Tales of Star Wars
Conversas indiscretas (Anakin / Padmé)
Era dia de votação no Senado Galático. Uma votação importante que iria decidir se a República iria encomendar mais vinte mil unidades de soldados clones para os kaminoanos. Um número considerável de soldados que, caso fosse barrado, determinaria o fim indireto da guerra, obrigando a República a convocar os Separatistas para dar início às negociações que poderiam levar à assinatura de um tratado de paz.
Evidentemente, algo dessa magnitude era um evento importante demais para que as forças de segurança não pensassem em diversas possibilidades. Atentados terroristas ou a presença de uma infinidade de caçadores de recompensas eram algumas das que mais tiravam o sono dos chefes de segurança. Invariavelmente, além dos senadores, o prédio tinha a presença massiva de Jedi e clones, que patrulhavam cada centímetro, interno e externo, do Senado. Na verdade, já patrulhavam havia dias, em busca de bombas escondidas que poderia muito bem ser ativadas à distância na hora certa.
E foi em uma dessas patrulhas que os dois se encontraram. O Jedi, seguido por alguns de seus soldados clones, e a senadora, seguida de perto por algumas de suas damas de companhia.
— Boa tarde, general Skywalker – disse a senadora de Naboo, fazendo um gesto cortês com a cabeça quando cruzou com ele no movimentado corredor.
— Boa tarde, senadora Amidala – o Jedi respondeu em um tom de voz sério, porém cordial.
E, então, cada um continuou o seu caminho, sem olhar para trás.
***
— Essa senadora de Naboo é mesmo um pedaço de mal caminho – Anakin ouviu um dos clones atrás dele comentar. – Uma das mulheres mais bonitas que eu já vi!
O quê?!
Reunindo todo seu autocontrole, Anakin não conseguiu evitar que suas mãos se fechassem com força e ódio.
— Nem me fale – sussurrou outro clone, em resposta. – Eu adoraria ter uns cinco minutos à sós com ela.
— Eu daria um rim por muito menos – respondeu o primeiro, olhando para trás. – Digo, olha só essa b...
Não! Definitivamente não! Chega!
Precisava dar um basta nisso. Não só porque Padmé era sua esposa, mas porque aquilo era indecente. E também porque, se mais uma única palavra fosse dita, Anakin acertaria um soco no capacete de cada um daqueles clones abusados, não importando quantos senadores estivessem vendo.
— Hem-hem – Anakin pigarreou antes que o soldado terminasse de falar, girando levemente o pescoço para olhar para trás e conseguindo o silêncio que tanto queria. – Cavalheiros, por favor, peço um pouco mais de respeito. A senadora Amidala é uma senadora da República e merece muito mais respeito do que isso. E você estão em um ambiente importante onde decisões são tomadas. Por favor, comportem-se à altura. Não são dois adolescentes.
— Perdão, general – os dois disseram simultaneamente, reassumindo a postura séria de guarda.
***
— Eu perco o ar toda vez que vejo o general Skywalker – sussurrou Dormé, olhando para trás e vendo Anakin se afastar, mantendo o olhar nele por um longo tempo. – Olha só pra esse homem!
— Eu te entendo perfeitamente— respondeu Moteé, em um tom de voz tão baixo que Padmé quase não conseguiu a ouvir. – Eu já tive uns sonhos com ele que... na verdade, eu prefiro não entrar em detalhes.
Imediatamente, as duas damas de companhia riram. Padmé, logo à frente, riu também, contendo-se para que isso não se transformasse em uma gargalhada e denunciasse que ela estava ouvindo toda a conversa.
— Deve ser uma experiência de uma vida passar uma noite com um Jedi, não acha? – Dormé sussurrava como se estivesse planejando um crime. – Eu sempre me perguntei que tipo de coisas eles são capazes de fazer... na cama... com a Força...
— Você nem imagina... – Padmé disse quase que para si mesma, sorrindo com o canto do lábio.
Nesse instante, as duas damas de companhia foram retiradas de sua conversa.
— Disse alguma coisa, senadora? – Moteé se adiantou, afoita.
— Nada – mentiu Padmé, ainda se controlando para não rir.
E as três continuaram seu caminho em silêncio.
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