Na manhã seguinte

Acordei, estranhando o fato de não ter tido nenhum sonho ou pesadelo com tal homem. Será que ele morreu? Não, se os sonhos me mostram as torturas que passa com certeza me mostrariam a morte. Me levantei decidida a ignorar esses pensamentos, pelo menos por hora. Me levantei fiz minha higiene matinal, troquei de roupa e fui para o pavilhão do refeitório.

A manhã, foi normal e pelo fato do chalé de Hades não ter nenhuma atividade marcada para hoje, não tinha muita coisa para fazer. Comecei a caminhar e encontrei Percy que me pediu o favor um tanto grande, pediu que eu brincasse com a Sra O'Leary precisava porque ele conversar com o Grover e eu fiz. Depois de quase uma hora brincando com aquela cadela gigante, Percy aparece sorrindo e minha vontade foi pular no pescoço dele.

– Obrigado - ele fala ao lado da Sra O'Leary e me jogando uma garrafa de água

– Você me deve um favor dos grandes Percy - digo me sentando na grama totalmente cansada

– Ela deu tanto trabalho assim? - ele pergunta rindo

– Ela? - pergunto irônica - Não, imagina, ela ficou o tempo todo sentada me olhando.

– Então, do que está reclamando? - ele rebate com a mesma ironia, eu peguei um punhado de terra e joguei nele.

– Idiota - resmungo rindo enquanto ele tirava a poeira da camisa

Quando eu abri a garrafa de água Percy ficou olhando e fez um movimento com a mão, a água começou a flutuar na direção dele. Acertou a camisa tirando a poeira e depois ficou totalmente seca.

– Exibido - reviro os olhos voltando a beber o que restou da agua, e ele ri.

Ficamos ali conversando até que ouvimos a sirene do pavilhão, parece que o tempo está correndo ultimamente. Peguei meu prato e fiz o que sempre faço, depois de quase uma hora todos já haviam saído do refeitório, exceto Nico e eu

– Você ficou calada o almoço inteiro - Nico comenta - Tem alguma coisa acontecendo?

– Nada - digo me levantando e ele me olha confuso

– Você está diferente - ele fala e eu o olho

– Diferente como? - pergunto e ele se levanta

– Você está fria comigo - ele diz um pouco triste - Ontem no jantar mal falou comigo, no café da manhã a mesma coisa e agora no almoço

– Não é frieza - respondo sinceramente - Só estou um pouco magoada com você

– Comigo!? - ele pergunta confuso - Mas o que eu fiz?

– Porque não me contou que o Mike iria morrer? - pergunto e ele fica surpreso

– Você sabia? - ele fala me olhando

– A questão aqui não é essa Nico - digo ignorando a sua pergunta - Eu quero saber porque não me contou?

– Eu não sei - ele fala e percebi que era mentira

– Você é um péssimo mentiroso - digo, me virando para ir embora

– Eu não estou mentindo - ele fala tentando me convencer

– Nico, você estava agindo estranho - digo olhando irritada - Sabia que estava escondendo algo, então não me venha com essa conversinha.

– Mas... - ele tenta falar, mas eu continuo

– Nico para de mentir - digo quase gritando e ele estava ficando nervoso - Me diz logo porque não me contou

– EU TIVE MEDO - ele grita a resposta, mas logo se acalma - Medo de como a morte do Mike iria te afetar, não queria te ver sofrendo.

– E achou que me esconder isso, mudaria que a morte do Michael me afetasse? - pergunto com a voz mais calma

– Achei - responde simplesmente - Eu sei que devia ter te contando, por favor me perdoa

– Está bem, mas Nico... - dou um breve suspiro - Jure que não irá mais menti para mim

– Eu juro pelo Estige que nunca mais irei mentir para você - ele fala me deixando intrigada

– Estige? - pergunto arqueando uma sobrancelha

– Um juramento feito pelo rio Estige, nunca pode ser quebrado - ele explica - Até os deuses respeitam esse juramento

Assenti e saímos do pavilhão, no caminho Jason falou com o Nico e eu continuei meu caminho até a casa grande. Mas vi uma cena que fiquei curiosa em ver como terminaria, me encosto numa arvore e vejo o Samuel estava discutindo com a Adrielly sobre quem são os melhores arqueiros.

