TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter

Capítulo 59 — Crepúsculo à Alvorada


05 de Março de 1979, Casa de Campo de Alphard Black.

— Você sabe, isso não é necessário – comentou Remus ao entrar na cozinha e parar na porta olhando exasperado para a mesa cheia de alimentos.

— Dumbledore e os outros da Ordem concordaram comigo sobre você ficar afastado por um tempo depois de sua infiltração nos lobisomens – respondeu Sirius Black colocando as mãos na cintura. – Seria muito arriscado para você ficar em Londres.

Remus suspirou e revirou os olhos enquanto se sentava.

— Não estou falando sobre isso, estou falando sobre essa mordomia toda – retrucou Remus apontando para o enorme café da manhã na mesa. Que não era qualquer coisa, mas sim todos os favoritos dele. – Eu estou bem, Sirius.

— Muito me alegra ouvir isso – disse Sirius se sentando em frente ao amigo. – Você passou por muita coisa sozinho nos últimos meses naquela infiltração. Muita coisa muito arriscada. Você merece um descanso tranquilo, certo? Então me deixe cuidar de você, Remus.

Remus se sentiu um tanto humilhado pelo carinho claro nos olhos do Black voltados para ele. E pelo seu rosto com a expressão séria porém suave, ele podia dizer que era importante para Sirius cuidar dele, que era algo genuíno. E com isso percebido, Remus abriu um pequeno sorriso e concordou.

Sirius abriu seu largo sorriso feliz e cantarolou baixinho.

Pelas janelas abertas que haviam ali, podia-se ver claramente que era um dia claro e refrescante, com uma brisa suave e um sol claro entrando. Aquele clima de paz fazia Remus se sentir calmo e até esquecer um pouco do que viria mais tarde.

— Então, seu tio Alphard deixou essa casa para você? – perguntou Remus calmamente.

— Sim, ele gostava bastante de mim. E o sentimento era mútuo, o único Black que eu realmente gostava de toda família. Quando eu fugi de casa ele me deixou uma boa quantidade de dinheiro. E esta casa depois de sua morte. – respondeu Sirius olhando em volta, um sorriso suave e curto pairava em seu rosto. – Ele era um bom homem. E não ligava para as ideias de Walburga sobre sangue-puro e essas bobagens. E claro, por conta disso, foi queimado da tapeçaria Black assim como eu.

— Você sempre vai se orgulhar de ter sido queimado daquela tapeçaria, não vai? – perguntou o Lupin bem humorado.

— Sempre! – exclamou Sirius piscando para Remus. – De qualquer forma, está um dia lindo e eu não quero ficar preso aqui. Então, o que acha? Um passeio antes da noite chegar?

Remus olhou temoroso para o lado de fora da janela.

— E é seguro...? – perguntou ele baixo ainda olhando para a janela.

— Bem, eu realmente duvido que alguém da minha família lembre deste lugar. E eu duvido muito que estejam procurando por nós neste momento...

— Não, você não entendeu. É seguro para os trouxas que moram próximos daqui eu sair como lobisomem? – perguntou Remus agora olhando para os olhos do Black.

Sirius tornou a ficar sério e gentilmente puxou a mão de Remus, a segurando firme e então disse com uma voz mais séria e grave:

— Foi um erro para nunca mais acontecer. – disse ele e não era preciso explicação do que ele falava. – Eu prometo a você que te trouxe para um lugar totalmente seguro. Para os trouxas e qualquer outro bruxo e para você. Não deixarei que você machuque ninguém e muito menos deixarei que machuque a si mesmo.

— É uma promessa?

— É uma promessa. – concordou Sirius lhe dando outro aperto em sua mão. – Sem contar, que a área que estamos é muito grande para qualquer grande perigo. Vai ser como sempre foi desde o quinto ano. Do crepúsculo à alvorada. Eu e você.

Remus sorriu.

— Obrigado, Sirius.

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31 de Outubro de 1993, Hogwarts.

Remus ainda estava em estado de pura surpresa e choque quando o Prof. Dumbledore mandou todos os alunos da Grifinória voltarem ao Salão Principal, onde foram se reunir a eles, dez minutos depois, todos os alunos das outras casas.

— Os professores e eu precisamos fazer uma busca meticulosa no castelo – informou o diretor aos alunos quando os professores McGonagall e Flitwick fecharam as portas do salão que davam para o saguão. – Receio que, para sua própria segurança, vocês terão que passar a noite aqui. Quero que os monitores montem guarda nas saídas para o saguão e vou encarregar o monitor e a monitora chefes de cuidarem disso. Eles devem me informar imediatamente qualquer perturbação que haja – acrescentou Dumbledore dirigindo-se a Percy, que assumiu um ar de enorme orgulho e importância. – Mande um dos fantasmas me avisar.

Com isso o diretor acenou aos outros professorea ao lado dele e eles começaram a partir para longe do Grande Salão até Dumbledore parar e dizer:

— Ah, sim, vocês vão precisar... – Com um gesto displicente da varinha, as longas mesas se deslocarampara junto das paredes e, com um outro toque, o chão ficou coberto por centenas de fofos sacos de dormir de cor roxa. – Durmam bem. – e então saiu, fechando a porta.

