POV Susan

Enquanto eu fazia o lanche, meu pai estava sentado no sofá em silêncio. E isso estava me preocupando. Quando um Stark está em silêncio, significa que a sua mente está fazendo barulho. Terminei o lanche, coloquei em uma bandeja, peguei uma garrafa de vinho e duas taças, coloquei tudo no mesa de centro e só então ele me olhou, coloquei as almofadas no chão e sentei, meu pai fez o mesmo em silêncio.

— Quando quiser, senhor Stark? - falei servindo o vinho

— Do que você é capaz? - meu pai perguntou enquanto terminava de servir o vinho

— Em que sentido? - perguntei tomando um gole de vinho

— Seus poderes. - meu pai perguntou sério e eu suspirei

— Eu também não sei - falei colocando a taça no centro - Sequer sei o limite deles. Mas sinto que quanto mais eu os uso, mais coisas posso fazer com eles

— Que tipo de coisas? - meu pai perguntou

— Eu também não sei - falei e tomei um gole de vinho - Mas acho que tem mais coisas pra perguntar além disso

— Su... o que aconteceu naquela sala? - ele perguntou com receio

— Você não viu? - perguntei normalmente

— Vi, mas ainda não consigo acreditar - ela falou me olhando

— Por quê? - perguntei normalmente

— Porque a garota que vi matando a Belova, não era você - ele respondeu me deixando sem reação - O que aconteceu naquela sala?

— São alguns efeitos das benção dos deuses - expliquei sem olha-lo - Cada deus representa uma coisa e quando a benção deles está em nós, não conseguimos pensar em nada diferente.

— Então naquela hora... - ele parou me incentivando a prosseguir a frase

— A benção do deus dos mortos estava sendo usada com mais força - falei sem olha-lo e senti meus olhos arderem

— Nico disse que você tinha controle das benção - meu pai falou - Você estava se controlando ali?

— Não. - sussurrei a resposta, alto suficiente para que ele ouvisse, antes que ele falasse algo continuei - O medo me dominou. Eu não podia deixar que ela machucasse vocês.

— Su, essa não é a primeira vez que temos que lidar com lunáticos tentando nos matar - meu pai falou calmo e uma lagrima escorreu dos meus olhos

— Não foi o ataque que me fez ter medo - falei e o olhei - Foi o que vi nos olhos dela

— O que você viu? - ele perguntou e outras lagrimas rolaram

— Morte - respondi sem conter as lagrimas - Ela não se importava se sairia com vida, se morrer fosse o preço pra matar vocês ela pagaria.

— Você viu o mesmo olhar que eu vi no Ivan - meu pai falou mais pra ele do que pra mim

— Eu não podia deixar ela ferir vocês. Vocês são tudo que eu tenho - falei sem conter o choro

Meu pai me abraçou me confortando

— Está tudo bem, minha filha - meu pai falou fazendo carinho no meu cabelo - Desculpe a minha reação, mas estava com medo. Quando te vi daquela forma, não te reconheci, sei como o poder pode corromper as pessoas. Se a sua magia fizesse você mudar, não sei o que faria. Eu não quero te perder, minha filha.

— Farei todo possível para não me deixar levar pela magia - falei controlando o choro e sem solta-lo

— Tudo bem - ele falou e permanecemos por ali, sentados e em silêncio.

Depois que me acalmei, meu pai pegou as taças de vinho e terminamos de tomar o restante do conteúdo da garrafa

— Acho melhor voltarmos antes que percebam que saímos - falei me levantando e começando a recolher as coisas.

Meu pai se levantou e me ajudou a arrumar a cozinha, quando finalizamos, sequei as mãos e joguei o pano pra ele

— Pronto pra outro passeio? - perguntei apoiada na pia

— Não, mas vamos mesmo assim - a resposta do meu pai me fez rir -De onde temos que pular dessa vez?

— Na verdade, de lugar nenhum - respondi simplesmente e ele me olhou intrigado - Vou te mostrar

Ele largou o pano no balcão e se aproximou de mim, estendi as mãos e ele as segurou.

— Feche os olhos - pedi e ele fez, no instante seguinte estávamos viajando nas sombra rumo a sala do Torre Vingadores.

Quando as sombras se desfizeram, soltei nossas mãos e pedi que abrisse os olhos, ele olhou sem entender

— Se vão precisava pular da torre para viajar, porque fizemos? - ele perguntou me olhando

— Precisava ter a certeza de que mesmo depois de tudo que viu, ainda confiava em mim - falei simplesmente - Boa noite, pai.