– Olha aqui garoto, aceita de uma vez - Adrielly fala impaciente - Nós somos melhores arqueiras que os filhos de Apolo

– Vocês nunca serão, melhores que nós - Samuel fala normalmente irritando-a ainda mais - Esse talento está no nosso sangue, enquanto a vocês, nem preciso falar

– Olha aqui seu... - Adrielly prepara o arco e Samuel faz o mesmo, um mirando na cabeça do outro

Eles estavam imóveis, as cordas dos arcos esticadas, estavam próximos a soltarem as flechas. Mas a Thalia, chegou acompanhada pelas as outras caçadoras e simplesmente falou

– Abaixe o arco agora Adrielly - Thalia fala com autoridade

– Mas Thalia, ele... - Adrielly tenta falar ainda apontando a flecha para Samuel, mas Thalia interfere

– Eu mandei abaixa o arco Adri - Thalia repeti e ela abaixa o arco

Samuel dá um sorriso vitorioso e solta a flecha, mas ela é abatida por um pedra que a desviou. Todos olham na direção que a pedra veio e viram o Jhon se aproximar

– O que está acontecendo aqui? - Jhon exige e Adrielly responde

– Esse garoto insuportável, começou a nos provocar - Adrielly falou e seu arco e aljava sumiram

– Eu!? - Samuel pergunta incrédulo - Foi você que...

– Eu não quero saber quem começou isso - Jhon falou interrompendo-o - Mas quero que isso termine agora

Ele fala e Samuel segura o arco com tanta força que dava para ver os nós brancos do dedos e dá um passo para trás a contra gosto.

– Isso mesmo, vá embora imprestável - Adrielly provoca, e Samuel se irrita

– Você me paga vadia - ele fala partindo da Adrielly, mas Jhon impediu

– AGORA CHEGA! - Jhon fala empurrando o irmão para que se afastasse - Para o chalé agora

– Não se mete nisso - Samuel fala com odio estampado em seu olhar

– Eu falei, vá para o chalé agora - Jhon repete pausadamente e Samuel obedece saindo a passos firmes

– Pelo menos um filho de Apolo sensato - Thalia fala com sarcasmo

– Já perdi um irmão essa semana - Jhon responde simplesmente - Acho que já preenchi minha cota

– Sinto muito - Thalia fala - Sei como é isso, passei pela mesma coisa quando achei que o Jason havia morrido

– A diferença é que eu tenho certeza que o Mike está morto - e Jhon logo muda de assunto, olhando para a Adrielly - Você está bem?

– Estou e ficaria dessa forma sem a sua ajuda - ela responde ríspida

– Não tem de que - ele fala irônico e se afastando

– Como ousa dar as costas para nós? - Thalia fala irritada

– Meu chalé é para lá - ele diz como se fosse obvio - Querendo ou não eu tenho que dar as costas para seguir o meu caminho

– Quanta petulância - Adrielly fala cada palavra com o mais puro ódio

– Podem me explicar o que eu fiz? - Jhon fala querendo entender à reação delas

– Nunca se dá as costas a uma caçadora - Thalia fala se aproximando - Nunca

Ao terminar de fala isso fecha as mãos em punhos e começa a ataca-lo com socos e chutes dos quais o Jhon apenas se defendia. Não importava o quanto a Thalia atacasse, ele apenas desviava os golpes, sem acerta-la de volta. Vejo Adrielly preparar o arco novamente e mirar na cabeça do Jhon, desejei que o meu arco aparecesse e assim aconteceu, com Ártemis disse que aconteceria. Me posicionei calculando a trajetória da flecha, ela soltou a dela e eu também.

A flecha da Adrielly foi abatida em pleno ar, fazendo com que todas as caçadoras exceto Thalia olhassem para mim. Quando me viram outras caçadoras, começaram a disparar algumas flechas em minha direção, rapidamente fiquei atrás da arvore. O que deu nelas para me atacarem dessa forma? Comecei a pensar um pouco, um filho de Apolo brigando com uma caçadora, uma arqueira aparece salvando a pele do semideus, então a ficha caiu

– Droga - resmungo comigo mesma - Elas acham que sou filha de Apolo

Olho rapidamente em direção as caçadoras e por pouco uma flecha não acerta minha cabeça, olho para o lado e vejo Samuel posicionado com o arco e a flecha em mãos, mentalmente calculei a trajetória e olhei na direção da flecha, estava mirada na cabeça da Adrielly. Sabia que teria que fazer alguma coisa antes que uma guerra acontecesse ali. Preparei uma flecha e procurei uma forma de acertar a flecha dele, mas de trás daquela arvore era impossível.