Assim que a porta foi fechada, Remus pode ouvir os murmúrios dos alunos do outro lado. Dumbledore se virou para ele e os outros professores com um pequeno sorriso no rosto.

— Isso vai se tornar a fofoca de Hogwarts durante uma, não... duas semanas no máximo – comentou ele. – Agora, enquanto os monitores cuidam para que nenhum aluno saía, nós iremos fazer a busca atrás de Sirius Black, quero todos olhando tudo. Não deixem nenhum lugar sem pelo menos terem visto duas vezes.

Os professores concordaram e saíram, apenas Remus e Snape ficaram olhando para o diretor.

— Ainda não entendo porque insistir nessa mentira de Black ser um homem perigoso quando você sabe que ele não é – resmungou Snape com os braços cruzados.

— Já conversamos sobre isso, Severus – disse Dumbledore calmamente. – Eu sei, sim, assim como Remus sabe, como Sophie sabe, e você sabe... Mas saber não prova a inocência dr alguém. E se conheço bem Cornélio, e eu sei que conheço, eu sei que ele só aceitaria a palavra de qualquer um se visse a maior prova daquela palavra ser verdadeira. Agora, você não precisa andar pelo castelo procurando pelo Sirius se não quiser, então boa noite. Vamos, Remus.

Remus deu um breve aceno para um Snape bastante irritado e seguiu Dumbledore. Eles ficaram silêncio por uns breves minutos, e naquele tempinho Remus aproveitou para acalmar mais sua mente e seus sentimentos que estavam um caos total sabendo que Sirius estava em Hogwarts e que, por algum motivo infernal, havia atacado a Mulher Gorda.

Francamente o que aquele animal estava pensando fazendo algo assim? Só aumentou mais ainda o seu status de louco e perigoso para os alunos e pior ainda para Harry.

“Ele é o Sirius, está em seu DNA fazer uma burrice sempre que tiver a chance.” Remus abriu um curto sorriso lembrando-se do que Lily um dia havia lhe dito.

— Você está irritado pelo o que ele fez – comentou o diretor de repente.

Remus olhou para o bruxo mais velho e suspirou. Sim, ele de fato, sentia-se traído pelo o que aconteceu. Foi ridículo o que Sirius havia feito, ele queria que aquele maldito cachorro tivesse lhe dado um sinal, nem que fosse de fumaça, que estava em Hogwarts. Assim ele poderia ajudá-lo...

— Acalme essa tensão de seus ombros, meu amigo – disse Dumbledore para o lupino que deu mais um longo suspiro. – Você está se sentindo traído, não está?

— E tem como eu não me sentir assim? – perguntou Remus passando as mãos no rosto. – O que está acontecendo? Parece que só porque eu me tornei professor, não sou mais confiável. Quer dizer, Sophie está claramente me escondendo algo, Harry não me conta as coisas porque acha que vai me atrapalhar e agora Sirius...

— Hum... Já parou para pensar que eles estão fazendo isso por você? – perguntou o diretor. – Sophie e Harry, eu digo. Não posso dizer o mesmo por Sirius.

Remus franziu a testa para o diretor.

— O que? Me enganar?

— Te proteger. – respondeu Dumbledore calmamente. – Sophie e Harry querem garantir que nada de errado para você, meu amigo. É o seu primeiro emprego desde do fim da guerra e mesmo antes você era um soldado, não recebia nada por isso. E quem tem maior noção disso?

— Sophie... – sussurrou Remus com um suspiro.

— Ela, acima de todos, quer que isso dê certo. Quer você aqui e que nada te atrapalhe. – disse Dumbledore sorrindo. – Um pequeno erro neste momento relacionado com Sirius e alguém com intenções não boas veja... Pode atrapalhar.

— Mas... Acima de tudo eu sou o padrinho deles. – disse Remus triste. – Sou o homem que hoje em dia, Sophie chama de pai... Se eles precisarem de mim eu quero que eles venham até mim e não se escondam.

— Então diga para eles. – aconselhou Dumbledore sabiamente. – Deixe claro que acima de qualquer outra coisa, você está aqui para o que eles precisarem.

Remus olhou para o diretor com um suspiro cansado ele concordou. Era o que ele deveria fazer, deixar claro para suas duas encrencas que ele estava bem ali para eles.

— E Sirius? – ele perguntou baixinho.

— Creio, meu querido amigo – começou Dumbledore depois de um tempo. –, que Sirius Black é um assunto que você terá de descobrir o que fazer sobre sozinho. Por agora, te desejo uma boa noite. Até amanhã.

— Até amanhã, senhor.

Remus ficou parado observando o diretor se afastando e quando ele próprio se virou para o outro lado, ele avistou uma bela pinta de uma árvore velha em movimento, com as folhas caindo lentamente. Isso o deixou mais ansioso. Ele tinha certeza que quem quer que tenha pintado aquela árvore queria dar um efeito calmante em quem a visse mas para Remus apenas o deixou com mais um pensamento para suportar.

A lua cheia estava chegando.

