Saryu sorriu pelo canto dos lábios, cruzou os braços abaixo dos seios e andou até o lado do garoto depois dele ter anunciado o nome do Ninjutsu Médico. A sala estava escura para que se tivesse um vislumbre do paciente no centro do símbolo, mas só pelo cheiro desagradável já dava para se imaginar o que teria acontecido. Os olhos esverdeados do garoto se concentram nos castanhos da cirurgia chefe, mas não correspondiam às mesmas sensações. Os olhos verdes como esmeraldas pareciam preocupados, receosos para falar a verdade, enquanto os castanhos como chocolates pareciam confiantes.

— Se sabe o nome desse Ninjutsu, então não preciso explicar como o mesmo funciona, estou certa? — Saryu declarou, semicerrando seus olhos ao fim de seu comentário e usando os dedos da mão esquerda para batucar no cotovelo direito. — Lembra que eu disse que aquele paciente tem um amigo? E sobre uma aposta idiota relacionada a ingestão de veneno? —

— Lembro, mas… — Rin começou a falar, mas não teve a chance de concluir sua resposta já que foi interrompido pela mulher.

— Esse é o amigo. — Saryu contou. Um sorriso divertido escapou de seus lábios, mas seus olhos se concentraram numa figura ainda na porta do quarto. — Doro, seria bom se não entrasse. Não vai gostar do cheiro e do que verá. —

Doro não entendeu inicialmente, mas entrou para que pudesse acompanhar o rosado dentro do cômodo. E não demorou para que se arrependesse dessa decisão. O péssimo odor de carne queimada invadiu suas narinas, bem diferente de quando se preparava a carne de animal para uma refeição, o cheiro era desagradável e alguma coisa remexeu em seu estômago de forma violenta, mas não parou apenas com o olfato. O ambiente clareou um pouco, desta forma a garota vislumbrou o paciente no centro do símbolo. Seus olhos púrpuros enxergaram o corpo de alguém na faixa dos dezoito anos… inconsciente, mas esse fator era necessário. O desconhecido usava apenas uma calça hospitalar e seu cabelo havia sido raspado a pouquíssimo tempo. Isso porque seu abdômen inteiro, dos ombros até a ponta dos dedos, do pescoço até perto dos olhos, fora completamente queimado… o corpo do estranho tinha sido tomado por uma queimadura de terceiro grau… se sua pele fosse descolada só um pouco, com certeza veriam algum órgão.

Doro pensou em gritar, mas Rin já havia se aproximado da garota e a levado para a parede ao lado da porta, tampando a boca dela com sua palma esquerda enquanto apoiava seu cotovelo direito na parede. A distância entre os dois era muito pouca. Os olhos esmeraldas se concentraram nos púrpuros.

— Não grite. Respire pela boca, Doro. — Rin sussurrou aquele pedido. Seus olhos bem concentrados na reação da garota, mas um sorriso gentil tomando conta de seus lábios. — Aquelas pessoas perderão o foco se você gritar, por isso se controle, Doro. Por mim, por favor. —

"Bem ágil e perceptivo" Saryu pensou assistindo aquela cena, mas retornando sua atenção ao paciente inconsciente no centro do símbolo. Quando Doro pareceu se acalmar o suficiente, Rin removeu a mão de sua boca, mas moveu o rosto na direção da cirurgia chefe.

— Quando estava consciente… o paciente contou sobre um desafio adicional. Queriam ver o quão resistente era o colete, por isso prenderam o máximo de papéis bomba que conseguiram. Pelo que me contou foram cinquenta, por aí. — Saryu contou, lembrando-se das exatas palavras que o paciente do veneno tinha usado. — Mas o teste da "adaptação ao veneno" foi primeiro. E quando passou mal… esse daí trouxe o amigo e contou o que tinha acontecido, mas foi embora. E antes de perder a consciência, o outro contou sobre o "colete a prova de bomba"... chegamos tarde, mas ao menos o encontramos com vida. — A cirurgiã chefe olhou para o paciente apagado no meio do símbolo, mas sua atenção se voltou para um médico solitário, por isso suspirou antes que continuasse. — Quando aquele ali se cansar… será o fim da operação. —

— Porque? — Doro perguntou.