— Boa noite, Su - ele falou e fui em direção a escada

Entrei no quarto e Nico dormia tranquilamente, me aproximei sentei ao seu lado, ele se mexeu levemente com o movimento do colchão. Tirei o cabelo que caia em frente ao seu rosto e beijei a sua testa levemente, Nico se mexeu um pouco mais acordando, gemeu levemente de sono

— Que "xoninho" - falei baixo com uma voz fofa e mesmo de olhos fechados ele sorriu

— Você não deveria estar dormindo? - ele perguntou com a voz afetada pelo sono

— Não estava conseguindo dormir, então fui pra sala e fiquei conversando com meu pai - falei e ele abriu os olhos, se sentando na cama

— E como foi a conversa? - ele perguntou mudando de posição para ficar sentado ao meu lado na beirada da cama

— Esclarecedora - foi o que respondi

— Como assim? - ele perguntou curioso

— Em resumo, falamos sobre os meus poderes e ele tem medo de mim ou do que posso fazer - falei e o olhei - Ele tem medo que eu me perca, que eu deixe meus poderes me dominarem.

— Todos nós temos esse medo - Nico falou me olhando

— Eu vou ter mais cuidado - falei colocando a cabeça no ombro dele e ele me abraçou pela cintura

— Tá bem - ele falou e eu coloquei minha perna direita sobre a perna esquerda dele

— Porque colocou sua perna aqui? - ele perguntou em tom brincalhão

— Por nada - falei normalmente

— Sabe o que eu me lembrei? - ele perguntou simplesmente

— O quê? - perguntei olhando-o

— Você ficou de me compensar por não me dar atenção - ele falou me olhando

— Não sei do que está falando - me fiz de desentendida e pegou minha perna direita e puxou para ficarem as duas no seu colo

— Não sabe,é? - ele me puxou para um beijo cheio de desejo e me empurrou delicadamente para deitar na cama com ele por cima

— Eu tava morrendo de saudades de você - falei entre o beijo

— Eu também - ele falou começando a subir minha camiseta

Na manhã seguinte

A luz do sol entrou pela janela atingindo meu rosto, a iluminação incomodou e resmunguei, cobrindo minha cabeça

— Jarvis, fecha as cortinas - disse e percebi a iluminação diminui, me movi um pouco e senti que o outro lado da cama estava vazio, olhei para o lado e não vi o Nico.

Sentei na cama segurando o lençol para cobrir o meu corpo, peguei a lingerie que estava perto da cama e vesti, me levantei, fui em direção a procura do meu marido, nem sinal dele, abaixei meu rosto, fechei os olhos jogando a água em meu rosto, peguei o pano de rosto e comecei a secar, quando abaixei o pano e abri os olhos vi o Loki refletido no meu espelho.

Automaticamente desejei que minha espada aparecesse e desferi um arco para trás, mas quando me virei, não havia ninguém lá.

— Quanta hostilidade. Lembro quando era mais receptiva - ouvi a voz do Loki e olhei para meu espelho, ele continuava refletido lá

— Apenas estou retribuindo a sua receptividade, ou já esqueceu o que me fez? - perguntei fazendo a espada desaparecer

— Não. Não me esqueci e faria tudo novamente - ele falou com frieza

— Você é um monstro - falei e usei magia para me vestir, ele deu um sorriso cinico

— Você ainda não viu nada - ele falou e pude sentir o ódio em sua voz - E as pessoas que você tanto ama, serão os primeiros a ver

Peguei a saboneteira de pia e arremessei contra o espelho, trincando-o inteiro. Fiquei encarando o reflexo distorcido do Loki, ouvi passos apressados se aproximando do banheiro, Nico abriu a porta, olhou o espelho e olhou pra mim. Ele usava apenas uma bermuda jeans.

— O que aconteceu? - ele perguntou, mas acho que ele não conseguia ver o Loki

— Ignora a nevoa e olha o espelho - falei sem desviar o olhar, Nico fez o que pedi e ele viu

— Foi ele? - Loki perguntou sério, mas permaneci calada - Susan, foi ele?

— O quê? Se sou eu o homem, pra quema Susan se entregou? Se sou eu o pai da criança que você matou? Se sou eu o marido dela? Sim, Loki. Sou eu - Nico falou ao meu lado

— Marido? - Loki falou com um misto de incredulidade e raiva, me olhou em seguida - Você se casou com ele?