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05 de Março de 1979, Casa de Campo de Alphard Black.


— Vá se arrumar – disse Sirius após eles terminarem o café da manhã. –, temos um supermercado para ir.

Remus revirou os olhos e cruzou os braços.

— Você só quer uma desculpa para me levar para andar naquela sua moto – resmungou Remus fazendo Sirius rir.

— Isso e também porque realmente precisamos de comida – disse Sirius indo em direção a porta. – Vou dar uns ajustes naquela belezura enquanto você se arruma. Te vejo lá fora.

Remus revirou os olhos bem humorado e seguiu de volta para o quarto. Lá, ele tirou uma camisa qualquer junto com uma bermuda que James havia lhe dado do guarda roupa, vestiu seu chinelo e foi para o banheiro escovar os dentes. Por fim dando uma arrumada na melhor maneira que podia em seu longo cabelo. Enfim, saiu ao encontro de Sirius que estava deitado em cima da moto, com óculos escuros e o sol batendo em todo seu belo corpo.

— Para quem você está sensualizando? – perguntou Remus se escorando na batente da porta com os braços cruzados enquanto olhando para o amigo.

— Para o mundo – respondeu Sirius. – não é sempre que existe uma beleza como eu, o mundo precisa me apreciar.

— Sirius – disse Remus com um suspiro. – Vamos conversar sobre o seu ego terrivelmente inflado e como isso não é saudável.

Sirius levantou a cabeça na direção do lupino e sorriu mostrando todos os dentes, Remus podia muito bem assemelhar este sorriso ao sorriso que ele em sua versão cachorro lhe dava.

— Deve ser por isso que minha psicóloga desistiu de mim – comentou Sirius. – Eu não consigo desinflar meu ego.

— Você nunca foi à um psicólogo, Sirius – disse Remus se aproximando dele.

— Meu ponto ainda é válido – cantarolou o Black e então tirou outro óculos de sol do bolso. – Aqui, coloca isso.

E jogou o óculos escuro para Remus que o pegou. O Lupin não estava animado em colocar mas após ver a cara de cachorrinho – que era um pouco sua fraqueza – do outro homem, ele acabou colocando.

— A carinha de cachorro é sacanagem – resmungou ele.

— Direitos iguais, você faz essa carinha desde do terceiro ano – retrucou o Black agora com o largo sorriso de volta. – Agora vamos, o dia é longo e nós iremos nos divertir muito hoje!

— Por favor, não inventa de fazer alguma idiotice enquanto está dirigindo está coisa – pediu Remus subindo na moto e segurando a barriga de Sirius já com força. Ele realmente odiava aquela moto.

— Você fala isso como se eu fosse uma criança – resmungou Sirius ligando a moto.

— Mas você é....

— Eu sei, mas não precisa ficar dizendo pra todo mundo! – retrucou Sirius fazendo Remus rir.

Enfim, os dois estavam na estrada, indo em direção ao centro da cidade que tinha ali perto.

Remus aproveitava tranquilamente o vento que batia em seu rosto, e sentia cada vez mais as preocupações que tinha indo embora. Apesar de saber o que aconteceria no final do dia, ele ainda podia aproveitar o agora, e o agora estava realmente um clima bom e calmo. Quase parecendo que não havia guerra. Ele deitou a cabeça no ombro de Sirius e fechou os olhos apreciando o vento e após quase uma hora, eles haviam chegado.

— Eu fiz uma lista do que a gente deve comprar – disse Sirius enquanto entravam no mercado e tirando um papel do bolso. – Da uma olhada.

Remus pegou e parou no meio do caminho dando um longo e sofrido suspiro.

LISTA DE COMPRAS PRA SER FELIZ:

1—— Todos os doces do mercado

2—— Todos os salgados do mercado

3—— Refrigerantes e cervejas

— Sirius... – disse Remus calmamente e olhando para um Sirius com um rosto bastante animado. – Não.

E o sorriso foi embora.

— Mas... Por que não?!

— Não.

— Remuuus...

— Não.

— Nem...

— Nem.

— E os...

— Muito menos.

— Então o que vamos comprar?!

— Algo que não nos mate enquanto estivermos por aqui – retrucou Remus voltando a andar com Sirius logo atrás dele.

E assim foi feito. Remus garantiu que comprassem verduras e legumes, alguns doces e salgados, dois refrigerantes e bastante garrafas de água.

— Essa foi a compra mais decepcionante da minha vida – resmungou Sirius. – Prefiro comprar com o Peter. Ele sabia como fazer uma compra de verdade.

Remus revirou os olhos. Eles saíram do mercado, indo para uma área afastada e usaram magia para mandar os suprimentos para a casa em que estavam.

— Agora – começou Sirius voltando a ficar animado e esfregando as mãos. – Vamos nos divertir!

O sorriso animado dele quase fez com que Remus corresse para o mais longe possível, mas ele não teve tempo pois Sirius o pegou pela mão e o puxou em direção à um parque de diversões que tinha bem em frente ao supermercado, algo que realmente passou batido por Remus, mas claramente não por Sirius.