— O Chikatsu Saisei no Jutsu é uma técnica de alto nível de Ninjutsu Médico… e bem demorada. — Rin começou a explicar. Ele já havia se distanciado de Doro, agora estava ao lado de Saryu e olhando o paciente. Era incapaz de esconder a seriedade. — Tem de haver um controle de Chakra muito, muito preciso. —

— Porque? — Doro perguntou novamente.

"Que bom. Não preciso explicar para ele como funciona" Saryu pensou, sentindo-se um pouco mais aliviada pelo bom conhecimento do garoto sobre as artes do Ninjutsu Médico.

— Porque isso reconstrói o tecido corporal danificado. Quanto pior o ferimento, mais tempo e Chakra se gasta. Por isso, sempre há uma equipe reserva para quando a primeira equipe ficar cansada. — Rin continuou sua explicação. — As chances de sucesso são baixíssimas. Estão usando o cabelo dele? —

— Sim. — Saryu respondeu, mas deu continuidade. — Removemos o tecido morto com alguns vermes. Agora, só temos que fazer esse tratamento. —

"Ela me trouxe até aqui para isso" Rin pensou, lentamente abaixando sua cabeça, desta forma olhando para suas mãos trêmulas e fechando elas em punhos antes de suspirar, levantar a cabeça e olhar para Saryu.

— Isso está fora do meu alcance. — Rin sussurrou. Se arrependendo um pouco daquelas palavras, mas sabia que eram verdadeiras. — Nunca fiz algo desse nível, Saryu-san. —

Saryu não pareceu surpreendida. "Ele pode ser bom, mas é apenas uma criança ainda. Com certeza que nenhum médico o mandaria para esse tipo de situação" a cirurgiã chefe pensou, mas não se sentiu incomodada. Podia até mesmo parecer que já estava por aquele tipo de resposta, por isso não tinha se surpreendido.

— Eu entendo. — Saryu comentou. Seu olhar demonstrava agora um puro desinteresse, por mais que sentisse ser vigiada pelo garoto. — A pessoa que te ensinou não era capacitada o suficiente. Nunca te levou ao limite, né? Aqui é sua área de desconforto. —

Era verdade. Sakura nunca o levou para aquele tipo de experiência, por isso sentia-se muito desconfortável com aquela novidade. Sentia-se incapaz de fazer algo que nunca fez, mas assim mesmo as palavras eram como os golpes de uma faca em seu peito. O olhar dele se tornou mais cabisbaixo, mas levantou a cabeça quando sentiu a mão direita da mais velha em seu ombro, apertando-o com um pouco de força enquanto ela se curvava e sorria para ele com malícia.

— Mas você é meu agora, Shiki. No momento em que curou um dos meus pacientes… você se tornou meu. — Saryu comentou e apertou mais o ombro do garoto. — E adivinha? Não aceito um "sou incapaz" ou algo do tipo como resposta. —

— Eu não sou nada seu, Saryu-san. — Rin comentou. Seu olhar ficando um pouco mais sério e ele fechando seus punhos com um pouco mais de força, mas parou com aquilo ao imaginar que violência não levaria a lugar nenhum. — Eu realmente sou incapaz, Saryu-san. —

— Eu já ouvi isso da primeira vez. — Saryu contou. Seu olhar ficava mais sério apesar de ainda ter aquela malícia. — Mas não acha que seria bom deixar sua zona de conforto? —

Rin ficou em silêncio, mas olhou de relance para o paciente. Depois, olhou para Saryu que tinha feito o mesmo movimento de olhos. Era como se a cirurgia chefe o seguisse visualmente. Suor escorria por seu rosto, seu coração disparava com violência. Ele sabia que não estava preparado para aquele tipo de técnica, mas… em algum momento deveria mesmo deixar sua zona de conforto. Ele mordeu seus lábios e olhou de relance para o médico solitário que já parecia exausto, mas continuava na posição porque era sua obrigação.

— Saryu-san… — Rin sussurrou.

