenso dragão de sangue foi desfeito.

— Acabou... — Rin disse.

Ashram ficou em silêncio, mas arrastou-se um pouco e mordeu seus lábios com força enquanto afastava-se da lâmina que atravessava seu abdômen. Ele caminhou cambaleante e ofegante até a faceta, ou melhor, até uma parte da língua daquela face. Seu caminho era manchado por pingos de sangue. E enfim permitiu seus joelhos cederem. Ele olhou para o lado, observando Tsuyu que agora empunhava a espada e o encarava, mas depois retornou sua atenção para a paisagem de Amegakure, mas levantou sua cabeça um pouco e observou o céu e soltou um riso com as poucas forças que lhe restavam.

— Amanhã será um lindo dia. — Ashram sussurrou.

Tsuyu não disse nada. Ele não iria demonstrar compaixão com Ashram, nem mesmo pedir para Rin salvá-lo. Não havia salvação em alguém como Chinoike Ashram. O moreno suspirou e observou a poça de sangue a qual o loiro estava sentado e que se arrastava por aquela língua e provavelmente manchava o chão lá embaixo. Tsuyu segurou o cabo da espada com mais força e a moveu horizontalmente uma única vez. Uma única vez foi mais do que suficiente para decepar o loiro. Sua cabeça saiu do restante de seu corpo e rolou para o lado direito, depois caiu pela extremidade da língua e foi direto ao chão. A mesma coisa aconteceu com o restante do corpo alguns segundos depois. O moreno sentou-se completamente esgotado e olhou para trás.

— Obrigado, Ri… — Tsuyu começou a dizer, mas parou quando percebeu que o rosado não estava mais ali. — ...é claro. —

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Rin ressurgirá na entrada de Amegakure. Há meses não vira o portal na ponte que passou com Doro e teve de ameaçar dois habitantes para que passassem. Ele sentou-se no chão por alguns segundos e acabou deitando-se enquanto seu Sharingan enfim desativou, assim seus olhos voltaram ao tom esverdeado de sempre. "Ainda não posso descansar…" pensou o rosado que devagar conseguiu se sentar e olhou para o lado direito no momento em que ouviu alguns passos, assim levantando uma das sobrancelhas ao ver Ontake que estendia o braço direito com uma sacola na mão.

— O que tem aí dentro? — Rin perguntou.

— Dois presentes de Doro. Um deles é comestível… — Ontake lhe respondeu.

Rin pegou a sacola. "Então, foi Ontake que mandaram para cá…" pensou enquanto abria a sacola e soltou um riso um pouco prolongado ao ver o conteúdo. O primeiro presente era o teste de gravidez de Doro — positivo — com a provável data em que a criança nasceria com uma frase escrita no teste… "Venha para recebê-lo como prometeu". E outro presente era aquele que Ontake lhe disse ser comestível — Hyorogan. Ele comeu uma delas e sentiu-se cheio revigorado e com o chakra abastecido.

— Então, para onde vamos? — Ontake perguntou.

— Hã? — Rin perguntou enquanto pegava sua mochila e tirava de dentro uma camisa preta de gola alta e sem mangas. Ele deu continuidade assim que a vestiu. — Como assim "vamos"? —

— Eu vou com você. Esqueceu do que combinamos quando acordou? — Ontake perguntou, mas deu continuidade assim que mostrou a mochila para o rosado. — Tô me especializando em antídotos e medicamentos, assim como a Doro-san. Então, para onde vamos? —

"Não é porque está se especializando em algo semelhante a minha antiga companheira de equipe, que pode achar que me seguirá…" pensou o rosado, mas aquele não era o momento para conversar com o moreno sobre aquele assunto. O corpo do rosado tornou-se coberto por uma camada de eletricidade enquanto seu cabelo se arrepiava e ele olhou numa direção específica.

— Konohagakure. — Rin disse.

O rosado disparou, assim desaparecendo da visão do moreno e deixando-o para trás, assim como grande parte dos problemas de Amegakure foram deixados para trás de um dia para o outro com a queda da Shi no Hana.