Assim que eles pisaram no lugar animado Sirius já estava correndo para todos os brinquedos possíveis como se fosse uma criança de dez anos. Já Remus, como sempre, estava mais tranquilo. E enquanto seu amigo ia na montanha-russa, ele já estava comprando o terceiro sorvete de chocolate, esperando pacientemente Sirius descer do brinquedo.

— Para deixar registrado, foi a primeira vez que Remus ouviu Sirius soltar um grito agudo tão forte que rachou um vidro que estava próximo ao brinquedo. E ele realmente agradeceu à Deus por não estar ao lado do amigo quando o brinquedo desceu os trilhos com tudo. Se não provavelmente estaria surdo. —


— Roda-Gigante! – gritou Sirius pulando e apontando para o brinquedo.

Remus tentou se manter sério mas ver Sirius tão animado com os brinquedos o fez lembrar de quando ele e os amigos eram mais jovens, quando eles eram inocentes e se divertiam com tudo. E naquele momento, por aquele breve dia, Remus iria aproveitar aquela liberdade que o universo estava lhes dando, para voltar a ser inocente e apenas aproveitar. Não tinha guerra.

Ele então pegou a mão de Sirius – o surpreendendo – e com um largo sorriso começou a correr onde a roda gigante se encontrava, Sirius rindo ao lado dele.

E lá de cima eles viram o mundo, viram as árvores ao longe, as pequenas casas, ricas e pobres, as pessoas como pontinhos. Tudo, estava sobre suas visões e eles se sentiram tão livres, tão felizes. Olhando para o céu azul com o sol começando a descer, não havia preocupação, apenas beleza de um belo dia chegando ao fim. Remus sentiu Sirius apertar sua mão e sem pensar muito, ele puxou o outro homem para mais perto, o segurando em um abraço calmo e seguro enquanto olhava tudo.

Por aquele breve momento, os dois estavam comandando o mundo.

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10 de Novembro de 1993, Hogwarts.

Remus sabia que Sirius Black seria o assunto principal para todos os lados em Hogwarts nos dias que se passaram. Era uma teoria atrás da outra sobre como Black havia conseguido entrar em Hogwarts e Remus estava ficando impressionado com a imaginação dos alunos cada vez que ouvia uma teoria diferente. Algo que queria dizer alguma coisa, afinal, ele mesmo já foi um desses alunos.

Mas tirando esse fato de que tudo que se falava em Hogwarts era sobre Sirius, tudo estava indo bem. Harry ia bem nas aulas e as vezes até mesmo pedia ajuda para ele com algumas lições – quais Remus ajudaria com imenso prazer.

Sophie ainda estava agindo um tanto estranha e dessa vez Erik estava no mesmo estado – algo que fez ele ter certeza que a Potter havia dito para seu irmão de alma o que ela escondia dele –, porém não estava agindo tão estranha como dias atrás e parecia estar menos preocupada, o que o levou a entender que Erik havia ajudado com o que quer que fosse.

O restante do grupo estava em seu “normal” rotineiro. E ele tinha que dizer que estava impressionado que nenhum deles havia enlouquecido até aquele momento, porém ele tinha certeza que quando Fevereiro chegasse, não haveria um com a sanidade em bom estado.

Naquele momento ele estava fazendo algumas anotações sobre o desempenho dos terceiros anos da Corvinal quando Sophie entrou em sua sala de repente, pegou uma cadeira e colocou ao lado da dele e depois o abraçou, deitando a cabeça no peito de Remus, fazendo com que ele largasse a pena de anotar para segurá-la.

— Oh – ele disse ainda um tanto surpreso mas acariciando os cabelos dela. – Estamos carentes hoje?

— Desculpe te encomodar, Moony, mas é tanta coisa na minha cabeça que eu senti que eu precisava de você – disse Sophie suspirando e enfiando mais o rosto no peito de Remus.

Remus suspirou cheio de carinho para ela e abraçou mais apertado, deitando a cabeça sobre a dela.

— Está tudo bem, você nunca me atrapalharia – disse ele baixinho. – Estou aqui sempre pra você.

— Obrigada – sussurrou Sophie com um suspiro. – Quero férias.

— Bem, o Natal já está chegando – comentou Remus olhando para a janela. – Você terá tempo para descansar um pouco mas depois...

— Eu sei, eu sei – resmungou Sophie. – Os estudos vão voltar como bombas e não viverei.

— James Potter saía deste corpo – brincou Remus e Sophie.

Depois de um breve momento Sophie perguntou;

— Iremos passar o natal aqui?

— Sim – respondeu ele. – Mais fácil, de qualquer forma. Já que estou aqui.

Eles ficaram em silêncio durante mais um bom tempo, apenas aproveitando a presença um do outro.

— Sirius está em Hogwarts. – disse Sophie baixinho.

— Oh, eu percebi – comentou Remus com ironia. – Na verdade, toda a escola percebeu.

— Pois é – Sophie riu mas parecia sem humor. – O que... O que você faria se ele aparecesse para você?

— Primeiro brigaria com ele – respondeu Remus com toda a certeza. –, depois bateria nele, e depois provavelmente o abraçaria. – terminou sorrindo mas então franziu a testa. – Por que você...