— Não estou pedindo muito, Shiki. — Saryu comentou, desta vez levando as mãos para os ombros do garoto e sussurrando em seu ouvido. — O que fez naquele quarto foi incrível, sabe? Poderei me gabar para o meu marido sobre ter encontrado um aprendiz mais tarde, por isso não desperdice essa chance, por favor. A diferença nos ensinamentos médicos de Sunagakure para os de Takigakure, sabia? —

— Saryu-san, eu não tô aguentando mais… — O médico solitário comentou alto o suficiente para que sua superiora o ouvisse. Seu rosto estava suando exageradamente e sua expressão estava cansada.

— Eu… — Rin mordeu os lábios por um segundo e fechou seus punhos com mais força. Ele sentia o coração indo cada vez mais rápido. Era ansiedade que estava sentindo por causa da decisão.

"Negue. Você tem que negar. Você já deu sua decisão, então saia antes que isso vire seu problema" o rosado pensou, mordendo os lábios com um pouco mais de força, mas então olhou para o solitário médico e se aproximou dele e levou a mão direita ao ombro do mesmo.

— Shiki? — Saryu chamou pelo garoto. Um pouco confusa, mas ao mesmo tempo satisfeita pela escolha certa do garoto.

— ...Doro. — Rin chamou pela colega, mas não olhou para a mesma. — Leve esse daqui para beber uma água, Ok? Além disso… acho que chegarei tarde em casa hoje. —

— Tudo bem. Eu vou estar esperando. — Doro comentou. Um sorriso gentil tomava conta de seus lábios, mas ela olhou para o médico que ouvia atentamente a conversa. — O que acha de descansar um pouco? —

— Uma boa decisão. — O médico comentou.

"Obrigado" nem Saryu e Rin souberam, mas pensaram a mesma coisa. O rosado só diminuiu sua reação e tomou o lugar do médico que cambaleou na direção da garota que o acompanhava. Rin sabia mais ou menos o que devia fazer, por isso no momento em que tomou o lugar já foi se concentrando.

— Precisão máxima de Chakra, Shiki. — Saryu sussurrou. Ela havia se ajoelhado logo atrás do rapaz e manteve a mão direita no ombro dele, mas aumentou sua voz para que todos ouvissem seu próximo comentário. — Todos devem tomar cuidado para não errarem no cálculo de células a serem substituídas. Essa é toda a quantidade de cabelo que tiramos dele, entendido? —

— Sim! — Todos, inclusive Rin, responderam em uníssono.

Aquela era sua tarefa mais difícil, mas aquela mão em seu ombro de alguma forma o deixava mais calmo. Ele não podia bobear com seu chakra, não podia bobear em nada naquele momento em diante. Seus olhos esverdeados se concentram na ponta dos dedos da mão esquerda do paciente, lentamente aquela região destruída começava a ser reconstruída, mas era um progresso lento.

— A quanto tempo estão assim? — Rin perguntou.

— Cinco, seis horas. — Saryu respondeu, mas deu continuidade ao perceber também a mudança nos dedos. — Reconstruímos nesse período o nervo radial, subcostal, mediano, musculocutâneo, intercostal, plexo lombar, ílio hipogástrico… —

— Só tem idiotas em Sunagakure? — Rin perguntou novamente.

— Conversar te concentra? — Saryu também perguntou, mas deu continuidade quando não obteve uma resposta clara do garoto. — Alguns são idiotas, outros não. Os dois casos de hoje são de pessoas que não tem nada para fazer. —

— E os órgãos dele? — Rin perguntou.

— Por um milagre estão bem. O colete salvou os órgãos de receberem algum dano. — Saryu respondeu, mas novamente continuou depois de usar a mão disponível para coçar seus olhos. — Mas a história foi outra com suas veias. —

— Quantas? — Rin perguntou.

— Jugular externa, anterior, interna, subclávia, ázigo, axilar, cefálica, basílica, braquiais, intermédia do cotovelo, braquiocefálica direita, esquerda, torácica interna, cava superior, hepáticas… — Saryu respondeu. Fechando por um momento seus olhos ao se lembrar de como o corpo estava numa péssima situação antes de começarem o tratamento. — ...como se sente saindo da zona de conforto? —

— Desconfortável. — Rin respondeu.