Eu teria que sair do meu esconderijo para abater a flecha. Antes que eu pudesse pensar em uma forma diferente de impedir uma tragédia, vejo Samuel pronto para soltar a flecha, seria agora ou nunca. Ele solta e eu saio de trás da arvore, soltando a minha flecha da direção da dele. Quando a minha flecha acerta a dele, sinto uma forte dor na minha barriga e tentei abafar o grito de dor. Olho para baixo e vejo uma flecha semelhante a minha cravada na minha barriga.

Adrielly percebeu que as caçadoras não eram o meu alvo e olhou para direção da minha flecha, a tempo de ver Samuel preparar outra flecha, ela foi mais rápida e disparou uma no ombro dele, fazendo-o cair. Me encosto na arvore atrás de mim, escorregando lentamente até o chão.

POV Jhon

Estava lutando com Thalia, mesmo sem entender o motivo dela ter me atacado. Até que escuto alguém tentar abafar um grito de dor, sem muito sucesso. Em seguida um alto gemido de dor e o som do impacto do corpo no chão, olho de relance e vejo o Samuel no chão com uma flecha cravada no ombro e a Susan sentada, fazendo uma careta de dor, enquanto segurava a flecha que estava cravada na sua barriga. Vendo aquilo fui tomado pelo desespero, olhei novamente para Thalia e disse

– Me desculpe - ela me olha confusa e dou uma rasteira nela, indo em direção a Susan

Corri e passei por algumas caçadoras, e me aproximei da Su, que tentava encontrar alguma forma menos dolorosa se retirar a flecha. Me ajoelho ao seu lado

– Vamos dar um jeito de tirar essa flecha - digo tentando ficar calmo

– O que está acontecendo aqui? - Nico pergunta e quando vê a Su ferida fica da mesma forma que eu

Ele se ajoelha do outro lado enquanto eu analisava o ferimento, pela profundidade que a flecha entrou deve ter atingido de raspão o intestino, ela tentava ao máximo controlar a respiração. Segurei a flecha e tentei puxa-la devagar, mesmo saindo apenas alguns milímetros foi o suficiente para a Susan soltar um gemido de dor me fazendo para na hora.

– Jhon pelos deuses faz alguma coisa - Nico fala tão preocupado quanto eu

– Estou pensando - digo pensando em uma forma de tirar aquela flecha

– A flecha atravessou? - a voz da Su me tira dos meus pensamentos

– Graças aos deuses não - respondo, ainda voltando a pensar

– Isso é ruim - ela diz controlando a respiração - Você precisa empurra a flecha até que a ponta atravesse

– O QUE? - eu e Nico falamos em uni som

– Empurrem a flecha - ele repeti

– Su isso é loucura - Nico fala tentando convence-la

– Confiem em mim - ela insisti, sei que se ela está falando isso é porque tem alguma coisa em mente

Abro minha mão direita e levanto em direção à flecha

– Você não vai concordar com essa loucura, vai? - Nico pergunta ao perceber o que eu ia fazer

– Você tem uma ideia melhor? - pergunto ele olha para Su, que simplesmente abre a mão e ele segura.

Vejo-a segurar firme a mão do Nico, como se aquilo fosse um elo que a faria ficar aqui se algo não saísse como ela havia planejado. Sabia que tinha algo de diferente ali, mas decidi deixar isso para depois e empurrei a flecha. Ouvi um grito abafado vindo dela, volto a olha-la e vejo uma lagrima de dor escapar dos seus olhos, ela estava com a respiração acelerada, mas tentando de alguma forma controla-la novamente.

– Quebre a ponta - ela fala ainda ofegante e assim o faço - Puxe a haste

Quando eu puxo a haste de uma vez, ela arqueia o corpo para frente devido a dor, sua respiração estava acelerada, ela fecha os olhos e logo começa a se controlar. Uso o dom da cura e logo os ferimentos internos e externos foram se curando. Ela abre os olhos e dá um sorriso cansado

– Obrigado Jhon - Susan fala

– Você é louca - digo me pondo de pé e Nico faz o mesmo, Su faz um sinal para que a ajudemos a levantar

– Eu não entendo - Thalia fala me olhando - Mesmo eu te atacando você não revidou, porque?