Remus foi cortado de sua pergunta por Harry que entrou na sala parecendo irritado com Aslan o seguindo. O garoto trancou a porta e depois colocou uma cadeira para que a porta não fosse aberta e por fim, veio em suas direções pegando uma outra cadeira no caminho e colocando do outro lado dele, onde se sentou.

— Harry...? – perguntou Sophie olhando confusa para o irmão.

— Eles não param de me seguir! – rosnou o garoto irritado. – Para todos os lados que eu vou, tem um professor atrás de mim ou pior! Percy! Aparentemente o Sr. Weasley enviou uma carta para ele ficar de olho em mim! Como se eu não tivesse você e Remus, meus parentes para cuidar de mim! E mais! Eu sei me cuidar! E mais ainda, na maioria das vezes eu tenho Aslan ao meu lado! Então se eu tenho um leão comigo, eu não preciso de mais ninguém agindo como minha babá!

“Lily saía deste corpo.” pensou Remus olhando surpreso para o garoto.

— Uau – sussurrou Sophie.

— Harry acalme-se – pediu Remus preocupado com o temperamento do garoto. – Por que eles estão...

— Black – informou Sophie cutucando ele nas costas.

— Ah... claro. Isso está te encomodando? – perguntou Remus para o afilhado. – Essa proteção toda?

— É chato. E faz com que eu me sinta fraco. Eu entendo que estão preocupados mas eu estou bem! – Harry disse a última parte alto e olhando para a porta como se tivesse alguém esperando pelo garoto atrás dela.

— Eu irei conversar com Dumbledore sobre isso – informou Remus para Harry, colocando uma mão no ombro dele. – Você disse que Aslan está com você o tempo todo, certo? Sem contar que você dificilmente anda sozinho pela escola. Acho que você está mais seguro do que muitos alunos.

— Eu penso o mesmo – disse Sophie bagunçando o cabelo de Harry.

Remus sorriu para os dois e então se lembrou do que Dumbledore havia lhe dito e aconselhado.

— Escutem – ele disse para os dois afilhados que se voltaram para ele. –, sabem que podem contar comigo, não é? Eu sou um professor agora e é legal ter esse emprego mas... Bem, em primeiro de tudo eu sou o padrinho de vocês e estou aqui para vocês acima de todos os outros. – então ele olhou nos olhos de Sophie. – Me deixem ajudar vocês, sim?

Os olhos cheios de conflito e culpa de Sophie brilharam para ele, só confirmando mais ainda que algo estava errado, algo que ela não estava contando. E ele sabia que estava machucando ela.

— Não estou dizendo para contar agora – ele disse, querendo ter certeza que estava tudo bem que ela demorasse para contar a ele. – Que demore o tempo que for, quando vocês estiverem prontos para contar o que quiserem contar, eu vou estar aqui esperando.

— Está bem – disse Harry sorrindo suave. – Obrigado, Remus.

Remus sorriu para ele e se voltou para Sophie que agora seus olhos tinham um novo brilho, um pouco de esperança.

— Sim – ela concordou baixinho. – Obrigada, Remus.

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O tempo foi piorando com o passar dos dias. Era chuva atrás de chuva e quase nunca o sol aparecia. Era noite de sexta-feira, Remus estava lendo um livro quando a Professora McGonagall entrou na sala parecendo cansada e um tanto estressada.

— Olá professora – cumprimentou Remus. – Posso ajudá-la em algo?

— Na verdade, eu espero que você possa – disse a professora se aproximando da mesa dele. – Agora às nove horas, vai ter o último treino da Grifinória para o jogo de sábado, e a Madame Hooch não vai poder assistir...

— A senhora quer que eu assista? – Remus franziu a testa, largando o livro. – Mas eu não entendo quase nada de Quadribol...

— Para tomar conta dos Potter, Remus – disse McGonagall como se fosse óbvio.

— Ah – ele se lembrou que Minerva achava que Sirius era um assassino. –, bem, eu não estou fazendo nada importante agora. Na verdade estava até ficando com tédio. – comentou ele – Será um prazer ajudar.

— Obrigada, querido – agradeceu a professora com alívio. – O treino vai começar logo. Você já pode ir para lá. E ponha um casaco, vai chover novamente de acordo com Albus. Aquele velho deu para ficar querendo adivinhar o tempo agora... – e a professora saiu resmungando consigo mesma sobre Dumbledore e suas tentativas de adivinhações.

Remus sorriu bem humorado. Se espreguiçando e estando o pescoço ele foi até o quarto e pegou um casaco velho que ele não se importaria de molhar e partiu para o campo. Os jogadores já estavam lá.

— Remus! – exclamou Sophie sorrindo quando o viu. – O que faz aqui?

— Madame Hooch não vai poder ver esse treino, então a professora Minerva pediu para que eu fizesse – respondeu Remus dando de ombros. – Boa noite à todos.

— Boa noite, senhor – respondeu Olívio Wood um tanto mal humorado. – Na verdade, nada de boa, professor – continuou ele chateado. – O senhor acredita que a Sonserina não irá jogar conosco no sábado por causa daquele pirralho do Malfoy que ainda está dizendo sobre o “braço quebrado”?!

