O médico deu alta para minha mãe, nos deixando muito feliz. Eu estava cuidando dela e agora tínhamos que seguir à risca uma dieta prescrita pelos médicos.
–Bom dia mãe - falei trazendo o café-da-manhã que eram algumas frutas.
– Bom dia filha, não precisava trazer o café - ela disse sorrindo.
– Precisava sim - entreguei à ela - você tem que se recuperar, você já fez tanto isso por mim.
Ela abriu um largo sorriso. Meu pai apareceu, trouxe flores para minha mãe.
–Qual o porquê dessas flores? - ela perguntou rindo.
– Comemorar que você esteja bem. Que nosso filho esteja bem. Estou muito feliz que tudo deu certo - ele disse enquanto minha mãe cheirava as flores.
– Obrigada meu amor - ela disse beijando meu pai.
Saí do quarto de fininho, e fui para o meu. Na mesma hora meu celular tocou, era Richard.
–Oi Richard - falei.
– Bom dia Evelyn, como você está? E sua mãe, está se recuperando? - ele parecia buscar boas notícias.
– Estou bem e minha mãe também, ela vai se recuperar aos poucos.
– Que bom, desculpa ligar cedo, eu estava preocupado - ele disse mais calmo.
– Não tem problema, eu acordo cedo. Mas e você, tudo bem?
– Sim, estou ótimo. Pena que vamos ficar um pouco sem se ver, já que você tem que cuidar da sua mãe, se precisar de alguma coisa você pode falar.
– Não precisa, está tudo bem. Aproveite seu dia Richard, nos falamos depois no chat.
– Okay, tenha um bom dia também. Te amo - ele frisou as duas últimas palavras.
– Eu também te... - eu estava nervosa - te amo.
Ele riu ao telefone e depois desligou. Eu era péssima em expressar o que eu sentia, até mesmo para Richard. Tinha que me acostumar a dizer "eu te amo".
Meu pai apareceu no meu quarto, ele parecia ter ouvido minha conversa. Fiquei vermelha, não conseguiria me explicar.
–Então você tem um namorado? - ele perguntou sério.
– Pai eu ia te contar, m-mas... - eu estava muito nervosa - tudo isso aconteceu com a minha mãe e eu não consegui te falar...
– Eu já sabia - ele disse rindo um pouco - sua mãe me contou. Eu fico feliz por ver você crescendo, mas esse rapaz tem que falar comigo.
– É, eu sei pai... Ele vai falar com você sim, não se preocupe - falei aliviada por ele já saber.
– Hoje não vou trabalhar, vou cuidar da sua mãe, se quiser sair um pouco e ver seus amigos. Tira isso tudo da cabeça.
– Não precisa pai, eu fico e te ajudo - falei.
– Faz tempo que você não vê a Violet. Saia com ela.
– Tem certeza pai?
– Tenho.
Ele me deu um beijo na testa e voltou para ver minha mãe. Eu ainda estava nervosa por ele ter ouvido minha ligação com Richard. Voltei ao telefone e liguei para Violet.
–Alô? - ela disse com uma voz sonolenta.
– Ainda dormindo Violet? É a Evelyn, acorda mulher - falei aos risos.
– Ah, oi Evelyn, desculpa, estava dormindo mesmo. Está tudo bem com sua família? - ela parecia mais desperta.
– Agora está, depois te conto. Queria sair com você hoje - falei animada.
– É, estava pensando em fazer alguma coisa hoje mesmo. Onde está pensando em ir? - ela perguntou feliz.
– Eu não sei, qualquer lugar que dê para conversar.
– Hmm, e que horas eu posso te buscar? Você sabe - ela disse se achando - tirei a carteira.
– Sério? Eu nem sabia, parabéns. Bom, você pode vir agora se quiser, tenho a impressão que meus pais querem conversar sozinhos.
– Eu vou só me ajeitar um pouco e passo aí - ela falou meio embolado por estar bocejando.
– Okay, até.
– Até amiga.
Ela desligou o telefone. Corri para me arrumar também. Tomei um banho rápido e vesti um vestido preto. Depois desembaracei meu cabelo com o pente e prendi num coque, logo depois calcei uma rasteirinha. Bastou eu terminar de me arrumar que ouvi a buzina.
–Pai,vou sair agora com a Violet - falei entrando no quarto - volto cedo.
– Vai sim filha, relaxe um pouco - ele falou depois me abraçou.
Dei um abraço em minha mãe também e fui até o carro de Violet.
–E aí moça - ela disse quando entrei.
– Oi Violet, você decidiu aonde vamos? - perguntei.
– Hoje vamos abalar.