– Porque eu não tenho nada contra você - respondo simplesmente

– Como não, seu pai e minha senhora vivem em uma rivalidade a séculos - Thalia fala me olhando

– Exatamente, eles tem essa rivalidade - concordo com ela - Mas eu não tenho

– Por causa disso os filhos de Apolo e as caçadoras nunca se dão bem - Thalia fala sem entender o porque de não odiá-las

– Mas tem uma coisa de que se esqueceram - falo querendo por fim aquele assunto - Eu não sou Apolo e vocês não são Ártemis

– Juramos servir a ela... - Thalia começo e eu interrompo

– Juraram servir, mas não precisam ser ela - falo, deixando-a sem palavras e vou embora antes que ela recomece essa discussão, vou em direção ao Samuel que já havia tirado a flecha sozinho e uso o dom da cura

POV Nico

Depois que o Jhon saiu, as caçadoras se foram com exceção de Thalia que ficou conosco.

– Você está bem, Su? - pergunto e ela me olha

– Estou, obrigada por se preocupar - ela responde com um sorriso tranquilo

– Adrielly me disse que te convidou para entrar na caçada - Thalia fala e a Su assentiu, já estava começando a ficar nervoso com o rumo dessa conversa - E pelo o que vi já sei a sua resposta

– Ótimo - digo querendo afasta-las antes da Thalia convencer a Su - Então, podemos ir Su?

– Nico você não pode falar assim com uma caçadora - Thalia fala e nesse momento, sinto meu coração disparar de uma forma ruim

– Espere ai, pois está havendo um grande mal entendido aqui - Su fala revessando o olhar entre mim e Thalia - Eu não aceitei o convite para ser uma caçadora

– Então como você tem o arco e a aljava de uma caçadora? - Thalia pergunta confusa

– Foi um presente entregue pelas mãos de Ártemis - Susan responde olhando-a - Mas não fiz o juramento da caçada

Ao ouvir aquilo, sinto como se um peso tivesse sido tirado das minhas costas. Sinto meus batimentos voltarem a bater normalmente.

– É uma pena - Thalia fala - Você seria uma excelente caçadora

– Obrigada - Su responde

– Su, preciso que você me ajude com um pequeno problema, vamos? - falo olhando-a e antes que ela respondesse, seguro seu pulso e falo - Tchau Thalia

Saio andando praticamente arrastando a Su comigo, não tinha um lugar certo. Eu apenas queria tirar a Susan de perto da Thalia, aquilo já estava me causando um grande desconforto. Acho que eu estou com medo, medo de que a Thalia convença a Susan a ser caçadora, medo de perder a Su como perdi a Bianca. Não sei explicar, mas desde o sonho com aquele beijo, sinto ainda mais vontade de protege-la. Querendo que ela sempre esteja ao meu lado, o que está acontecendo comigo? Sou tirado dos meus pensamentos pela Susan

– Nico sei que você é forte, mas precisa demonstrar isso na pratica? - ela fala e só então percebo que ainda estava segurando-a e com mais força do que pretendia

– Me desculpe, não queria te machucar - falo ao vê-la passar a mão no pulso

– Não me machucou, foi apenas um incomodo - ela diz me olhando - Posso saber porque saiu me arrastando dessa forma?

– Tive medo que a Thalia te convencesse a entrar para a caçada - respondo sinceramente

– Eu prometi a você que não entraria para a caçada - ela fala me olhando nos olhos - Eu sempre cumpro as minhas promessas

– Eu acredito em você, mas... - dou um breve suspiro - Quando a Thalia quer, consegue ser bem convincente

– Eu já disse e vou repetir - ela fala com um sorriso discreto - Eu não vou entrar para a caçada

Ao ouvi essa afirmação, não conseguir conter um sorriso e ela fala

– Acho melhor ir tomar um banho - ela fala olhando a roupa ensanguentada - Nos vemos no jantar

Apenas assenti e fui para o meu chalé, me joguei na cama e comecei a pensar em todas essas coisas confusas que estão acontecendo comigo nesses últimos dias. O ódio que eu sentia quando o Michael estava perto da Su, o meu medo de que ela se torne uma caçadora. Esse medo está diferente. Antes era apenas medo, mas agora quando imagino a Susan se tornar caçadora, sinto um vazio no peito da mesma que eu sentia quando a Thalia ia embora. Não, não pode ser. Eu não posso está apaixonado pela Susan, ela é como minha irmã. Isso não pode acontecer. Sento-me na cama rapidamente levando as mãos a cabeça

– Você não pode brincar com os sentimentos das pessoas dessa forma Afrodite - digo e escuto um raio do lado de fora - Porque você sempre faz eu me apaixonar pelas pessoas que não posso ter?