Remus levantou a sobrancelha esquerda com a aquela informação. E não passou nem um pouco despercebido por ele Sophie passando a mão nas costas do capitão do time como um carinho para acalmá-lo.

“A noite de lobo vai ser brava de novo pelo jeito.” pensou ele com um suspiro cansado.

— E todos nós já sabemos que esse braço quebrado dele é uma mentira! – disse Angelina irritada.

— Mas, por que? – perguntou Remus cruzando os braços. – Quero dizer, a Sonserina sempre pareceu gostar mais de jogar contra vocês do que com qualquer casa – comentou ele confuso. – Por que eles não querem jogar com vocês agora?

— Por causa do tempo, aparentemente Flint não confia no Malfoy para voar durante a chuva – respondeu Jorge ao lado de Sophie, que concordou com o que ele havia dito. – Com quem iremos jogar a propósito? – perguntou ele para Olívio.

— Lufa-Lufa – respondeu Wood pensativo. – Teremos que reformar todas as nossas técnicas, o novo capitão deles é muito esperto. Digo isso, porque conheço Diggory, e ele é forte e bem estratégico.

Angelina e Kátia deram risinhos e Sophie se sentiu corar um pouco. Jorge olhou para Angelina e Olívio para Sophie com a sobrancelha levantada – ao contrário do Weasley, ele mais parecia bem humorado do que enciumado.

— Que foi? – perguntou ele.

— Diggory, aquele alto e bonito, né? – perguntou Kátia sorrindo.

— Forte e caladão – continuou Angelina.

Jorge olhou com a testa franzida para a garota negra.

— Ele é fofinho. – comentou Sophie sorrindo.

— Ele não tem nada de fofo. Na verdade, parece ser muito burro, isso sim – resmungou Jorge irritado, fazendo Sophie, Angelina, Kátia e até Olívio rirem.

— Você fica uma graça com ciúmes, Jorge – cantarolou Fred. – De qualquer forma, por que você está tão preocupado com o Diggory, Wood? Da última vez que jogamos com os lufanos, Harry pegou o pomo em cinco minutos, lembram? E as meninas fizeram mais gols que o normal.

— Mas antes não era o Diggory o capitão e o apanhador da Lufa-Lufa. – retrucou Wood tornando a ficar irritado. – Não podemos relaxar! Diggory é um bom jogador, eu vi um pouco dele lá em cima, e ele é realmente bom!

— Bem, então é bom vocês começarem logo. Vocês treinam até que horas, mais ou menos? – perguntou Remus para Wood.

— Até meia-noite, mas hoje iremos até uma hora da manhã – informou Wood fazendo todos do time fazerem caretas.

— Bom, vocês tem cinco horas de treino então – comentou Remus passando a mão nos cabelos de Harry que sorriu para ele. – Onde posso ficar? Para assistir.

— Ali – respondeu Angelina apontando para um banco atrás deles. – É seguro para o senhor, professor. – continuou ela sorrindo para Remus. – Tem água ali, se o senhor ficar com sede.

— Obrigado, Angelina – agradeceu ele gentilmente.

— Vamos lá, pessoal! Ouviram o profesror, temos cinco horas de treino! – disse Wood alto.

Todos subiram em suas respectivas vassouras e Remus observou Sophie e Olívio conversando baixinho – e bem próximos um do outro –, o que quer que sua afilhada tenha dito claramente acalmou o capitão que abriu um sorriso e deu a ela um beijo demorado na bochecha. E então os dois estavam no ar.

— Bem – comentou ele consigo mesmo. – Ela parece melhor com ele do que com Fred... Talvez a noite de lobo não seja tão brava assim.

Ele passou cinco horas assistindo o treino tranquilamente e para sua sorte, Dumbledore havia se enganado em sua previsão do tempo, pois não havia chovido.

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05 de Março de 1979, Casa de Campo de Alphard Black.

Eles estavam de volta à casa de campo do tio de Sirius. O sol já estava em seus últimos momentos e logo a lua estaria presente no céu. Os olhos de Remus já estavam se tornando numa cor mais forte e clara e ele sentia todos os seus sentidos se tornando mil vezes melhores. Ele estava andando para o mais fundo da floresta, Sirius estava ao seu lado.

Eles estavam em silêncio. Nenhuma palavra era necessária para aquele momento entre eles. Nunca realmente foi, principalmente depois do sexto ano onde Sirius teve sua segunda chance e ficou com ele todas as noites depois, assistindo ele se transformar e ficando ali. Do crepúsculo à alvorada com ele.

Quando eles estavam fundo o suficiente, numa área que claramente era bem longe de qualquer outra área de risco, Remus parou e olhou para o céu, passando pelas árvores, a lua ainda não estava a mostra. Por pouco.

— Você não está sozinho – disse Sirius baixinho logo atrás dele. – Estarei com você do crepúsculo à alvorada. Bem aqui com você.

E a lua surgiu, alta no céu brilhando tudo ao seu redor. Remus ainda olhava para ela quando caiu de joelhos em agonia, gritando enquanto todo o seu corpo se transformava e ficava maior e maior, se tornando o corpo de um enorme lobo.

