TRL

Encontros


–Marquei um encontro para a gente, Teddy – Luke avisa enquanto se senta ao meu lado na grama em frente ao lago.

É um belo domingo. Faz um mês que voltamos para Hogwarts. Os Flamas da Glória já perderam e ganharam pontos para a Grifinória, pessoalmente acho que perdemos mais do que ganhamos.

–Luke, eu sinto te informar mas não leva amigos para os seus encontros – comenta Jack. – Seu noob.

–Se acha que é tão esperto assim me explica o que é encontro duplo, colega.

–Você não tinha falado que era encontro duplo.

–Mas já que é tão esperto já deveria saber.

Jack abre a boca para retrucar mas é interrompido por Ryan.

–Será que dá pra ser específico de uma vez?

–Bom, é o seguinte. Eu preciso de ficar com alguém rápido e você precisa esquecer a Grace – comenta Luke para mim. – Marquei de sairmos com duas corvinas gatas daqui à uma semana.

Vick e Lizzie se entreolham.

–Não estou falando de vocês, só para deixar claro – Luke avisa para elas.

–Não me diga – Lizzie ironiza.

–É o seguinte, vocês não possuem muita opção de para onde ir – comenta Vick. – Vocês não podem ir para Hogsmead.

Olho para Luke, Jack e Ryan. É o tipo de coisa que a gente deveria fazer.

–Os Flamas da Glória conhecem todo o castelo. Vamos ter coisa para fazer com elas – responde Luke.

–Como? – Vick questiona. –Como conhecem todo o castelo se estão apenas no segundo ano.

–Pergunte para o Teddy – Jack responde jogando tudo em cima de mim.

Valeu pela força, Jack. Agora sei que posso contar com você.

Vick me encara com os seus olhos azuis-safira.

–Sou filho de um maroto – respondo dando de ombros.

–A Grifinória está com pontos negativos. Espero que vocês não percam mais pontos. Não que eu me importe já que sou da Corvinal. Mas Teddy...

–Relaxe, Vick – peço beijando a sua bochecha.

Me levanto e entro no castelo.

Entro no Salão Comunal da Grifinória e vejo o quadro de avisos. Existe um aviso do capitão do time de Quadribol da Grifinória, ele avisa que na próxima terça ele irá fazer os testes.

Caminho para o Corujal. Arquimedes pia em saudação para mim.

Eu me sento e ela pousa no meu ombro.

–Como você está, garota?

...

–Você marcou um encontro com a Becker? – Jack questiona encarando Luke chocado.

–Não é com a Becker.

–Anne ainda é uma Becker – relembro. – E eu não vou sair com ela.

–Cara, a Anne é bonita – Jack comenta.

–E daí? Eu não vou usar ninguém para esquecer Grace, muito menos a irmã gêmea dela!

–Vamos cara, eu fico te devendo uma.

–Não.

–Duas?

–Não.

–Três?

–Não.

–Quatro?

–Eu já disse que não, Luke. Mesmo que você fique me devendo mil é não.

–Por que?

–Porque esse sou eu. E eu não iria sair com alguém só para esquecer outra pessoa.

A porta do quarto se abre revelando Ryan.

–Não desça, Teddy.

Isso só me dá mais vontade de descer. Em uma velocidade sobrenatural desço as escadas e avisto um casal se beijando no canto do Salão Comunal. Sinto um forte aperto no coração.

Escuto passos. Olho para trás. Ryan.

–Quem é ele?

–Artilheiro da Grifinória. Se chama Victor Sparks. Quarto ano.

Mordo a parte interna da bochecha. Ótimo modo de conhecer alguém.

–Teddy, você está bem?

Forço um sorriso.

–Por que não estaria?

–Porque a garota que o Sparks está beijando é a Grace.

Empurro Ryan e volto rapidamente para o meu quarto.

...

–Achei que você não iria querer sair comigo – Anne comenta caminhando ao meu lado.

–Até eu mesmo me surpreendi.

–Você está bem?

–Por que não estaria? – pergunto me virando para encará-lo.

Anne é idêntica à Grace. Os mesmo cabelos loiros, os mesmos olhos verdes... Não sei porque não me dito atraído por Anne como me sinto atraído por Grace.

–A sua cara.

–Minha cara é assim.

–E seu cabelos está em uma cor normal.

–Essa verdadeira aparência. Achei que seria mais formidável.

–Não sei porque formidável me lembra formiga – comenta Luke me lembrando que ele e a garota que eu não sei o nome também estão aqui.

A garota que o acompanha começa a rir.

Troco um olhar com Anne.

–Vem comigo – peço.

Ela assente com a cabeça.

Caminhamos juntos até a Torre de Astronomia.

–Pensei que isso aqui fosse ilegal.

–E é.

Ela me encara boquiaberta.

Escuto um pouso seguido de galopes. Nem preciso perguntar pois sei quem é. Zekrom. Tateio nele e o monto.

–Você vem? – pergunto esticando a minha mão para ela.

Anne recua. Grace não recuaria.

–Isso é ilegal também.

–Você só se preocupa com o que é ilegal?

–Desculpe, mas sim. Sou da Corvinal, além de tudo.

–A Corvinal é a casa das pessoas inteligentes, não necessariamente de seguidores das regras.

Ela balança negativamente a cabeça.

–Foi um prazer te conhecer – forço um sorriso. – Levantar vôo, Zekrom.

"Tava demorando"

...

–Como foi o encontro com a Anne? – pergunta Luke assim que eu passo pelo buraco do retrato.

–Foi mais produtivo o encontro com Zekrom.

–Tá brincando. Você tá dizendo que abandonou a Anne para andar com um testrálio, garoto da morte? – Luke questiona.

–Ela que não quis vir. Foi bom o seu encontro com a... Qual é o nome dela mesmo?

–Emma Mayer. E sim, foi bom. Eu e ela ficamos um bom tempo nos beijando. Acabei de voltar para cá.

–Parabéns – respondo franzindo a testa.

Luke está normal. Depois do desespero dele de não ter dado o primeiro beijo ainda, achei que agora que deu ele sairia pulando por aí.

–Está tudo bem?

–Claro. Por que?

–Achei que estaria pulando de felicidades por ter finalmente beijado alguém.

–Emma Mayer é a primeira de muitas meu caro amigo, a primeira de muitas.