Me jogo na cama, torcendo para que tudo isso não passe de pensamentos infundados. Então vem a minha mente a imagem do meu beijo com Su, será que isso realmente aconteceu ou é apenas o efeito do álcool?

POV Autora

A Susan foi direto para a casa grande assim que entrou foi direto para o quarto. Pegou uma roupa confortável e foi direto para o banheiro. Tirou a blusa ensanguentada e pôs a mão no lugar onde minutos atrás estava cravada uma flecha e se lembrou do olhar preocupado de Nico, e tudo que ela conseguiu pensar naquele momento foi que não podia morrer ali. Ela sabia que o que havia pedido para o Jhon fazer era arriscado, e ela segurou na mão do Nico como se aquele toque fosse mantê-la aqui caso algo não saísse como o planejado.

Com esse pensamento ela não conseguiu evitar que um sorriso bobo se formasse em seus lábios, ela se lembrou do beijo que eles deram no navio, o modo que se sentia segura ao lado dele, como seu corpo estremecia mesmo no mais suave toque. Logo seu sorriso se desfez e ela falou

– Não, eu não posso está apaixonada pelo Nico - ela fala olhando o próprio reflexo no espelho - Isso é loucura

Ela ouve um raio do lado de fora e diz

– Porque você fez isso comigo Afrodite? - ela fala abaixando a cabeça e ao levanta-la tira o resto da roupa e foi tomar um bom e demorado banho.

Alguns dias se passam, as caçadoras vão embora. E tanto o Nico quanto a Susan tentavam esconder o que sentiam, eles continuavam sendo amigos, mas sempre temendo que o outro descobrisse o que sentia. Jhon e Thalia se tornaram amigos, mas algo na garota havia mudado, mas ela não sabia dizer o que era. O acampamento já havia voltado a rotina normal. Algumas semanas depois, Thalia retorna ao acampamento sem o lobo e sem a tiara de tenente. Então ela explica que conseguiu autorização para deixar a caçada e se tornar uma semideusa normal como os outros ou tão normal quanto um semideus pode ser.

2 Meses Depois

POV Susan

Esse dois meses passaram rapido, tudo estava normal no acampamento. Nesses dois meses, aprendi a controlar totalmente a magia, aprendi a fala espanhol com o Leo e sueco com o Ruan (O que!? Tenho que fazer alguma coisa no meu tempo livre), e tenho que descobrir uma forma de retribuir o Ruan pelas aulas, mas depois resolvo o que fazerei. Descobrimos que as flechas das caçadoras me feriram por eu ter uma aura magica e a prata da ponta de cada flecha atinge magia. Mas o verdadeiro motivo de estar sentada na praia é esses sonho

flash back do sonho ON

O moreno estava ajustando os detalhes da armadura de sucata com o homem branco de óculos. Quando homens armados entraram e eles colocaram as mãos na cabeça como sempre fizeram, um homem careca passou por todos os homens armados e disse algo fazendo o moreno e seu assistente abaixarem as mãos. Ele começou a fala enquanto o moreno e o amigo trocavam olhares um tanto confusos, quando ele terminou o "discurso" ele encarou o moreno e falou algo e o assistente falou algo. O Careca andou em direção a ele, e começaram a conversa. O careca pegou uma ferramente e pegou um pedaço de brasa, homens armados pegaram o assistente colocando-o de joelhos.

O careca parecia está fazendo alguma pergunta ao assistente, enquanto aproximava um pedaço de brasa ao rosto dele. O moreno deu uns passo a frente, mas foi impedido pelos homens armados que direcionaram suas armas para ele. O moreno, parou imediatamente levantando as mãos em sinal de redenção ainda assustado, ele falou alguma coisa e o careca largou a brasa, falou algo ao moreno e saiu sendo acompanhado dos homens armados.

