TRL

Proposta


–Os quatro tipos? – Jack pergunta.

–Grifinória, Corvinal, Sonserina e Lufa-Lufa. Garotas de cada casa.

Os três se entreolham.

–Qual é? – pergunto.

–Você está em vantagem – Ryan comenta. – Beijou a Danna e as irmãs Becker. Só falta uma lufana agora.

–Que tal se começar a contagem à partir de agora?

Essa minha pergunta faz eles toparam.

–Os outros precisam ver ou pode ter pessoas mentindo. E nada de contar da aposta para a garota que for beijar.

...

Diana, Megan, Heather e Evelyn estão sentadas juntas.

Ryan caminha tranquilo até elas.

–Bom dia garotas.

Se senta ao lado de Megan.

–Bom dia Meg.

Ele a beija. Ryan está na frente.

Avisto Gray em um canto da Comunal.

–Teddy, vamos – Jack chama para irmos até as garotas.

Eu caminho na direção de Grace.

–Não estrague tudo.

Não o escuto, ou melhor finjo não escutar.

–Gray.

–Bom dia, Teddy.

–Cade o seu namorado?

–No quarto com os amigos.

–Quem você prefere? Ele ou eu?

Então a beijo.

Me afasto e ela me encara.

Olha ao redor prendendo por um segundo à mais o olhar nos nossos amigos.

–Foi uma aposta?

–Não. Eu te beijei porque senti falta disso.

E é realmente verdade.

–Soube que saiu com a minha irmã.

–Anne é a teimosia em pessoa.

–Bom, Teddy, eu tenho namorado...

–E não pretende terminar com ele – completo a interrompendo. – Saquei já. Tenha um bom dia, Gray.

Me viro. Luke me encara com a sua cara de "Entendi tudo" e dou de ombros em resposta.

Saio da Comunal.

–Teddy...

–Eu to bem. Qual é? Vocês são menininhas?

Eles não respondem.

–Grifinórias já foi pra todos?

Eles assentem.

–Quem? Tipo o Ryan eu sei mas vocês dois? – pergunto apontando para Luke e Jack.

–Heather – Luke responde. – Só um beijo. Como amigos. Rolou.

–Diana – Jack responde. – Sempre soube que ela era caidinha por mim.

...

Jack se aproxima de Emma que está conversando com Anne. Ele a beija. Agora é ele que está na frente.

–Quem beija melhor, Emma? – Luke pergunta para beija-la em seguida.

–Seu beijo é mais como cerveja amanteigada e eu amo cerveja amanteigada.

Luke sorri vitorioso para Jack.

–Mas o do Jack tem aquele ar de perigo que me faz ficar perdidamente apaixonada por ele.

É Jack agora que sorri vitorioso.

Me aproximo de Anne e a beijo.

Agora só falta Ryan.

Nós saímos. Uma monitora da Corvinal está passando e eu fico realmente surpreso quando Ryan começa a pegá-la do nada. Quando eles se separam, ele se vira para a gente.

–Que caras são essas? Vocês podem. Por que eu não posso?

–Porque você é você. Nós somos nós – Jack responde. – Faz parte da nossa personalidade.

Não faz parte da minha personalidade agarrar desconhecidas mas não comento.

–Qual é o seu nome? – a monitora pergunta.

Meu Deus! Ainda por cima ela gostou.

–Ryan. E licença.

Nós saímos rindo e provocando Ryan.

...

As lufanas são desconhecidas para qualquer um dos Flamas da Glória.

–Vamos pegar primeiranistas – comenta Jack. – Sempre quis pegar alguma primeiranista e ver a cara dela.

Uma garota está passando. Ela é razoavelmente bonita e é da Lufa-Lufa. Trombo com ela.

–Ah desculpe! Fui empurrado...

Olho para Luke.

–Luke! – reclamo como se brigasse com ele, como se ele tivesse me empurrado na direção dela.

–Ah! Qual é? Você tava gamado nessa garota a tempos – Luke retruca.

–Sério? – a garota pergunta para mim.

Não é a resposta mas eu respondo o contrário.

–Sim. Vamos gente.

Eu começo a sair.

–Ei! Qual é o seu nome?

–Jack Wood – respondo.

Modifico a minha aparência para idêntica da a aparência de Jack e o empurro na direção da garota. Aproveitando a deixa ele a beija mas logo em seguida ela se separa, mesmo tendo aparentemente retribuído.

–É sério.

–Ted Lupin.

Eu a beijo aproveitando da deixa.

–E isso...

Ela sorri esperando algo bonito.

Mas se eu disser algo bonito Jack me provocará me chamando de gay.

–Foi o pior beijo da minha vida.

Nos afastamos.

–Eu achei que você não saia magoando por aí, Teddy – Luke comenta. – Acho que é melhor ter o Ryan como melhor amigo.

–Acha que fui muito rude?

–Se foi rude? – ele retruca. – A menina saiu chorando!

Me arrependo de ter pensado se Jack me chamaria de gay ou não. O que importa é eu ter mudado o meu jeito para não ser provocado. Os olhares de Ryan e Jsck para mim são péssimos mas é o de Luke que me faz abaixar o meu olhar para o chão me sentindo horrível.

–Desculpa.

–A desculpa deveria ser para ela!

Quando passamos por um grupinho de lufanas ele alivia a sua expressão e sorri para mim.

–Faça mais assim – ele sussurra no ouvido.