— Você está indo bem, garoto. — Foi o médico do seu lado esquerdo quem disse aquilo. O mesmo sorria pelo lado esquerdo dos lábios. — Já vi médicos fugirem só por outros mencionarem essa técnica. —

Rin sentiu as bochechas ferverem. "Eu teria sido parte desses que fugiram, idiota" pensou, suspirou e olhou para o homem que tinha falado com ele.

— Do jeito que fala… parece que já fez isso muitas vezes, senhor. — Rin comentou. Seus olhos bem atentos no médico.

— Sempre tem um ou dois com queimadura de segundo grau por causa do deserto. Então, sim… fazemos isso muitas vezes. — O médico declarou.

— Ele te chamou de "senhor", Kessho-san. — O médico do lado direito de Rin comentou. Era nítido como estava se concentrando e gastando seu Chakra, mas encontrou o momento ideal para descontrair. — De "senhor". E não vai fazer nada? —

"Eu disse algo de errado?" Rin pensou, mas devia admitir que aquela conversa era boa para esquecerem do tempo. Ele sentiu um aperto em seu ombro, mas sabia quem era e por isso não achou necessário olhar para trás.

— Kessho não gosta de ser lembrado que é o médico mais velho daqui. Não é mesmo, Kessho-san? — Saryu perguntou, mas era nítido como era retórica aquela pergunta.

— Eu só estava sendo educado. — Rin comentou. Ele olhou para aquele chamado de Kessho e depois para o do lado direito. — ...vocês são todos velhos da perspectiva de alguém de dezesseis anos. —

Todos. Isso servia até mesmo para Saryu, que levou a mão disponível para o topo da cabeça do rosado, e apertou um pouco enquanto seu olhar era ameaçador. Algo que todos no recinto perceberam e controlavam para não rirem. Se aquilo acontecesse o trabalho inteiro teria de ser parado, por isso se esforçaram.

— Eu vou te matar, entendido? Vou cortar seus dedos, depois seus cotovelos, depois seus braços, seus tornozelos, joelhos e coxas. Você será um pedaço de bosta que não conseguiram sair do lugar, entendeu? Se me chamar de velha pela segunda vez… vou fazer isso, pirralho. — Saryu sussurrou com ódio.

— O grão de areia sangrento está de volta… — Kessho comentou. Seus olhos ligeiramente concentrados em Saryu e no temperamento assassino dela, mas retornando sua atenção ao paciente. — ...faz um bom tempo que não a víamos assim, Saryu-san. —

— Eu odeio esse apelido… — Saryu comentou, removendo em seguida sua mão da cabeça de Rin, mas mantendo a outra com suavidade no ombro dele.

"Eu senti a morte… bem de perto" Rin pensou e sentiu um pouco de suor escorrer por seu rosto, mas sabia que não era por medo e sim pelo esforço. Ele concentrou novamente sua atenção no paciente. Agora não era mais a ponta de seus dedos que recebiam aquela regeneração, mas alguns centímetros abaixo de seus cotovelos. "Estamos progredindo" pensou.

[ ۝ ]

Rin saiu do hospital perto da meia noite. Ele segurava na mão esquerda uma lata de energético e usou a mão direita para esfregar o suor que ainda escorria por sua testa. E olhou para o lado esquerdo quando sentiu um toque por ali.

— Amanhã. Espero você às oito da manhã, Shiki. — Foi tudo o que Saryu disse antes de passar ao lado dele completamente desacompanhada.

— Tenha uma boa noite, Saryu-san. — Rin comentou. Ele levou o energético para a boca e tomou um generoso gole.

"É nojento, mas me manteve acordado até agora…" pensou e sacudiu a latinha, se certificando de que havia esvaziado, por isso a jogou no primeiro latão de lixo que encontrou. Ele levantou seus braços, se espreguiçando e então disparou para frente, passando com facilidade por Saryu e depois pulando para um telhado e depois pulando ao próximo e assim por diante.