O moreno voltou a trabalhar, ele usava um martelo batendo em uma peça metálica super aquecida. Ele banhou a peça em um balde com água e em seguida colocou a peça sobre a mesa, mostrando-a ao assistente o capacete da armadura. Rapidamente eles fizeram uma especie de provador, para que as câmeras não filmassem o que eles estavam fazendo. E fizeram um suporte improvisado para que ajudasse com a montagem da armadura. Rapidamente ele começaram a colocar a armadura no moreno, enquanto o assistente fazia exatamente o que ele falava.

Eles começaram a ajustar a armadura no corpo do moreno, homens armado começam a bater a porta, o assistente começou a ficar nervoso e gritava algo em resposta. Os homens armados forçaram a porta e um dispositivo que estava preso a tranca explodiu derrubando-os. Quando a armadura estava quase totalmente ajustada, o assistente começou a mexer em um computador de acordo com o que o moreno falava. Uma barra de progresso apareceu na tela e o assistente voltou a ajustar a armadura no moreno.

O assistente olhou para tela parecendo preocupado falou alguma coisa para o moreno, que respondeu algo apresadamente, mas o assistente ignorou, pegou uma metralhadora de um dos homens inconscientes e começou a atira para o alto. O moreno gritou chamando-o em vão, em seguida olhou preocupado em direção a tela do computador. Pela primeira vez pude ouvir algo no sonho, infelizmente algo que eu gostaria de não ter ouvido, era o som de tiros. O som seguia um padrão e parecia esta se distanciando.

De repente, o som se tornou despadronizado e bastante auto, estremeci imaginando o que teria acontecido ao assistente, logo em seguida todas as luzes daquela caverna se apagaram no mesmo momento em que a barra de progresso atingiu os 100%. Quatro homens armados chegam a entrada da caverna, um deles entra olhando em volta a procura do moreno, mas a escuridão dificultava a busca. Uma luz piscou e em seguida uma forte luz azul iluminou o rosto do homem antes de ser acertado pelo moreno usando a armadura.

Dois dos três homens que estavam na entrada começaram a atirar dentro da caverna sem ao menos saberem onde estavam o alvo, quando pararam de atira o moreno aparece usando armadura derrubando os homens que estavam na entrada. Seguiu caminho a saída, sempre derrotando todos os homens que tentava em vão detê-lo. No percurso ele encontrou o amigo gravemente baleado, tirou o capacete e ele teve um breve conversa com o assistente, até que os olhos do assistente ficaram sem foco.

O moreno com os olhos marejados se levantou e colocou a capacete de volta. Andou até a saída onde havia mais homens esperando-o, eles começaram a atirar no moreno. Quando pararam ele disparou o lança chamas queimando todos os homens e todas as caixas com armamentos. Ele começou a andar em meio as chamas queimando tudo a sua volta, mas um homem que estava no topo de uma pedra atirou no moreno. Uma bala acertou o braço dele, quando passou pela brecha da armadura. Ele mexeu em um botão na armadura que em seguida levantou voo, no mesmo momento em que todo o armamento explodiu. Com pouco segundo no ar ele começou a cair, quando atingiu o solo a armadura se desmontou em vários pedaços e o moreno se levantou e começou a caminhar pelo deserto.

flash back do sonho ON

Fecho os olhos e direciono o meu rosto para cima sentindo o calor do sol aquecer o meu rosto, sinto a aproximação de alguém e abro meus olhos e sinto meu coração acelerar, o que já estava se tornando bastante normal, toda vez que o Nico se aproximava. Ele se senta ao meu lado enquanto tentava controlar meus batimentos cardíacos

– Estava te procurando, você sumiu depois do treino - Nico comenta

– Precisava colocar meus pensamentos em ordem - falo olhando o mar

– Pesadelo novamente? - ele pergunta me olhando

– Sempre eles - respondo olhando-o rapidamente

– O que eles te mostraram dessa vez? - Nico pergunta curioso

– Ontem a tive um sonho que ele havia conseguido fazer a armadura e fugir, mas o assistente não teve a mesma sorte - digo tentando não chorar ao lembrar da cena

– Quem será esse homem? - Nico pergunta mais para ele mesmo do que para mim

– É o que eu gostaria de saber - falo e começo desenhar na areia

– Sonhou mais alguma coisa além disso? - ele pergunta

– O sonho acabou com uma imagem dele caminhando pelo deserto - digo voltando a olha-lo – Esses sonhos me perturbam

Ao lembrar da cena do corpo do assistente gravemente baleado, não consegui conter que uma lagrima escorresse

– Por que está chorando? - ele pergunta

– Não é nada - digo secando a lagrima que escorreu e ouvimos a sirene do pavilhão - Quanto tempo passei aqui?

