Por volta de meio-dia, finalmente haviam chegado à ilha, conseguindo pousar num campo aberto que havia. O clima estava um pouco agradável, e por sorte não haviam enfrentado uma tempestade. Fred e Daphne precisaram pôr suas coisas em grandes mochilas fornecidas por Steve para facilitar seu deslocamento pelo lugar, além de não saber o que viriam à seguir.

"Bem, chegamos." Disse Steve, sendo o último a descer do avião.

"Para onde vamos agora?" O loiro comentou, cruzando seus braços.

"Tem uma cabana bem ali, acho melhor parar para descansar e ver o que irá acontecer depois." Daphne respondeu apontando para uma velha casa.

"Vamos até lá, então." O loiro falou e logo depois se virou para os dois "Obrigado por nos levar até aqui."

"Fizemos apenas o nosso trabalho." Matthew respondeu assentindo.

Daphne pegou seu celular na tentativa de verificar se havia mais alguma mensagem ou ligação. "Sem sinal." ela disse "Estamos num ponto cego."

"Ótimo." Fred suspirou.

"Eu sinto lhes informar, mas meu avião está com um problema, e eu tenho de seguir até o aeroporto do Chile, já que aquele é o mais próximo."

"Estamos na América do Sul?" Daphne olhou surpresa para Fred.

"Achei que você sabia." ele respondeu inocentemente.

"Então, devemos estar de volta dentro de vinte e quatro horas." Steve continuou.

"Um dia? Não pode voltar um pouco antes?" O loiro perguntou, decepcionado.

"Infelizmente não." ele balançou a cabeça. "Mas não creio que essa seja uma ilha hostil, vocês ficarão bem... boa sorte."

O homem deu as costas para os dois e em seguida chamou por Matthew, que encarando rapidamente os dois, saiu em seguida.

Os dois não esperaram muito, e seguiram até a velha cabana que os chamavam a atenção. A princípio ela não parecia ser tão velha, apenas abandonada, sendo corrompida pelo tempo. A porta estava escancarada e Daphne a abriu; não havia muita coisa na casa, apenas um velho sofá empoeirado, três cadeiras e uma pequena mesa com uma caixa de madeira em cima dela.

"Por que não me disse aonde estávamos?" ela se dirigiu a Fred, que ainda investigava a casa.

"Daphne, me desculpe!" ele erqueu os braços tentando se defender. "Steve havia nos dito qual era a nossa localização no avião, mas acho que você havia adormecido e eu não sabia!"

Daphne olhou para os olhos dele, mostrando inocência.

"Não, eu que peço desculpas..." Daphne levou a mão à cabeça "talvez toda essa história tenha me deixado estressada."

"Não se preocupe, Daph..." Fred estava se aproximando dela, quando notou algo peculiar em cima da mesa "Ei, o que é isso?" então se dirigiu até o lugar de onde estava o objeto.

"Uma caixa com um papel grudado em cima..." Daphne comentou, pegando o papel logo em seguida e leu em voz alta:

'Parabéns por terem chegado aqui. Ótima escolha em ter entrado nesta cabana e ler o conteúdo deste bilhete; e agora, digo a vocês que este é o primeiro desafio: sobrevivam à ilha dos sonhos, a ilha de Champa.'

Ela fez uma pausa e continuou.

'Abram e peguem o conteúdo desta caixa, e tentem chegar até o final desta ilha, vivos.'

Breves segundos se silêncio tomaram conta do lugar; a perplexidade e espanto começaram a tomar conta dos dois. Que tipo de mensagem macabra seria aquela? Seria uma armadilha? Pensavam ambos.

Fred rapidamente abriu a caixa revelando seu conteúdo.

"Isso são...?"

"Armas." Daphne completou. "Armas para nós nos defendermos e atacarmos."

"Vamos falar com Steve, talvez ele possa nos ajudar." Fred deixou a caixa, e seguiu até a porta. Daphne assentiu e o seguiu.

Os dois saíram da cabana e foram ao encontro dos pilotos. Entretanto, o avião já começara a tomar voo, e em pouco tempo já se afastava da ilha, sem tempo de conseguirem alcançá-lo.

"Droga!" Fred esperneou.

A ruiva viu seu namorado chateado, logo depois olhou para trás, onde viu a mata cobrindo sua visão. Os dois não teriam escolha, senão seguir em frente e começar a jornada até o final da ilha, e 'jogar o jogo' proposto por aquele homem.

"Me desculpe, Fred." ela falou.

"Por quê?" perguntou ele se virando para Daphne.

"Por envolver você nisto."

Ele se aproximou da namorada e segundos depois de olhar em seu rosto, e em seguida lhe beijou a testa. "Não se preocupe. O que temos de fazer agora, é dar um jeito de atravessar esse lugar."

"Seria melhor se nós levássemos aquelas armas conosco."

Ele assentiu, e os dois voltaram à cabana, pegando duas pistolas e a pouca munição que se encontravam. Pouco tempo depois, após comerem duas barras de cereal que trouxeram, e beberem uns goles de água de suas garrafas, os dois estavam prontos para seguir e adentrar àquela floresta, sem saber o que encontrariam.

"Vamos encontrar um rio, traçar um plano e tentar passar a noite." Fred falou num tom firme.

Eles poderiam estar prontos fisicamente, mas suas mentes começavam a ficar confusas e cansadas, e não passava de uma hora da tarde. A temperatura já aumentava, e o tempo já estava seco, já que estavam em uma ilha tropical.

O casal observou de fora da cabana o espaço ao redor, e os dois se preparavam psicologicamente para prosseguir. Ambos se olharam, e logo depois caminharam para dentro.

Longe, dos detetives, um outro casal se encontrava de pé, num acampamento perto de um rio.

'Carlos, Isabella, estão prontos?' uma voz falou pelo walk talk.

"Sim, nós estamos."

'Pois bem. Já podem se mover atrás deles.'