Ele se aproxima delas sorrindo. E talvez seu sorriso o faça parecer mais um anjo daqueles quadros trouxas pois elas suspiram.

–Vocês são de que ano?

–Sexto.

–Ah! Sou muito novo para tentar algo com vocês...

–Quantos você tem?

–Treze.

–Não. É suficientemente velho para isso.

–Talvez seja melhor vocês encontrarem caras mais velhos. Eles te apreciaram do jeito que belas damas como vocês merecem.

Essa é a deixa para uma mais ousada beijá-lo. Ele retribui a pressionando contra a parede. Meu filho, o meu melhor amigo manda bem demais nesse assunto.
Ele troca nomes com as lufanas assim que termina o beijo. Antes que possamos ir embora Ryan e a monitora entre as lufanas se beijam. Ryan tem uma queda por monitoras com toda a certeza.

...

Com sonserinas as coisas se tornam muito difíceis. Provavelmente porque somos mal-vistos entre eles. Eu, Luke e Jack porque sujamos a Comunal da Sonserina ano passado e Ryan porque é um nascido-trouxa. Ou talvez apenas seja porque somos grifinórios. E Danna... Bom, talvez seja porque elas nos conhece ou por sua esperteza mas ela descobriria que é um plano na hora, além do seu relacionamento com Lestrange estar se aprofundando.

Mas é claro que eu tenho um plano ou eu não seria Ted Remus Lupin.

Modifico o brasão da Grifinória para o brasão da Sonserina nos nossos uniformes. Nos deixo impecáveis.

–Escolham famílias puro-sangue e digam que pertecem a elas. Aproveitem da aparência claro.

Modifico a minha aparência para aparecer que pertenço à família que realmente pertenço. Os Black.

–E primeiranistas.

–Somos primeiranistas? – Ryan pergunta. – Essa vai ser a história?

–Não. Nós pegamos primeiranistas.

Jack faz um gesto de comemoração. Ele realmente está afim de pegar uma primeiranista.

Saímos do dormitório e da Comunal.

–Pra que lado? – Jack pergunta.

–Vamos para a Comunal deles.

–Vamos ser descobertos – Luke protesta.

Me viro para eles e modifico as suas aparências usando feitiços que só deveria aprender à três anos.

–Luke, você é um Greengrass. Jack, você é um Lestrange. Ryan, você é um Rosier. E eu sou um Black. Agora vocês sorriem arrogantes e vamos para a Comunal.

Entramos na Comunal da Sonserina e nem somos notados. Me aproximo de um grupinho de primeiranistas.

–Vocês se chamam...? – pergunto sorrindo.

–Jane – responde a única loira do grupo.

Tem que ser a minha. Não quero nunca experimentar morenas ou ruivas.
Me apoio na parede e sorrio para ela.

–Você é boa o bastante para um Black? – pergunto arrogante encostando na parede.

Ela sorri.

–Tenho certeza que sim.

–Sobrenome?

–Prince.

–Acho que os Prince são um pouco decaídos...

Ela abre a boca para responder mas Ryan aproveita a deixa. Eles têm que parar de fazer isso! Eu estava quase conseguindo!

–Concordo – Ryan responde lançando um olhar de desprezo para Jane Prince que eu nunca vi ele usar, que bom que a sua aparência foi modificada pois não combina nada com os seus olhos cinzas-tempestade – Tem alguém aí menos decaído que os Prince?

–Eu! – uma garota responde se atirando no pescoço dele e o beijando.

A cena é tão estranha que começo a rir. Ryan, nascido-trouxa da Grifinória, beijando uma sonserina. E pior, ela que se jogou no pescoço dele para beijá-lo.

Luke e Jack me acompanham na risada e Ryan, depois de afastar a garota, também ri.

–Qual é o problema? – a garota que o beijou percebendo que tem algo de errado em nossas risadas.

–Você sabe quem somos? – Luke pergunta. – Quem realmente somos?

Elas se entreolham.

–Já ouviu falar dos Flamas da Glória? – pergunto.

Elas se entreolham e negam com a cabeça.

Temos que fazer uma fama maior. Aliás, faz algumas semanas que não aprontamos nada. Temos que imediatamente fazer algo!

–De Ted Lupin e... – começo mas sou interrompido por Jane.

–E seu grupo? Já. Por que?

Devolvo as aparências originais aos meus amigos enquanto retorno meu cabelo para o azul berrante e os olhos para âmbar.

–Eu sou Ted Lupin. E sua amiga acabou de beijar o meu nascido-trouxa favorito Ryan Lorentz.

Elas se entreolham chocadas.

–E aliás, eu não menti. Eu tenho sangue dos Black.

Saio as deixando plantadas lá. Caímos na gargalhada ao sairmos. Não importa que eu perdi, foi muito cômico o final. E a cara da garota só me dá mais vontade de rir.

...

Jack está parado em frente ao espelho contemplando a sua imagem sem o seu típico sorriso no rosto.

–Que foi? – pergunto parando ao seu lado.

–Como posso querer ser o pegador se eu perdi essa competição?

–É só ser o primeiro a transar – respondo tentando fazer ele relaxar.

Ele balança a cabeça. É. Ele não vai relaxar. O assunto é sério.

–Ser ou não ser, eis a questão? – pergunto tentando entende-lo.

–Ser ou não ser, eis a questão – ele concorda.

Ok. Todos nós devemos passar por crise existencial. Agora deve ser a do Jack.