– Quase três horas - ele se levanta e me oferece a mão - Vamos?

– Claro - digo aceitando a ajuda, o toque causou a sensação de um pequena carga elétrica percorresse meu corpo

Assim que me levanto, solto sua mão e começamos a andar em direção ao pavilhão. Peguei meu prato fiz minha oferenda aos deuses e me sentei na mesa de Hades. Depois de quase quinze minutos vi os filhos de Apolo se chegarem ao pavilhão e lembrei do que aconteceu após um treino de luta

flash back ON

Se eu soubesse disso antes - ele diz olhando rapidamente para os meus pulsos - Teria deixado o Mike com as costelas trincadas

– Jhon, até você? - falo repreendendo-o - Ele é seu irmão

Ele simplesmente dá de ombros e vem na minha direção oferecendo a mão e eu a seguro. Logo vejo os hematomas sumirem em ambos os pulsos

– Foi muita gentileza sua - digo em tom brincalhão e em segura sinceramente - Obrigada!

– Gentileza coisa nenhuma - ele diz me olhando - Vou querer alguma coisa em troca

– Chantagem agora? - pergunto irônica

– Eu prefiro ver isso como uma troca, mas se você prefere assim - Jhon diz simplesmente e Nico ri

– O que você quer? - digo séria vendo que ele levaria isso a sério

– Não sei - diz um pouco pensativo - Deixo isso em suas mãos, você tem até o fim do acampamento

– Isso é sério? - Nico diz se divertindo com a "troca" que o Jhon estava propondo

– É claro - ele responde com um sorriso vitorioso, em seguida me olha - Até o fim do acampamento.

flash back OFF

– Droga - resmungo baixo mais Nico escuta

– O que foi? - ele pergunta curioso

– Os meus dias no acampamento estão terminando e ainda não pensei em nada para dar em "troca" ao Jhon - falo fazendo aspas com os dedos e ele ri, provavelmente se lembrando da conversa

– Ainda estamos no dia quatro de agosto, vai ter tempo de pensar em alguma coisa - quando ele me falou a data uma ideia me veio a mente

– É isso - digo com sorriso torto - Já sei o que fazer, valeu Nico

Ao falar vejo os filhos de Hermes saírem do pavilhão, tomo rapidamente o resto do meu suco e vou atrás deles. Caminho rápido para alcança-los, quando me aproximo falo

– Connor - ele se assusta e dá um passo para trás assustado

– Eu não peguei nada, eu juro - ele fala levantando as mãos em sinal de rendição

– O que!? Não vi falar com você porque algo sumiu - digo revirando os olhos e ele abaixa as mãos

– Ah! Então porque veio falar comigo? - pergunta curioso

– Preciso de um favor seu - falo e ele me lança um olhar de cobiça

– E o que eu ganho pelos meus serviços? - ele fala me olhando

– O que você quer? - pergunto não querendo perder mais tempo

– Eu vi o MP3 do Nico - ele fala - Quero um daquele, mas na cor branca

– Tudo bem - digo e ele sorri satisfeito

– Então o que eu preciso fazer? - ele pergunta entusiasmado

– Mandar o recado para a Helena e Stefany a filha do Sr. D. - digo ele assentiu - Diga para elas irem aos campos de morango, daqui a trinta minutos estarei lá esperando elas

– Ok, e quando eu recebo o meu pagamento? - ele pergunta

– Amanhã, mas você precisa ser discreto ninguém além delas pode saber entendeu? - falo e decido "motiva-lo" - Caso contrario, além de não receber pagamento ainda terá algum osso fraturado

– Já entendi - ele diz após engolir seco e sai

No meio do caminho para o pavilhão, vejo Nico andando em minha direção

– Posso saber o que você vai fazer? - ele pergunta, me olhando

– Amanhã é o aniversario de 16 anos do Jhon - falo e ele entendeu

– E você vai dá uma festa para ele - ele completa

– Exatamente - falo com um pequeno sorriso - Mas irei precisar de sua ajuda

– O que quer que eu faça? - ele fala

– Quando as meninas chegarem, falo o que todos faram - digo e ele assentiu me acompanhando aos campos de morango