Já com a transformação completa, ele uivou em liberdade e quando se virou, viu o enorme cão preto ali parado com a cabeça baixa. O lobo farejou o ar e resmungou num tom afetuoso, uivando baixinho, ele se aproximou daquele cão. Se aproximou daquele a quem ele via sendo sua casa. Seu.

Depois de tanto tempo na presença de lobos inferiores, ele sentiu falta daquele cão. Seu cão.

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18 de Novembro de 1993, Hogwarts.

Enfim havia chegado. A noite de lua-cheia.

Assim que o dia começou a chegar ao fim, Remus não perdeu tempo e partiu para a Casa dos Gritos. Quando chegou no Salgueiro Lutador, ele ficou surpreso e aflito em encontrar Sophie ali, esperando por ele.

— O que faz aqui? – perguntou ele preocupado olhando para o céu.

— Eu arrumei as coisas para você. Sabe, tirei algumas coisas que poderiam te machucar – murmurou Sophie olhando tristemente para Remus. – Eu coloquei comida para você também e água... Ter algo para comer quando tudo acabar.

Remus sorriu carinhosamente para ela e lhe acariciou as bochechas.

— Obrigado, moça. – ele disse cheio de amor para ela.

— Você disse que a poção te faz ser um pouco racional enquanto é lobo, certo? Então... Não vai ser tão ruim... Não é?

— Vai ficar tudo bem, Sophie – ele disse. – A poção vai me ajudar, sim.

Sophie concordou e olhou para os pés ainda triste e preocupada.

— Ei, ei olhe para mim – ele pediu gentilmente.

Ela olhou.

— Eu vou ficar bem – ele garantiu como uma promessa. – Eu sempre fico, não é?

Ela abriu um pequeno sorriso e concordou com a cabeça. Remus sorriu de volta e lhe deu um beijo na testa.

— Agora, quero que corra para dentro. E nada de passeios noturnos com Aslan ou Castiel e Harriet hoje. Está bem?

— Entendido, pai. – riu fracamente Sophie.

Remus sorriu enquanto observava elq se afastar, esperou até que sumisse de sua visão, para, por fim, adentrar o salgueiro e ir direto para o quarto.

De fato, Sophie havia feito uma ótima limpeza. Ele viu que tinha um prato e um cálice com água tampados por uma toalha para ele.

— O que seria de mim sem você, Sophie Potter? – ele perguntou baixinho e cheio de carinho.

Então a lua chegou, a mudança veio rápida e dolorida. Mesmo depois de anos, Remus nunca se acostumaria com a mudança de seus ossos e pele. Nunca se acostumaria com a terrível dor que sentia. Em meio a mudança, ele caiu no chão, seus sentidos se tornando mais aguçados que o normal, com o pelo da cor marrom-avelã, os olhos mais claros e vividos. Levantou-se devagar, sob as quatro patas, maior do que um humano e muito mais forte, Remus sentia a dor sumindo e lentamente, foi abrindo os olhos.

Sua visão estava borrada mas logo, em menos de um minuto, ele conseguia ver tudo claramente. Sentia-se diferente, controlado, como se algo estivesse o segurando, mais do que isso, sua mente estava dividida entre racionalidade e irracionalidade, uma parte de si queria sair e morder enquanto a outra pensava em algo com cor laranja e olhos e olhos do sol refletindo na água de um lago verde. Mas ele não conseguia saber o que era. Porém... fazia com que ele sentia-se bem e em paz.

Enquanto tentava se ajustar com tudo em volta e com a própria mente, ele escutou um barulho vindo da direita, e com um rosnado, virou-se na direção do som e viu, parado na porta, um enorme cachorro preto, com a cabeça baixa e ganindo em um pedido para se aproximar.

O lobo se aproximou, dando a volta no cão e o cheirando, quão surpreso para seu ele foi, ao perceber que conhecia aquele cheiro. Era algo forte, que fazia com que ele se sentisse feliz e por algum estranho motivo, com o coração batendo tão rápido e forte. Ele se viu querendo mais daquele cheiro por perto, querendo que aquele cachorro o olhasse e por isso, rosnou para que o estranho o olhasse nos olhos.

Casa. Foi o que sentiu ao ver aqueles olhos cinzas, sentiu-se em casa, aquele cachorro preto, quase de seu tamanho, porém ainda menor, era o parceiro que ele havia escolhido a muito tempo. Devagar, como um pedido para se aproximar, o cão se aproximou e enfiou o rosto embaixo do focinho de Remus, enfiando-se no pêlo dele.

Fazia tanto tempo, desde da última que se viram, ele não conseguia lembrar o nome daquele ser que o fazia se sentir tão bem, até que ao deitar o rosto em cima dele, seu lado racional gritou: Padfoot.

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Remus abriu os olhos devagar, sentia-se tonto e perdido. Deu uma olhada em volta, e viu que estava deitado na cama do quarto da Casa dos Gritos, com um cobertor sobre seu corpo nu, ao lado dele, três sanduíches estavam em um prato. Tentou se lembrar do que havia acontecido na noite anterior e devagar, foi se lembrando da transformação, e de um cachorro enorme e preto, de olhos cinzas azuis. Sirius.

