"Então, pode pedir para ele vir?" quando meu pai perguntou mas uma vez, fiz que sim com a cabeça e saí sem dizer mais nada. Subi para meu quarto correndo. Eu não sabia porque estava tão nervosa, mais meu coração estava acelerado. Peguei o celular e liguei para Richard sem pensar duas vezes.
–Alô? Evelyn? - ele atendeu.
– Oi Richard, liguei para te fazer um convite - respondi tentando parecer calma.
– Um convite? Hmm que bom.
– É - falei respirando fundo - Vem almoçar hoje aqui em casa, meu pai quer conversar com você hoje. É sua oportunidade de me pedir em namoro para meu pai.
– Nossa, que bom esse convite - apesar de ter tido uma boa reação, parecia nervoso- chego aí de que horas?
– De 12h30. Bom, estaremos esperando você.
– Claro, estarei aí - ele disse, depois desligou o telefone.
Fui me arrumar às pressas. Tomei um banho e coloquei um vestido azul-escuro. Penteei meus curtos cabelos ruivos e coloquei um brinco de pérola. Passei um batom vermelho escuro e desci. Ao descer as escadas, me assustei ao ver que Richard já havia chegado.
Quando ele me olhou, tive a impressão que seus olhos brilharam. Ele abriu um lindo sorriso.
–Você está linda - Richard disse me deixando nervosa. Não pude deixar se sorrir.
– Obrigada - falei.
Como minha mãe não estava bem, meu pai comprou o almoço num restaurante que ficava perto de casa. A mesa estava toda arrumada quando cheguei, então fomos todos para a mesa. Havia bifes de picanha, batatas recheadas, saladas, entre outras coisas. Como bebida, sucos de laranja e maracujá.
–Então rapaz, você estuda? - perguntou meu pai logo depois de engolir um pedaço de bife.
– Sim, estudo. Estou fazendo o segundo ano do ensino médio - Richard respondeu nervoso.
– E tem algo que goste de fazer, algo que queira depois que terminar a escola? - continuou meu pai.
– Tem sim Sr. Benetti...
– Por favor, me chame de Arnold - disse meu pai o interrompendo.
– Ah, claro... Tem sim Arnold, eu pretendo fazer faculdade de direito, caso não dê certo a vida de músico...
– Você é músico? Não sabia Richard, é cantor ou...
– Não, não. Toco guitarra, na verdade.
– Eu também tocava quando era jovem, cheguei a ter uma banda - disse meu pai que parecia ter saudade.
– Sério? - Richard parecia muito surpreso - Que bacana. Gostaria de entrar numa banda também.
– Um dia você consegue garoto. E como está a escola, tem dificuldade?
– Não muito, na verdade.
– Muito bom...
Eu não tinha dito nada, minha mãe também se manteve muda. Depois de algum tempo ela perguntou algumas coisas para ele, e ele riu algumas vezes para responder. Ele estava lindo, apesar de usar uma roupa normal (calça jeans e blusa sem estampa) seu sorriso me encantava como nunca.
–E como você e Evelyn começaram a namorar? - eu estava com o pensamento longe e quando meu pai disse isso, me virei olhando um pouco perplexa. Eu devia estar vermelha.
– Bom, eu já conhecia Evelyn do jardim de infância, meio que nos reencontramos. Daí começamos a ficar nos falando sempre e voltei a gostar dela - Richard respondeu um pouco nervoso, suava.
– Voltou? -minha mãe perguntou.
– Voltou? - perguntei.
– Bom, é... Eu gostava dela desde o jardim - ele falou baixo.
Eu ri, mas tentando disfarçar. Ele parecia estar mais apreensivo do que antes.
–Desculpe, é que você é muito fofo, e eu gosto de você assim.
Ficamos nos olhando por um tempo, meio que rolou um clima entre nós. Tive vontade de me levantar e beijá-lo.
–Aproveitando esse momento, eu gostaria de pedir ao senhor para que eu Evelyn possamos namorar. Eu a amo de verdade, antes como amigo, agora como namorado. Tudo que eu puder fazer para vê-la feliz eu farei. Ela é muito importante para mim. - disse Richard me deixando muito surpresa.
– Eu deixo sim, você é o garoto ideal para minha filha, mas se magoá-la, acho que já sabe - falou meu pai.
–Claro - Richard se assustou.
Ele levantou com algo na mão e foi até mim. Tirou um anel do bolso da calça.
–Posso? - ele perguntou romântico.
– Claro - respondi
Ele colocou o anel em meu dedo, era de prata com um fio de ouro, ele já usava um igual. Meu coração voltara a acelerar, estava suando um pouco. Meu coração poderia explodir de tanto nervoso, e ao mesmo tempo, tanta felicidade. Obrigada por existir Richard Acker.