Capítulo 3 - "Inicio Da Dor" - Volta As Aulas.

Infelizmente tive que voltar a escola. Eu odiava a escola, bem, eu odiava as pessoas que lá ficavam, eu estava começando o novo ano, o 8 ano pra ser exata, reencontraria algumas pessoas conhecidas e veria pessoas novas, mas isso não me animava, pois o meu ano anterior, tinha sido um desastre total.

Como sempre me arrumei toda, me maquiei, deixe os olhos pretos, para disfarçar o inchaço, e fui para escola. Cheguei lá e logo algumas pessoas vieram me cumprimentar, dizendo: Quanto tempo, que saudade! E eu pensava, mas que tremenda falsidade.

Então vi um motivo para me alegrar, ele era alto, tipo 1,75, cabelos negros, branco, uma boca carnuda. Vocês não tem ideia, mas ele era lindo e ainda era da mesma sala. Eu logo delirei, parecia amor à primeira vista.

Trocamos vários olhares, mas nada de conversa, eu nunca tinha o visto, na realidade ele era novo na escola, por isso. Todas as garotas o desejavam, serio, não estou exagerando, ele era lindo e com um sorriso tão cativante, que até você se apaixonaria.

Eu ainda não sabia o nome dele, e estava louca pra descobrir. Eu odiava ter que me apresentar para sala todo ano, era SUPER chato, mas naquele dia, o que eu mais queria eram as apresentações. Quando começou, eu já estava quase tendo um treco, eu estava extremamente exagerando na paixonite momentânea que estava tendo. Ele se levantou e disse:

– Meu nome é Lucas!

Não me contive e soltei um suspiro super alto, a sala todo olhou para mim, até ele se virou e vidrou seus olhos para mim, fiquei super envergonhada, comecei a ficar vermelha, ele deu um sorriso de leve pra mim, um sorriso lindo, por sinal e eu senti que eu e ele teríamos alguma coisa.

Sabe, eu sou muito convencida, e acho que consigo qualquer coisa ou qualquer pessoa. E eu o queria, e sentia que iria ter, quer dizer, eu iria ter, pois quando coloco algo na cabeça, eu vou até o fim, não sou de desistir. Com todo alvoroço do lindo menino, eu acabei me esquecendo da minha tristeza, eu estava muito ocupando, trajando um caminho até o coração dele, que não tinha tempo pra ficar chorando atoa.

Passaram-se alguns dias e eu ainda não tinha conversado com ele, alias quase ninguém tinha falado com ele, ele sentava no outro lado da sala e só conversava com a galera de lá. Então eu parti pro ataque, comecei a certar do outro lado, a gente trocava algumas palavras, nada de mais. Eu queria mais do que algumas palavras, e toda vez que olhava pra ele, ele estava me olhando, ele me tratava diferente das outras.

Só ia pra escola para vê-lo, para ficar ao lado dele. Ele era super carinhoso e mesmo nós não tendo nada, ele me abraçava, segurava minha mão, me tratava como se a gente fossemos namorados. Eu estava tão apaixonada, feito boba, eu só queria ele pra mim, pois ainda assim, me tratando tão bem, ele ainda tratava outras garotas do mesmo modo, bem, do mesmo modo não, ele era mais atencioso comigo, mas abraçava outras garotas, e eu odiava isso. Eu tinha um ciúmes, que era impossível, mas sentia que ele também gostava de mim, e isso me dava segurança.

Isso durou algumas semanas, eu não tomava iniciativa de pedir pra ficar com ele e nem ele de pedir pra ficar comigo, então ficamos nesse impasse. Até que um dia conversando com minha amiga, Daniele, eu acabei contando:

– Sabe! Eu acho ele um lindo, pena que não tenho coragem de chegar nele e pedir para a gente ficar.

Ela deu um sorriso sacana, e respondeu:

– Quer saber? Vou dar uma de cupido.

– O que? Você é louca? Ele vai dar um pé na minha bunda, eu vou passar a maior vergonha, não faça isso.

Bem não adiantou de nada, ela saiu fingindo não me escutar, me deixando falando sozinha. E mesmo eu dizendo a todo momento pra ela não fazer isso, ela falou com ele. Meu coração não cabia no peito, estava prestes a pular pela boca, então ela veio até mim e disse:

– Ele vai querer – Ela deu um super sorriso. –

– Ele vai... Querer? Como? Não... acredito.

– Sim, ele vai conversar com você.

Fiquei desesperada, ele iria vir falar comigo, não sabia o que fazer, mas com a felicidade que eu estava, eu não estava me importando com mais nada.