— Bom dia, lobisomem amado – cantarolou Sophie entrando no quarto. – Por favor, me diga que você está de roupa por baixo desse cobertor.

— Como se ele tivesse tempo de se transformar em lobisomem e depois voltar a forma normal para dormir e ainda colocar uma roupa – retrucou Erik atrás de Sophie, sendo seguido por Charles, Castiel, Patrick e Teresa.

— Como se sente Remus? – perguntou Charles.

Remus virou o rosto para os jovens.

— Sirius – murmurou ainda cansado e querendo voltar a dormir.

— Sirius? – perguntou Patrick confuso. – Estamos com cara de Sirius para você, Rems?

Remus revirou os olhos e olhou para Sophie que parecia confusa. Devagar e olhando diretamente para a afilhada, ele disse novamente.

— Padfoot. – e Sophie compreendeu.

— Você o viu? Ele apareceu para você? – perguntou ela se sentando ao lado do padrinho. – Humano ou...

— Cachorro... Quando ele apareceu, eu já era um lobo. – sussurrou Remus fechando os olhos. – Eu só consigo me lembrar que ele apareceu e o resto... não sei... é tudo borrão. Vocês chegaram agora?

— Eu vim aqui mais cedo para te trazer esses sanduíches, mas quando cheguei você já estava deitado e coberto – disse Sophie. – Ele deve ter cuidado de você.

— Não duvido... – comentou Teresa. – Depois de tudo que você já falou sobre Sirius, não seria surpresa se ele cuidasse de você após a noite de lobo.

— Que horas são? – perguntou o Lupin ainda de olhos fechados.

— Horário de comer – respondeu Erik. – Não faça essa cara, Snape já pegou as aulas que você teria hoje, então não se preocupe. Come o lanche e depois volte a dormir mais.

— Snape deve ter adorado isso – cantarolou Remus se sentando e pegando um dos lanches.

— Oh, querido você não faz ideia! Ele acabou com a diversão de todos os alunos do terceiro ano passando lição de casa sobre lobisomens. – respondeu Castiel irritado. – O que ele é? Uma criança? É ridículo ele fazer isso.

— Por sorte apenas a Mione entendeu o que Snape quis passar com essa lição. – disse Sophie. – De qualquer forma, eu já conversei com Dumbledore e ele disse que irá conversar com esse... esse...

— Seboso. A palavra que você está procurando é: Seboso. – disse Remus rindo baixinho. – Não se preocupem, quando eu voltar eu vou tirar essa lição de casa. De qualquer forma, estou pensando em Sirius agora... ele realmente estave aqui e... eu nem pude falar com ele.

Remus suspirou cansado e um tanto desapontado por não ter Sirius ali naquele momento. Ele só queria uma chance para ajudá-lo.

— Gente, vocês podem me dar um minuto com o Remus? – perguntou Sophie para os amigos que concordaram e saíram. – Sinto muito por você não poder falar com ele.

— Não sinta – disse Remus suavemente. – Pelo menos agora sei que ele está bem...

Sophie suspirou e olhou para as mãos e então pegou a mão dele.

— Ei, esquecendo um pouco do Sirius... você sabe, dia vinte é o jogo e eu tava pensando em praticar um pouco o feitiço Expecto Patronum..

— Sophie, eu acho que estou sem total condição para...

— Eu sei. Só me diga o segredo por trás dele. Eu acho que não vai ter nenhum dementador lá por conta do Dumbledore mas... é só para garantir. Não quero que algo aconteça com Harry ou comigo durante o jogo.

Remus olhou para Sophie pensativo. Ele realmente não estava conseguindo nem sequer pensar em levantar, quem dirá ensinar umbPatronum que é um feitiço tão complicado e difícil de ser conjurado. Mas ele sabia que Sophie estava certa, se os dementadores entrassem no meio do jogo, Harry e ela seriam os mais afetados e disso não haveria dúvidas.

— Certo... mas tente com Erik ao seu lado. Tem um baú no fundo da minha sala, nele tem um bicho-papão – explicou Remus devagar, sentindo o sono chegando. – Com o Erik junto, pense no dementador quando for abrir, e você poderá fazer um bom teste. Ah, e leve chocolate. Vai fazer bem.

— Entendi... acho que eu consigo. Mas qual o segredo? Para que eu consiga fazer corretamente... – perguntou Sophie confusa.

Remus sorriu com carinho e acariciou os cabelos da Potter mais velha.

— Uma lembrança feliz, Sophie. – respondeu ele com carinho para ela. – Apenas uma lembrança feliz.

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06 de Março de 1979, Casa de Campo de Alphard Black.

No dia seguinte, com a luz do sol entrando pelas folhas, Remus já estava em forma humana novamente, ele estava deitado na grama, com um casaco em cima de seu corpo e ao olhar ao lado, Sirius dormia ao lado dele, com os braços o segurando como se o protegesse durante o sono. E Remus soube que de fato, o amigo o havia protegido. Como sempre, do crepúsculo à alvorada.