Ele não demorou para chegar na casa de Doro. No momento em que passou pela porta olhou em volta, suspirando aliviado porque a garota não estava por ali para recebê-lo. "Ótimo, foi dormir" pensou e olhou para a escada que dava a segundo andar, mas achou melhor não subir. "Não tô afim de acordar ela por acidente…" pensou novamente e se aproximou do sofá da sala de estar e se sentou, depois se deitou e olhou para o teto por alguns segundos enquanto sentia seus olhos pesarem. "O que você está fazendo, Misa? Será que você está bem? Está com raiva do que fiz?" pensou, mas desviou sua atenção para a escada novamente e olhou para Doro descendo e usando uma camisola bege e terminando de secar o cabelo. Pelo corpo estar molhado, a camisola estava colada em seu corpo, por isso Rin conseguia distinguir algumas coisas.

— Ah, Rakun… chegou a muito tempo? — Doro perguntou, mas olhou para o segundo andar e depois para o rosado. — Porque não subiu? —

— Pensei que estivesse dormindo. Não queria te acordar. — Rin respondeu e olhou para a garota se aproximando do sofá, por isso decidiu se sentar. — Você foi forte, Doro. Aguentou ao que viu. —

— Conseguiram ajudá-lo? — Doro perguntou e parou de andar, mas ficou na frente do rosado.

— A equipe de médicos era excelente. Então, sim. — Rin respondeu. Ele tentava ao máximo não olhar diretamente para as curvas de Doro, concentrando-se nos olhos púrpuros dela.

Então, Rin se arrepiou. Isso aconteceu porque Doro decidiu que era hora de "atacar" ou tentar um ataque. A garota se sentou no colo do rosado como fizera a algumas horas quando acordaram, mas dessa vez havia muito mais malícia. a camisola da garota subiu um pouco quando ela se sentou em cima dele. Rin sentiu as bochechas se esquentarem quando sentiu as mãos de Doro subirem lentamente de seus pescoço para suas bochechas, os olhos púrpuros dela bem concentrados nos seus esverdeados.

— Doro… — Rin começou a dizer, mas foi interrompido.

— Você não respondeu a minha pergunta. Você irá embora, Rakun? — Doro perguntou. Usando os polegares para acariciar as bochechas de Rin.

— Sim. Eu vou embora, Doro. — Rin respondeu. Ele sentia suas mãos trêmulas e engoliu em seco. — Meu objetivo é saber quem sou e ajudar as pessoas nesse processo, mas não quero ficar muito tempo num lugar. —

— Ajudar em que sentido? — Doro perguntou. Suas bochechas estavam levemente aquecidas como as bochechas do rosado.

— Como um ninja médico. — Rin respondeu, mas deu continuidade ao levantar sua cabeça e olhar para o teto do andar. — Quero fazer isso de forma gratuita. Quero passar o conhecimento do Ninjutsu Medicinal para muitas pessoas, então espalhá-las por vários países, mas primeiro… eu queria me conhecer. Por isso essa viagem, por isso que não devo ficar muito tempo num só lugar, Doro. —

Doro ouviu em silêncio, mas passou seus braços novamente pelo pescoço do rosado e aproximou os lábios do pescoço dele e deu um beijo solitário que arrepiou o garoto, mas que serviu para chamar a atenção dele. As bochechas dele estavam ainda mais quentes e o calor se espalhou para as orelhas.

— Então, me ensine Ninjutsu Médico. — Doro comentou quando os olhos esverdeados dele se concentraram novamente nela.

[ ۝ ]

Misa retornará para o hospital. Como antes, foi recebida por Sakura que apenas olhou para as mãos da Yamanaka e depois para a expressão exaustiva da garota.

— Pare de se esforçar tanto, Misa. Daqui a pouco você irá desmaiar de cansaço, entendeu? — A Kunoichi das lesmas comentou enquanto pegava algumas bandagens novas e aproveitava para envolver as mãos da garota.

— Ouch… — Misa sussurrou, mas deu continuidade quando as sobrancelhas da médica se ergueram. — ...entendi, Sakura-sama, mas estou ficando sem tempo. —

— Porque não usa um Kage Bunshin? Naruto usava o Kage Bunshin quando queria fazer o Rasengan. Até mesmo Konohamaru usou por muito tempo. — Sakura comentou enquanto terminava de envolver os dedos da loira com as bandagens.

— Um… Kage Bunshin? — Misa perguntou.