— Quando duas pessoas se amam de verdade, nada mais natural que elas se casem - falei simplesmente, Loki desviou o olhar de mim e olhou pro Nico

— Eu irei ter o prazer de mata-lo pessoalmente - Loki falou com um sorriso de cobiça, como se ansiasse por esse momento

— Boa sorte tentando, Loki - Nico falou normalmente

— Estaremos esperando por você - falei Loki me olhou e depois de alguns segundos a imagem dele sumiu do espelho

— Temos que falar para os Vingadores que ele apareceu - Nico falou desviando o olhar do espelho quebrado

— Eu sei, mas hoje não - falei me virando pra ele - Já teve o problema da Yelena, vamos esperar até amanhã, Nat e Steve merecem curtir um pouco os primeiros dias do casamento.

— Tudo bem, esperaremos dois dias, tá bem? - ele perguntou e eu assenti

Ele me puxou pra um abraço. A cada dia estávamos mais perto da guerra que a profecia havia nos alertado.

Dois Dias Depois

— Como ele apareceu na torre? - meu pai perguntou

— Ele não veio, é um feitiço de espelhos - falei encostada no sofá

— Ele está nos provocando - Banner falou

— Sempre está - falei simplesmente

— Quem sempre está fazendo o quê? - Natasha falou saindo do elevador

— Oi Nat, bem vinda de volta - falei indo abraça-los - Achei que só voltariam amanhã

— Mudamos de ideia - ela respondeu ao notar que eu tentava mudar de assunto - Do que vocês estavam falando?

— Loki - Clint respondeu

— Ele voltou? -Steve perguntou largando as malas

— Ainda não, mas veio nos relembrar que ele quer vingança - Nico falou sério

— Temos que nos preparar - Natasha falou

— Como faremos isso? Sequer sabemos quando irá acontecer - Clint falou

— Eu acho que sei - Susan falou e todos olharam para ela - No meu aniversário.

— Ele também te falou quando atacaria? - Banner falou

— Não, mas existe uma profecia - Susan falou

— Acho que nunca ouvimos essa profecia inteira - Steve falou

Para na vingança de um trapaceiro ajudar. Aos 18 anos a filha de ferro será instrumento de uma guerra. A morte de alguém eminente espera. - suspirei antes de concluir a profecia - E em suas mãos ficará a decisão. Aqueles que ama salvar... ou sacrificar.

— Aos 18 anos... quanto tempo pro seu aniversário? - Clint perguntou um pouco pensativo

— Quatro meses - falei e os olhei - Temos que pensar em tudo, temos...

— Nossa prioridade é manter a Susan segura - meu pai falou me interrompendo

— Não. Nossa prioridade são os civis - falei simplesmente - Lembra o estrago que a ultima guerra causou? Temos que colocar todos fora perigo

— Você quer evacuar toda a ilha de Manhattan? - Steve perguntou

— A ideia é essa - respondi simplesmente

— Alguma ideia de como faremos isso? - Banner perguntou

— Vamos precisar da SHIELD - falei normalmente

— O Fury praticamente está nos odiando, porque acha que ele nos ajudaria? - Natasha perguntou me olhando

— Porque antes de nos odiar, ele também odeia Loki - falei dando de ombros - Mas vamos falar com o Fury depois

— Vamos passar um tempo no acampamento, iremos procurar uma forma de desfazer o feitiço do Loki - Nico falou e todos assentiram

— Se desfizermos o feitiço, Loki fica sem reforço - Banner falou

— Mas se não desfizermos? - Steve perguntou

— Mantenham a luta focada em vocês, darei um jeito de fazer o Loki desfazer o feitiço - respondo simplesmente

— Aquele lunático não vai chegar perto de você de novo - meu pai falou

— Se eu não desfizer o feitiço, será preciso - rebato e ele não fala nada, apenas bebe o seu whisky

— Precisamos estar preparados, a tecnologia Chitauri é muito avançada - Clint falou

— Vou ver com alguns amigos do acampamento, pra criar algum dispositivo que neutralize os dos Chitauri - falei normalmente - Mas precisamos de tecnologia deles pra criarmos as armas cara combate-los.

— A Fase 2 - Steve falou e olhamos pra ele - Tecnologia semelhante a desenvolvida pela HIDRA.

— Que pode ser alimentada pelo reator ARC - Tony falou

— Não, isso pode afetar a Susan - Clint falou

— Não vai. Só me afetará se atingirem a Rainha - falei e ele assentiu compreendendo

— Mas como vamos conseguir essas armas? - Banner perguntou

— Não precisamos das armas, apenas dos projetos - meu pai falou - Isso eu resolvo

— Já temos um plano, agora vamos coloca-lo em pratica - falei me levantando e indo em direção a escada - Vou arrumar as malas pra irmos ao acampamento

— O que quer dizer com "aqueles que ama salvar ou sacrificar"? - Natasha perguntou e não se ouviu um barulho até que eu desse a resposta

— Significa que farei tudo o possível para manter vocês vivos - foi a minha resposta antes de subir